Coronelismo
Lista de 10 exercícios de História com gabarito sobre o tema Coronelismo com questões de Vestibulares.
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01. (UECE) No Brasil, o Coronelismo, fenômeno político da Primeira República, tinha como uma de suas principais prerrogativas a
- limitação do exercício da cidadania, com o voto de cabresto, que assegurava o controle do voto.
- autonomia política resultante da organização da economia rural da época.
- prática da cidadania política vinculada à estrutura social dominante no período.
- adoção de valores éticos para o atendimento das demandas políticas da sociedade.
02. (ESPM) Além de ser inútil, votar era muito perigoso. Desde o império, as eleições na capital eram marcadas pela presença dos capoeiras, contratados pelos candidatos para garantir os resultados.
(José Murilo de Carvalho, in Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: Uma interpretação)
No Brasil a Primeira República foi, por excelência, uma república de “coronéis”, traço dominante da cultura política daquela época. Quanto ao coronelismo e às eleições praticadas na Primeira República é correto afirmar que:
- a instituição do voto secreto pela Constituição de 1891 contribuiu para a moralização das eleições;
- o coronelismo, fenômeno típico da urbanização, contribuiu para o afastamento dos grandes oligarcas do processo eleitoral;
- a mudança do império para a república produziu uma ruptura completa quanto aos procedimentos eleitorais, com a supressão das fraudes;
- as eleições continuaram sendo turbulentas, a fraude era comum e se o candidato eleito fosse da oposição era “degolado”, ou seja, não era diplomado;
- ocorriam fraudes, a ação de jagunços era frequente, porém com a criação da Comissão Verificadora de Poderes, em 1900, o processo eleitoral tornou-se limpo e transparente.
03. (UNEMAT) Durante a Primeira República no Brasil (1889-1930), as práticas políticas assentadas no denominado sistema coronelista estiveram muito presentes em relação às características do coronelismo.
Assinale a alternativa correta.
- O sistema coronelista primava pela lisura no processo eleitoral.
- O coronelismo estava profundamente vinculado à denominada “política dos governadores” ou “política dos estados”.
- Uma das características do sistema coronelista foi a não utilização de mecanismos violentos como forma de pressão sobre os eleitores.
- O coronelismo só esteve presente nas regiões menos desenvolvidas do país.
- Era a garantia das liberdades individuais durante as votações.
04. (UFT) “O Coronelismo, poder de influencia do coronel na vida política, social e econômica em certas áreas do Brasil (...) chefe político, em geral proprietário de terra no interior do Brasil” (FERREIRA, 2004, p.555). No Estado do Tocantins, municípios tiveram sua vida política orientada e controlada pelo poder político e ideológico do coronelismo, chegando a registrar, na história desses municípios, conflitos armados e violentos pela disputa do poder local. Os municípios tocantinenses onde aconteceram tais conflitos foram:
- Taguatinga, Ponte Alta do Tocantins e Lizarda
- Tocantinópolis, Pedro Afonso e Dianópolis
- Porto Nacional, Gurupí e Monte do Carmo
- Peixe, Araguaina e Paraíso do Tocantins
- Dianópolis, Guaraí e Campos Lindos
05. (ENEM 2011) Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).
O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social
- igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
- estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
- tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
- ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
- agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.
06. (UNICAMP) A denominação de república oligárquica é frequentemente atribuída aos primeiros 40 anos da República no Brasil. Coronelismo, oligarquia e política dos governadores fazem parte do vocabulário político necessário ao entendimento desse período.
(Adaptado de Maria Efigênia Lage de Resende, “O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico”, em Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado (orgs.), O tempo do liberalismo excludente – da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 91.)
Relacionando os termos do enunciado, a chamada “república oligárquica” pode ser explicada da seguinte maneira:
- Os governadores representavam as oligarquias estaduais e controlavam as eleições, realizadas com voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na qual vários coronéis governaram o país, retribuindo o apoio político dos governadores.
- Diante das revoltas populares do período, que ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as expedições militares contra as revoltas, garantindo a ordem, em troca de maior poder político.
- As oligarquias estaduais se aliavam aos coronéis, que detinham o poder político nos municípios, e estes fraudavam as eleições. Assim, os governadores elegiam candidatos que apoiariam o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.
