Figuras de Linguagem I
Lista de 20 exercícios de Português com gabarito sobre o tema Figuras de Linguagem com questões de Vestibulares.
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01. (UECE) TEXTO
Mulher proletária
Jorge de Lima
Mulher proletária — única fábrica
[65] que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.
[70] Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
[75] ao contrário das máquinas burguesas,
salvar o teu proprietário.
LIMA Jorge de. Obra Completa (org. Afrânio Coutinho). Rio de Janeiro: Aguilar, 1958.
Analisando o verso do poema “forneces braços para o senhor burguês” (linha 69), a figura de linguagem que aí se destaca é
- catacrese, uma vez que, como não há um termo específico para o poeta expressar, de forma adequada, a ideia de “fornecer filhos”, ele se utiliza da expressão “fornecer braços”, lógica semelhante ao que se costuma usar em termos como “braços da cadeira”.
- metonímia, tendo em vista que o termo “braços” mantém com o termo “filhos” uma relação de contiguidade da parte pelo todo para o poeta destacar que o que mulher proletária fabrica é só uma parte do seu rebento, os “braços”, utilizados para proveito da atividade capitalista, e não “filhos”, na sua completude como seres humanos, para estabelecer com estes uma relação afetiva.
- hipérbole, já que o verso quer enfatizar a ideia de exagero de alguém fornecer inúmeros braços para o trabalho da indústria mercantil.
- prosopopeia, pois o poeta está personificando a máquina como se fosse uma mulher produtora de filhos.
Resposta: B
Resolução: Isso demonstra que a figura de linguagem utilizada pelo poeta é, de fato, metonímia, pois o termo "braços" é utilizado para representar o trabalho da mulher proletária e sua exploração pelo senhor burguês. A metonímia é uma figura de linguagem que consiste na substituição de um termo pelo outro, mantendo uma relação de contiguidade, e é utilizada aqui para enfatizar a exploração da mulher pelo sistema capitalista.
02. (UEL) [1] O velho adormeceu, a mulher sentou-se à porta. Na sombra do seu descanso viu o sol vazar, lento rei
das luzes. Pensou no dia e riu-se dos contrários: ela, cujo nascimento faltara nas datas, tinha já o seu fim
marcado. Quando a lua começou a acender as árvores do mato ela inclinou-se e adormeceu. Sonhou dali
para muito longe: vieram os filhos, os mortos e os vivos, a machamba encheu-se de produtos, os olhos a
[5] escorregarem no verde. O velho estava no centro, gravatado, contando as histórias, mentira quase todas.
Estavam ali os todos, os filhos e os netos. Estava ali a vida a continuar-se, grávida de promessas. Naquela
roda feliz, todos acreditavam na verdade dos velhos, todos tinham sempre razão, nenhuma mãe abria a sua
carne para a morte. Os ruídos da manhã foram-na chamando para fora de si, ela negando abandonar aquele
sonho, pediu com tanta devoção como pedira à vida que não lhe roubasse os filhos.
[10] Procurou na penumbra o braço do marido para acrescentar força naquela tremura que sentia. Quando a
sua mão encontrou o corpo do companheiro viu que estava frio, tão frio que parecia que, desta vez, ele
adormecera longe dessa fogueira que ninguém nunca acendera.
(Adaptado de: COUTO, Mia. A fogueira. In: Vozes anoitecidas. São Paulo, Companhia das Letras, 2013. p. 25).
Acerca das figuras de linguagem usadas no trecho, assinale a alternativa correta.
- Há metáfora em “a vida a continuar-se, grávida de promessas”, revelando o desejo e o ânimo para a sobrevivência.
- Há personificação em “a lua começou a acender as árvores”, pois as árvores já estavam iluminadas pelo sol.
- Ocorre antítese no trecho “riu-se dos contrários” pela indicação de ideias opostas em evidência.
- Ocorre ironia em “Naquela roda feliz”, pois os presentes já estavam consternados pela morte do familiar.
- Há eufemismo em “cujo nascimento faltara nas datas”, indicando a morte iminente da personagem.
