Política dos Governadores
Lista de 10 exercícios de História com gabarito sobre o tema Política dos Governadores com questões de Vestibulares.
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01. (UNESP) A “política dos governadores” é considerada a última etapa da montagem do sistema oligárquico ou liberalismo oligárquico, que permitiu, de forma duradoura, o controle do poder central pela oligarquia cafeeira.
(Carlos Alberto Ungaretti Dias. “Política dos governadores”. https://cpdoc.fgv.br.)
A afirmação do texto pode ser justificada pelo fato de que essa política
- fortaleceu a política econômica de caráter liberal, eliminando subsídios e favorecimentos do Estado aos diversos setores da produção agrícola.
- implementou um sistema de compra, pelo Estado, do conjunto da produção cafeeira, garantindo a estabilidade do preço mundial do café.
- ampliou os mecanismos de representação política dos estados no poder legislativo, consolidando a isonomia entre os poderes.
- inaugurou um período de ampliação da influência dos setores rurais na política nacional, neutralizando a força política do poder central.
- assegurou o compromisso de isenção da intervenção do Estado em assuntos locais, estabelecendo um equilíbrio entre estes e o poder central.
02. (PUC-Rio) “É de lá [dos estados] que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam, agitadas, nas ruas da capital da União. A política dos estados [...] é a política nacional.”
(Manoel Ferraz Campos Sales. Da propaganda à presidência, 1908).
A partir do diagnóstico acima, o presidente Campos Sales (1898-1902) criou a “Política dos Governadores”, esquema político que deu ao país uma estabilidade de configuração oligárquica. Assinale a opção que resume o funcionamento daquela política.
- Pela Constituição republicana de 1891, as pessoas de baixa renda não tinham direito de voto, sendo, portanto, o congresso nacional composto somente por membros das elites e dos sindicatos oficiais.
- A inacessibilidade das camadas populares aos poucos serviços públicos tornava-as dependentes dos chefes locais para o atendimento de suas necessidades básicas, destituindo-as, na prática, da cidadania e, portanto, do exercício do voto.
- A Constituição de 1891 estabeleceu uma tal superposição do executivo federal sobre todas as outras instâncias de poder que os municípios e os estados ficaram alijados da política nacional.
- Os executivos estaduais, apoiados pelo executivo federal, garantiam a eleição dos candidatos oficiais graças às suas ligações com o poder local dos “coronéis”, o que estabeleceu uma cadeia nacional de troca de favores.
- A inexistência de uma legislação trabalhista na Primeira República (1898-1930) afastou os trabalhadores urbanos da vida política, entregando, dessa forma, o comando do Estado brasileiro aos grandes empresários.
03. (ENEM 2013) Nos estados, entretanto, se instalavam as oligarquias, de cujo perigo já nos advertia Saint-Hilaire, e sob o disfarce do que se chamou “a política dos governadores”. Em círculos concêntricos esse sistema vem cumular no próprio poder central que é o sol do nosso sistema.
PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
A crítica presente no texto remete ao acordo que fundamentou o regime republicano brasileiro durante as três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a)
- poder militar, enquanto fiador da ordem econômica.
- presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder dos coronéis.
- domínio de grupos regionais sobre a ordem federativa.
- intervenção nos estados, autorizada pelas normas constitucionais.
- isonomia do governo federal no tratamento das disputas locais.
04. (IFSulDeMinas) A “Política dos Governadores” surgiu durante o período denominado República Velha. O Poder Executivo Federal construía suas alianças com as oligarquias regionais mais poderosas de cada Estado. O presidente da República concedia ao presidente do Estado (era assim que os governadores eram chamados) ampla liberdade de ação. Em troca, ele deveria mobilizar a bancada de deputados federais para aprovar os projetos de interesse do Executivo no Congresso. Assim, o poder ficava dividido da seguinte forma: a Presidência da República era tutelada pelos dois Estados mais poderosos da federação, e os demais ficavam à mercê das oligarquias locais mais influentes, articuladas com São Paulo e Minas Gerais.
Porém, cabe ressaltar que até mesmo nas alianças mais duradouras, existem dissidentes e na tal política do “café com leite” não foi diferente. Em 1910, uma candidatura de oposição foi lançada para romper os acordos políticos celebrados. O nome candidato e o slogan da campanha oposicionista de 1910, eram respectivamente:
- Campos Salles – Política dos Governadores
- Ruy Barbosa – Política das Salvações
- Ruy Barbosa – Campanha Civilista
- Hermes da Fonseca – Política das Salvações
05. (UPF) A República Velha (1889-1930) no Brasil teve na chamada “Política dos Governadores” um dos seus elementos mais caracterizadores. O objetivo desta política era:
- Fortalecer o poder central diante do fortalecimento das oligarquias estaduais.
- Dissolverar oligarquias rurais concentrando o poder nos governos estaduais.
- Promover o fortalecimento da Federação do Brasil, dividindo o poder entre Estados fortes e fracos no país.
- Enfraquecer as alianças oligárquicas estaduais que comprometessem nas eleições a sucessão presidencial.
- Harmonizar os interesses dos Estados mais ricos, ao mesmo tempo em que favorecia os objetivos do poder central em relação à política nacional.
