Brasil Colônia
Lista de 04 exercícios de História com gabarito sobre o tema Brasil Colônia com questões de Vestibulares.
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1. (PUC-SP) “O que o canavial sim aprende do mar:
o avançar em linha rasteira da onda;
o espraiar-se minucioso, de líquido,
alagando cova a cova onde se alonga.
O que o canavial não aprende do mar:
o desmedido do derramar-se da cana;
o comedimento do latifúndio do mar,
que menos lastradamente se derrama.”
João Cabral de Melo Neto, “O mar e o canavial”, in A educação pela pedra.Antologia poética. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1989, p. 9
João Cabral, recifense, relacionou, no fragmento de poema acima, mar e canavial. A associação considera semelhanças e diferenças entre eles e pode ser compreendida se considerarmos que
- “o avançar em linha rasteira” do canavial é uma menção à expansão da produção açucareira na região Nordeste e especialmente no Estado de Pernambuco iniciada no período colonial e encerrada no Império.
- mar e as praias de Pernambuco sempre foram, ao lado da cana, as únicas fontes de riqueza da região Nordeste, desde o período colonial até os dias de hoje.
- “o desmedido do derramar-se da cana” é uma referência crítica à organização da produção açucareira em latifúndios, unidades produtoras de grande porte.
- as lavouras de cana sempre estiveram localizadas no interior de Pernambuco, distantes do litoral, e a relação com o mar é para mostrar a totalidade geográfica do Estado.
- “alagando cova a cova onde se alonga” é uma sugestão de que o plantio da cana, assim como o mar, provocou, ao longo de sua história, muitas mortes.
2. (Fuvest) Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759
Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que
- criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro.
- defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos.
- foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”.
- causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.
- formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português.
3. (Mack) Talvez a mais importante de todas as influências e a menos estudada seja a que derivou não propriamente da tradição africana, mas das condições sociais criadas com o sistema escravista. A existência de dominadores e dominados numa relação de senhores e escravos propiciou situações particulares específicas, marcando a mentalidade nacional. Um dos efeitos mais típicos dessa situação foi a desmoralização do trabalho.
O trabalho que se dignifica, à medida que se resume no esforço do homem para dominar a natureza na luta pela sobrevivência, corrompe-se com o regime da escravidão, quando se torna resultado de opressão, de exploração. Emília Viotti da Costa - Da senzala à colônia.
Partindo do texto, podemos corretamente afirmar que
- o sistema escravista que vigorou no Brasil ao longo de mais de três séculos, por se sustentar sobre uma relação de dominação, associou depreciativamente a noção de trabalho à de sujeição e aviltamento social, isto é, à condição escrava.
- a introdução, nas lavouras brasil e iras, de africanos que desconheciam o trabalho levou-o à desmoralização, transformando o, de esforço para dominar a natureza, em mera luta pela sobrevivência.
- a escravidão foi o único regime possível nos séculos coloniais, pois o trabalho “dignificante” era impraticável em uma natureza hostil como a que encontraram os portugueses no Brasil.
- a relação entre senhores e escravos, no Brasil colonial, se exprimia, quanto ao trabalho, num conflito entre duas concepções: a de trabalho como “esforço para dominar a natureza” (visão dos senhores) e a de trabalho como “luta pela sobrevivência” (visão dos escravos).
- a tradição africana, que considerava o trabalho como função exclusiva de escravos, provocou sua desmoralização, sobretudo numa sociedade como a colonial brasileira.
4. (Mack) Em 1555, um dos mais importantes líderes do protestantismo francês, o Almirante Coligny, enviou uma expedição à América. Em novembro desse mesmo ano, sob o comando de Nicholas Durand de Villegaignon, a expedição chegou ao atual Estado do Rio de Janeiro, onde construiu o forte Coligny e fundou uma colônia denominada França Antártica.
Destaca-se, entre as razões que motivaram a fundação dessa colônia, a:
- disputa pela posse das lavouras açucareiras implantadas no território brasileiro.
- luta pelo controle do porto de Paraty, por onde era exportada a produção de ouro.
- retaliação aos católicos pelo massacre de protestantes na “Noite de São Bartolomeu”.
- disputa pela hegemonia do comércio de pau-brasil para a manufatura têxtil.
- necessidade de ampliar o controle territorial francês até a foz do Rio da Prata.