Home > Banco de Questões > Literatura > Obras >Um Gênero Tipicamente Brasileiro, Humberto Werneck

Um Gênero Tipicamente Brasileiro, Humberto Werneck

Lista de 06 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Um Gênero Tipicamente Brasileiro, Humberto Werneck com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Um Gênero Tipicamente Brasileiro, Humberto Werneck.




Para responder às questões de 01 a 06, leia um trecho do prefácio “Um gênero tipicamente brasileiro”, do escritor Humberto Werneck, publicado na antologia Boa companhia: crônicas.

Fernando Sabino e Rubem Braga, por longos anos obrigados a desovar crônicas diárias, não se limitavam, nas horas de aperto, a requentar seus requintados escritos — chegaram a permutar, na moita, velhos recortes, na suposição de que os textos, de tão antigos, já se houvessem apagado da memória do leitor de jornal, recuperando assim a virgindade tipográfica. O troca-troca, contado por Fernando Sabino na crônica “O estranho ofício de escrever”, merece ser aqui reproduzido:

Éramos três condenados à crônica diária: Rubem no Diário de Notícias, Paulo no Diário Carioca e eu no O Jornal. Não raro um caso ou uma ideia, surgidos na mesa do bar, servia de tema para mais de um de nós. Às vezes para os três. Quando caiu um edifício no bairro Peixoto, por exemplo, três crônicas foram por coincidência publicadas no dia seguinte, intituladas respectivamente: “Mas não cai?”, “Vai cair” e “Caiu”.

Até que um dia, numa hora de aperto, Rubem perdeu a cerimônia:

— Será que você teria aí uma crônica pequenininha para me emprestar?

Procurei nos meus guardados e encontrei uma que talvez servisse: sobre um menino que me pediu um cruzeiro para tomar uma sopa, foi seguido por mim até uma miserável casa de pasto da Lapa: a sopa existia mesmo, e por aquele preço. Chamava-se “O preço da sopa”. Rubem deu uma melhorada na história, trocou “casa de pasto” por “restaurante”, elevou o preço para cinco cruzeiros, pôs o título mais simples de “A sopa”.

Tempos mais tarde chegou a minha vez — nada como se valer de um amigo nas horas difíceis:

— Uma crônica usada, de que você não precisa mais, qualquer uma serve.

— Vou ver o que posso fazer — prometeu ele.

Acabou me dando de volta a da sopa.

— Logo esta? — protestei.

— As outras estão muito gastas.

Sou pobre mas não sou soberbo. Ajeitei a crônica como pude, toquei-lhe uns remendos, atualizei o preço para dez cruzeiros e liquidei de vez com ela, sob o título:

“Esta sopa vai acabar”.

Eternamente deleitável ou imediatamente deletável — depende menos do tema do que das artes do autor —, a crônica pode não ser um “gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam”, como sustentava Luís Martins — um dos recordistas brasileiros nesse ramo de escreveção. Um subgênero, há quem desdenhe. “Literatura em mangas de camisa”, diz-se em Portugal.

Mas, para o crítico Wilson Martins, trata-se de uma “espécie literária” que de jornalístico “só tem o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos.”

(Humberto Werneck (org.). Boa companhia: crônicas, 2005. Adaptado.)

01. (Albert Einstein 2023-1) Uma característica presente no prefácio de Humberto Werneck e bastante recorrente no gênero crônica é:

  1. o discurso socialmente engajado.
  2. o caráter metalinguístico.
  3. o tom moralizante.
  4. a linguagem rebuscada.
  5. a informalidade da linguagem.

02. (Albert Einstein 2023-1) Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:

  1. “chegaram a permutar, na moita, velhos recortes” (1º parágrafo).
  2. “Quando caiu um edifício no bairro Peixoto” (2º parágrafo).
  3. “nada como se valer de um amigo nas horas difíceis” (6º parágrafo).
  4. “por longos anos obrigados a desovar crônicas diárias” (1º parágrafo).
  5. “o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos” (13º parágrafo).

03. (Albert Einstein 2023-1) “a crônica pode não ser um ‘gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam’” (13º parágrafo)

A expressão sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:

  1. nem.
  2. mesmo.
  3. inclusive.
  4. salvo.
  5. aliás.

04. (Albert Einstein 2023-1) Em “Até que um dia, numa hora de aperto, Rubem perdeu a cerimônia” (3º parágrafo), a expressão sublinhada tem o sentido de

  1. foi excessivamente sentimental.
  2. rendeu-se a um desejo obscuro.
  3. quebrou uma regra social implícita.
  4. falou com mais sinceridade.
  5. expressou-se com enorme dificuldade.

05. (Albert Einstein 2023-1) Para evitar sua repetição, omite-se um substantivo que pode ser facilmente identificado pelo contexto linguístico em:

  1. “Sou pobre mas não sou soberbo.” (12º parágrafo)
  2. “Um subgênero, há quem desdenhe.” (13º parágrafo)
  3. “‘Literatura em mangas de camisa’, diz-se em Portugal.” (13º parágrafo)
  4. “Acabou me dando de volta a da sopa.” (9º parágrafo)
  5. “Não raro um caso ou uma ideia, surgidos na mesa do bar, servia de tema para mais de um de nós.” (2º parágrafo)

06. (Albert Einstein 2023-1) “— Vou ver o que posso fazer — prometeu ele.” (8º parágrafo)

Ao se transpor o trecho para o discurso indireto, a locução verbal sublinhada assume a seguinte forma:

  1. veria.
  2. viu.
  3. via.
  4. vira.
  5. verei.

Clique Para Compartilhar Esta Página Nas Redes Sociais



Você acredita que o gabarito esteja incorreto? Avisa aí 😰| Email ou WhatsApp