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Luís Bernardo Honwana

Lista de 07 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Luís Bernardo Honwana com questões de Vestibulares.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Luís Bernardo Honwana.




01. (ITA 2024) A respeito do livro Nós matamos o cão tinhoso, de Luís Bernardo Honwana, assinale a alternativa INCORRETA.

  1. A perspectiva infantil, como no conto que dá título ao livro, acaba por destacar as contradições e tensões sociais produzidas pelo colonialismo.
  2. Em todos os contos do livro, a violência do racismo, seja qual for a sua natureza, é denunciada.
  3. O silenciamento, como em “A velhota”, pode ser interpretado como uma estratégia de sobrevivência, preservação da humanidade e cuidado com os outros.
  4. O uso de termos do idioma ronga é uma das características linguísticas do livro.
  5. No livro, não há questionamentos quanto às estruturas sociais do poder colonizador, apenas quanto aos aspectos culturais do colonialismo.

02. (ITA 2024) A respeito de Nós matamos o cão tinhoso, de Luís Bernardo Honwana, assinale a alternativa CORRETA.

  1. A crítica ao colonialismo é circunscrita às mulheres, como em “Dina”.
  2. O vocabulário com termos do idioma ronga é uma forma de inscrever, na própria linguagem, o sucesso humanitário do colonialismo português.
  3. O uso de termos do idioma ronga é uma forma de inscrever, na própria linguagem, o desprezo para com a cultura local por parte do escritor.
  4. Marcas de oralidade e vocabulário, a despeito da ocupação portuguesa, sugerem uma identidade cultural autônoma e forte.
  5. Uma das características que as personagens apresentam é o elitismo introjetado pelos povos colonizados, como em “Nhinguitimo”.

03. (ITA 2024) Leia abaixo o excerto do conto “A velhota”, de Luís Bernardo Honwana. Em seguida, assinale a alternativa INCORRETA. “Não, eu não contaria.

Não fora para isso que viera para casa. Além disso, não seria eu a destruir neles fosse o que fosse. A seu tempo alguém se encarregaria de os pôr na raiva. Não, eu não contaria.”

  1. O narrador revela a sua certeza em relação ao futuro de seus irmãos e deixa transparecer a sua impotência para evitar isso.
  2. A recusa do narrador em relatar o que lhe acontecera é uma maneira de poupar a sua família de maiores preocupações.
  3. A violenta dominação portuguesa é representada por aqueles que agrediram o narrador.
  4. A raiva a que se refere o narrador aparece, o tempo todo, em suas relações familiares, tanto com seus irmãos, quanto com sua mãe.
  5. Assim como Madala, o narrador do conto não tem o que fazer, além de suportar as violências às quais é submetido, inclusive para proteger sua família.

05. (ITA 2024) No conto “Dina”, de Luís Bernardo Honwana, o capataz, ao descobrir que Maria é filha de Madala, desespera-se e oferece ao ancião a tarde de folga para que ele possa conversar com a moça. Tal passagem sugere que:

  1. o capataz se arrependeu de ter violentado Maria, pois nutria por Madala grande estima e consideração.
  2. apesar de todas as violências cometidas pelo capataz contra os negros, estuprar uma mulher na presença do pai dela extrapola toda e qualquer ética possível entre homens.
  3. Madala recebia do capataz um tratamento privilegiado, principalmente em relação ao tempo de descanso, e, por isso, era menosprezado por seus iguais.
  4. o capataz teve receio de alguma tentativa de retaliação por parte de Madala e seus companheiros, o que o fez reavaliar as suas atitudes violentas.
  5. por ter se apaixonado pela moça, o capataz quis agradar ao seu velho pai, por quem nutria grande afeto, respeito e consideração.

Texto I

“Na confusão verde do fundo da machamba, Maria não viu o capataz imediatamente. Esbracejou com aflição, tentando libertar as pernas. O braço rodeou-lhe os ombros duramente. O bafo quente e ácido do homem aproximou-se da sua face. A capulana da Maria desprendeu-se durante a breve luta e a sensação fria de água tornou-se-lhe mais vívida. Um arrepio fê-la contrair-se.

Sentiu nas coxas nuas a carícia morna e áspera dos dedos calosos do homem.”

Luis Bernardo Honwana. Dina, In: Nós Matamos o Cão Tinhoso!.

Texto II

“– Mas choraste. A bofetada que te dei foi só uma disciplina para aprenderes a não fazer ciúmes. Gosto muito de ti, Sarnau. És a minha primeira mulher. É tua a honra deste território. Tu és a mãe de todas as mães da nossa terra. Tu és o meu mundo, minha flor, rebuçado [bala] do meu coração. Deixei cair duas gotas de fel bem amargas e salgadinhas. Meu marido acariciava-me à moda dos búfalos; dizia-me coisas no ouvido e o seu hálito fedia a álcool, enjoava-me, arrepiavame, maltratando o meu corpinho frágil. Explodi furiosa e chorei de amargura.

– Sarnau, pareces ser uma machamba difícil. Já faz tempo que semeio em ti e não vejo resultado. Com a outra foi tão diferente. Bastou uma sementeira e germinou logo.

– Casámo-nos há pouco tempo, Nguila, muito pouco tempo.

– Não tenho lá muita paciência. Não estou para lavrar sem colher.”

Paulina Chiziane. Balada de amor ao vento, p. 61-62.

06. (Fuvest 2024) Os trechos transcritos foram retirados dos livros dos moçambicanos Luís Bernardo Honwana e Paulina Chiziane. Em ambos, observa-se a ocorrência da palavra “machamba”.

A respeito do uso desse termo, é correto afirmar:

  1. No texto I, machamba refere-se a um matagal, em sentido denotativo; no texto II, ao papel de esposa de Sarnau, em sentido conotativo.
  2. No texto I, machamba possui sentido literal, referindo-se às terras para cultivo; no texto II, o sentido é figurado, referindo-se ao útero de Sarnau.
  3. No texto I, machamba possui sentido figurado, referindose à colheita; no texto II, o sentido é literal, referindo-se a um problema.
  4. Em ambos os textos, machamba apresenta sentido literal e refere-se a um terreno agrícola de produção familiar.
  5. Em ambos os textos, machamba possui sentido figurado e refere-se às terras férteis ocupadas pelos portugueses.

07. (Fuvest 2024) Nos excertos, os escritores moçambicanos descrevem, cada um em seu contexto, cenas de violência. Sobre elas, é correto afirmar:

  1. Luís Bernardo Honwana descreve uma cena de violência psicológica velada do capataz contra a mulher, sem que ela perceba a agressão sofrida.
  2. Luís Bernardo Honwana expõe a violência social de que a mulher é vítima ao relatar uma discussão acalorada que ela trava com o capataz.
  3. Luís Bernardo Honwana narra uma luta física entre o capataz e a mulher, a qual tenta resistir à agressão sofrida, mas acaba por consentir com a relação.
  4. Paulina Chiziane apresenta elementos narrativos que permitem identificar a agressão psicológica e física praticada, pelo marido, contra a mulher.
  5. Paulina Chiziane associa a violência contra a mulher a um processo educativo que visa zelar pela estabilidade da relação conjugal e pela felicidade do casal.

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