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Tratado Da maneira de Distinguir o Bajulador do Amigo, Plutarco

Lista de 04 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Tratado Da maneira de Distinguir o Bajulador do Amigo, Plutarco com questões de Vestibulares.


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Leia um trecho do tratado Da maneira de distinguir o bajulador do amigo, do historiador e filósofo grego Plutarco, para responder às questões de 01 a 04.

Quando um homem dá sem cessar, em palavras, provas de amor-próprio, meu caro Antíoco Filopapo, Platão observa que todos o desculpam; mas esse sentimento, acrescenta ele, entre uma pletora de vícios muito diferentes, contém um muito importante que impede que ele tenha sobre si mesmo um julgamento íntegro e imparcial. “Com efeito, o amante é cego a respeito do que ele ama”, a menos que tenha aprendido, por um estudo especial, a habituar-se a apreciar e procurar o belo, de preferência ao inato e ao familiar.

No seio da amizade eis que se abre ao bajulador um vasto campo de ação: nosso amor-próprio é para ele um terreno de acesso inteiramente propício à investigação sobre nós; por causa desse sentimento, cada um de nós é o primeiro e o maior adulador de si próprio, não hesitando em confiar no bajulador estranho de quem espera ter a aprovação para confirmar suas crenças e desejos. Com efeito, aquele que é acusado de gostar da bajulação não passa de um homem perdidamente enamorado de si, que, pela paixão que a si mesmo dedica, deseja e crê possuir todas as qualidades; ora, se o desejo é natural, a crença é, entretanto, arriscada e reclama bastante circunspecção.

Mas, supondo-se que a verdade seja divina e seja, segundo Platão, o princípio “de todos os bens para os deuses e de todos os bens para os homens”, o bajulador está muito arriscado a ser inimigo dos deuses e sobretudo do deus Pítico, pois não deixa de estar em contradição com o “conhece-te a ti mesmo”, iludindo cada um quanto à sua própria pessoa e tornando-o cego, no que diz respeito a si mesmo, e às virtudes e aos vícios que lhe concernem, pois torna as primeiras imperfeitas e inacabadas, os outros, totalmente incuráveis.

(Plutarco. Como tirar proveito de seus inimigos / Da maneira de distinguir o bajulador do amigo, 2011. Adaptado.)

01. (FMJ) De acordo com Plutarco, tendemos a confiar nos bajuladores porque

  1. estamos também constantemente bajulando os outros.
  2. desconhecemos, primordialmente, a nós mesmos.
  3. somos, antes de mais nada, incapazes de reconhecer nossas qualidades.
  4. somos, antes de tudo, os maiores aduladores de nós mesmos.
  5. hesitamos, covardemente, em confrontar aqueles que pensam diferente de nós.

02. (FMJ) Para Plutarco, o bajulador está em contradição com o “conhece-te a ti mesmo” porque

  1. desconhece a si mesmo.
  2. impede que os outros se conheçam.
  3. conhece apenas a si mesmo.
  4. conhece apenas os outros.
  5. impede que os outros o conheçam.

03. (FMJ) “Quando um homem dá sem cessar, em palavras, provas de amor-próprio, meu caro Antíoco Filopapo, Platão observa que todos o desculpam; mas esse sentimento, acrescenta ele, entre uma pletora de vícios muito diferentes, contém um muito importante que impede que ele tenha sobre si mesmo um julgamento íntegro e imparcial.”

Os referentes dos termos sublinhados nesse trecho são, respectivamente,

  1. Antíoco Filopapo, Platão e Antíoco Filopapo.
  2. Antíoco Filopapo, Antíoco Filopapo e Platão.
  3. Platão, Antíoco Filopapo e homem.
  4. homem, Platão e Platão.
  5. homem, Platão e homem.

04. (FMJ) “‘Com efeito, o amante é cego a respeito do que ele ama’, a menos que tenha aprendido, por um estudo especial, a habituar-se a apreciar e procurar o belo, de preferência ao inato e ao familiar.”

Em relação ao trecho que o antecede, o trecho sublinhado expressa ideia de

  1. consequência.
  2. comparação.
  3. conclusão.
  4. condição.
  5. causa.

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