Sistemas de Comunicação
Lista de 10 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Sistemas de Comunicação com questões do Enem.
Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Sistemas de Comunicação.
01. (Enem 2024) A Língua da Tabatinga, falada na cidade de Bom Despacho, Minas Gerais, foi por muito tempo estigmatizada devido à sua origem e à própria classe social de seus falantes, pois, segundo uma pesquisadora, era falada por “meninos pobres vindos da Tabatinga ou de Cruz de Monte – ruas da periferia da cidade cujos habitantes sempre foram tidos por marginais”. Conhecida por antigos como a “língua dos engraxates”, pois muitos trabalhadores desse ofício conversavam nessa língua enquanto lustravam sapatos na praça da matriz, a Língua da Tabatinga era utilizada por negros escravizados como uma espécie de “língua secreta”, um código para trocarem informações de como conseguir alimentos, ou para planejar fugas de seus senhores sem risco de serem descobertos por eles.
De acordo com um documento do Iphan (2011), os falantes da língua apresentam uma forte consciência de sua relação com a descendência africana e da importância de preservar a “fala que os identifica na região”. Essa mudança de compreensão tangencia aspectos de pertencimento, pois, à medida que o falante da Língua da Tabatinga se identifica com a origem afro-brasileira, ele passa a ver essa língua como um legado recebido e tem o cuidado de transmiti-la para outras gerações. A concentração de falantes dessa língua está na faixa entre 21 e 60 anos de idade.
Disponível em: www.historiaeparcerias2019.rj.anpuh.org. Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).
A Língua da Tabatinga tem sido preservada porque o(a)
- seu registro passou da forma oral para a escrita.
- classe social de seus usuários ganhou prestígio.
- sua função inicial se manteve ao longo dos anos.
- sentimento de identidade linguística tem se consolidado.
- perfil etário de seus falantes tem se tornado homogêneo.
Resposta: D
Resolução: A resposta correta é "D" porque a preservação da Língua da Tabatinga está associada ao fortalecimento do sentimento de identidade linguística entre seus falantes. O texto explica que essa língua passou a ser valorizada como um legado afro-brasileiro, o que promove seu uso contínuo e a transmissão para as gerações futuras.
02. (Enem 2024) Falar errado é uma arte, Arnesto!
No dia 6 de agosto de 1910, Emma Riccini Rubinato pariu um garoto sapeca em Valinhos e deu a ele o nome de João Rubinato. Na escola, João não passou do terceiro ano. Não era a área dele, tinha de escolher outra. Fez o que apareceu. Foi ser garçom, metalúrgico, até virar radialista, comediante, ator de cinema e TV, cantor e compositor. De samba.
Como tinha sobrenome italiano, João resolveu mudar para emplacar seu samba. E como ia mudar o sobrenome, mudou o nome. Virou Adoniran Barbosa. O cara falava errado, voz rouca, pinta de malandro da roça. Virou ícone da música brasileira, o mais paulista de todos, falando errado e irritando Vinicius de Moraes, que ficou de bico fechado depois de ouvir a música que Adoniran fez para a letra Bom dia, tristeza, de autoria do Poetinha. Coisa de arrepiar.
Para toda essa gente que implicava, Adoniran tinha uma resposta neoerudita: “Gosto de samba e não foi fácil, pra mim, ser aceito como compositor, porque ninguém queria nada com as minhas letras que falavam ‘nóis vai’, ‘nóis fumo’, ‘nóis fizemo’, ‘nóis peguemo’. Acontece que é preciso saber falar errado. Falar errado é uma arte, senão vira deboche”.
Ele sabia o que fazia. Por isso dizia que falar errado era uma arte. A sua arte. Escolhida a dedo porque casava com seu tipo. O Samba do Arnesto é um monumento à fala errada, assim como Tiro ao Álvaro. O erudito podia resmungar, mas o povo se identificava.
PEREIRA, E. Disponível em: www.tribunapr.com.br. Acesso em: 8 jul. 2024 (adaptado).
O “falar errado” a que o texto se refere constitui um preconceito em relação ao uso que Adoniran Barbosa fazia da língua em suas composições, pois esse uso
- marcava a linguagem dos comediantes no mesmo período.
- prejudicava a compreensão das canções pelo público.
- denunciava a ausência de estilo nas letras de canção.
- restringia a criação poética nas letras do compositor.
- transgredia a norma-padrão vigente à época.
Resposta: E
Resolução: A resposta correta é "E" porque o uso de expressões informais por Adoniran Barbosa transgredia a norma-padrão da época, o que gerava preconceito linguístico. Ele propositalmente usava uma linguagem que representava o "povo", desafiando a norma culta e trazendo autenticidade a suas composições, que eram mais acessíveis ao público comum.
03. (Enem 2024) Memes e fake news: o impacto na educação das crianças
Há quem diga que o Brasil nunca mais foi o mesmo depois dos memes. Na economia da velocidade, alguns apostam no humor, outros no engajamento político, e tem gente investindo alto na mentira também. Diante desse cenário, uma pergunta se torna essencial: será que todo mundo está conseguindo traduzir as mensagens postadas, curtidas e compartilhadas?