Resposta: A
Resolução: Há uma metáfora em "a vida a continuar-se, grávida de promessas", já que a vida é comparada a uma mulher grávida, que está carregando promessas no seu interior. Esta metáfora revela o desejo e o ânimo para a sobrevivência.
03. (UEMA) Considerando o contexto da obra Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, leia o texto para responder à questão.
TEXTO
[...]
— E esse povo lá de riba
de Pernambuco, da Paraíba,
que vem buscar no Recife
poder morrer de velhice,
encontra só, aqui chegando,
cemitérios esperando.
— Não é viagem o que fazem,
vindo por essas caatingas, vargens;
ai está o seu erro:
vêm é seguindo seu próprio enterro.
[...]
Fonte: MELO NETO, J. C. Morte e vida Severina e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
A coerência sintática, nessas falas, com relação às formas verbais “fazem” e “vêm” e os respectivos sujeitos, é garantida com a recorrência de termo presente na primeira fala, por meio da figura de linguagem, denominada
- aliteração.
- pleonasmo.
- catacrese.
- comparação.
- metonímia.
Resposta: E
Resolução: A coerência sintática é garantida com a recorrência do termo presente na primeira fala, por meio da metonímia, que é a substituição de um termo pelo outro com o qual mantém relação de contiguidade. No texto, a palavra "viagem" é substituída pelo termo "enterro", pois ambos estão relacionados com a morte.
04. (UERJ) Metonímia é a figura de linguagem em que a parte representa o todo, ou vice-versa.
No romance, a protagonista Macabéa constitui uma metonímia de todos os:
- excluídos
- românticos
- indiferentes
- privilegiados
Resposta: A
Resolução: Sim, a protagonista Macabéa, do romance "Os Mortos Não Morrem", de Clarice Lispector, é uma metonímia de todos os excluídos. A personagem representa a classe baixa, os desprivilegiados, os excluídos da sociedade. Ela é uma personagem simbólica, que representa o lado oprimido da sociedade e os sofrimentos e a dificuldade de vida de todos aqueles que são excluídos pelo sistema. A metonímia é uma figura de linguagem que consiste em usar uma palavra para representar outra palavra, geralmente relacionada a ela de alguma forma. No caso de Macabéa, ela é a parte que representa o todo dos excluídos.
05. (UNICAMP) "A noção de programa genético (...) desempenhou um papel importante no lançamento do Projeto Genoma Humano, fazendo com que se acreditasse que a decifração de um genoma, à maneira de um livro com instruções de um longo programa, permitiria decifrar ou compreender toda a natureza humana ou, no mínimo, o essencial dos mecanismos de ocorrência das doenças. Em suma, a fisiopatologia poderia ser reduzida à genética, já que toda doença seria reduzida a um ou diversos erros de programação, isto é, à alteração de um ou diversos genes”.
(Edgar Morin, A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Jornadas temáticas idealizadas e dirigidas por Edgar Morin. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil Ltda, 2012, p. 157.)
A expressão programa genético, mencionada no trecho anterior, é
- uma alegoria, pois sintetiza os mecanismos moleculares subjacentes ao funcionamento dos genes e dos cromossomos no contexto ficcional de um programa de computador.
- uma analogia, pois diferencia os mecanismos moleculares subjacentes ao código genético e ao funcionamento dos cromossomos dos códigos de um programa de computador.
- uma metáfora, pois iguala toda a informação genética e os mecanismos moleculares subjacentes ao funcionamento e expressão dos genes com as instruções e os comandos de um programa.
- uma analogia, pois contrasta os mecanismos moleculares dos genes nos cromossomos e das doenças causadas por eles com as linhas de comando de um programa de computador.
Resposta: C
Resolução: Sim, a expressão "programa genético" mencionada no trecho é uma metáfora, que consiste na comparação entre duas coisas diferentes, utilizando um termo para representar a outra, de forma a enriquecer ou esclarecer a compreensão daquilo que se está dizendo. A metáfora "programa genético" faz uma comparação entre a informação genética e os mecanismos moleculares que controlam a expressão dos genes, comparando-os com um programa, que possui instruções e comandos. Essa metáfora é usada para esclarecer a forma como a informação genética é codificada e expressa, dando uma noção mais clara e concreta da complexidade dos processos moleculares envolvidos. É importante notar que a metáfora "programa genético" não deve ser entendida literalmente, mas sim como uma forma de explicar de maneira mais clara e acessível os processos genéticos.
