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“Sermão do Mandato”, de Antônio Vieira

Lista de 05 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema “Sermão do Mandato”, de Antônio Vieira com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema “Sermão do Mandato”, de Antônio Vieira.




Para responder às questões de 01 a 04, leia o trecho do “Sermão do Mandato”, de Antônio Vieira, pregado em Lisboa, no Hospital Real, no ano de 1643.

Estes são os poderes do tempo sobre o amor. Mas sobre qual amor? Sobre o amor humano, que é fraco; sobre o amor humano, que é inconstante; sobre o amor humano, que não se governa por razão, senão por apetite; sobre o amor humano, que, ainda quando parece mais fino, é grosseiro e imperfeito. O amor, a quem remediou e pôde curar o tempo, bem poderá ser que fosse doença; mas não é amor. O amor perfeito, e que só merece o nome de amor, vive imortal sobre a esfera da mudança, e não chegam lá as jurisdições do tempo. Nem os anos o diminuem, nem os séculos o enfraquecem, nem as eternidades o cansam. Quis-nos declarar Salomão, diz Santo Agostinho, que o amor que é verdadeiro tem obrigação de ser eterno; porque, se em algum tempo deixou de ser, nunca foi amor. Notável dizer! Em todas as outras coisas o deixar de ser é sinal de que já foram; no amor o deixar de ser é sinal de nunca ter sido. Deixou de ser, pois nunca foi. Deixastes de amar, pois nunca amastes. O amor que não é de todo o tempo, e de todos os tempos, não é amor, nem foi; porque, se chegou a ter fim, nunca teve princípio. É como a eternidade, que se por impossível tivera fim, não teria sido eternidade.

(Antônio Vieira. Essencial, 2011. Adaptado.)

01. (UEA-SIS-1 2025) Nesse trecho do sermão, o orador Antônio Vieira caracteriza o amor humano como

  1. enigmático.
  2. sublime.
  3. precário.
  4. grandioso.
  5. benevolente.

Resposta: C

Resolução: No trecho, Antônio Vieira caracteriza o amor humano como algo instável, fraco e governado por emoções, ou seja, precário, em contraste com o amor perfeito, que seria eterno e inabalável.

02. (UEA-SIS-1 2025) Antônio Vieira dirige-se diretamente a seus ouvintes no seguinte trecho:

  1. “Estes são os poderes do tempo sobre o amor”.
  2. “O amor perfeito [...] vive imortal sobre a esfera da mudança”.
  3. “o amor [...] verdadeiro tem obrigação de ser eterno”.
  4. “Deixou de ser, pois nunca foi”.
  5. “Deixastes de amar, pois nunca amastes”

Resposta: E

Resolução: Neste trecho, o orador se dirige diretamente ao ouvinte com o verbo "deixastes", engajando diretamente o público em sua argumentação.

03. (UEA-SIS-1 2025) Antônio Vieira recorre a um enunciado antitético (ou seja, um enunciado em que duas palavras de sentido contrário se opõem) no seguinte trecho:

  1. “Estes são os poderes do tempo sobre o amor”.
  2. “O amor, a quem remediou e pôde curar o tempo”.
  3. “O amor perfeito, e que só merece o nome de amor”.
  4. “não chegam lá as jurisdições do tempo”.
  5. “se chegou a ter fim, nunca teve princípio”.

Resposta: E

Resolução: O enunciado antitético ocorre na oposição entre "fim" e "princípio", demonstrando a contradição presente no conceito de amor que deveria ser eterno. Se algo teve fim, nunca foi amor verdadeiro.

04. (UEA-SIS-1 2025) Nem os anos o diminuem, nem os séculos o enfraquecem, nem as eternidades o cansam.”

Os pronomes sublinhados referem-se a

  1. “apetite”.
  2. “amor humano”.
  3. “tempo”.
  4. “amor perfeito”.
  5. “Santo Agostinho”.

Resposta: D

Resolução: Os pronomes "o" sublinhados fazem referência ao "amor perfeito" mencionado no texto, caracterizado por ser imutável e eterno, não afetado pelo tempo ou circunstâncias.

05. (C. U. CESMAC) Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro da circunferência, que, quanto mais continuadas, tantos menos unidas. (..) A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso quanto mais o amor?

(Padre Antonio Vieira, Sermão do mandato)

Padre António Vieira é reconhecido como um dos expoentes do período literário conhecido como o Barroco, período:

1) que reflete um momento conturbado da história do continente europeu.

2) caracterizado pelo desequilíbrio entre razão e emoção, pela expressão da dualidade humana.

3) cuja visão conflitante se manifestava pelo uso reiterado de figuras de linguagem, sobretudo de inversões e de antíteses.

4) em que à retórica argumentativa foi atribuída uma função socialmente relevante, como no trecho do sermão mostrado acima.

Estão corretas:

  1. 1, 2, 3 e 4.
  2. 1, 2 e 3, apenas.
  3. 1, 2 e 4, apenas.
  4. 2 e 3, apenas.
  5. 2 e 4, apenas.

Resposta: A

Resolução:

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