Auto da Compadecida: Ariano Suassuna
Lista de 10 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Auto da Compadecida: Ariano Suassuna com questões de Vestibulares.
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01. (ACAFE) Com base na obra Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, assinale a alternativa correta que completa as lacunas da frase a seguir.
Trata-se de __________ que retoma elementos contidos em autos medievais e da literatura __________ para exaltar os humildes e satirizar os poderosos e __________ que se preocupam apenas com questões materiais.
- uma peça teatral - de cordel - os religiosos
- um conto - regionalista - políticos
- um romance - modernista - cristãos
- filme - clássica - magistrados
Resposta: A
Resolução: Trata-se de uma peça teatral que retoma elementos contidos em autos medievais e da literatura de cordel para exaltar os humildes e satirizar os poderosos e os religiosos que se preocupam apenas com questões materiais.
02. (UNEMAT) Sobre as personagens da peça Auto da compadecida, de Ariano Suassuna, é incorreto afirmar que:
- o Diabo é uma construção alegórica de muita importância, mantendo um grande contraste com Manuel e com a Compadecida.
- a moral social, comprometida com o sistema econômico, é uma das críticas feitas pelo autor através da construção de algumas personagens.
- João Grilo, a personagem protagonista, é um típico herói clássico. Suas principais virtudes são a coragem e a grandeza.
- os fortes traços na composição do Padre e do Bispo têm o objetivo de demonstrar como são maus sacerdotes.
- a Compadecida acaba sendo a melhor defensora de João Grilo, não enxergando maldade nos seus atos em vida.
Resposta: C
Resolução: Na verdade, João Grilo é um personagem complexo que não se encaixa no estereótipo de herói clássico. Ele é um anti-herói, muitas vezes astuto e trapaceiro, e suas ações nem sempre são nobres ou corajosas.
03. (ACAFE) Assinale a citação extraída da peça teatral Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
- “Sabe, era eu e mais quatro primas, todas nós, queríamos porque queríamos esse broche da minha avó. Cada uma achava que merecia mais do que a outra. Mas, minha vozinha deu pra mim! Pra mim! O senhor não sabe o que eu tive que aguentar das minhas primas! Todas invejosas! Fui chamada de mimada, puxa-saco, netinha queridinha da vovó, protegida e até de filha da p...!”
- “A solução é apressar a morte a que se decida e pedir a este rio, que vem também lá de cima, que me faça aquele enterro que o coveiro descrevia [...].”
- “Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé. Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. ”
- “Não, nesse negócio de milagres, é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o santo, perde o crédito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: – Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já me passou a perna! E agora vem me fazer nova promessa. Pois vá fazer promessa pro diabo que o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou calote num, todos os outros ficam sabendo.”
Resposta: C
Resolução: “Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé. Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. ”
04. (UNEMAT) Sobre o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, assinale o único elemento que se encontra na famosa cena do julgamento.
- Sentido moralizante, a partir da perspectiva cristã de cunho popular.
- Densa discussão teológica.
- Dessacralização de dogmas da religião católica.
- Ausência do elemento caricatural nas ações das personagens.
- Preconceito racial.
Resposta: A
Resolução: O elemento que se encontra na famosa cena do julgamento no "Auto da Compadecida," de Ariano Suassuna, é o Sentido moralizante, a partir da perspectiva cristã de cunho popular.
05. (UFN) Leia as proposições abaixo, relacionadas ao Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
I. A divertida história de João Grilo, um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó, o mais covarde dos homens. Uma dupla de nordestinos que se envolve em uma série de aventuras. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos da pequena cidade em que vivem.
II. Em O Auto da Compadecida, dois trapaceiros, ardilosos e espertalhões, tentam sobreviver em uma pequena cidade do nordeste, no vilarejo de Taperoá, sertão da Paraíba.
III. Os dois nordestinos sem eira nem beira andam pelas ruas anunciando A Paixão de Cristo, "o filme mais arretado do mundo". A sessão é um sucesso, eles conseguem alguns trocados, mas a luta pela sobrevivência continua.