06. (UFU) Fernanda é tudo que sobrou do que sempre me ensinaram. A sombra dos quarenta graus à sombra. Procurem os gestos no vocabulário, olhem Fernanda: estão todos lá. Sua vida é um palco iluminado. À direita as gambiarras do perfeccionismo. À esquerda os praticáveis do impossível. Em cima o urdimento geral de uma tentativa de enredo a ser refeita todas as noites, toda a vida. Atrás os bastidores, o mistério essencial. Embaixo, o porão, que torna viáveis os mágicos e onde, faz tanto tempo!, se ocultava o ponto. Em frente o diálogo, que é uma fé, e comove montanhas.
Disponível em: . Acesso em: 01 abr. 2018.
Na seção Retratos 3x4 de seu site, Millôr Fernandes escreve sobre alguns de seus amigos, dentre eles, a atriz Fernanda Montenegro.
Assinale o recurso em torno do qual o texto sobre a atriz foi construído.
- Eufemismo.
- Antítese.
- Metonímia.
- Metáfora.
Resposta: D
Resolução: Sim, o texto sobre a atriz Fernanda Montenegro foi construído em torno de uma metáfora. A metáfora é uma figura de linguagem que consiste na comparação entre duas coisas diferentes, utilizando um termo para representar a outra, de forma a enriquecer ou esclarecer a compreensão daquilo que se está dizendo. No texto, a atriz é comparada a um palco, com os elementos do palco sendo usados como metáforas para descrever os aspectos da vida e da personalidade da atriz. Por exemplo, os "gestos no vocabulário" são uma metáfora para a expressividade da atriz, enquanto "o urdimento geral de uma tentativa de enredo a ser refeita todas as noites, toda a vida" é uma metáfora para a dedicação e o esforço que ela coloca em seu trabalho. A metáfora permite ao autor expressar de forma mais poética e expressiva os aspectos da personalidade e da vida da atriz, dando um tom mais criativo e interessante ao texto.
07. (PUC-PR) Leia o texto a seguir.
A obesidade em jovens entre 18 e 24 anos nos últimos dez anos cresceu 110%. Por essa razão, até 2019, o Ministério da Saúde pretende reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta e ampliar em cerca de 18% o porcentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente. [...] Segundo o doutor Eduardo Aratangy, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), os principais fatores para esses números alarmantes são a mudança na dieta populacional e a baixa taxa de atividade física. Mas acredita que a tendência da obesidade também é determinada geneticamente, pois ela tem um aspecto evolutivo, já que nossa espécie sobreviveu em um sistema de escassez alimentar.
JORNAL DA USP. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/obesidade-de-jovens-e-criancas-chega-a-numeros-alarmantes-no-pais/. Acesso em: 15/07/2018.
Observe as duas expressões sublinhadas no texto, pretende reduzir e ampliar .
Identifique a figura de linguagem que ocorre antes de ampliar e os efeitos por ela gerados.
- A elipse, pela omissão da forma verbal pretende , citada anteriormente, para identificar as ações do Ministério da Saúde.
- A zeugma ou elipse porque são sinônimas e se referem ao termo anteriormente citado pretende .
- A comparação, para realçar a importância das duas ações do Ministério da Saúde, reduzir e ampliar .
- A zeugma, por haver a omissão da forma verbal pretende , citada anteriormente, para identificar ações do Ministério da Saúde.
- A antítese, por estabelecer, no contexto, uma relação de oposição entre reduzir e ampliar .
Resposta: D
Resolução: Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na associação de uma palavra com dois ou mais termos de maneira não coordenada, gerando um efeito de surpresa ou ironia. Por exemplo, na frase "ele comprou pão e problemas", a palavra "problemas" é associada de maneira não coordenada com "comprar", gerando um efeito de surpresa ou ironia. A zeugma é usada para criar um efeito de humor ou para chamar a atenção para um ponto específico da frase. Alguns exemplos de zeugma incluem "ele bebeu vinho e saudade", "ela comprou roupa e coragem", "ele vendeu o carro e a alma". É importante notar que a zeugma é uma figura de linguagem que depende da interpretação do leitor ou ouvinte para gerar o efeito desejado, e pode ser facilmente perdida em traduções ou em contextos diferentes do original.
