Ilíada e a Odisseia, de Homero
Lista de 06 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Ilíada e a Odisseia, de Homero com questões de Vestibulares.
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01. (Unesp) A Ilíada, de Homero, data do século VIII a.C. e narra o último ano da Guerra de Troia, que teria oposto gregos e troianos alguns séculos antes. Não se sabe, no entanto, se esta guerra de fato ocorreu ou mesmo se Homero existiu. Diante disso, o procedimento usual dos estudiosos tem sido:
- desconsiderar os relatos atribuídos a Homero, pois não temos certeza de sua procedência, nem se eles nos contam a verdade sobre o passado grego.
- identificar na obra, apesar das dúvidas, características da sociedade grega antiga, como a valorização das guerras e a crença na interferência dos deuses na vida dos homens.
- desconfiar de Homero, pois ele era grego e assumiu a defesa de seu povo, abrindo mão da completa neutralidade que todo relato histórico deve ter.
- acreditar que a Guerra de Troia realmente aconteceu, pois Homero não poderia ter imaginado tantos detalhes e personagens tão complexos como os que aparecem no poema.
- descartar o uso da obra como fonte histórica, pois, mesmo que a guerra tenha ocorrido, a Ilíada é um relato literário e não foi escrita com rigor e precisão científica.
02. (FMABC) “A Ilíada e a Odisseia são, certamente, fruto de uma longa tradição oral em que os poetas (chamados aedos) declamavam os episódios da guerra de Troia e as aventuras de Odisseu. Esses relatos eram cantados acompanhados por música, e passados de geração em geração, tendo sofrido muitas alterações e adaptações. Só mais tarde, cerca de 550 a.C., os poemas foram escritos pela primeira vez.”
Marcelo Rede. A Grécia antiga. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 16.
A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que a Ilíada e a Odisseia são
- relatos que, à época, alimentavam a profunda rivalidade e os ininterruptos conflitos, hoje bastante estudados, entre gregos e troianos.
- fonte importante para os historiadores, pois acumulam informações sobre diferentes épocas e sobre o funcionamento da sociedade grega.
- registros sobre uma guerra decisiva, cuja precisão e veracidade podem ser confirmadas pela farta documentação hoje conhecida sobre Troia.
- poemas interessantes, mas inúteis para os historiadores, pois suas informações não são verdadeiras e suas bases não são científicas.
03. (Universidade de Gurupi) Leia o texto a seguir
Por mais que Helena desenvolva nas epopeias atividades associadas pelos gregos às suas esposas legítimas, como a tecelagem, o gerenciamento das criadas, a vinculação à roca, e receba por isso qualificações próprias do feminino, como “divina entre as mulheres”, ela age, inclusive, assumindo a condição de aedo, o que pode ser percebido no canto IV da Odisseia e no III da Ilíada, quando tece uma tapeçaria representativa dos conflitos entre helenos e troianos. Quando se espera das mulheres gregas o silêncio, Helena fala
LESSA, Fábio de Souza; MACIEL, Felipe Marques. A Helena épica sob a ótica do gênero. Hélade, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, out. 2018, p. 105. (Adaptado).
De acordo com o texto, a personagem da obra de Homero evidencia a possibilidade que as mulheres do período arcaico tinham de
- conquistar a salvaguarda familiar que garantia a elas a liberdade e a cidadania.
- romper as fronteiras culturais que impunham a elas a passividade e a reclusão.
- superar a barreira religiosa que dificultava a elas alcançar a santidade e a sacralidade.
- expandir as atividades domésticas que permitiam a elas realizar o comércio e o artesanato.
04. (UPE) Desde Homero, a poesia greco-romana traçou um padrão de qualidade, que se configura entre as grandes produções literárias do Ocidente. Sobre a produção poética do mundo clássico, analise as seguintes afirmações:
I. A poesia de Homero, exemplo de epopeia, serve como fonte para os primórdios da formação do povo grego.
II. A Odisséia pode ser interpretada, em especial a passagem do canto das sereias, como a afirmação do poder das elites, personificadas na figura do herói Ulisses.
III. A obra de Safo de Lesbos é marcada pelo erotismo, exaltando as figuras femininas.
IV. A Ilíada, poema que descreve a Guerra de Tróia, foi escrita por Parmênides, apesar de ser atribuída a Homero.
V. Aristóteles também se destacou na produção poética, com uma obra que teve forte influência nos escritos do poeta romano Petrônio, em especial no Satiricon.
Estão CORRETAS
- I, II e III.
- I, III e V.
- II, IV e V.
- I, II e IV.
- II, III e IV.
05. (Unesp) A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e entre os homens, não todos os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em combate. Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado.
(François Hartog. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo, 2015. Adaptado.)
O texto afirma que a obra de Homero
- questiona as ações heroicas dos povos fundadores da Grécia Antiga, pois se baseia na concepção filosófica de physis.
- valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e que estão no fundamento das concepções modernas de tempo e história.
- é fundadora da ideia de história, pois concebe o passado como um tempo que prossegue no presente e ensina os homens a aprenderem com seus erros.
- identifica uma forma do pensamento mítico e uma visão de passado estranha à ideia de diálogo entre temporalidades, que caracteriza a história.
- desenvolve uma abordagem crítica do passado e uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à da filosofia pré-socrática.
06. (UEFS) Leia o trecho de Odisseia, poema grego composto no final do século VIII a.C.
Tenho uma serva velha, muito compreensiva,
que amamentou e criou o meu pobre marido,
recebendo-o nos braços no dia em que a mãe o deu à luz. [...]
Anda lá, ó sensata Euricleia, levanta-te agora:
lava os pés de quem tem a idade do teu amo.
(Homero. Odisseia, 2011.)
O trecho apresenta as palavras da rainha Penélope no momento da chegada de Ulisses ao palácio da ilha de Ítaca. Considerando o conteúdo do trecho e a organização social na Grécia Antiga, pode-se sustentar a
- predominância do poder político feminino nas cidades monárquicas.
- existência de relações escravistas no interior das famílias nobres.
- natureza pacífica das relações entre gregos e bárbaros.
- tendência à libertação dos escravos depois da Guerra de Troia.
- resistência passiva dos trabalhadores estrangeiros nos palácios dos reis.