IV. João Grilo e Chicó preparam inúmeros planos para conseguir sobreviver. Novos desafios vão surgindo, provocando mais confusões armadas pela esperteza de João Grilo, sempre em parceria com Chicó que se divertem, enganando na melhor tradição do jeitinho brasileiro.
Está(ão) correta(s)
- apenas I.
- apenas II.
- apenas I e II.
- apenas II e III.
- I, II, III e IV.
Resposta: E
Resolução:
I. A divertida história de João Grilo, um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó, o mais covarde dos homens. Uma dupla de nordestinos que se envolve em uma série de aventuras. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos da pequena cidade em que vivem. (Verdadeira)
II. Em O Auto da Compadecida, dois trapaceiros, ardilosos e espertalhões, tentam sobreviver em uma pequena cidade do nordeste, no vilarejo de Taperoá, sertão da Paraíba. (Verdadeira)
III. Os dois nordestinos sem eira nem beira andam pelas ruas anunciando A Paixão de Cristo, "o filme mais arretado do mundo". A sessão é um sucesso, eles conseguem alguns trocados, mas a luta pela sobrevivência continua. (Verdadeira)
IV. João Grilo e Chicó preparam inúmeros planos para conseguir sobreviver. Novos desafios vão surgindo, provocando mais confusões armadas pela esperteza de João Grilo, sempre em parceria com Chicó que se divertem, enganando na melhor tradição do jeitinho brasileiro. (Verdadeira)
06. (UEMG) Quanto ao gênero literário, todas as afirmativas a seguir caracterizam, CORRETAMENTE, o texto de Auto da Compadecida, obra de Ariano Suassuna, EXCETO:
- A obra enquadra-se como uma modalidade do gênero dramático, marcado pela prevalência do diálogo entre personagens e ausência de um narrador explícito.
- As rubricas (informações sobre a encenação), constantes na obra, se incluem no rol de características do gênero dramático.
- A palavra, na obra, é colocada em cena, representada através de ações e expressões dos atores – personagens em atuação.
- Como gênero dramático, o texto da obra privilegia aspectos descritivos capazes de dispersar o sentido e o objetivo das ações representadas.
Resposta: D
Resolução: O texto de "Auto da Compadecida" não privilegia aspectos descritivos capazes de dispersar o sentido e o objetivo das ações representadas. Pelo contrário, o texto dramático se concentra nas falas e ações das personagens, mantendo o foco na interação e no desenvolvimento da trama.
07. (UNEMAT) Texto base:
“Mulher: Que é isso, João, você está em casa! Diga!
João Grilo: É que o gato que eu lhe trouxe descome
dinheiro.
Mulher: Descome dinheiro?
João Grilo: Descome sim.
Mulher: Essa eu só acredito vendo!
[...]
João Grilo: Está aí o gato.
Mulher: E daí?
João Grilo: É só tirar o dinheiro.
Mulher: Pois tire!
[...]
João Grilo: (Virando o gato pra Chicó, com o rabo
levantado) Tire aí, Chicó!
Chicó: Eu não, tire você!
[...]
João Grilo: (Passa a mão no traseiro do gato e tira
uma prata de cinco tostões.) Está aí, cinco tostões que
o gato lhe dá de presente”.
(SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida. Rio de Janeiro: Agir, 2005. p. 77-79).
Auto da compadecida é uma peça produzida com base em romances e histórias populares do Nordeste. O texto aproxima-se dos espetáculos de circo e da tradição popular, por isso, a sua relação com o tragicômico. O texto base apresenta trechos que constituem um diálogo a respeito de um gato que descome dinheiro, trechos retirados da peça teatral acima mencionada. Sobre Auto da compadecida, é correto afirmar:
- O gato que descome dinheiro é uma criação de Ariano Suassuna, cuja história apareceu pela primeira vez em Auto da compadecida.
