Práticas Corporais e Autonomia
Lista de 28 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Práticas Corporais e Autonomia com questões do Enem.
Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Práticas Corporais e Autonomia.
01. (Enem PPL 2020) Estória de um gibi da Turma da Mônica, intitulada Brincadeira de menino
Mônica, conhecida personagem de Maurício de Sousa, passa na casa da sua melhor amiga, Magali, para convidá-la para brincar. A mãe da Magali diz que a menina está com gripe e precisa de repouso, e por isso não vai poder sair de casa. Mônica sai triste e pensativa, quando cruza com o Cebolinha e convida-o para brincar com ela de “casinha”. Ele se recusa e diz: “— Homem não blinca de casinha”, e Mônica retruca: “— Ah, Cebolinha! Que preconceito!”. Cebolinha responde: “— Pleconceito uma ova! Casinha é coisa de menina! Vou te mostlar o que é blincadeila de menino!”. Enquanto ele sai de cena, Mônica fica debaixo de uma árvore brincando sozinha e Cebolinha faz várias aparições com brinquedos e brincadeiras supostamente só de meninos: aparece “voando” num skate, mas cai na frente dela. Depois aparece numa bicicleta, mas bate numa pedra e cai. Aparece de patins, tropeça e cai. Reaparece chutando uma bola, mas a bola bate na árvore e volta acertando sua cabeça. Desanimado e desistindo das “suas” brincadeiras, Cebolinha aparece no último quadro, ao lado da Mônica, brincando de “casinha”.
OLIVEIRA, A. B.; PERIM, G. L. (Org.). Fundamentos pedagógicos para o programa Segundo Tempo. Brasília: Ministério do Esporte, 2008 (adaptado).
Refletindo sobre as relações de gênero nas brincadeiras infantis, a estória mostra que
- meninos podem se envolver com os mesmos brinquedos e brincadeiras que meninas.
- meninas são mais frágeis e por isso devem se envolver em brincadeiras mais passivas.
- meninos são mais habilidosos do que meninas e por isso se envolvem em atividades diferentes.
- meninas tendem a reproduzir mais os estereótipos de gênero em suas práticas corporais do que os meninos.
- meninos e meninas devem se envolver em atividades distintas, como, respectivamente, o futebol e a “casinha”.
02. (Enem 2024) O festival folclórico de Parintins, no Amazonas, anunciou que o Boi Caprichoso levou, em 2018, seu 23.o título — contra 31 do adversário Boi Garantido. Desde o fim do evento que não paro de cantar duas músicas que aprendi no Bumbódromo (arena onde ocorre o espetáculo). Revezo entre “meu amor, eu sou feliz, ééé azul o meu país”, obviamente do boi azul, o Caprichoso; e “vermelhou o curral, a ideologia avermelhou”, do boi vermelho, o Garantido. Esse revezamento seria proibido em Parintins, cidade tão dividida entre as torcidas dos bois. Em Parintins, você tem de ter um lado. Há aqueles que tentam fugir e dizem que são “garanchoso”, com os quais me identifiquei, mas esses são vistos com certo desdém.
DYNLEWICZ, L. Disponível em: https://viagem.estadao.com.br. Acesso em: 22 nov. 2018 (adaptado).
A apropriação de elementos como rivalidade, competitividade, torcida e gritos de guerra pelo festival de Parintins evidencia a
- escolha de um local específico para a festa.
- importância atribuída pelos turistas aos bois.
- interação social estabelecida após o evento.
- aproximação da manifestação folclórica com o esporte.
- composição de enredos musicais pelos “garanchosos”
03. (Enem 2023) TEXTO I
Logo no início de Gira, um grupo de sete bailarinas ocupa o centro da cena. Mãos cruzadas sobre a lateral esquerda do quadril, olhos fechados, troncos que pendulam sobre si mesmos em vaguíssimas órbitas, tudo nelas sugere o transe. Está estabelecido o caráter volátil do que se passará no palco dali para frente. Mas enganasse quem pensa que vai assistir a uma representação mimética dos cultos afro-brasileiros.
TEXTO II

No diálogo que estabelece com religiões afro-brasileiras, sintetizado na descrição e na imagem do espetáculo, a dança exprime uma
- crítica aos movimentos padronizados do balé clássico.
- representação contemporânea de rituais ancestrais extintos.
- reelaboração estética erudita de práticas religiosas populares.
- releitura irônica da atmosfera mística presente no culto a entidades.
