Ora, Ora

Parece que você tem um Bloqueador de Anúncios ativo, e quem não usa?

Contudo a Agatha Edu se mantém essencialmente com a renda gerada por anúncios, desativa aí rapidinho, parça. 😀

Home > Banco de Questões > Linguagens >

Língua e Linguagem

Lista de 26 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Língua e Linguagem com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Língua e Linguagem.




01. (Enem 2024) TEXTO 1

A 13 de fevereiro de 1946, Graciliano Ramos escreve uma carta a Cândido Portinari relembrando uma visita que lhe fizera quando tivera a ocasião de apreciar algumas telas da série Retirantes. Diz o escritor alagoano:

Caríssimo Portinari:

A sua carta chegou muito atrasada, e receio que esta resposta já não o ache fixando na tela a nossa pobre gente da roça. Não há trabalho mais digno, penso eu. Dizem que somos pessimistas e exibimos deformações; contudo, as deformações e essa miséria existem fora da arte e são cultivadas pelos que nos censuram. [...]

Dos quadros que você me mostrou quando almocei no Cosme Velho pela última vez, o que mais me comoveu foi aquela mãe com a criança morta. Saí de sua casa com um pensamento horrível: numa sociedade sem classes e sem miséria, seria possível fazer-se aquilo? Numa vida tranquila e feliz, que espécie de arte surgiria? Chego a pensar que teríamos cromos, anjinhos cor-de-rosa, e isto me horroriza.

Graciliano

Disponível em: https://graciliano.com.br. Acesso em: 6 fev. 2024 (adaptado).

TEXTO II

Histórias de ninar (adultos)

Houve um tempo – tão perto, e, ó, tão longe – em que a arte era um holofote na unha encravada, não um campeonato de melhores esmaltes.

Raskolnikov matava velhinhas, a família de Gregor Samsa o assassinava a “maçãzadas”, Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) é o retrato mais perfeito de tudo o que tem de pior na sociedade brasileira, uma sequência tristemente hilária de ações moralmente condenáveis, atitudes pusilânimes, cálculos mesquinhos e maus passos cretinos.

A literatura, o cinema e o teatro vêm se transformando num exercício de lacração: o mal está sempre no outro, os protagonistas são ironmen/women da virtude. A pessoa sai da leitura ou da sessão não com a guarda abaixada, as certezas abaladas, mais próxima da verdade (ou, à falta de uma palavra melhor, da sinceridade): sai com suas certezas reforçadas.

A realidade é confusa. Contraditória. Muitas vezes incompreensível. A arte é onde tentamos nos mostrar nus, com todos os nossos defeitos.

PRATA, A. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 12 jan. 2024 (adaptado).

No que diz respeito à arte, o posicionamento de Antônio Prata, no Texto II, aproxima-se da tese de Graciliano Ramos, no Texto I, uma vez que ambos

  1. defendem a dignidade do ofício dos artistas.
  2. concluem que a arte reforça crenças pessoais.
  3. apresentam a pobreza como inspiração para a arte.
  4. afirmam o necessário caráter desestabilizador da arte.
  5. atestam que há mudanças significativas na produção artística

Resposta: D

Resolução: Tanto Graciliano Ramos quanto Antônio Prata defendem que a arte deve ter um papel questionador e mostrar os problemas da sociedade, em vez de suavizá-los ou esconder suas imperfeições. Eles compartilham a visão de que a arte tem um caráter desestabilizador e deve confrontar o público com a realidade, por mais desconfortável que seja.

02. (Enem 2024) TEXTO I

A linguagem visual dos adornos transmite informações sobre prestígio e transgressão, direito e dever, pois só permitido ao indivíduo o uso de adornos de sua linhagem. Quando diretamente vinculadas aos conceitos cosmológicos, as artes indígenas convertemse antes em prismas que refletem as concepções acerca da composição do universo e dos componentes que o povoam.

AGUILAR, N. (Org.); DIAS, J.A. B. F; VELTHEN, L. H. V. Mostra do redescobrimento: artes indígenas. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo-Associação Brasil 500 anos, 2000 (adaptado).

Diadema (etnia Kayapo). Estados do Mato Grosso e Pará. Museu de Arte Indigena, s.d.

Disponível em: www.maimuseu.com.br.

Pela leitura desses textos, infere-se que a compreensão da arte plumária indígena requer a consideração da

  1. indistinção hierárquica entre os membros de um mesmo grupo social.
  2. prevalência dos elementos do mundo natural sobre as relações humanas.
  3. reconfiguração constante das representações coletivas acerca do universo.
  4. indeterminação entre as noções de identidade individual e de identidade cultural.
  5. indissociabilidade entre objetos ritualísticos e os papéis dos indivíduos na comunidade.

Resposta: E

Resolução: A questão exige compreensão da arte plumária indígena como algo além da estética, associando-se diretamente aos papéis rituais e hierárquicos dos indivíduos na comunidade. O texto explica que o uso de adornos é restrito a membros específicos do grupo, ligando esses objetos aos papéis sociais e rituais na cultura indígena. Portanto, a alternativa E é correta, pois aborda a relação entre objetos ritualísticos e os papéis comunitários dos indivíduos.