Essa dúvida incentivou uma professora de língua portuguesa a desenvolver uma proposta de leitura e análise crítica de memes com estudantes do ensino fundamental, na rede pública do Distrito Federal, na cidade de Samambaia. “Percebi que muitos alunos e pais estavam divulgando conteúdos sem saber o que havia por trás das palavras”, relata a professora.
“O que antes era engraçado para os alunos passou a ser visto com outros olhos”, afirma a professora. Para ela, que utilizou a representação da criança em memes de WhatsApp como material gerador das discussões em sala de aula, aguçar o olhar sobre-essas mensagens impacta diretamente a atitude de postar, curtir e compartilhar conteúdos ao estimular o uso consciente da informação que circula nas plataformas de mídia social.
Letramento político e midiático é um desafio intergeracional. Em tempos de notícias falsas, de imagens manipuladas e de memes sendo usados como triunfo da verdade de cada um, checagem de informação e interpretação de texto acabam se tornando moedas valiosas.
Disponível em: https://lunetas.com.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
Ao abordar a relação dos memes com a educação, a reportagem sustenta uma crítica à
- falta de fiscalização no uso de aplicativos de mensagens por crianças.
- divulgação de informação manipulada em postagens virtuais.
- utilização de ferramentas digitais no trabalho educacional.
- exploração de conteúdos humorísticos nas mídias sociais.
- propagação de mensagens com objetivos políticos.
Resposta: B
Resolução: A questão aborda a crítica à disseminação de informações manipuladas e fake news nas redes sociais. A reportagem destaca como os memes podem impactar a percepção e interpretação das mensagens compartilhadas, o que levou a professora a desenvolver uma proposta de letramento crítico para que os alunos compreendam melhor o conteúdo dos memes.
04. (Enem 2024) Teclado amazônico
Em novembro de 2023, uma professora indígena recebeu uma missão: verter as regras de um jogo de tabuleiro infantil do português para o tukano, sua língua nativa. Com vinte anos de experiência como professora de línguas em Taracuá, no Amazonas, ela já se dedicava à tradução havia tempos. O trabalho ficou mais fácil graças a um aplicativo lançado no ano anterior: com o Linklado em seu computador, ela traduziu as sete páginas das instruções do jogo em dois dias. Sem esse recurso, a tarefa seria bem mais trabalhosa. Antes dele, diz a professora, as transcrições de línguas indígenas exigiam o esforço quase manual de produzir diacríticos (acentos gráficos) e letras que não constam no teclado de aplicativos de mensagens ou programas de texto.
Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (lnpa), idealizadora do aplicativo, o Linklado representa uma revolução. O programa não restringe combinações de acentos, e isso poderá facilitar a criação de representações gráficas para fonemas que ainda não têm forma escrita. “Eu mirei em uma dor e atingimos várias outras”, diz.
“O Linklado possibilita que o Brasil reconheça a sua diversidade linguística”, afirma uma antropóloga que é colega da pesquisadora no Inpa e faz parte da equipe do aplicativo. Ela defende que escrever na língua materna é uma das principais formas de preservá-la.
Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).
De acordo com esse texto, o aplicativo Linklado contribuiu para a
- criação de fonemas representativos de línguas indígenas no meio digital.
- democratização do registro escrito de línguas dos povos originários.
- adaptação de regras de jogos de tabuleiro de origem indígena.
- divulgação das técnicas de tradução de línguas indígenas.
- aprendizagem da língua portuguesa pelos indígenas.
Resposta: B
Resolução: O aplicativo Linklado facilita o registro escrito de línguas indígenas, democratizando o processo de escrita e documentação dessas línguas, que possuem fonemas específicos e diacríticos não suportados pelos teclados comuns. Isso representa um avanço no reconhecimento e preservação das línguas dos povos originários, promovendo a diversidade linguística no meio digital.
05. (Enem 2023) Mandioca, macaxeira, aipim e castelinha são nomes diferentes da mesma planta. Semáforo, sinaleiro e farol também significam a mesma coisa. O que muda é só o hábito cultural de cada região. A mesma coisa acontece com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora ela seja a comunicação oficial da comunidade surda no Brasil, existem sinais que variam em relação à região, à idade e até ao gênero de quem se comunica. A cor verde, por exemplo, possui sinais diferentes no Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. São os regionalismos na língua de sinais.
Essas variações são um dos temas da disciplina Linguística na língua de sinais, oferecida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao longo do segundo semestre.
“Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é uni versal, o que não é verdade”, explica a professora e chefe do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da Unesp. “Mesmo dentro de um mesmo país, ela sofre variação em relação à localização geográfica, à faixa etária e até ao gênero dos usuários” completa a especialista.
Os surdos podem criar sinais diferentes para identificar lugares, objetos e conceitos. Em São Paulo, o sinal de “cerveja” é feito com um giro do punho como uma meiavolta. Em Minas, a bebida é citada quando os dedos indicador e médio batem no lado do rosto. Também ocorrem mudanças históricas. Um sinal pode sofrer alterações decorrentes dos costumes da geração que o utiliza.
Disponível em: www.educacao.sp.gov.br.