- oposição entre o resgate de tradições e a efemeridade da vida humana.
04. (Enem 2021) Que tal transformar a internet em palco para a dança?

O coreógrafo e bailarino Didier Mulleras se destaca como um dos criadores que descobriram a dança de outro ponto de vista. Mini@tures é uma experiência emblemática entre movimento, computador, internet e vídeo. Com os recursos da computação gráfica, a dança das miniaturas pode caber na palma da mão. Pelo fato de usar a internet como palco, o processo de criação das miniaturas de dança levou em consideração os limites de tempo de download e o tamanho do arquivo, para que um número maios de “espectadores” pudesse assistir. A graça das miniaturas está justamente na contaminação entre mídias: corpo/dança/computação gráfica/internet. De fato, é a rede que faz a maior diferença nesse grupo. Mini@tures explora uma nova dimensão que descobre o espaço-tempo da web e conquista um novo território para a dança contemporânea. A qualquer hora, dança on-line.
SPANGHERO, M. A dança dos encéfalos acesos.
São Paulo: Itaú Cultural, 2003 (adaptado).
Considerado o primeiro projeto de dança contemporânea concebido para a rede, esse trabalho é apresentado como inovador por
- adotar uma perspectiva conceitual como contraposição à tradição de grandes espetáculos.
- criar novas formas de financiamento ao utilizar a internet para divulgação das apresentações
- privilegiar movimentos gerados por computação gráfica, com a substituição do palco pela tela.
- produzir uma arte multimodal, com o intuito de ampliar as possibilidades de expressão estética
- redefinir a extensão e o propósito do espetáculo para adaptá-lo ao perfil de diferentes usuários
05. (Enem Digital 2020) A masculinidade, assim como a feminilidade, é uma construção histórica e cultural. Em nossa cultura, a dança caracteriza-se, no sentido geral, como um universo predominantemente feminino. Homens que dançam são geralmente considerados homossexuais, por não se enquadrarem dentro das normas culturais hegemônicas de gênero e sexualidade. Por outro lado, demonstram a não existência de um único tipo de masculinidade, enfatizando que as identidades humanas são múltiplas e plurais. No contexto da dança, as representações hegemônicas de gênero e as regulações sociais que essas impõem não se manifestam de forma igual em todas as modalidades de dança. Persiste essa forte representação cultural ocidental que associa o balé à feminilidade e à homossexualidade. Em outras danças, ela não se revela tão forte, e os homens não aparecem em menor número, como nas tradicionais danças folclóricas ou no moderno hip hop.
ANDREOLI, G. S. Representações de masculinidade na dança contemporânea. Movimento, n. 1, 2011 (adaptado).
No que tange à identidade de gênero masculina, a dança e suas modalidades expressam o(a)
- padronização da inserção dos homens nessas manifestações corporais.
- identificação de como essas práticas regulam uma única masculinidade.
- reconhecimento das diferentes masculinidades
- contestação das normas sociais pelo balé.
- reforço de uma feminilidade hegemônica.
06. (Enem PPL 2017) É dia de festa na roça. Fogueira posicionada, caipiras arrumados, barraquinhas com quitutes suculentos e bandeirinhas de todas as cores enfeitando o salão. Mas o ponto mais esperado de toda a festa é sempre a quadrilha, embalada por música típica e linguajar próprio. Anarriê, alavantú, balancê de damas e tantos outros termos agitados pelo puxador da quadrilha deixam a festa de São João, comemorada em todo o Brasil, ainda mais completa.
Embora os festejos juninos sejam uma herança da colonização portuguesa no Brasil, grande parte das tradições da quadrilha tem origem francesa. E muita gente dança sem saber.
As influências estrangeiras são muitas nas festas dos três santos do mês de junho (Santo Antônio, no dia 13, e São Pedro, no dia 29, completam o grupo). O “changê de damas” nada mais é do que a troca de damas na dança, do francês “changer”. O “alavantú”, quando os casais se aproximam e se cumprimentam, também é francês, e vem de “en avant tous”. Assim também acontece com o “balancê”, que também vem de bailar em francês.
(SOARES, L. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com. Acesso em: 30 jun. 2015 - adaptado)
Ao discorrer sobre a festa de São João e a quadrilha como manifestações da cultura corporal, o texto privilegia a descrição de:
- movimentos realizados durante a coreografia da dança.
- personagens presentes nos festejos de São João.
- vestimentas utilizadas pelos participantes.
- ritmos existentes na dança da quadrilha.
