Idade Contemporânea VII
Simulado com 15 exercícios de História com gabarito sobre o tema Idade Contemporânea VII com questões de Vestibulares.
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1. (UFRGS) Leia o segmento abaixo.
Milton Friedman aprendeu a explorar os choques e crises de grande porte em meados da década de 1970, quando atuou como conselheiro do ditador chileno, o general Augusto Pinochet. Enquanto os chilenos se encontravam em estado de choque logo após o violento golpe de Estado, o país sofria o trauma de uma severa hiperinflação. Friedman aconselhou Pinochet a impor uma reforma econômica bastante rápida - corte de impostos, livre-comércio, serviços privatizados, corte nos gastos sociais e desregulamentação. (...). Foi a estratégia mais extrema de apropriação capitalista jamais tentada em qualquer lugar, e ficou conhecida como a "revolução da Escola de Chicago"(...).
KLEIN, Naomi. A Doutrina de Choque: a ascensão do capitalismo de desastre. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. p. 17.
O segmento faz menção à política econômica imposta pela ditadura de Augusto Pinochet no Chile (1973-1990), sob a orientação dos economistas da chamada “Escola de Chicago”, entre eles Milton Friedman.
Assinale a alternativa que indica essa política e suas características.
- Adoção de uma política econômica socialista de democratização da renda nacional, com a realização de reformas, como a agrária e a bancária, e o aumento de salários para os trabalhadores.
- Implementação de uma política econômica neoliberal de transferência de serviços públicos a empresas privadas, de contração da renda dos trabalhadores e de abertura econômica ao capital financeiro internacional.
- Favorecimento a um programa econômico de reforço do capital industrial nacional e de conciliação entre os interesses de grupos empresariais, proprietários rurais e trabalhadores do campo e da cidade.
- Incentivo a uma política nacionalista de substituição de importações no setor industrial, com a reestatização de diversas empresas que haviam sido privatizadas na década anterior.
- Aplicação de medidas liberais em diversas áreas da vida econômica do país, com a manutenção das proteções e reformas sociais implementadas pelos governos anteriores.
2. (UEFS) Com o início da anexação do Marrocos pela França, uma crise violenta eclode entre a França e a Alemanha, que, em 1911, coloca uma canhoneira diante de Agadir, para demonstrar sua decisão de partir para o confronto. A prova de força se resolve com a devolução à Alemanha de parte de Camarões. Em 1912, o sultão do Marrocos decide assinar um tratado de protetorado que põe seu país sob a tutela francesa.
(Marc Ferro. A colonização explicada a todos, 2017. Adaptado.)
O historiador descreve as relações de força presentes nos processos de anexação de territórios e mercados pelos países imperialistas europeus. São exemplos dessas relações:
- oposições culturais entre os povos expansionistas e decisões arbitradas por organizações políticas supranacionais.
- disputas entre economias industrializadas e acordos em prejuízo de sociedades colonizadas.
- divergências de sistemas sociais entre nações colonizadoras e missões civilizadoras dos povos cristãos nos países afro-asiáticos.
- guerras mundiais desencadeadas nas áreas colonizadas e desindustrialização das nações dominadoras.
- divisões dos conquistadores em exploradores e favorá- veis aos povos colonizados e formação da liga internacional de nações dominadas.
3. (UEG) Leia o texto a seguir.
Na madrugada de 18 de Março, Paris acordou com o rebentamento do trovão vive la commune! Que é a Comuna, essa esfinge que atormenta o espírito burguês?
“Os proletários da capital – dizia o Comitê Central no seu manifesto do dia 18 de Março – no meio dos desfalecimentos e das traições das classes governantes, compreenderam que para eles tinha chegado a hora de salvar a situação tomando em mãos a direção dos negócios públicos.”
MAX, Karl. Vive la Comune! In: MARQUES, A. BERUTTI, F. FARIA, R. História contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2010. p. 56.
A citação refere-se à Comuna de Paris, movimento popular que controlou a capital francesa em 1871. O manifesto dos revolucionários acusou o governo francês de traição porque o mesmo
- obrigou os proletários a integrarem-se ao Exército para lutarem na guerra franco-prussiana.
- entregou as estratégicas regiões de Alsácia e Lorena para serem incorporadas à Prússia.
