Classicismo
Lista de 10 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Classicismo com questões de Vestibulares.
O Classicismo foi um movimento artístico cultural, político e econômico que surgiu no século XV durante movimento renascentista, e que também marca o final da Idade Média e a iniciação da Idade Moderna.
Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Classicismo.
1. (Fuvest) Na Lírica de Camões:
- o verso usado para a composição dos sonetos é o redondilho maior;
- encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos;
- cantar a pátria é o centro das preocupações;
- encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX;
- a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.
Resposta: D
A obra lírica de Camões foi escrita em redondilhas maior e menor (medida velha) e em forma de soneto (medida nova) e inspirou muito poetas brasileiros do século XX.
2. (Mack) Sobre o poema Os Lusíadas, é incorreto afirmar que:
- quando a ação do poema começa, as naus portuguesas estão navegando em pleno Oceano Índico, portanto no meio da viagem;
- na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio Tejo;
- Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe descenda a “máquina do mundo”;
- Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias;
- É composto em sonetos decassílabos, mantendo em 1.102 estrofes o mesmo esquemas de rimas.
Resposta: E
Assim, temos como incorreta a afirmação E, que nos testemunha acerca da estrutura adotada por Camões para a constituição da obra. De fato, a obra constitui de 1102 estrofes decassílabas, com um modelo rítmico e fixo de rimas, todavia, não trata-se de um soneto (que é constituído por 14 versos) mas suas estâncias são oitavas, tendo de conseguinte modo, oito versos.
3. (Mack) O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de "Os Lusíadas" aparece em outro momento do poema.
Isso acontece no episódio:
- do Gigante Adamastor.
- do Velho do Restelo.
- de Inês de Castro.
- dos Doze de Inglaterra.
- do Concílio dos Deuses.
Resposta: B
Camões vivia uma vida desregrada, sendo preso algumas vezes e se dedicava à vida de boemia. Em uma de suas prisões, escreveu sua obra mais célebre: "Os Lusíadas", poesia épica que narra a viagem de Vasco da Gama às Índias.
Ao retornar para Portugal, tinha a intenção de publicar sua obra e, assim, D. Sebastião, então Rei de Portugal, deu-lhe uma quantia simbólica para concretizar o seu desejo. Camões só veio a ficar reconhecido, de fato, postumamente.
04. (URCA) São os principais representantes, na literatura portuguesa, do Classicismo:
- Gregório de Matos, Augusto dos Anjos, Padre José de Anchieta e Almeida Garret.
- Luiz de Camões, Gregório de Matos, Augusto dos Anjos e Antero de Quental.
- Luiz de Camões, Sá de Miranda, Antônio Ferreira e Bernardim Ribeiro.
- Almeida Garret, Florbela Espanca, Eça de Queiroz e Antônio Ferreira.
- Antero de Quental, Ricardo Reis, Padre Antônio Vieira.
Resposta: C
05. (UNIFESP)
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida,
começa de servir outros sete anos,
dizendo: “Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida”.
(Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.)
- dodecassílabo e ABAB ABAB ABC ABC.
- decassílabo e ABAB ABAB CDC DCD.
- heptassílabo e ABBA ABBA CDE CDE.
- decassílabo e ABBA ABBA CDE CDE.
- dodecassílabo e ABBA ABBA CDE CDE.
Resposta: D
Se tea nos de pas tor ja cob ser vi (a)
La bão, pai de Ra quel se rra na be (la)
Trata-se da “medida nova”, que é característica da poesia clássica de Camões.
A disposição de rima é interpolada nos quartetos (ABBA, ABBA) e intercalada nos tercetos (CDE, CDE).
06. (UNESP)
Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
alguma coisa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.
(Sonetos, 2001.)
No soneto, o eu lírico
- suplica a Deus que suas memórias afetivas lhe sejam subtraídas.
- expressa o desejo de que sua amada seja em breve restituída à vida.
- expressa o desejo de que sua própria vida também seja abreviada.
- suplica a Deus que sua amada também se liberte dos sofrimentos terrenos.