03. (Enem 2024) Se você é feito de música, este texto é pra você

Às vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando: que graça teria a vida sem música? Sem ela não há paz, não há beleza. Nos dias de festa e nas madrugadas de pranto, nas trilhas dos filmes e nas corridas no parque, o que seria de nós sem as canções que enfeitam o cotidiano com ritmo e verso? Quem nunca curou uma dor de cotovelo dançando lambada ou terminou de se afundar ouvindo sertanejo sofrência? Quantos já criticaram funk e fecharam a noite descendo até o chão? Tudo bem... Raul nos ensinou que é preferível ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Já somos castigados com o peso das tragédias, o barulho das buzinas, os ruídos dos conflitos. É pau, é pedra, é o fim do caminho. Há uma nuvem de lágrimas sobre os olhos, você está na lanterna dos afogados, o coração despedaçado. Mas, como um sopro, da janela do vizinho, entra o samba que reanima a mente. Floresce do fundo do nosso quintal a batida que ressuscita o ânimo, sintoniza a alegria e equaliza o fôlego. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima.

BITTAR, L. Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).

Defendendo a importância da música para o bem-estar e o equilíbrio emocional das pessoas, a autora usa, como recurso persuasivo, a

  1. contradição, ao associar o coração despedaçado à alegria.
  2. metáfora, ao citar a imagem da metamorfose ambulante.
  3. intertextualidade, ao resgatar versos de letras de canções.
  4. enumeração, ao mencionar diferentes ritmos musicais.
  5. hipérbole, ao falar em “sofrência”, “tragédias” e “afogados”.

Resposta: C

Resolução: A resposta correta é "C" porque a autora utiliza intertextualidade ao resgatar versos de músicas conhecidas, o que fortalece a argumentação sobre a importância da música. Expressões como "É pau, é pedra" e "Levanta, sacode a poeira" fazem referência a músicas populares, tornando o texto mais envolvente e demonstrando o impacto emocional da música.

04. (Enem 2024) Falar errado é uma arte, Arnesto!

No dia 6 de agosto de 1910, Emma Riccini Rubinato pariu um garoto sapeca em Valinhos e deu a ele o nome de João Rubinato. Na escola, João não passou do terceiro ano. Não era a área dele, tinha de escolher outra. Fez o que apareceu. Foi ser garçom, metalúrgico, até virar radialista, comediante, ator de cinema e TV, cantor e compositor. De samba.

Como tinha sobrenome italiano, João resolveu mudar para emplacar seu samba. E como ia mudar o sobrenome, mudou o nome. Virou Adoniran Barbosa. O cara falava errado, voz rouca, pinta de malandro da roça. Virou ícone da música brasileira, o mais paulista de todos, falando errado e irritando Vinicius de Moraes, que ficou de bico fechado depois de ouvir a música que Adoniran fez para a letra Bom dia, tristeza, de autoria do Poetinha. Coisa de arrepiar.

Para toda essa gente que implicava, Adoniran tinha uma resposta neoerudita: “Gosto de samba e não foi fácil, pra mim, ser aceito como compositor, porque ninguém queria nada com as minhas letras que falavam ‘nóis vai’, ‘nóis fumo’, ‘nóis fizemo’, ‘nóis peguemo’. Acontece que é preciso saber falar errado. Falar errado é uma arte, senão vira deboche”.

Ele sabia o que fazia. Por isso dizia que falar errado era uma arte. A sua arte. Escolhida a dedo porque casava com seu tipo. O Samba do Arnesto é um monumento à fala errada, assim como Tiro ao Álvaro. O erudito podia resmungar, mas o povo se identificava.

PEREIRA, E. Disponível em: www.tribunapr.com.br. Acesso em: 8 jul. 2024 (adaptado).

O “falar errado” a que o texto se refere constitui um preconceito em relação ao uso que Adoniran Barbosa fazia da língua em suas composições, pois esse uso

  1. marcava a linguagem dos comediantes no mesmo período.
  2. prejudicava a compreensão das canções pelo público.
  3. denunciava a ausência de estilo nas letras de canção.
  4. restringia a criação poética nas letras do compositor.
  5. transgredia a norma-padrão vigente à época.

Resposta: E

Resolução: A resposta correta é "E" porque o uso de expressões informais por Adoniran Barbosa transgredia a norma-padrão da época, o que gerava preconceito linguístico. Ele propositalmente usava uma linguagem que representava o "povo", desafiando a norma culta e trazendo autenticidade a suas composições, que eram mais acessíveis ao público comum.

05. (Enem 2024) A Língua da Tabatinga, falada na cidade de Bom Despacho, Minas Gerais, foi por muito tempo estigmatizada devido à sua origem e à própria classe social de seus falantes, pois, segundo uma pesquisadora, era falada por “meninos pobres vindos da Tabatinga ou de Cruz de Monte – ruas da periferia da cidade cujos habitantes sempre foram tidos por marginais”. Conhecida por antigos como a “língua dos engraxates”, pois muitos trabalhadores desse ofício conversavam nessa língua enquanto lustravam sapatos na praça da matriz, a Língua da Tabatinga era utilizada por negros escravizados como uma espécie de “língua secreta”, um código para trocarem informações de como conseguir alimentos, ou para planejar fugas de seus senhores sem risco de serem descobertos por eles.

De acordo com um documento do Iphan (2011), os falantes da língua apresentam uma forte consciência de sua relação com a descendência africana e da importância de preservar a “fala que os identifica na região”. Essa mudança de compreensão tangencia aspectos de pertencimento, pois, à medida que o falante da Língua da Tabatinga se identifica com a origem afro-brasileira, ele passa a ver essa língua como um legado recebido e tem o cuidado de transmiti-la para outras gerações. A concentração de falantes dessa língua está na faixa entre 21 e 60 anos de idade.

