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Caramuru, de Frei de Santa Rita Durão

Lista de 03 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Caramuru, de Frei de Santa Rita Durão com questões de Vestibulares.


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01. (UEA) Para responder a questão, leia a quarta estrofe do Canto I de Caramuru, de José de Santa Rita Durão, em que o eu poético se dirige a D. José I, rei de Portugal, a quem o poema é dedicado.

Nele vereis nações desconhecidas,

Que em meio dos sertões a fé não doma,

E que puderam ser-vos convertidas

Maior império que houve em Grécia ou Roma:

Gentes vereis e terras escondidas,

Onde, se um raio da verdade assoma,

Amansando-as, tereis na turba imensa

Outro reino maior que a Europa extensa.

(Cláudio Manuel da Costa et al. Arcadismo: líricos e épicos, 2010.)

Compare a estrofe de Caramuru com a estrofe inicial de Os lusíadas, de Luís Vaz de Camões.

As armas e os barões assinalados

Que, da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca de antes navegados,

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;

(Obra completa, 2005.)

A partir da comparação entre os poemas, é correto afirmar:

  1. a linguagem de Os lusíadas tem um tom solene, enquanto Caramuru é escrito com um tom intimista, como se fosse um diário.
  2. ambos narram os grandes feitos de heróis que empreendem viagens e se aventuram em nome da expansão do reino português.
  3. enquanto em Os lusíadas os portugueses são caracterizados como valorosos e sem defeitos, em Caramuru o português é ridicularizado.
  4. Santa Rita Durão seguiu em Caramuru o modelo do poema de Camões, embora não tenha mantido o mesmo padrão de rimas (abababcc).
  5. ambos relatam a história de Portugal, conferindo acentuado realismo aos atos dos regentes portugueses ao longo da história.

02. (UFSM) Em Caramuru, poema épico de Santa Rita Durão, o herói, Diogo Álvares Correia, em determinado momento narrado no Canto VII, chega com Paraguaçu, sua amada, à França, onde, instado pelo rei, relata as belezas da terra brasileira. Entre as flores, uma é destacada:

XXXIX

É na forma redonda, qual diadema

De pontas, como espinhos, rodeada,

A coluna no meio, e um claro emblema

Das chagas santas e da cruz sagrada:

Veem-se os três cravos e na parte extrema

Com arte a cruel lança figurada,

A cor é branca, mas de um roxo exangue,

Salpicada recorda o pio sangue.

XL

Prodígio raro, estranha maravilha,

Com que tanto mistério se retrata!

Onde em meio das trevas a fé brilha,

Que tanto desconhece a gente ingrata:

Assim do lado seu nascendo filha

A humana espécie, Deus piedoso trata,

E faz que quando a graça em si despreza,

Lhe pregue co'esta flor a natureza.

A partir desse fragmento, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa a seguir.

( ) As duas estrofes podem ser classificadas como oitavas compostas apenas de versos decassílabos.

( ) A estrofe XXXIX é basicamente descritiva, em que detalhes da anatomia da flor são aproximados da tradicional imagem de Jesus Cristo na cruz.

( ) A estrofe XL apresenta uma interpretação da personagem, que considera a presença da flor uma manifestação misteriosa da graça de Deus entre os índios, os quais, por meio da visão da planta, convertem-se.

( ) Na análise conjunta das duas estrofes, percebe-se a presença de duas características marcantes da primeira literatura feita no Brasil: a descrição da natureza local e a preocupação com a conversão do nativo à fé do colonizador.

A sequência correta é

  1. V - V - F - V.
  2. F - V - F - V.
  3. V - F - V - F.
  4. F - V - V - V.
  5. V - F - F - F.

03. (UEA) Leia a estrofe XXVI (Canto X) de Caramuru, de Santa Rita Durão.

Em cuidadosa escola o temor santo,

Antes das Artes a qualquer se ensina;

Dão-lhe lições de ler, contar, de canto,

E o Catecismo da Cristã Doutrina:

Vendo-os o rude Pai, concebe espanto,

E pelo filho a Mãe à Fé se inclina,

Nem de meio entre nós mais apto se usa,

Que aquela Gente bárbara reduza.

(Caramuru, 2001.)

Nessa estrofe, evidencia-se

  1. o respeito ao ensinamento dos índios mais velhos.
  2. a defesa da preservação da cultura indígena.
  3. o elogio do comportamento obediente dos nativos.
  4. a descrição da amizade entre portugueses e indígenas.
  5. a exaltação do trabalho evangelizador dos portugueses.

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