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Línguas Indígenas

Lista de 07 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Línguas Indígenas com questões do Enem.






01. (Enem 2024) Teclado amazônico

Em novembro de 2023, uma professora indígena recebeu uma missão: verter as regras de um jogo de tabuleiro infantil do português para o tukano, sua língua nativa. Com vinte anos de experiência como professora de línguas em Taracuá, no Amazonas, ela já se dedicava à tradução havia tempos. O trabalho ficou mais fácil graças a um aplicativo lançado no ano anterior: com o Linklado em seu computador, ela traduziu as sete páginas das instruções do jogo em dois dias. Sem esse recurso, a tarefa seria bem mais trabalhosa. Antes dele, diz a professora, as transcrições de línguas indígenas exigiam o esforço quase manual de produzir diacríticos (acentos gráficos) e letras que não constam no teclado de aplicativos de mensagens ou programas de texto.

Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (lnpa), idealizadora do aplicativo, o Linklado representa uma revolução. O programa não restringe combinações de acentos, e isso poderá facilitar a criação de representações gráficas para fonemas que ainda não têm forma escrita. “Eu mirei em uma dor e atingimos várias outras”, diz.

“O Linklado possibilita que o Brasil reconheça a sua diversidade linguística”, afirma uma antropóloga que é colega da pesquisadora no Inpa e faz parte da equipe do aplicativo. Ela defende que escrever na língua materna é uma das principais formas de preservá-la.

Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).

De acordo com esse texto, o aplicativo Linklado contribuiu para a

  1. criação de fonemas representativos de línguas indígenas no meio digital.
  2. democratização do registro escrito de línguas dos povos originários.
  3. adaptação de regras de jogos de tabuleiro de origem indígena.
  4. divulgação das técnicas de tradução de línguas indígenas.
  5. aprendizagem da língua portuguesa pelos indígenas.

Resposta: B

Resolução: O aplicativo Linklado facilita o registro escrito de línguas indígenas, democratizando o processo de escrita e documentação dessas línguas, que possuem fonemas específicos e diacríticos não suportados pelos teclados comuns. Isso representa um avanço no reconhecimento e preservação das línguas dos povos originários, promovendo a diversidade linguística no meio digital.

02. (Enem 2024) TEXTO I

A linguagem visual dos adornos transmite informações sobre prestígio e transgressão, direito e dever, pois só permitido ao indivíduo o uso de adornos de sua linhagem. Quando diretamente vinculadas aos conceitos cosmológicos, as artes indígenas convertemse antes em prismas que refletem as concepções acerca da composição do universo e dos componentes que o povoam.

AGUILAR, N. (Org.); DIAS, J.A. B. F; VELTHEN, L. H. V. Mostra do redescobrimento: artes indígenas. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo-Associação Brasil 500 anos, 2000 (adaptado).

Diadema (etnia Kayapo). Estados do Mato Grosso e Pará. Museu de Arte Indigena, s.d.

Disponível em: www.maimuseu.com.br.

Pela leitura desses textos, infere-se que a compreensão da arte plumária indígena requer a consideração da

  1. indistinção hierárquica entre os membros de um mesmo grupo social.
  2. prevalência dos elementos do mundo natural sobre as relações humanas.
  3. reconfiguração constante das representações coletivas acerca do universo.
  4. indeterminação entre as noções de identidade individual e de identidade cultural.
  5. indissociabilidade entre objetos ritualísticos e os papéis dos indivíduos na comunidade.

Resposta: E

Resolução: A questão exige compreensão da arte plumária indígena como algo além da estética, associando-se diretamente aos papéis rituais e hierárquicos dos indivíduos na comunidade. O texto explica que o uso de adornos é restrito a membros específicos do grupo, ligando esses objetos aos papéis sociais e rituais na cultura indígena. Portanto, a alternativa E é correta, pois aborda a relação entre objetos ritualísticos e os papéis comunitários dos indivíduos.

03. (ENEM 2018) As duas imagens são produções que têm a cerâmica como matéria-prima.

A obra Estrutura vertical dupla se distingue da urna funerária marajoara ao

  1. evidenciar a simetria na disposição das peças.
  2. materializar a técnica sem função utilitária.
  3. abandonar a regularidade na composição.
  4. anular possibilidades de leituras afetivas.
  5. integrar o suporte em sua constituição.

04. (ENEM PPL 2014)

TEXTO II

Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário tupi-guarani de seu pai. Batizou-se quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico.

Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).

O movimento originado da obra Abaporu pretendia se apropriar

  1. da cultura europeia, para originar algo brasileiro.
  2. da arte clássica, para copiar o seu ideal de beleza.
  3. do ideário republicano, para celebrar a modernidade.
  4. das técnicas artísticas nativas, para consagrar sua tradição.
  5. da herança colonial brasileira, para preservar sua identidade.

05. (Enem 2009) A dança é importante para o índio preparar o corpo e a garganta e significa energia para o corpo, que fica robusto. Na aldeia, para preparo físico, dançamos desde cinco horas da manhã até seis horas da tarde, passa-se o dia inteiro dançando quando os padrinhos planejam a dança dos adolescentes. O padrinho é como um professor, um preparador físico dos adolescentes. Por exemplo, o padrinho sonha com um determinado canto e planeja para todos entoarem. Todos os tipos de dança vêm dos primeiros xavantes: Wamarĩdzadadzeiwawẽ, Butséwawẽ, Tseretomodzatsewawẽ, que foram descobrindo através da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. Até hoje existe essa cultura, essa celebração. Quando o adolescente fura a orelha é obrigatório ele dançar toda a noite, tem de acordar meia-noite para dançar e cantar, é obrigatório, eles vão chamando um ao outro com um grito especial.

(WÉRÉ' É TSI'RÓBÓ, E. A dança e o cantocelebração da existência xavante. Revista do PósGraduação em Arte da UnB. V. 5, n. 2, dez. 2006)

A partir das informações sobre a dança Xavante, conclui-se que o valor da diversidade artística e da tradição cultural apresentados originamse da

  1. iniciativa individual do indígena para a prática da dança e do canto.
  2. excelente forma física apresentada pelo povo Xavante.
  3. multiculturalidade presente na sua manifestação cênica.
  4. inexistência de um planejamento da estética da dança, caracterizada pelo ineditismo.
  5. preservação de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade dos cantos a serem entoados

06. (Enem PPL 2022) O povo indígena Wajãpi utiliza o Kusiwa — reconhecido como bem imaterial da humanidade em 2003 — como repertório codificado de padrões gráficos que decora e colore o corpo e os objetos. Para além de enfeitar, Kusiwa aparece como “arte”, “marca”, “pintura” e “desenho”. Esses grafismos ultrapassam a noção estética e alcançam a cosmologia e as crenças religiosas.

ALMEIDA, C. S.; CARDOSO, P. B. Arte coussiouar, perspectivas históricas de alteridade e reconhecimento. Espaço Ameríndio, n. 1, jan.-jul. 2021.

O povo Wajãpi, que vive na Serra do Tumucumaque, entre Amapá, Pará e Guiana Francesa, vivencia práticas culturais que

  1. perdem significado quando desprovidas de elementos gráficos.
  2. revelam uma concepção de arte para além de funções estéticas.
  3. funcionam como elementos de representação figurativa de seu mundo.
  4. padronizam uma mesma identidade gráfica entre diferentes povos indígenas.
  5. primam pela utilização dos grafismos como contraposição ao mundo imaginário.

07. (Enem 2023) O mais antigo grupo de rap indígena do pais, Brô MCs, surgiu em 2009, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Os integrantes conheceram o rap pelo rádio, ouvindo um programa que apresentava cantores e grupos brasileiros desse gênero musical. O Brô MCs conseguiu influenciar outros a fazerem rap e a lutarem pelas causas indígenas.

Um dos nomes do movimento, Kunumí MC, é um jovem de 16 anos, da aldeia Krukutu, em São Paulo. O adolescente enxerga o rap como uma cultura da defesa e começou a fazer rimas quando percebeu que a poesia, pela qual sempre se interessou, podia virar música.

Nas letras que cria, inspiradas tanto pelo rap quanto pelos ritmos indígenas, tenta incluir sempre assuntos aos quais acha importante dar voz, principalmente, a questão da demarcação de terras.

Disponível em: www.correiobraziliense.com.br.

Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).

O movimento rap dos povos originários do Brasil revela o(a)

  1. fusão de manifestações artísticas urbanas contemporâneas com a cultura indígena.
  2. contraposição das temáticas socioambientais indígenas às questões urbanas.
  3. rejeição da indústria radiofônica às músicas indígenas.
  4. distanciamento da realidade social indígena.
  5. estímulo ao estudo da poesia indígena.

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