Disponível em: www.historiaeparcerias2019.rj.anpuh.org. Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).

A Língua da Tabatinga tem sido preservada porque o(a)

  1. seu registro passou da forma oral para a escrita.
  2. classe social de seus usuários ganhou prestígio.
  3. sua função inicial se manteve ao longo dos anos.
  4. sentimento de identidade linguística tem se consolidado.
  5. perfil etário de seus falantes tem se tornado homogêneo.

Resposta: D

Resolução: A resposta correta é "D" porque a preservação da Língua da Tabatinga está associada ao fortalecimento do sentimento de identidade linguística entre seus falantes. O texto explica que essa língua passou a ser valorizada como um legado afro-brasileiro, o que promove seu uso contínuo e a transmissão para as gerações futuras.

06. (Enem 2024) Já ouvi gente falando que o podcast é o renascimento do rádio. O rádio é genial, uma midia imorredoura, mas podcast não tem nada a ver com ele. O formato está mais próximo do ensaio literário do que de um programa de ondas curtas, médias ou longas.

Podcasts são antípodas das redes sociais. Enquanto elas são dispersivas, levam à evasão e à desinformação, os podcasts são uma possibilidade de imersão, concentração, aprendizado. Depois que eles surgiram, lavar a louça e me locomover pela cidade viraram um programaço. Um pós-almoço de domingo e aprendo tudo sobre bonobos e gorilas. Um táxi pro aeroporto e chego ao embarque PhD em reforma tributária.

PRATA, A. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 7 jan. 2024 (adaptado).

Segundo a argumentação construída nesse texto, o podcast

  1. provoca dispersão da atenção em seu público.
  2. funciona por meio de uma frequência de ondas curtas.
  3. propicia divulgação de conhecimento para seus usuários.
  4. tem um formato de interação semelhante ao das redes sociais.
  5. constitui uma evolução na transmissão de informações via rádio.

Resposta: C

Resolução: A argumentação do texto de Antonio Prata defende que os podcasts promovem uma experiência de concentração e aprendizado, ao contrário das redes sociais, que são descritas como dispersivas. A alternativa correta é a C: "propicia divulgação de conhecimento para seus usuários", pois o texto aponta que os podcasts permitem uma imersão que favorece o aprendizado e o acesso a informações variadas.

07. (Enem 2024) Evanildo Bechara prepara a sua aposentadoria de pouco em pouco, como se a adiasse ao máximo. Aos 95 anos, o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) alcançou um status de astro pop no mundo da filologia e da gramática. Quando ainda tinha saúde para viagens mais longas, o filólogo lotava plateias em suas palestras na Europa e no Brasil, que não raro terminavam com filas para selfies.

A idade acentuou o lado “cientista” e professoral de Bechara, que adota um tom técnico na conversa até mesmo diante das perguntas mais pessoais. — “Qual o seu tipo preferido de leitura?”, — “A minha leitura está dividida em duas partes, a científica e a literária, estabelecendo uma relação de causa e efeito entre elas.”

— responde.

Ainda adolescente, Bechara descobriu a lexicologia. Um “novo mundo” se abriu para o pernambucano, que se mantém atento às metamorfoses do nosso idioma. Seu colega de ABL, o filólogo Ricardo Cavaliere, se lembra de quando deu carona para o mestre e este encucou com os estrangeirismos do aplicativo de navegação instalado no veículo. — “A vozinha do aplicativo avisou que havia um radar de velocidade ‘reportado’ à frente”, lembra Cavaliere. — “Esse ‘reportado’ é uma importação, né?”, notou Bechara.

Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 3 jan. 2024 (adaptado).

Nesse texto, as falas atribuídas a Evanildo Bechara são representativas da variedade linguística

  1. situacional, pois o contexto exige o uso da linguagem formal.
  2. regional, pois ele traz marcas do falar de seu local de nascimento.
  3. sociocultural, pois sua formação pressupõe o uso de linguagem rebuscada.
  4. geracional, pois ele emprega termos característicos de sua faixa etária.
  5. ocupacional, pois ele faz uso de termos específicos de sua área de atuação.

Resposta: E

Resolução: As falas de Evanildo Bechara refletem o uso de termos técnicos e específicos, característicos de sua área de atuação (filologia e gramática). Portanto, a alternativa correta é a E: "ocupacional, pois ele faz uso de termos específicos de sua área de atuação". A linguagem formal e técnica demonstra a influência de sua formação acadêmica na forma de expressão.

08. (Enem 2024) Teclado amazônico

Em novembro de 2023, uma professora indígena recebeu uma missão: verter as regras de um jogo de tabuleiro infantil do português para o tukano, sua língua nativa. Com vinte anos de experiência como professora de línguas em Taracuá, no Amazonas, ela já se dedicava à tradução havia tempos. O trabalho ficou mais fácil graças a um aplicativo lançado no ano anterior: com o Linklado em seu computador, ela traduziu as sete páginas das instruções do jogo em dois dias. Sem esse recurso, a tarefa seria bem mais trabalhosa. Antes dele, diz a professora, as transcrições de línguas indígenas exigiam o esforço quase manual de produzir diacríticos (acentos gráficos) e letras que não constam no teclado de aplicativos de mensagens ou programas de texto.