- Os governadores excluídos da política do “café com leite” se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças favoreceram uma série de revoltas chefiadas por coronéis, que comandavam bandos de jagunços.
07. (UFN) “A matéria-prima do coronelismo era o voto. É ilusório pensar que o poder do coronel se baseava apenas na coerção, pois o voto era, na verdade, um bem de barganha, de troca, que o eleitor possuía: através dele o eleitor, muitas vezes pequeno produtor ou pequeno comerciante, podia receber “favores” do coronel, ou jogar com vários coronéis. Essa era, em tese, a margem de manobra que muitas vezes possuíam grupos economicamente menos privilegiados, em uma sociedade altamente diferenciada econômica e politicamente.”
FRAGOSO, José Luiz, Francisco C. Teixeira da. A política no Império e no inicio da República Velha: Dos barões aos coronéis. In: História Geral do Brasil. p. 214.
As considerações contidas no texto sobre o fenômeno político do coronelismo na República Velha brasileira, evidenciam que
- o poder de um coronel dependia da quantidade de votos nas eleições, usando somente o poder coercitivo, para influir na política nacional e regional.
- a estrutura do processo eleitoral transformava o voto em um poder político sem reflexos nos poderes republicanos, tanto no âmbito nacional como no regional.
- a barganha pelo voto não afetava os centros urbanos, onde se destacava a política dos governadores, mas somente o mundo rural.
- os “favores” (do coronel) eram direcionados a uma sociedade que apresentava igualdade econômica e política e o voto representava uma força política dos “apadrinhados” do coronel.
- a importância do voto, em uma sociedade destituída de direitos básicos, possibilitava aos menos privilegiados “favores”, pois o coronel, pelo número de votos nas eleições, estabelecia sua autoridade nas relações de poder, em âmbito nacional e regional.
08. (ESPM) O coronelismo foi um dos mais característicos fenômenos sociais e políticos da República Velha. Suas raízes se encontram no Império, mas sua forma mais genuína foi fruto do entrelaçamento de modernas instituições – como o voto universal – com as arcaicas estruturas da grande propriedade rural e seus interesses particulares.
(Leonel Itaussu. História do Brasil)
Aponte a alternativa que apresente atributos do coronelismo:
- o poder político local ligado a um sistema econômico agroindustrial e urbano;
- o poder político centralizado e o desenvolvimento urbano e industrial;
- o poder político local ligado a uma economia essencialmente agroexportadora;
- o poder político centralizado e uma economia essencialmente agroexportadora;
- o poder político militarizado e um sistema econômico agroindustrial e urbano.
09. (ENEM 2016) O coronelismo era fruto de alteração na relação entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.
CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado).
No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na
- coação das milícias locais.
- estagnação da dinâmica urbana.
- valorização do proselitismo partidário.
- disseminação de práticas clientelistas.
- centralização de decisões administrativas.
10. (PUC-Campinas) Brás Cubas busca articular a política de domínio paternalista, sob fogo cerrado nos anos 1870, com aspectos da onda de ideias cientificistas europeias do tempo – especialmente no que tange ao darwinismo social como forma de explicar a origem e a reprodução das desigualdades sociais.
(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 96)
A tendência ao domínio paternalista pode ser encontrada na postura dos chamados coronéis, mandatários locais que exercerem amplos poderes em muitas regiões do Brasil. A respeito do coronelismo, é correto afirmar que
- a origem desse fenômeno remonta à criação da Guarda Nacional, logo após a Independência do Brasil, quando foram distribuídas patentes militares que foram passadas de geração a geração.
- esse fenômeno é predominantemente rural, meio onde grassa o analfabetismo, a ação de organizações de resistência por parte dos trabalhadores e a ausência do poder público, em oposição ao que ocorre no meio urbano.
- a permanência, ao longo da história do Brasil, de práticas inicialmente associadas ao período da república oligárquica demonstra a duradoura eficácia política desse tipo de relação.
- esse sistema de poder foi oficialmente combatido por alguns governos, em especial o de Getúlio Vargas, que procurou desarticular politicamente os latifundiários, submetendo-os aos interventores estaduais e municipais.
- a definição desse conceito é equivalente à de clientelismo, troca de favores envolvendo proteção e prestígio político, presente também na relação entre suseranos e vassalos.