- O gato que descome dinheiro é uma história que Ariano Suassuna escreveu com base na obra Auto da barca do inferno, do dramaturgo português Gil Vicente, do período clássico.
- Em Auto da compadecida, o gato que descome dinheiro é enterrado, em latim, pelo padre.
- A mulher, personagem verificada no trecho citado no texto base, refere-se à esposa do Major Antônio Moraes.
- O gato que descome dinheiro é uma história que faz parte do imaginário popular do Nordeste brasileiro e o dramaturgo a reconta em Auto da compadecida, assim como faz com outros personagens de romances e histórias da região.
Resposta: E
Resolução: Em "Auto da Compadecida", o gato que descome dinheiro não é uma criação original de Ariano Suassuna, mas sim uma história que faz parte do imaginário popular do Nordeste brasileiro, e o dramaturgo a reconta na peça, assim como faz com outros personagens de romances e histórias populares da região.
08. (Mackenzie) Chicó – Por que essa raiva dela?
João Grilo – Ó homem sem vergonha! Você inda pergunta? Está
esquecido de que ela o deixou? Está esquecido da
exploração que eles fazem conosco naquela padaria do
[5] inferno? Pensam que são o cão só porque enriqueceram,
mas um dia hão de pagar. E a raiva que eu tenho é porque
quando estava doente, me acabando em cima de uma
cama, via passar o prato de comida que ela mandava
para o cachorro. Até carne passada na manteiga tinha.
[10] Para mim nada, João Grilo que se danasse. Um dia eu
me vingo.
Chicó – João, deixe de ser vingativo que você se desgraça. Qualquer
dia você inda se mete numa embrulhada séria.
Ariano Suassuna, Auto da Compadecida
Considere as seguintes afirmações.
I. O texto de Ariano Suassuna recupera aspectos da tradição dramática medieval, afastando-se, portanto, da estética clássica de origem greco--romana.
II. A palavra Auto, no título do texto, por si só sugere que se trata de peça teatral de tradição popular, aspecto confirmado pela caracterização das personagens.
III. O teor crítico da fala da personagem, entre outros aspectos, remete ao teatro humanista de Gil Vicente, autor de vários autos, como, por exemplo, o Auto da barca do inferno.
Assinale:
- se todas estiverem corretas.
- se apenas I e II estiverem corretas.
- se apenas II estiver correta.
- se apenas II e III estiverem corretas.
- se todas estiverem incorretas.
Resposta: A
Resolução:
I. O texto de Ariano Suassuna recupera aspectos da tradição dramática medieval, afastando-se, portanto, da estética clássica de origem greco--romana. (Verdadeiro)
II. A palavra Auto, no título do texto, por si só sugere que se trata de peça teatral de tradição popular, aspecto confirmado pela caracterização das personagens. (Verdadeiro)
III. O teor crítico da fala da personagem, entre outros aspectos, remete ao teatro humanista de Gil Vicente, autor de vários autos, como, por exemplo, o Auto da barca do inferno. (Verdadeiro)
09. (UEMG) A respeito do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, considere os seguintes comentários críticos:
I – A obra reproduz, com fidelidade, os padrões formais e temáticos dos autos vicentinos, na Idade Média.
II – Diferentemente da tradição medieval, em que o auto se caracterizava pela brevidade, com a representação em apenas um ato, a obra de Suassuna apresenta-se mais extensa, abrindo possibilidades (conforme indicações das rubricas) de ser representada em três atos ou partes.
III – A obra se constrói através de uma duplicidade de representação: numa primeira, observase a atuação do Palhaço que integra um espetáculo circense; na outra, o Palhaço dirige-se ao público para anunciar e introduzir um outro espetáculo – o Auto da Compadecida.
IV – Auto da Compadecida traz, nas ações das personagens e na temática subjacente, um tom moralizante religioso mesclado com o político, através dos quais o autor enfatiza os valores da fé e da esperança.