Para a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (lnpa), idealizadora do aplicativo, o Linklado representa uma revolução. O programa não restringe combinações de acentos, e isso poderá facilitar a criação de representações gráficas para fonemas que ainda não têm forma escrita. “Eu mirei em uma dor e atingimos várias outras”, diz.

“O Linklado possibilita que o Brasil reconheça a sua diversidade linguística”, afirma uma antropóloga que é colega da pesquisadora no Inpa e faz parte da equipe do aplicativo. Ela defende que escrever na língua materna é uma das principais formas de preservá-la.

Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).

De acordo com esse texto, o aplicativo Linklado contribuiu para a

  1. criação de fonemas representativos de línguas indígenas no meio digital.
  2. democratização do registro escrito de línguas dos povos originários.
  3. adaptação de regras de jogos de tabuleiro de origem indígena.
  4. divulgação das técnicas de tradução de línguas indígenas.
  5. aprendizagem da língua portuguesa pelos indígenas.

Resposta: B

Resolução: O aplicativo Linklado facilita o registro escrito de línguas indígenas, democratizando o processo de escrita e documentação dessas línguas, que possuem fonemas específicos e diacríticos não suportados pelos teclados comuns. Isso representa um avanço no reconhecimento e preservação das línguas dos povos originários, promovendo a diversidade linguística no meio digital.

09. (Enem 2024) Memes e fake news: o impacto na educação das crianças

Há quem diga que o Brasil nunca mais foi o mesmo depois dos memes. Na economia da velocidade, alguns apostam no humor, outros no engajamento político, e tem gente investindo alto na mentira também. Diante desse cenário, uma pergunta se torna essencial: será que todo mundo está conseguindo traduzir as mensagens postadas, curtidas e compartilhadas?

Essa dúvida incentivou uma professora de língua portuguesa a desenvolver uma proposta de leitura e análise crítica de memes com estudantes do ensino fundamental, na rede pública do Distrito Federal, na cidade de Samambaia. “Percebi que muitos alunos e pais estavam divulgando conteúdos sem saber o que havia por trás das palavras”, relata a professora.

“O que antes era engraçado para os alunos passou a ser visto com outros olhos”, afirma a professora. Para ela, que utilizou a representação da criança em memes de WhatsApp como material gerador das discussões em sala de aula, aguçar o olhar sobre-essas mensagens impacta diretamente a atitude de postar, curtir e compartilhar conteúdos ao estimular o uso consciente da informação que circula nas plataformas de mídia social.

Letramento político e midiático é um desafio intergeracional. Em tempos de notícias falsas, de imagens manipuladas e de memes sendo usados como triunfo da verdade de cada um, checagem de informação e interpretação de texto acabam se tornando moedas valiosas.

Disponível em: https://lunetas.com.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).

Ao abordar a relação dos memes com a educação, a reportagem sustenta uma crítica à

  1. falta de fiscalização no uso de aplicativos de mensagens por crianças.
  2. divulgação de informação manipulada em postagens virtuais.
  3. utilização de ferramentas digitais no trabalho educacional.
  4. exploração de conteúdos humorísticos nas mídias sociais.
  5. propagação de mensagens com objetivos políticos.

Resposta: B

Resolução: A questão aborda a crítica à disseminação de informações manipuladas e fake news nas redes sociais. A reportagem destaca como os memes podem impactar a percepção e interpretação das mensagens compartilhadas, o que levou a professora a desenvolver uma proposta de letramento crítico para que os alunos compreendam melhor o conteúdo dos memes.

10. (Enem 2024) Telemedicina é para todos, mas nem todos estão preparados

A telemedicina, nos últimos anos, tem se destacado como uma ferramenta valiosa, proporcionando uma gama de benefícios que vão desde a ampliação do acesso à assistência médica até a otimização dos recursos de todo o ecossistema de saúde.

O governo federal propõe a Estratégia de Saúde Digital, um programa destinado à transformação digital da saúde no Brasil. Seu principal objetivo é facilitar a troca de informações entre os diversos pontos da Rede de Atenção à Saúde, promovendo a interoperabilidade e, assim, possibilitando a transição e a continuidade do cuidado nos setores público e privado. Também está em discussão um projeto de lei que dispõe sobre o prontuário eletrônico unificado do cidadão, o que indica o quanto o tema está em evidência tanto para os gestores públicos quanto para os privados.

Contudo, é importante reconhecer que nem todas as pessoas estão igualmente preparadas para aproveitar plenamente os cuidados ofertados pela telemedicina. Um dos principais benefícios do atendimento de saúde a distância é a capacidade de superar barreiras geográficas, proporcionando acesso a serviços médicos, especialmente para pacientes que residem em áreas remotas e/ou carentes de certas especialidades médicas, os chamados “vazios assistenciais”. A equidade no acesso é uma questão crítica, uma vez que nem todos têm ao seu alcance dispositivos tecnológicos ou uma conexão à internet que seja confiável, entre outros problemas de infraestrutura. É um desafio tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde, que, em muitos casos, não contam com estrutura para o trabalho remoto nem com letramento digital para desenvolver as funções.

OLIVEIRA, D. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).

Ao tratar da telemedicina, esse texto ressalta que um dos benefícios dessa tecnologia para a sociedade é o fato de ela

  1. disponibilizar prontuário único do cidadão tanto na rede pública quanto na privada.
  2. oportunizar o acesso a atendimento médico a pacientes de áreas periféricas.
  3. fornecer dispositivos tecnológicos para a realização de exames.
  4. promover a interação entre diferentes especialidades médicas.
  5. garantir infraestrutura para o trabalho remoto de médicos.

