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Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa

Lista de 10 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa com questões de Vestibulares.


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01. (Enem) A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.

A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por

Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por

  1. romper com a linearidade das ações da narrativa literária.
  2. ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história.
  3. articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas.
  4. potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais.
  5. desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição.

02. (Enem) Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: — Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas-d' angola, como todo mundo faz? — Quero criar nada não... — me deu resposta: — Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.

ROSA, J. G. Grande Sertão : Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação decorrente de uma desigualdade social típica das áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador

  1. relata o seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em ajudar seus agregados, uma vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.
  2. descreve o processo de transformação de um meeiro — espécie de agregado — em proprietário de terra
  3. denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.
  4. mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição de homem livre e, ao mesmo tempo, dependente.
  5. mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.

03. (PUC-RS) De tudo não falo. Não tenciono relatar ao senhor

minha vida em dobrados passos; servia para quê?

Quero é armar o ponto dum fato, para depois lhe

pedir um conselho. Por daí, então, careço de que

[5] o senhor escute bem essas passagens: da vida de

Riobaldo, o jagunço.

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p.187.

No texto, o narrador de Grande sertão: veredas dirige-se ao seu interlocutor, _________, a quem narra os episódios vividos por/pelo _________, num fluxo contínuo, marcado pela oralidade da fala do sertão de _________

  1. o doutor – ele mesmo – Minas Gerais
  2. o doutor – chefe – São Paulo
  3. Hermógenes – jagunço – São Paulo
  4. Zé Bebelo – chefe – Minas Gerais

04. (PUC-Campinas) Ao longo da década de 1950, período marcado pelo que se chamou de “desenvolvimentismo”, manifestou-se uma nova geração de escritores, bastante viva, apostando em profundo mergulho num Brasil histórico e mítico, como no caso singular de Guimarães Rosa, ou em tendências de vanguarda, como a dos poetas do “Concretismo”, que concebiam a linguagem como objeto visual, disposta na página em relação funcional com o espaço branco ou colorido, e aproveitando ainda, por vezes, o chamamento de recursos gráficos usuais nas mensagens de propaganda.

(MOREIRA, Tibúrcio. Inédito)

A singularidade de Guimarães Rosa, de cuja obra é ponto culminante o romance Grande sertão: veredas, está sobretudo no fato de ter conseguido, nessa obra prima,

  1. expressar aspectos regionais numa narração excepcionalmente criativa e de alcance universal.
  2. combinar os gêneros de um poema em prosa modernista e de uma exemplar novela de cavalaria.
  3. alternar o falar caipira e o falar urbano, numa sucessão de quadros de diferentes regiões brasileiras.
  4. retomar o gênero épico por meio de uma narrativa que dramatiza nosso processo colonial.
  5. estabelecer um novo padrão linguístico com base na valorização criativa da norma culta.

05. (PUC-Campinas) Por vezes, a literatura pode se pautar por diferentes tempos: há o tempo da história narrada, de sua sequência cronológica, e há o tempo da linguagem que processa essa história. A linguagem experimental do irlandês James Joyce reinterpreta, em pleno século XX, a história mítica de Ulisses.

No Brasil, há uma ocorrência similar, se pensamos em Grande sertão: veredas, romance onde Guimarães Rosa articula magistralmente dois planos temporais:

  1. a história do passado colonial e o registro das velhas crônicas medievais.
  2. o ritmo cantante da lírica e a urgente denúncia política.
  3. o universo arcaico do sertão e a expressão linguística ousada e inventiva.
  4. a corrosão nostálgica da memória e a busca de uma nova mitologia.
  5. o desapego às crenças do passado e a obsessão pelo experimentalismo estético.

06. (UEFS) O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito — por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava.

ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 449.

O texto em destaque é um fragmento da obra Grande Sertão: veredas, do escritor modernista Guimarães Rosa.

Segundo as reflexões do sujeito narrador Riobaldo, a vida pode ser vista como

  1. o trânsito da existência, marcada pela mistura instável de experiências ambivalentes, que exigem a coragem do ser humano.
  2. a ambiguidade de vivências que, em vez de gerar a alegria, reforçam a tristeza e a insegurança nas tomadas de decisões.
  3. uma grande dúvida sobre o que realmente é importante e essencial para a felicidade e satisfação do homem.
  4. uma prova única capaz de transformar o viver das pessoas na concretização do desejo de felicidade.
  5. um repertório existencial de reflexões que garantem todas as sensações positivas para o indivíduo.