- coligou com a Inglaterra e Prússia contra os trabalhadores para evitar a revolução socialista.
- tentou desarmar a população de Paris, obedecendo às imposições do governo prussiano.
- autorizou a ocupação de Paris permanentemente pelo exército prussiano.
4. (UDESC) Leia atentamente o texto a seguir:
“Existem hoje, sobre a Terra, dois grandes povos que, tendo partido de pontos diferentes, parecem adiantar-se para o mesmo fim: são os americanos e os russos (...) Para atingir a sua meta, o primeiro apoia-se no interesse pessoal e deixa agir, sem dirigi-las, à força e à razão dos indivíduos. O segundo concentra num homem, de certa forma, todo o poder da sociedade. Um tem por principal meio a liberdade; o outro, a servidão. O seu ponto de partida é diferente, os seus caminhos são diversos; não obstante, cada um deles parece convocado, por um desígnio secreto da Providência, a deter nas mãos, um dia, os destinos da metade do mundo.”
(Tocqueville, Alexis de. A democracia na América, 1835)
A partir deste trecho, publicado por Tocqueville em 1835, é correto afirmar que o autor:
- refere-se às políticas imperialistas que, mesmo pautadas em princípios diferentes, podiam ser observadas tanto nos Estados Unidos quanto na Rússia do século XIX.
- refere-se, evidentemente, ao período da Guerra Fria e ao governo de Gorbachev, na Rússia.
- refere-se aos resultados da Primeira Guerra Mundial, ao papel representado por Lenin, no governo da Rússia, e por Roosevelt, no governo norte-americano.
- relaciona os princípios básicos da democracia às práticas do governo russo do século XIX.
- analisa os resultados da Revolução Russa e as atitudes de retaliação do governo norte-americano.
5. (UEG) Leia o texto a seguir.
No dia 11 de novembro de 1918 era assinado o Armistício de Compiègne entre os Aliados e a Alemanha, dentro de um vagão-restaurante na floresta de Compiégne, na França, com objetivo de encerrar as hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial.
Disponível em: <www.seuhistory.com/hoje-na-historia/termina-primeira-guerra-mundial>. Acesso: 8 mar. 2018.
O fim da Primeira Guerra Mundial significou
- o fortalecimento do nacionalismo pan-eslavista e do poder do império russo.
- a ascensão de partidos fascistas que tomariam o poder na França e na Espanha.
- a emancipação das colônias inglesas e francesas no continente africano e na Ásia.
- a democratização da Alemanha durante o período denominado República de Weimar.
- o advento de um período de estabilidade social e política para a Europa, denominado Belle Époque.
6. (UFRN) A partir dos anos de 1970, a sociedade passou a vivenciar uma nova fase do capitalismo, na qual se destacam dois processos interligados: a Terceira Revolução Industrial e a globalização. Sobre as características da Terceira Revolução Industrial, leia as afirmações a seguir:
I. O conhecimento assume grande importância no processo produtivo, contribuindo para o aumento da produtividade e da competitividade entre empresas, países, regiões e pessoas.
II. O modelo de produção está centrado nas indústrias petroquímica e automobilística, sendo o petróleo a principal fonte de energia.
III. A elevada produtividade industrial depende do emprego de trabalho intensivo, com carga horária média de 12 a 16 horas, e da extração de matérias-primas de origem mineral.
IV. A acentuada especialização do setor terciário está relacionada à utilização de tecnologias informacionais e de mão de obra com elevado nível de qualificação.
Estão corretas as afirmativas
- I e III.
- II e III.
- I e IV.
- II e IV.
7. (UEFS) Do ponto de vista econômico, a concessão mais onerosa para os interesses da colônia foi a tarifa de 15% ad valorem a ser cobrada sobre as mercadorias inglesas entradas nos portos brasileiros, em navios ingleses ou portugueses [...]. Situação agravada pelo fato de a Carta de Abertura dos portos fixar a taxa de 16% ad valorem para os navios portugueses e 24% para todas as demais nações.
(José Jobson de Andrade Arruda. Uma colônia entre dois impérios, 2008.)