Resposta: B

Resolução: O texto destaca a telemedicina como uma ferramenta capaz de superar barreiras geográficas, especialmente para pessoas em áreas com carência de serviços médicos. Dessa forma, o benefício mencionado na alternativa B se alinha com a ideia central de ampliar o acesso à saúde para quem vive em "vazios assistenciais", como áreas periféricas.

11. (Enem 2024) Influenciadores negros têm recorrentemente chamado a atenção para o fato de terem muito menos repercussão em suas postagens e nas entregas do seu conteúdo quando comparados com os influenciadores brancos, mesmo se fotos, contextos e anúncios forem extremamente semelhantes. Segundo o site Negrê, a digital influencer e youtuber criadora do projeto digital Preta Pariu iniciou um experimento em uma plataforma. Após perceber a crescente queda nos índices de alcance digital, a paulista publicou fotografias de modelos brancas em seu perfil e analisou as métricas de engajamento. Surpreendentemente, a ferramenta de estatísticas aferiu um aumento de 6 000% em seu alcance.

Disponível em: https://diplomatique.org.br. Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).

A apresentação do dado estatístico ao final desse texto revela a intenção de

  1. demonstrar a repercussão de projetos como o Preta Pariu.
  2. informar o quantitativo de postagens da comunidade negra.
  3. potencializar o alcance de textos e imagens em sites como o Negrê.
  4. exaltar a qualidade das publicações sobre negritude em redes sociais.
  5. comprovar a relação entre o alcance de conteúdos digitais e o viés racial.

Resposta: E

Resolução: O experimento mencionado no texto, que aponta um aumento significativo no alcance de postagens quando estas envolvem modelos brancas, sugere uma evidência de viés racial nas plataformas digitais. A alternativa E é correta, pois identifica essa intenção de mostrar como o engajamento varia de acordo com questões raciais.

12. (Enem 2023) De quem é esta língua?

Uma pequena editora brasileira, a Urutau, acaba de lançar em Lisboa uma "antologia antirracista de poetas estrangeiros em Portugal", com o título Volta para a tua terra.

O livro denuncia as diversas formas de racismo a que os imigrantes estão sujeitos. Alguns dos poetas brasi leiros antologiados queixam-se do desdém com que um grande número de portugueses acolhe o português bra sileiro. É uma queixa frequente.

"Aqui em Portugal eles dizem /– eles dizem – / que nosso português é errado, que nós não falamos português", escreve a poetisa paulista Maria Giulia Pinheiro, para concluir: "Se a sua linguagem, a lusitana, / ainda conserva a palavra da opressão / ela não é a mais bonita do mundo./ Ela é uma das mais violentas".

AGUALUSA, J. E. Disponível em: https://oglobo.globo.com.

Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).

O texto de Agualusa tematiza o preconceito em relação ao português brasileiro. Com base no trecho citado pelo autor, infere-se que esse preconceito se deve

  1. à dificuldade de consolidação da literatura brasileira em outros países.
  2. aos diferentes graus de instrução formal entre os falantes de língua portuguesa.
  3. à existência de uma língua ideal que alguns falantes lusitanos creem ser a falada em Portugal.
  4. ao intercâmbio cultural que ocorre entre os povos dos diferentes países de língua portuguesa.
  5. à distância territorial entre os falantes do português que vivem em Portugal e no Brasil.

13. (Enem 2023) As cinzas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, consumido pelas chamas no mês de setembro de 2018, são mais do que restos de fósseis, cerâmicas e espécimes raros. O museu abrigava, entre mais de 20 milhões de peças, os esqueletos com as respostas para perguntas que ainda não haviam sido respondidas — ou sequer feitas — por pesquisadores brasileiros. E o incêndio pode ter calado para sempre palavras e cantos indígenas ancestrais, de línguas que não existem mais no mundo.

O acervo do local continha gravações de conversas, cantos e rituais de dezenas de sociedades indígenas, muitas feitas durante a década de 1960 com antigos gravadores de rolo e que ainda não haviam sido digitalizadas. Alguns dos registros abordavam línguas já extintas sem falantes originais ainda vivos. “A esperança é que outras instituições tenham registros dessas línguas’, diz a linguista Marília Facó Soares. A pesquisadora, que trabalha com os índios Tikuna, o maior grupo da Amazônia brasileira, crê ter perdido parte de seu material. “Terei que fazer novas viagens de campo para recompor meus arquivos. Mas obviamente não dá para recuperar a fala de nativos já falecidos, geralmente os mais idosos”, lamenta.

Disponível em: https://brasil.elpais.com.

Acesso em: 10 dez. 2018 (adaptado).

A perda dos registros linguísticos no incêndio do Museu Nacional tem impacto potencializado, uma vez que

  1. exige a retomada das pesquisas por especialistas de diferentes áreas.
  2. representa danos irreparáveis à memória e à identidade nacionais.
  3. impossibilita o surgimento de novas pesquisas na área.
  4. resulta na extinção da cultura de povos originários.
  5. inviabiliza o estudo da língua do povo Tikuna.