V – Em Auto da Compadecida, o autor, mesmo evocando na escritura o gênero medieval de origem, promove uma inovação, ao colocar em cena o contexto sócio-político, cultural e religioso nordestino, numa postura crítica e questionadora.
À vista de tais comentários, assinale, abaixo, a alternativa que complementa adequadamente o seguinte enunciado:
Está CORRETO o que se afirmou em
- I, IV e V.
- II, III e V.
- I, II e IV.
- III, IV e V.
Resposta: B
Resolução:
I – A obra reproduz, com fidelidade, os padrões formais e temáticos dos autos vicentinos, na Idade Média. (Falso)
II – Diferentemente da tradição medieval, em que o auto se caracterizava pela brevidade, com a representação em apenas um ato, a obra de Suassuna apresenta-se mais extensa, abrindo possibilidades (conforme indicações das rubricas) de ser representada em três atos ou partes. (Verdadeiro)
III – A obra se constrói através de uma duplicidade de representação: numa primeira, observase a atuação do Palhaço que integra um espetáculo circense; na outra, o Palhaço dirige-se ao público para anunciar e introduzir um outro espetáculo – o Auto da Compadecida. (Verdadeiro)
IV – Auto da Compadecida traz, nas ações das personagens e na temática subjacente, um tom moralizante religioso mesclado com o político, através dos quais o autor enfatiza os valores da fé e da esperança. (Falso)
V – Em Auto da Compadecida, o autor, mesmo evocando na escritura o gênero medieval de origem, promove uma inovação, ao colocar em cena o contexto sócio-político, cultural e religioso nordestino, numa postura crítica e questionadora. (Verdadeiro)
10. (FATEC) O escritor, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna morreu em 2014, aos 87 anos. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), esse autor traduziu em suas obras a tradição popular do Nordeste.
Assinale a alternativa que apresenta um trecho da obra Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
- “ SEVERINO
Não pode ser, João. Eu matei o bispo, o padre, o
sacristão, o padeiro e a mulher e eles morreram
esperando por você. Se eu não o matar, vêm-me
perseguir de noite, porque será uma injustiça com
eles. (...)”
(http://tinyurl.com/lelivros Acesso em: 20.08.14. Adaptado) - “Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e
modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo,
com um defeito apenas: não dar o mínimo valor
a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos
importância no mundo era João Teodoro. (...)”
(http://tinyurl.com/leitura-encantada Acesso em: 20.08.14. Adaptado) - “Havia muito que João Romão vivia exclusivamente
para essa ideia; sonhava com ela todas as noites;
comparecia a todos os leilões de materiais de
construção; arrematava madeiramentos já servidos;
comprava telha em segunda mão; fazia pechinchas
de cal e tijolos; acumulados (...)”
(http://tinyurl.com/dominiopub-1 Acesso em: 20.08.14. Adaptado) - “Aplica esta prova a todos os órgãos e compreendes o
meu princípio. Enquanto a inteligência e a felicidade
que dela se tira pela incansável acumulação de
noções, só te peço que compares Renan e o Grillo...”
(http://tinyurl.com/dominiopub-2 Acesso em: 20.08.14. Adaptado) - “Nhá Tolentina estava ficando rica de vender no
arraial pastéis de carne mexida com ossos de mão
de anjinho; dos vinténs enterrados juntamente com
mechas de cabelo, em frente das casas; e do João
Mangolô velho de guerra, voluntário do mato nos
tempos do Paraguai (...)”
(http://tinyurl.com/literaturapoeta-1 Acesso em: 20.08.14. Adaptado)
Resposta: A
Resolução: “ SEVERINO
Não pode ser, João. Eu matei o bispo, o padre, o
sacristão, o padeiro e a mulher e eles morreram
esperando por você. Se eu não o matar, vêm-me
perseguir de noite, porque será uma injustiça com
eles. (...)”