08. (UNESP) Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Poemas escolhidos, 2010.)
A figura de linguagem mais recorrente nesse soneto é
- a hipérbole.
- a ironia.
- o eufemismo.
- a sinestesia.
- a antítese.
Resposta: E
Resolução: Sim, a figura de linguagem mais recorrente nesse soneto é a antítese. A antítese é uma figura de linguagem que consiste na oposição ou contraste entre duas ideias, geralmente colocadas lado a lado para criar um efeito de tensão ou paradoxo. No soneto, a antítese é evidente nas pares de opostos presentes em cada verso: "Nasce o Sol, e não dura mais que um dia" (luz e escuridão); "Depois da Luz se segue a noite escura" (luz e escuridão); "Em tristes sombras morre a formosura" (beleza e tristeza); "Em contínuas tristezas a alegria" (alegria e tristeza). Esses pares de opostos são usados pelo poeta para refletir sobre a natureza efêmera da vida e da beleza, criando um efeito de tensão e paradoxo. A antítese é um recurso muito utilizado na poesia para criar ritmo e dar ênfase às ideias expressas.
09. (ESPM) Texto para a questão:
Aborto, porte de armas e o presidente Donald Trump foram alguns dos assuntos que dominaram a primeira audiência de confirmação do juiz conservador Brett Kavanaugh para a Suprema Corte dos Estados Unidos, realizada em meio a protestos de ativistas e tentativas de adiamento do processo por parte de democratas.
Kavanaugh passará por mais dois dias de sabatina, na quarta e na quinta, e testemunhas contra e a favor do juiz devem ser ouvidas na sexta.
(Folha de S.Paulo, 04/09/2018)
Segundo o Dicionário Aurélio (versão digital), a palavra sabatina possui as seguintes acepções:
1. Repetição, no sábado, das lições estudadas durante a semana.
2. Oração do sábado.
3. Tese que os estudantes de filosofia defendiam ao término de seu primeiro ano de curso.
4. Fig. Discussão, debate, questão.
Levando-se em conta que o vocábulo sabatina ganhou o valor semântico de "exame, prova ou questionamento (não necessariamente realizados num sábado) para o exercício de um cargo", pode-se afirmar que nesse caso ocorreu um(a):
- metáfora, por ter havido uma comparação implícita.
- catacrese, por ter havido um empréstimo de palavra.
- metonímia, por ter ocorrido substituição de um termo por outro em relação de contiguidade.
- pleonasmo, já que se repete a ideia de discussão ou debate.
- elipse, uma vez que já está subentendida a ideia de prova.
Resposta: B
Resolução: Sim, pode-se afirmar que ocorreu um catacrese nesse caso. O catacrese é uma figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra fora de seu sentido original para designar uma coisa ou conceito diferente. No caso do texto mencionado, a palavra "sabatina" foi emprestada de sua acepção original, relacionada ao sábado, para designar um "exame, prova ou questionamento (não necessariamente realizados num sábado) para o exercício de um cargo". A palavra "sabatina" foi utilizada nesse contexto para se referir a uma audiência de confirmação para a Suprema Corte, durante a qual o juiz Brett Kavanaugh seria questionado e avaliado. O catacrese é um recurso linguístico que permite a criação de novos sentidos para as palavras e a ampliação do vocabulário, mas também pode levar à ambiguidade ou ao mal-entendido, dependendo do contexto em que é utilizado.
10. (UFRR) TEXTO II
AMOR PRA QUEM ODEIA
(Eli Macuxi)
O amor campeia, que seja.
Quando tuas penas partirem, asas
Quando novas nuvens surgirem, casas
Quando nossos corpos rugirem, brasas
E nem demônios nem igrejas
Nem inveja que vareja
Na cabeça malfazeja
De quem julga sem amar
nos farão parar!
Porque não entendo nem aceito o discurso do ódio contra o amor.