14. (Enem 2023) Mandioca, macaxeira, aipim e castelinha são nomes diferentes da mesma planta. Semáforo, sinaleiro e farol também significam a mesma coisa. O que muda é só o hábito cultural de cada região. A mesma coisa acontece com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora ela seja a comunicação oficial da comunidade surda no Brasil, existem sinais que variam em relação à região, à idade e até ao gênero de quem se comunica. A cor verde, por exemplo, possui sinais diferentes no Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. São os regionalismos na língua de sinais.

Essas variações são um dos temas da disciplina Linguística na língua de sinais, oferecida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao longo do segundo semestre.

“Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é uni versal, o que não é verdade”, explica a professora e chefe do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da Unesp. “Mesmo dentro de um mesmo país, ela sofre variação em relação à localização geográfica, à faixa etária e até ao gênero dos usuários” completa a especialista.

Os surdos podem criar sinais diferentes para identificar lugares, objetos e conceitos. Em São Paulo, o sinal de “cerveja” é feito com um giro do punho como uma meiavolta. Em Minas, a bebida é citada quando os dedos indicador e médio batem no lado do rosto. Também ocorrem mudanças históricas. Um sinal pode sofrer alterações decorrentes dos costumes da geração que o utiliza.

Disponível em: www.educacao.sp.gov.br.

Acesso em 1 nov. 2021 (adaptado)

Nesse texto, a Língua Brasileira de Sinais (Libras)

  1. passa por fenômenos de variação linguística como qualquer outra língua.
  2. apresenta variações regionais, assumindo novo sentido para algumas palavras.
  3. sofre mudança estrutural motivada pelo uso de sinais diferentes para algumas palavras.
  4. diferencia-se em todo o Brasil, desenvolvendo cada região a sua própria língua de sinais.
  5. é ininteligível para parte dos usuários em razão das mudanças de sinais motivadas geograficamente.

15. (Enem 2023) Como é bom reencontrar os leitores da Revista da Cultura por meio de uma publicação com outro visual, conteúdo de qualidade e interesses ampliados! ]cultura[, este nome simples, e eu diria mesmo familiar, nasce entre dois colchetes voltados para fora. E não é por acaso: são sinais abertos, receptivos, propícios à circulação de ideias.

O DNA da publicação se mantém o mesmo, afinal, por longos anos montamos nossas edições com assuntos saídos das estantes de uma grande livraria – e assim continuará sendo. Literatura, sociologia, filosofia, artes... nunca será difícil montar a pauta da revista porque os livros nos ensinam que monotonia é só para quem não lê.

HERZ, P. ]cultura[ n. 1. jun. 2018 (adaptado).

O uso não padrão dos colchetes para nomear a revista atribui-lhes uma nova função e está correlacionado ao(à)

  1. perfil de público-alvo, constituído por leitores exi -gentes e especializados em leitura acadêmica.
  2. propósito do editor, chamando a atenção para o rigor normativo nos textos da revista.
  3. exclusividade na seleção temática, direcionada para a área das ciências humanas.
  4. identidade da revista, voltada para a recepção e a promoção de ideias circulantes em livros.
  5. padrão editorial dos artigos, organizados em torno de uma proposta de design inovador.

16. (Enem 2023) No princípio era o verbo. A frase que abre o primeiro capítulo do Evangelho de João e remete à criação do mundo, assim como também faz o Gênesis, é a mais famosa da Bíblia. A ideia de que o mundo é criado pela palavra, porém, é tão estruturante que está presente em outras religiões, para muito além das fundadas no cristianismo.

Como humanos, a linguagem é o mundo que habitamos. Basta tentar imaginar um mundo em que não podemos usar palavras para dizer de nós e dos outros para compreender o que isso significa. Ou um mundo em que aquilo que você diz não é entendido pelo outro, e o que o outro diz não é entendido por você.

O que acontece então quando a palavra é destruída e, com ela, a linguagem?

Durante séculos, em diferentes sociedades e línguas, é importante lembrar, a linguagem serviu — e ainda serve — para manter privilégios de grupos de poder e deixar todos os outros de fora. Quem entende linguagem de advogados, juízes e promotores, linguagem de médicos, linguagem de burocratas, linguagem de cientistas? A maior parte da população foi submetida à violência de propositalmente ser impedida de compreender a linguagem daqueles que determinam seus destinos.

Se o princípio é o verbo, o fim pode ser o silencia mento. Mesmo que ele seja cheio de gritos entre aqueles que já não têm linguagem comum para compreender uns aos outros.

BRUM, E. Disponível em: https://brasil.elpais.com.

Acesso em: 5 nov. 2021.

Nesse texto, a estratégia usada para convencer o leitor de que uma grande parcela da população não compreende a linguagem daqueles que detêm o poder foi

  1. revelar a origem religiosa da linguagem.
  2. questionar o temor sobre o futuro da linguagem.
  3. descrever a relação entre sociedade e linguagem
  4. apresentar as consequências do esfacelamento da linguagem.
  5. criticar o obstáculo promovido pelos usos especializados da linguagem.

17. (Enem 2023) Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará desenvolveu um dicionário para traduzir sintomas de doenças da linguagem popular para os termos médicos. Defruço, chanha e piloura, por exemplo, podem ser termos conhecidos para muitos, mas, durante uma consulta médica, o desconhecimento pode significar um diagnóstico errado.

“Isso é um registro histórico e pode ser muito útil para estudos dessas comunidades, na abordagem médica delas. É de certa forma pioneiro no Brasil e, sem dúvida, um instrumento de trabalho importante, porque a comunicação é fundamental na relação médico-paciente”, avalia o reitor da instituição.