07. (Enem) O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.

ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

No romance Grande Sertão: veredas, o protagonista Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo se aproxima de um(a)

  1. diário, por trazer lembranças pessoais.
  2. fábula, por apresentar uma lição de moral.
  3. notícia, por informar sobre um acontecimento.
  4. aforismo, por expor uma máxima em poucas palavras.
  5. crônica, por tratar de fatos do cotidiano.

08. (PUC-Campinas) Na ficção de Guimarães Rosa, cuja primeira virtude é chamar o leitor para uma espécie de gramática de uma nova língua, o cenário privilegiado é o de um amplo sertão brasileiro, entendido ainda como espaço simbólico. E o autor teve olhos também para o nascimento de Brasília, num conto de Primeiras estórias. Entre o tempo arcaico e o tempo do futuro, entre “a roça e o elevador”, para lembrar uma imagem de Carlos Drummond de Andrade, Rosa escolheu a ambos: linguagem de novíssima arquitetura, temas que remontam ao regionalismo primitivo, povoado de coronéis e jagunços.

(Aristides Valerim, inédito)

As disputas violentas entre bandos de jagunços fornecem ao romance Grande sertão: veredas uma linha narrativa básica, pontuada pela presença intensa de um amor culposo, de sofridas indagações acerca do que é o Bem e o que é o Mal. Por conta disso, nesse romance de Guimarães Rosa as tonalidades da épica, da lírica e da reflexão metafísica ou moral

  1. excluem-se reciprocamente, razão pela qual o romance apresenta-se dividido em três partes.
  2. integram-se de modo admirável, costuradas pela linguagem nova e surpreendente criada pelo artista.
  3. combatem-se a maior parte do tempo, saindo vitorioso o sentimento cristão que a tudo consegue harmonizar.
  4. alternam-se um tanto arbitrariamente, constituindo isso a única fragilidade do romance.
  5. dão ao conjunto um aspecto nebuloso, entre farsa e tragédia, que se oferece ao leitor como enigma insolúvel.

09. (UFU) O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado!

ROSA, Guimarães. Grande Sertão: veredas. 6 ed, Rio de Janeiro: José Olympio, 1968. p. 18.

O trecho acima, de Grande Sertão: veredas, remete à descrição do espaço geográfico na obra de Guimarães Rosa.

Em relação ao espaço geográfico, é correto afirmar que, em

  1. “São Marcos”, a astúcia do sertanejo vence o embate com a civilização, metaforizada pelo indivíduo da cidade, que não sobrevive à violência do sertão.
  2. “São Marcos”, o espaço é descrito através de imagens da fauna e da flora que metaforizam uma religiosidade “sertaneja”, marcada pela benevolência e pelo perdão.
  3. “A volta do marido pródigo”, o sertanejo é visto como ardiloso e astucioso, totalmente adaptado a um meio ambiente violento e rústico.
  4. “A volta do marido pródigo”, a descrição do espaço volta-se para as regiões mais violentas do sertão brasileiro, onde não há nenhum traço da urbanidade.

10. (UEFS) Ao que, digo ao senhor, pergunto: em sua vida é assim? Na minha, agora é que vejo, as coisas importantes, todas, em caso curto de acaso foi que se conseguiram — pelo pulo fino de sem ver se dar — a sorte momenteira, por cabelo por um fio, um clim de clina de cavalo. Ah, e se não fosse, cada acaso, não tivesse sido, qual é então que teria sido o meu destino seguinte? Coisa vã, que não conforma respostas. Às vezes essa ideia me põe susto. Mas, o senhor veja: cheguei em casa do Mestre Lucas, ele me saudou, tão natural. Achei também tudo o natural, eu estava era cansado. E, quando Mestre Lucas me perguntou se eu vinha era de passeata, ou de recado da fazenda, expliquei que não: que eu tinha merecido licença de meu padrinho, para começar vida própria em Curralinho ou adiante, a fito de desenvolver mais estudos e apuramento só de cidade.

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 117-118.

O fragmento em foco faz parte de uma das mais importantes obras da literatura brasileira – “Grande sertão: veredas”. No texto, o narrador

  1. revela-se distanciado do pensamento determinista.
  2. considera o seu destino como fruto de eventos fortuitos.
  3. compreende e assume a responsabilidade do ato de escolher.
  4. questiona o valor de uma trajetória de vida cuja marca é a estabilidade.
  5. mostra-se inconformado com a intervenção de forças superiores no rumo de sua vida.

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