- folguedos constituintes do evento.
07. (Enem 2017) É dia de festa na roça. Fogueira posicionada, caipiras arrumados, barraquinhas com quitutes suculentos e bandeirinhas de todas as cores enfeitando o salão. Mas o ponto mais esperado de toda a festa é sempre a quadrilha, embalada por música típica e linguajar próprio. Anarriê, alavantú, balancê de damas e tantos outros termos agitados pelo puxador da quadrilha deixam a festa de São João, comemorada em todo o Brasil, ainda mais completa.
Embora os festejos juninos sejam uma herança da colonização portuguesa no Brasil, grande parte das tradições da quadrilha tem origem francesa. E muita gente dança sem saber.
As influências estrangeiras são muitas nas festas dos três santos do mês de junho (Santo Antônio, no dia 13, e São Pedro, no dia 29, completam o grupo). O “changê de damas” nada mais é do que a troca de damas na dança, do francês “changer”. O “alavantú”, quando os casais se aproximam e se cumprimentam, também é francês, e vem de “en avant tous”. Assim também acontece com o “balancê”, que também vem de bailar em francês.
(SOARES, L. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com. Acesso em: 30 jun. 2015 - adaptado)
Ao discorrer sobre a festa de São João e a quadrilha como manifestações da cultura corporal, o texto privilegia a descrição de:
- movimentos realizados durante a coreografia da dança.
- personagens presentes nos festejos de São João.
- vestimentas utilizadas pelos participantes.
- ritmos existentes na dança da quadrilha.
- folguedos constituintes do evento.
08. (Enem PPL 2016) O hip hop tem sua filosofia própria, com valores construídos pela condição das experiências vividas nas periferias de muitas cidades. Colocando-se como um contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência, o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu objetivo é justamente encontrar saídas e fornecer uma alternativa à população excluída.
(SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008)
As autoras abordam no texto um movimento cultural que também tem características reconhecidas:
- nos traços e formas que representam personagens de olhos desproporcionalmente maiores e expressivos, conhecidos como mangá.
- nas formas de se vestir e de cortar os cabelos com objetivos contestadores à ordem social, próprios do movimento punk.
- nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados sobre fachadas de edifícios, que marcam a pichação.
- nos movimentos leves e sincronizados com os pés que deslocam o dançarino, denominado moonwalk.
- nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com alturas aproximadas, características do rap.
09. (Enem PPL 2015) A dança moderna propõe em primeiro lugar o conhecimento de si e o autodomínio. Minha proposta é esta: através do conhecimento e do autodomínio chego à forma, à minha forma — e não o contrário. É uma inversão que muda toda a estética, toda a razão do movimento. A técnica da dança tem apenas uma finalidade: preparar o corpo para responder à exigência do espírito artístico.
(VIANNA, K.; CARVALHO, M. A. A dança. São Paulo: Siciliano, 1990)
Na abordagem dos autores, a técnica, o autodomínio e o conhecimento do bailarino estão a serviço da:
- padronização do movimento da dança.
- subordinação do corpo a um padrão.
- concretização da criação pessoal.
- ideia preconcebida de forma.
- busca pela igualdade entre os bailarinos.
10. (Enem PPL 2011)

Cada região do país, por meio de suas danças populares, expressa sua cultura, que envolve aspectos sociais, econômicos, históricos, entre outros. As danças provocam a associação entre música e ritmo e o desenvolvimento de maior sensibilidade dos órgãos sensoriais. A ampliação da intensidade da audição aumenta a concentração, possibilitando o processo de transformação do ritmo musical em movimento espontâneo. Como exemplo de danças, tem-se o carimbó, na região Norte, e as danças gaúchas, na região Sul
Nesse contexto, as danças populares permitem a descontração, o desenvolvimento e o descanso por serem atividades lúdicas que:
- promovem a interação, o conhecimento de diferentes ritmos e permitem minimizar o estresse da vida diária.
- reduzem a participação, promovem competições em festivais e o conhecimento de outros ritmos.
- impedem a socialização de todos, reduzindo a expressividade, por exigir habilidades corporais e espontaneidade.
- permitem o desligamento dos elementos históricos, relacionando-as com os movimentos políticos e sociais.
- reduzem a expressão corporal e as experiências, por utilizarem símbolos de outras culturas.