Disponível em: https://g1.globo.com.

Acesso em: 1 nov. 2021 (adaptado).

Ao registrarem usos regionais de termos da área médica, Pesquisadores

  1. apontaram erros motivados pelo desconhecimento da variedade linguística local.
  2. explicaram problemas provocados pela incapacidade de comunicação.
  3. descobriram novos sintomas de doenças existentes na comunidade.
  4. propiciaram melhor compreensão dos sintomas dos pacientes.
  5. divulgaram um novo rol de doenças características da localidade.

18. (Enem 2023) E assim as coisas continuaram acontecendo entre os dois, em quase sustos, um grande por acaso com cacoetes de gestos definitivos.

Com o Nunca Mais se oferecendo o tempo todo, bastaria dizer foi um prazer ter te conhecido, bastaria não trocar telefones nem e-mails e enterrar a casualidade com a cal da sabedoria — nada poderia ser definitivo, os encontros duravam duas horas ou duas décadas ou duas vezes isso, mas em algum momento necessariamente seria o fim. De todos os grandes amores, De todos os pequenos.

De todas as juras, das promessas, de todos os na-alegria-e-na-tristeza. De todos os não amores, os desamores, os casamentos para sempre, os rancores para sempre, de todas as paralelas que só se viabilizam na abstração da geometria, de todas as pequenas paixões e de todas as grandes paixões, de tudo que para na antessala da paixão, de todos os vínculos não experimentados, de todos.

LISBOA, A. Rahushisha. Rio de Janeiro Objetiva 2014.

O recurso que promove a progressão textual, contribuindo para a construção da ideia de que as relações amorosas têm um enredo comum, é a

  1. repetição do pronome indefinido ‘todos”.
  2. utilização do travessão na marcação do aposto.
  3. retomada do antecedente pelo pronome “isso’
  4. contraposição de ideias marcada pela conjunção mas.
  5. substantivação de expressões pela anteposição do artigo.

19. (Enem 2023) O mais antigo grupo de rap indígena do pais, Brô MCs, surgiu em 2009, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Os integrantes conheceram o rap pelo rádio, ouvindo um programa que apresentava cantores e grupos brasileiros desse gênero musical. O Brô MCs conseguiu influenciar outros a fazerem rap e a lutarem pelas causas indígenas.

Um dos nomes do movimento, Kunumí MC, é um jovem de 16 anos, da aldeia Krukutu, em São Paulo. O adolescente enxerga o rap como uma cultura da defesa e começou a fazer rimas quando percebeu que a poesia, pela qual sempre se interessou, podia virar música.

Nas letras que cria, inspiradas tanto pelo rap quanto pelos ritmos indígenas, tenta incluir sempre assuntos aos quais acha importante dar voz, principalmente, a questão da demarcação de terras.

Disponível em: www.correiobraziliense.com.br.

Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).

O movimento rap dos povos originários do Brasil revela o(a)

  1. fusão de manifestações artísticas urbanas contemporâneas com a cultura indígena.
  2. contraposição das temáticas socioambientais indígenas às questões urbanas.
  3. rejeição da indústria radiofônica às músicas indígenas.
  4. distanciamento da realidade social indígena.
  5. estímulo ao estudo da poesia indígena.

20. (ENEM 2022) Ciente de que, no campo da criação, as inovações tecnológicas abrem amplo leque de possibilidades – ao permitir, e mesmo estimular, que o artista explore a fundo, em seu processo criativo, questões como a aleatoriedade, o acaso, a não linearidade e a hipermídia –, Leo Cunha comenta que, no que tange ao campo da divulgação, as alternativas são ainda mais evidentes:

“Afinal, é imensa a capacidade de reprodução, multiplicação e compartilhamento das obras artísticas/culturais. Ao mesmo tempo, ganham dimensão os dilemas envolvidos com a questão da autoria, dos direitos autorais, da reprodução e intervenção não autorizadas, entre outras questões”.

Já segundo a professora Yacy-Ara Froner, o uso de ferramentas tecnológicas não pode ser visto como um fim em si mesmo. Isso porque computadores, samplers, programas de imersão, internet e intranet, vídeo, televisão, rádio, GPD etc. são apenas suportes com os quais os artistas exercem sua imaginação.

SILVA JR., M. G. Movidas pela dúvida. Minas faz Ciências, n. 52, dez-fev. 2013 (adaptado).

Segundo os autores citados no texto, a expansão de possibilidades no campo das manifestações artísticas promovida pela internet pode pôr em risco o(a)

  1. sucesso dos artistas.
  2. valorização dos suportes.
  3. proteção da produção estética.
  4. modo de distribuição de obras.
  5. compartilhamento das obras artísticas.

21. (ENEM 2022) Papos

— Me disseram...

— Disseram-me.

— Hein?

— O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.

— Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?

— O quê?

— Digo-te que você...

— O “te” e o “você” não combinam.

— Lhe digo?

— Também não. O que você ia me dizer?

— Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. [...]

— Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo

como bem entender. Mais uma correção e eu...

— O quê?

— O mato.

— Que mato?

— Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu

bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no lugar certo é

elitismo!

— Se você prefere falar errado...

— Falo como todo mundo fala. O importante é me

entenderem. Ou entenderem-me?

VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (adaptado).

Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um dos personagens torna-se inadequado em razão do(a)

  1. falta de compreensão causada pelo choque entre gerações.
  2. contexto de comunicação em que a conversa se dá.
  3. grau de polidez distinto entre os interlocutores.
  4. diferença de escolaridade entre os falantes.
  5. nível social dos participantes da situação.

22. (ENEM 2022) Urgência emocional

Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos num átimo de segundo. Temos pressa para ouvir “eu te amo”.

Não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: somos namorados, ficantes, casados, amantes? Urgência emocional. Uma cilada. Associamos diversas palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que viabiliza esse sentimento: “paciência”. Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada. É uma refeição que pode durar uma vida.

MEDEIROS, M. Disponível em: http:/porumavidasimples. blogspot.com.br. Acesso em: 20 ago. 2017 (adaptado).

Nesse texto de opinião, as marcas linguísticas revelam uma situação distensa e de pouca formalidade, o que se evidencia pelo(a)

  1. impessoalização ao longo do texto, como em: “se não há mais tempo”.
  2. construção de uma atmosfera de urgência, em palavrascomo: “pressa”.
  3. repetição de uma determinada estrutura sintática, como em: “Se tudo é para ontem”.
  4. ênfase no emprego da hipérbole, como em: “uma refeição que pode durar uma vida”.
  5. emprego de metáforas, como em: “a vida engata uma primeira e sai em disparada”.

23. (ENEM 2022) O complexo de falar difícil

O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer uso desse português versão 2.0, até porque não tem necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã com aquela cara de sono falando o seguinte:

“Por obséquio, Vossa Senhoria teria a hipotética possibilidade de estabelecer com minha pessoa uma relação de compra e venda, mediante as imposições dos códigos Civil e do Consumidor, para que seja possível a obtenção de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a relação pecuniária no valor de R$ 5,00 seja plenamente legítima e capaz de saciar minha fome matinal?”.

O problema é que temos uma cultura de valorizar quem demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é. Pela nossa lógica, todo mundo que fala difícil tende a ser mais inteligente do que quem valoriza o simples, e 99,9% das pessoas que estivessem na padaria iriam ficar boquiabertas se alguém fizesse uso das palavras que eu disse acima em plenas 7 da manhã em vez de dizer: “Bom dia! O senhor poderia me vender cinco reais de pão francês?”.

Agora entramos na parte interessante: o que realmente é falar difícil? Simplesmente fazer uso de palavras que a maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar difícil? Eu penso que não, mas é assim que muita gente age. Falar difícil é fazer uso do simples, mas com coerência e coesão, deixar tudo amarradinho gramaticalmente falando. Falar difícil pode fazer alguém parecer inteligente, mas não por muito tempo. É claro que em alguns momentos não temos como fugir do português rebuscado, do juridiquês propriamente dito, como no caso de documentos jurídicos, entre outros.

ARAÚJO, H. Disponível em: www.diariojurista.com. Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).

Nesse artigo de opinião, ao fazer uso de uma fala rebuscada no exemplo da compra do pão, o autor evidencia a importância de(a)

  1. se ter um notável saber jurídico.
  2. valorização da inteligência do falante.
  3. falar difícil para demonstrar inteligência.
  4. coesão e da coerência em documentos jurídicos.
  5. adequação da linguagem à situação de comunicação.

24. (ENEM 2022 PPL)

Ao abordar a temática da violência contra a mulher, o cartaz conjuga as linguagens verbal e não verbal para

  1. apresentar políticas públicas de combate à discriminação de gênero.
  2. mobilizar a vítima para denunciar as agressões sofridas.
  3. expressar a reação da sociedade em relação ao crime.
  4. analisar as consequências resultantes do sofrimento.
  5. discutir o comportamento psicológico do agressor.

25. (ENEM 2022 PPL) Preconceito: do latim prae, antes, e conceptus, conceito, esse termo pode ser definido como o conjunto de crenças e valores aprendidos, que levam um indivíduo ou um grupo a nutrir opiniões a favor ou contra os membros de determinados grupos, antes de uma efetiva experiência com eles.

Tecnicamente, portanto, existe um preconceito positivo e um negativo, embora, nas relações raciais e étnicas, o termo costume se referir ao aspecto negativo de um grupo herdar ou gerar visões hostis a respeito de um outro, distinguível com base em generalizações.Essas generalizações derivam invariavelmente da informação incorreta ou incompleta a respeito do outro grupo.

CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).

Nesse verbete de dicionário, a apropriação adequada do uso padrão da língua auxilia no estabelecimento

  1. da precisão das informações veiculadas.
  2. da linguagem conotativa característica desse gênero.
  3. das marcas do interlocutor como uma exigência para a validade das ideias.
  4. das sequências narrativas como recurso de progressão textual.
  5. do processo de contraposição argumentativa para conseguir a adesão do leitor.

26. (ENEM 2022 PPL)

No cartum, o confronto entre primatas produz um efeito de humor que se vincula à função social de

  1. criticar a postura humana de fazer piada com assuntos sérios.
  2. acentuar a necessidade de respeito entre as diferentes espécies.
  3. questionar a indiferença do homem em relação ao meio ambiente.
  4. alertar a população para a conveniência do desenvolvimento tecnológico.
  5. destacar a limitação humana para a percepção da realidade da vida animal.

Clique Para Compartilhar Esta Página Nas Redes Sociais



Você acredita que o gabarito esteja incorreto? Avisa aí 😰| Email ou WhatsApp