Acesso em 1 nov. 2021 (adaptado)
Nesse texto, a Língua Brasileira de Sinais (Libras)
- passa por fenômenos de variação linguística como qualquer outra língua.
- apresenta variações regionais, assumindo novo sentido para algumas palavras.
- sofre mudança estrutural motivada pelo uso de sinais diferentes para algumas palavras.
- diferencia-se em todo o Brasil, desenvolvendo cada região a sua própria língua de sinais.
- é ininteligível para parte dos usuários em razão das mudanças de sinais motivadas geograficamente.
06. (Enem 2023) Na Idade Média, as notícias se propagavam com surpreendente eficácia. Segundo uma emérita professora de Sorbonne, um cavalo era capaz de percorrer 30 quilômetros por dia, mas o tempo podia se acelerar dependendo do interesse da notícia. As ordens mendicantes tinham um papel importante na disseminação de informações, assim como os jograis, os peregrinos e os vagabundos, porque todos eles percorriam grandes distâncias.
As cidades também tinham correios organizados e selos para lacrar mensagens e tentar certificar a veracidade das correspondências. Graças a tudo isso, a circulação de boatos era intensa e politicamente relevante. Um exemplo clássico de fake news da era medieval é a história do rei que desaparece na batalha e reaparece muito depois, idoso e transformado.
Disponível em: www.elpais.com.br. Acesso em: 18 jun. 2018 (adaptado).
A propagação sistemática de informações é um fenômeno recorrente na história e no desenvolvimento das sociedades. No texto, a eficácia dessa propagação está diretamente relacionada ao(à)
- velocidade de circulação das notícias.
- nível de letramento da população marginalizada.
- poder de censura por parte dos serviços públicos.
- legitimidade da voz dos representantes da nobreza.
- diversidade dos meios disponíveis em uma época histórica.
07. (Enem 2023) O uso das redes sociais como forma de ampliar universos foi uma descoberta recente para o artista Wolney Fernandes, que começou a criar quando o ambiente em Goiás era mais árido em relação às artes visuais. “Hoje, ser diferente é uma potência e quem sabe o que quer com a própria arte encontra espaço”, diz. As colagens artísticas do goiano aparecem em capas de obras literárias pelo Brasil e exterior.
Disponível em: https://opopular.com.br.
Acesso em: 15 nov. 2021 (adaptado).
O artista goiano Wolney Fernandes busca expor seu trabalho por meio de plataformas virtuais com o objetivo de
- dar suporte à técnica de colagem em Artes Visuais, contornando dificuldades práticas.
- aproximar-se da estética visual própria da editoração de obras artísticas, como capas de livros.
- oferecer uma vitrine internacional para sua produção artística, a fim de dar mais visibilidade a suas obras.
- enfatizar o caráter original e inovador de suas criações artísticas, diferenciando-se das artes tradicionais.
- trazer um sentido tecnológico às suas colagens, uma vez que as imagens artísticas são recorrentes nas redes sociais.
08. (ENEM 2022) TEXTO I
TEXTO II
Nas ruas, na cidade e no parque
Ninguém nunca prendeu o Delegado. O vaivém de rua em rua e sua longa vida são relembrados e recontados.
Exemplo de sobrevivência, liderança, inteligência canina, desde pequenininho seu focinho negro e seus olhos delineados desenharam um mapa mental olfativo-visual de Lavras. Corria de quem precisava correr e se aproximava de quem não lhe faria mal, distinguia este daquele. Assim, tornou-se um cão comunitário. Nunca se soube por que escolheu a rua, talvez lhe tenham feito mal dentro de quatro paredes. Idoso, teve câncer e desapareceu. O querido foi procurado pela cidade inteira por duas protetoras, mas nunca encontrado.
COSTA, A. R. N. Viver o amor aos cães: Parque Francisco de
Assis. Carmo do Cachoeira: Irdin, 2014 (adaptado).
Os dois textos abordam a temática de animais de rua, porém, em relação ao Texto I, o Texto II
- problematiza a necessidade de adoção de animais sem lar.
- valida a troca afetiva entre os pets adotados e seus donos.
- reforça a importância da campanha de adoção de animais.
- exalta a natureza amigável de cães e de gatos.
- promove a campanha de adoção de animais.
09. (ENEM 2022)
Para convencer o público-alvo sobre a necessidade de um trânsito mais seguro, essa peça publicitária apela para o(a)
- sentimento de culpa provocado no condutor causador de acidentes.
- dano psicológico causado nas vítimas da violência nas estradas.
- importância do monitoramento do trânsito pelas autoridades competentes.
- necessidade de punição a motoristas alcoolizados envolvidos em acidentes.
- sofrimento decorrente da perda de entes queridos em acidentes automobilísticos.
10. (ENEM 2022)
A articulação entre os elementos verbais e os não verbais do texto tem como propósito desencadear a
- identificação de distinções entre mulheres e homens.
- revisão de representações estereotipadas de gênero.
- adoção de medidas preventivas de combate ao sexismo.
- ratificação de comportamentos femininos e mascu - linos.
- retomada de opiniões a respeito da diversidade dos papéis sociais.