- lamenta que sua própria conduta tenha antecipado a morte da amada.
Resposta: C
Resolução:
No soneto de Camões analisado, “Alma minha gentil, que te partiste”, o poeta lamenta a perda de alguém a quem ele atribui a alcunha de "Alma minha".
A estrutura do texto faz pressupor tratar-se de sua amada, uma vez que fala de "amor ardente".
A tristeza expressa no texto é tão grande que o poeta desejar morrer logo, e pede que a amada rogue a Deus que lhe dê esse destino, para que possa com ela se encontrar, o que fica claro na seguinte passagem.
"roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou".
Do trecho pode se extrair o seguinte pedido, se Deus a levou tão cedo, diante dos seus olhos, o leve também, encurte os seus dias para que o casal possa se reencontrar.
07. (EsPCEx) Leia o soneto a seguir e marque a alternativa correta quanto à proposição apresentada.
Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento
Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consinto sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou por alto-mar e sem governo.
É tão grave de error, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
O artista do Classicismo, para revelar o que está no universo, adota uma visão
- subjetiva.
- idealista.
- racionalista.
- platônica.
- negativa.
Resposta: C
Resolução: O soneto apresenta uma reflexão racional e filosófica sobre o amor, seus paradoxos e contradições, característicos do Classicismo.
08. (EsPCEx) Em relação ao Classicismo, que se desenvolveu durante o século XVI, marque a alternativa correta.
- Esse movimento literário possibilita a expressão da condição individual, da riqueza interior do ser humano que se defronta com sua inadequação à realidade.
- A poesia dessa época adota convenções do bucolismo como expressão de um sentimento de valorização do ser humano.
- Os poetas pertencentes a esse período literário perseguiam uma expressão equilibrada, sóbria, capaz de transmitir o domínio que a razão exercia sobre a emoção individual, colocando o homem como centro de todas as coisas.
- Os autores dessa estética literária procuraram retratar a vida como é e não como deveria ou poderia ser. Perseguem a precisão nas descrições, principalmente pela harmonização de detalhes que, somados, reforçam a impressão de realidade.
- A poesia desse período passa a ser considerada um esforço de captação e fixação das sutis sensações produzidas pela investigação do mundo interior de cada um e de suas relações com o mundo exterior.
Resposta: C
O Classicismo nasceu durante o período conhecido como Renascimento e visava a criação de uma nova concepção de mundo e um novo prisma para a natureza do homem com base nas visões clássicas greco-romanas (daí o nome). No Brasil, o movimento ficou conhecido como Quinhentismo.
09. (UEA) Leia a estrofe XXVI (Canto X) de Caramuru, de Santa Rita Durão.
Em cuidadosa escola o temor santo,
Antes das Artes a qualquer se ensina;
Dão-lhe lições de ler, contar, de canto,
E o Catecismo da Cristã Doutrina:
Vendo-os o rude Pai, concebe espanto,
E pelo filho a Mãe à Fé se inclina,
Nem de meio entre nós mais apto se usa,
Que aquela Gente bárbara reduza.
(Caramuru, 2001.)
Nessa estrofe, evidencia-se
- o respeito ao ensinamento dos índios mais velhos.
- a defesa da preservação da cultura indígena.
- o elogio do comportamento obediente dos nativos.
- a descrição da amizade entre portugueses e indígenas.
- a exaltação do trabalho evangelizador dos portugueses.
Resposta: E
E o Catecismo da Cristã Doutrina:"
10. (UNICAMP)
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro: Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão. Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o chamado “neoplatonismo” camoniano
- é afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a união entre amador e pessoa amada resulta em uma alma única e perfeita.
- é confirmado nos dois últimos tercetos, uma vez que a beleza e a pureza reúnem-se finalmente na matéria simples que deseja.
- é negado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a consequência da união entre amador e coisa amada é a ausência de desejo.
- é contrariado nos dois últimos tercetos, uma vez que a pureza e a beleza mantêm-se em harmonia na sua condição de ideia.
Resposta: A