Disponível em: http://elimacuxi.blogspot.com.br/amor-pra-quem-odeia. html. Acesso em: 25/07/2016
As figuras de estilo permitem ao autor o uso mais eficaz da linguagem como fenômeno social, vislumbrando, no simbolismo das palavras, a construção das obras literárias. Como se sabe as figuras de linguagem podem ser subdivididas em: de palavras, de pensamento e de construção.
No poema grafado por Eli Macuxi está presente uma figura de construção que permite a sonorização por meio da repetição de um determinado som nos versos destacados, qual seja:
- Elipse;
- Anacoluto;
- Anáfora;
- Aliteração;
- Pleonasmo.
Resposta: D
Resolução: Sim, no poema "Amor Pra Quem Odeia", de Eli Macuxi, está presente uma figura de construção chamada aliteração. A aliteração é uma figura de linguagem que consiste na repetição de um determinado som, geralmente a inicial de uma palavra, ao longo de um verso ou de um conjunto de versos. Na poesia, a aliteração é um recurso muito utilizado para criar ritmo e dar ênfase às palavras. No poema mencionado, a aliteração ocorre na repetição do som /p/ em alguns versos, como em "quando tuas penas partirem, asas" e "quando nossos corpos rugirem, brasas". A aliteração é um recurso que permite ao autor criar efeitos de sonoridade e musicalidade na poesia, contribuindo para a beleza e a expressividade das obras literárias.
11. (UERJ) A QUESTÃO REFERE-SE À OBRA “O ALIENISTA”, DE MACHADO DE ASSIS.
A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente. (capítulo IV)
Ao definir o campo de seu objeto de estudos, o alienista recorre à figura de linguagem denominada:
- metáfora
- hipérbole
- paradoxo
- eufemismo
Resposta: A
Resolução: No trecho mencionado, o alienista utiliza a figura de linguagem chamada metáfora. A metáfora é uma figura de linguagem que consiste na comparação implícita entre duas coisas ou conceitos, atribuindo a um deles uma qualidade ou característica do outro. A metáfora é um recurso muito utilizado na poesia e na prosa literária para conferir riqueza expressiva e criatividade aos textos. No trecho mencionado, o alienista estabelece uma comparação entre a loucura e um "continente", sugerindo que ela é um fenômeno amplo e complexo, que vai além dos limites da razão. A metáfora permite ao autor criar imagens e conceitos que ampliam e enriquecem o significado das palavras, tornando o texto mais expressivo e impactante.
12. (FACERES) A relação entre a figura e o trecho “Ah, bom. Se a Samarco garante, eu fico mais tranquilo...” resulta na seguinte figura de linguagem:
- Hipérbole.
- Pleonasmo.
- Prosopopeia.
- Sinestesia.
- Ironia.
Resposta: E
Resolução: Sim, a figura de linguagem presente no trecho mencionado é a ironia. A ironia é uma figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia de forma oposta àquela que se deseja transmitir, de modo a produzir um efeito de contraste entre o que se diz e o que se quer dizer. A ironia pode ser verbal, quando se utiliza palavras ou expressões que sugerem um sentido oposto ao que se quer dizer, ou não verbal, quando se utilizam gestos, expressões faciais ou outros elementos não verbais para produzir o efeito de ironia.
No trecho mencionado, o personagem diz "Ah, bom. Se a Samarco garante, eu fico mais tranquilo...", mas a intenção é expressar exatamente o contrário: ele não fica tranquilo e não confia nas garantias da Samarco. A ironia é utilizada para criar um efeito de ironia e de sarcasmo, sugerindo que o personagem não acredita nas palavras da Samarco e que está cético em relação à sua capacidade de cumprir suas promessas. A ironia é um recurso muito utilizado na linguagem coloquial e na fala espontânea, e é muito eficaz para criar efeitos de humor e de crítica social.
13. (UECE) TEXTO
Comida
Titãs
Bebida é água
[85] Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte
[90] A gente não quer só comida
A gente quer saída para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida, diversão, balé
A gente não quer só comida
[95] A gente quer a vida como a vida quer
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
[100] A gente não quer só comer
A gente quer comer e quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer pra aliviar a dor
A gente não quer só dinheiro
[105] A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro
A gente quer inteiro e não pela metade
Diversão e arte
para qualquer parte
[110] diversão, balé
como a vida quer...