O excerto refere-se aos tratados de 1810 assinados entre os governos português e inglês, que tiveram como uma de suas consequências
- o estímulo ao desenvolvimento das manufaturas no Brasil.
- o fortalecimento do controle metropolitano sobre o comércio colonial.
- a ligação das atividades econômicas coloniais com uma economia industrial.
- a crise das exportações de produtos primários do Brasil para a Europa.
- a adoção no conjunto do Império português da política do livre-cambismo.
8. (UFSM) "É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas liberdade política não consiste nisso. [...] A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem, ele não teria mais liberdade, porque os outros também teriam esse poder”.
Fonte: MONTESQUIEU. O espírito das leis. In: WEFFORT, Francisco (Org.). Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 1989.
O trecho do francês Montesquieu, um dos expoentes do movimento iluminista, relaciona-se a princípios norteadores de uma sociedade
- organizada de maneira aristocrática, na qual não existe respeito às normas jurídicas.
- orientada por relações políticas pautadas por normas jurídicas, as quais definem, delimitam e garantem as liberdades civis.
- socialista, cujo objetivo maior é atingir a liberdade a partir da igualdade jurídica e social.
- anômica, na qual a ausência de regras é desejo universal.
- orientada pela defesa da primazia da propriedade privada e da total liberdade do cidadão perante o Estado.
9. (UFRGS) Leia o segmento abaixo, sobre a escravidão nas Américas.
A escravidão no Novo Mundo e os tipos de comércio a que deu origem surgiram como uma consequência e um componente da “primeira globalização”, fase da história humana inaugurada pelas explorações marítimas, comerciais e coloniais de Portugal e Espanha, no final do século XV e no início do século XVI.
BLACKBURN, R. Por que segunda escravidão? In: MARQUESE, R.; SALLES, R. (org). Escravidão e capitalismo histórico no século XIX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. p. 32.
O segmento faz referência à institucionalização da escravidão no Novo Mundo, pensada a partir de determinados processos socioeconômicos globais que influenciaram definitivamente a sua conformação moderna.
Assinale a alternativa que indica esse fenômeno.
- A expansão de uma economia mercantil global centrada na Europa e em suas demandas por matérias-primas e produtos tropicais de alto valor.
- A dissolução das colônias europeias na Ásia e na África, ao longo dos séculos XV e XVI, e a busca por novos mercados para os produtos europeus nas Américas.
- A consolidação do feudalismo como um sistema socioeconômico global e a introdução da servidão feudal de forma generalizada em todas as colônias americanas.
- Os processos de independência na América Latina, após a abolição completa da escravidão nas colônias espanholas e portuguesas na região.
- A fragmentação da economia mercantil global em uma série de unidades isoladas, após o fracasso das explorações marítimas europeias durante os séculos XV e XVI.
10. (UERR) O pensador liberal Alexis de Tocqueville descreveu as causas da revolução de 1848:
“A Revolução industrial, que em trinta anos tinha feito de Paris a maior cidade da França, atraiu para seus muros toda uma nova população de operários...; a doença da democrática da inveja, que trabalhava surdamente; as teorias econômicas e políticas que começavam a se evidenciar, tendo a fazer crer que as misérias humanas eram resultado das leis e não da Providência, que era possível suprimir a pobreza mudando a base da sociedade; o desprezo em que havia caído a classe governante e sobre todos os homens que se encontravam a sua frente...; a centralização que reduzia as operações revolucionárias à conquista de Paris e à tomada da máquina governamental ; a mobilidade; enfim, de todas as coisas, instituições , ideias, homens e costumes numa sociedade móvel...”.
Citado por Raymond Aron. Etapas do Pensamento Sociológico. São Paulo: Martins Fontes/UnB, 1987, pp.261-262.
Como base no texto de Tocqueville, porque a Revolução Industrial pôde ser considerada causa da revolução de 1848?
- O sentimento democrático é o de que todos devem ter os mesmos direitos.
- Os operários se iludiram e acreditaram que sua miséria seria o resultado de uma sociedade injusta.
- A Providência, a vontade de Deus.
- O decréscimo da indústria e a diminuição, os sentimentos democráticos que repudiavam as diferenças sociais.
- Tornou Paris uma cidade repleta de operários, exatamente os mais radicais e formaram barricadas na revolução de 1848.