06. (UNIFESP) Nesse regime, (...) a verdadeira força política, que no apertado unitarismo do Império residia no poder central, deslocou-se para os Estados. A política dos Estados, isto é, a política que fortifica os vínculos de harmonia entre os Estados e a União é, pois, na sua essência, a política nacional. É lá, na soma dessas unidades autônomas, que se encontra a verdadeira soberania da opinião. O que pensam os Estados, pensa a União.
(Campos Salles. “Mensagem” (3 de maio de 1902), in Manifestos e mensagens. São Paulo: Fundap/Imprensa Oficial, 2007.)
Ao defender a “política dos Estados” (ou política dos governadores) e associá-la às idéias de “harmonia”, “soma” e “soberania da opinião”, o então presidente da República Campos Salles defendia
- o fim da autonomia dos estados e o início de um período de centralização política, que caracterizou a República como uma ditadura.
- uma perspectiva de democratização para a recente República brasileira, impedindo que novos protestos políticos e armados irrompessem.
- a relação diplomática com os demais países sul-americanos e se dispunha a obter alianças e acordos comerciais no exterior.
- um pacto entre o governo federal e os governos estaduais, que teriam autonomia econômica, mas assegurariam apoio político ao Presidente.
- o modelo político adotado como capaz de democratizar o Brasil e de obter, sem lutas, a unidade política e territorial ainda inexistente.
07. (UESPI) O governo de Campos Sales procurou estabelecer pactos políticos para facilitar a administração e superar as possibilidades de aprofundamento das crises econômica e social. A conhecida política dos governadores por ele desenvolvida:
- ajudou substancialmente aos Estados mais desfavorecidos politicamente, inclusive, o Piauí, que passou a ter mais representatividade.
- desfez o poder que os coronéis tinham, ajudando na reformulação política dos Estados do Nordeste.
- fortaleceu a centralização política, consolidando mais ainda as forças políticas das elites governantes e do presidente da república.
- trouxe expectativas positivas com relação à modernização das elites e as reformas sociais.
- favoreceu os investimentos nos Estados mais pobres, provocando reação de São Paulo e Minas Gerais, que se sentiram prejudicados.
08. (UEG) Leia o texto a seguir.
Na presidência, Campos Sales implementou a chamada “política dos estados” – concretização peculiar do federalismo – , que ficou conhecida pelo nome de “política dos governadores”. Com o abandono em que viviam as populações interioranas, submetidas ao coronelismo e ao banditismo que se graçavam e desgraçavam nos sertões brasileiros, a soberania dos estados apenas propiciou o fortalecimento e a impunidade dos velhos oligarcas.
LUSTOSA, Isabel. História de presidentes: a República no Catete (1897-1960). Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 42.
Durante a chamada República Velha, o presidente que tentou acabar com a “política dos governadores” foi
- Rodrigues Alves que se indispôs com as oligarquias por priorizar o investimento nas obras de remodelação do Rio de Janeiro e não nos estados.
- Nilo Peçanha que, por representar os interesses dos produtores de açúcar do Rio de Janeiro, rompeu com a política do café com leite.
- Afonso Pena que, por meio do Convênio de Taubaté, priorizou a valorização do café em detrimento dos outros produtos agrícolas.
- Venceslau Brás que, com a sua proposta de “governar acima dos partidos”, minou a influência política de São Paulo e Minas.
- Hermes da Fonseca que, por meio da “política das salvações”, procurou combater as oligarquias regionais.
09. (UFMG) A POLÍTICA DOS GOVERNADORES, instituída no governo Campos Sales (1898-1902), significou a resolução da contradição instituída pela Constituição de 1891. Essa contradição se dava entre:
Entre os desdobramentos da chamada Política dos Governadores, adotada por Campos Salles, é possível destacar:
- a naturalização compulsória e a livre escolha da cidadania brasileira.
- a política de valorização do café e a indústria nascente.
- o bicameralismo e a democracia indireta.
- o federalismo e o presidencialismo.
- os presidentes militares e os cafeicultores paulistas.
10. (UNICAMP) A denominação de república oligárquica é frequentemente atribuída aos primeiros 40 anos da República no Brasil. Coronelismo, oligarquia e política dos governadores fazem parte do vocabulário político necessário ao entendimento desse período.
(Adaptado de Maria Efigênia Lage de Resende, “O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico”, em Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado (orgs.), O tempo do liberalismo excludente – da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 91.)
Relacionando os termos do enunciado, a chamada “república oligárquica” pode ser explicada da seguinte maneira:
- Os governadores representavam as oligarquias estaduais e controlavam as eleições, realizadas com voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na qual vários coronéis governaram o país, retribuindo o apoio político dos governadores.
- Diante das revoltas populares do período, que ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as expedições militares contra as revoltas, garantindo a ordem, em troca de maior poder político.
- As oligarquias estaduais se aliavam aos coronéis, que detinham o poder político nos municípios, e estes fraudavam as eleições. Assim, os governadores elegiam candidatos que apoiariam o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.
- Os governadores excluídos da política do “café com leite” se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças favoreceram uma série de revoltas chefiadas por coronéis, que comandavam bandos de jagunços.