Desejo, necessidade, vontade
necessidade, desejo
necessidade, vontade
[115] necessidade!
ANTUNES, Arnaldo; FROMER, Marcelo; BRITO, Sergio. Comida. Intérprete: Titãs. In: Titãs. Jesus não tem dentes no país dos banguelas. Rio de Janeiro: WEA. 1 disco sonoro (LP). Lado A, faixa 2. 1987.
Ao utilizar a palavra pasto no verso “Comida é pasto” (linha 85), a canção empregou a figura de linguagem
- antítese, porque busca uma definição de comida que contraponha o termo pasto, referente à comida do gado, ao termo alimento, relacionado à refeição do ser humano.
- metáfora, em virtude da comparação entre as palavras pasto e alimento que apresentam semelhança de sentido: ambas têm o propósito de saciar a fome.
- hipérbole, por querer reforçar, de forma exagerada, na definição de comida, a ideia de que a vontade do homem faminto é a de se saciar, de forma instintiva, como certos animais que se alimentam de pasto.
- eufemismo, pois, ao definir o conceito de comida, a intenção é a de tornar mais amena a utilização da palavra pasto por outro termo de expressividade mais forte e agressiva.
Resposta: C
Resolução: A figura de linguagem presente no trecho do texto é a hipérbole, pois há a exageração da vontade de se saciar com a comida, sugerindo que a necessidade de se alimentar é instintiva e primária, como a de animais que se alimentam de pasto. A palavra "necessidade" é repetida três vezes para reforçar a ideia de que a fome é uma necessidade básica e inegável.
14. (Unichristus)
Já viste às vezes, quando o sol de maio
Inunda o vale, o matagal, a veiga?
Murmura a relva: “Que suave raio!”
Responde o ramo: “Como a luz é meiga!”
Poesias completas. Castro Alves. Rio de Janeiro: Edições de Ouro. P. 58.
Figura de linguagem é uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele em que convencionalmente são empregadas.
Nessa estrofe, o 3º e o 4º versos exemplificam uma figura de linguagem conhecida como
- antítese
- paradoxo.
- anadiplose.
- catacrese.
- prosopopeia.
Resposta: E
Resolução: Prosopopeia é uma figura de linguagem que consiste em atribuir vida ou características humanas a coisas inanimadas ou animais, como se eles pudessem falar ou ter pensamentos. No caso do 3º e do 4º versos do poema, a relva e o ramo são descritos como se pudessem murmurar e responder, respectivamente, o que é uma manifestação de prosopopeia. Isso dá ao texto um tom de poesia e de imaginação, que pode ajudar a criar uma atmosfera mais mística e poética.
15. (URCA) Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira no que se refere às figuras da linguagem, em seguida marque a opção correta:
(1) Polissíndeto
(2) Anacoluto
(3) Pleonasmo
(4) Anáfora
(5) Antítese
(6) Gradação
(7) Sinestesia
( ) “Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
( ) “Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza)
( ) “O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac)
( ) “Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
com calma sem sofrer” (Olavo Bilac)
( ) “Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin)
( ) “Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer” (Camões)
( ) “O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto” (Carlos Drummond de Andrade)
- 7;4;2;3;1;6;5;
- 2;3;1;7;6;5;4;
- 3;5;6;1;7;4;2;
- 6;3;1;2;4;7;5;
- 5;4;3;1;2;6;7.
Resposta: C
Resolução: A sequência correta é: 3; 5; 6; 1; 7; 4; 2.
(3) Pleonasmo: "Eu vi a cara da morte, e ela estava viva".
(5) Antítese: "Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer".
(6) Gradação: "O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário".
(1) Polissíndeto: "Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal".
(7) Sinestesia: "Como era áspero o aroma daquela fruta exótica".
(4) Anáfora: "Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! com calma sem sofrer".
(2) Anacoluto: "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto".
16. (ESA) Analise os exemplos que seguem quanto a figura de linguagem e marque a alternativa correta.
(1) João é meu irmão. Pedro, primo.
(2) Que noite escura!
(3) Os brasileiros somos alegres
- Pleonasmo/zeugma/metáfora
- Zeugma/pleonasmo/silépse
- Zeugma/antítese/onomatopeia
- Comparação/pleonasmo/onomatopeia
- Metáfora/zeugma/silépse
Resposta: B
Resolução: (Zeugma) João é meu irmão. Pedro, primo.
(pleonasmo) Que noite escura!
(silépse) Os brasileiros somos alegres
17. (UNIFOR) Francisco contou para Aécio, que contou para a namorada, que contou para Madeinusa, que pediu a Adriano que a levasse urgente até a casa dos pais de Francisco. Entrou sem pedir licença na casa de Chico Coveiro, interrompendo a conversa, de supetão:
– É verdade que você escuta uma voz cantar às cinco da manhã, todo dia?
ACIOLI, Socorro. A cabeça do santo. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p.128.
No excerto destacado, a urgência da situação é passada por um recurso estilístico que é
- a comparação, dando valor aos homens que conversa no caminho.
- o paradoxo, por ter adentrado de forma repentina e abrupta na casa.
- a metáfora, reduzindo a personagem Chico ao seu cargo de coveiro.
- o eufemismo, pois Madeinusa teria entrado na casa com violência.
- a gradação, elencando a passagem de etapas para reforçar algo.
Resposta: E
Resolução: A gradação é uma figura de linguagem que consiste na repetição de palavras ou expressões para enfatizar uma ideia ou para criar uma progressão lógica. No exemplo, a gradação é utilizada para passar a ideia de que a informação foi repassada de pessoa em pessoa até chegar ao destino final, reforçando a urgência da situação.
18. (UERJ) Ao fugir para o Brasil, metade dos Brun ganhou uma perna a mais. O “n” virou “m”. Mas essa perna a mais era um membro fantasma, um ganho que revelava uma perda. (l. 26-27)
A autora associa a troca de letras no registro do sobrenome de seu tetravô à expressão um membro fantasma.
Essa associação constrói um exemplo da figura de linguagem denominada:
- antítese
- metáfora
- hipérbole
- eufemismo
Resposta: B
Resolução: A metáfora é uma figura de linguagem que consiste em uma comparação implícita entre duas coisas, geralmente para fins de explicação ou enriquecimento da linguagem. No trecho apresentado, a autora compara o "membro fantasma" - uma perna que não existe de fato - ao fenômeno da troca de letras no sobrenome de seu tetravô. Portanto, a figura de linguagem presente no trecho é a metáfora.
19. (UNEMAT) Em alguns contextos de uso da linguagem, é possível empregar palavras ou expressões que podem exagerar ou suavizar os sentidos que se quer provocar. Na tirinha Malvados, de André Dahmer, o trecho silenciar por um século trata-se de
- um eufemismo, pois o autor procura suavizar o efeito de sentido.
- um paradoxo, pois o autor apresenta uma contradição no sentido transmitido.
- uma gradação, já que o autor usa uma sequência de adjetivos que intensificam o sentido.
- uma hipérbole, pois o autor procura transmitir um sentido de exagero.
- um pleonasmo, pois o autor usa uma repetição para intensificar o sentido.
Resposta: D
Resolução: Sim, a hipérbole é uma figura de linguagem que consiste na exageração proposital de algum aspecto da realidade, com o objetivo de enfatizar uma ideia ou um sentimento. No trecho citado, o autor emprega a palavra "século" para exagerar o período de tempo que o personagem está sendo silenciado, transmitindo a ideia de uma silenciosa muito longa e duradoura.
20. (CUSC) Na tirinha acima há a ocorrência de uma figura de linguagem que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados, a elementos da natureza, a sentimentos ou a animais.
Assinale a alternativa que apresenta sua denominação correta:
- eufemismo.
- antítese.
- sinestesia.
- pleonasmo.
- prosopopeia.
Resposta: E
Resolução: Sim, a figura de linguagem presente na tirinha acima é a prosopopeia, que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados, a elementos da natureza, a sentimentos ou a animais.