11. (Enem 2009) A dança é importante para o índio preparar o corpo e a garganta e significa energia para o corpo, que fica robusto. Na aldeia, para preparo físico, dançamos desde cinco horas da manhã até seis horas da tarde, passa-se o dia inteiro dançando quando os padrinhos planejam a dança dos adolescentes. O padrinho é como um professor, um preparador físico dos adolescentes. Por exemplo, o padrinho sonha com um determinado canto e planeja para todos entoarem. Todos os tipos de dança vêm dos primeiros xavantes: Wamarĩdzadadzeiwawẽ, Butséwawẽ, Tseretomodzatsewawẽ, que foram descobrindo através da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. Até hoje existe essa cultura, essa celebração. Quando o adolescente fura a orelha é obrigatório ele dançar toda a noite, tem de acordar meia-noite para dançar e cantar, é obrigatório, eles vão chamando um ao outro com um grito especial.
(WÉRÉ' É TSI'RÓBÓ, E. A dança e o cantocelebração da existência xavante. Revista do PósGraduação em Arte da UnB. V. 5, n. 2, dez. 2006)
A partir das informações sobre a dança Xavante, conclui-se que o valor da diversidade artística e da tradição cultural apresentados originamse da
- iniciativa individual do indígena para a prática da dança e do canto.
- excelente forma física apresentada pelo povo Xavante.
- multiculturalidade presente na sua manifestação cênica.
- inexistência de um planejamento da estética da dança, caracterizada pelo ineditismo.
- preservação de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade dos cantos a serem entoados
12. (Enem 2009) A cultura corporal de movimento está expressa em jogos, esporte, danças, artes marciais, lutas, ginástica e outros movimentos que ainda são emergentes. Certos movimentos são significativos para determinada região do país, mas não para outras. Você, por exemplo, que nasceu e cresceu em determinada cidade pertencente a uma região do nosso país, aprendeu e praticou alguns jogos, esportes e dançou um tipo de música porque tais manifestações são parte integrante da sua comunidade.
(DARIDO, S. C.e SOUZA JUNIOR, O. Para esinar eucação física. São Paulo: Papirus Editora, 07 - adp)
O Brasil tem características culturais embasadas na miscigenação de raças e etnias que influenciam as manifestações de movimento, como, por exemplo,
- o forró, uma expressão de dança brasileira que possui ritmos rurais da região sul do país e poucos ritmos da região nordeste.
- o bumba meu boi, uma das expressões da cultura do movimento muito comum em grandes cidades como, por exemplo, São Paulo e Porto Alegre.
- o judô, um tipo de ginástica nascida nos Estados Unidos da América e, de lá, difundida para países como o Japão, Coréia e China.
- o futebol, esporte de maior significado cultural no Brasil e desenvolvido aqui como forma de utilização e aprimoramento de habilidades dos membros inferiores (pernas e pés), porque atividades de trabalho físico pouco valorizavam essas partes do corpo.
- a capoeira, genuinamente brasileira e criada pelos escravos africanos trazidos para o país como forma de expressão de liberdade e comunicação.
13. (Enem 2023) O mais antigo grupo de rap indígena do pais, Brô MCs, surgiu em 2009, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, Mato Grosso do Sul.
Os integrantes conheceram o rap pelo rádio, ouvindo um programa que apresentava cantores e grupos brasileiros desse gênero musical. O Brô MCs conseguiu influenciar outros a fazerem rap e a lutarem pelas causas indígenas.
Um dos nomes do movimento, Kunumí MC, é um jovem de 16 anos, da aldeia Krukutu, em São Paulo. O adolescente enxerga o rap como uma cultura da defesa e começou a fazer rimas quando percebeu que a poesia, pela qual sempre se interessou, podia virar música.
Nas letras que cria, inspiradas tanto pelo rap quanto pelos ritmos indígenas, tenta incluir sempre assuntos aos quais acha importante dar voz, principalmente, a questão da demarcação de terras.
Disponível em: www.correiobraziliense.com.br.
Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).
O movimento rap dos povos originários do Brasil revela o(a)
- fusão de manifestações artísticas urbanas contemporâneas com a cultura indígena.
- contraposição das temáticas socioambientais indígenas às questões urbanas.
- rejeição da indústria radiofônica às músicas indígenas.
- distanciamento da realidade social indígena.
- estímulo ao estudo da poesia indígena.
14. (Enem 2024) TEXTO I
Capítulo 4, versículo 3
Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição
Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além
E tem disposição pro mal e pro bem
Talvez eu seja um sádico ou um anjo, um mágico
Ou juiz, ou réu, o bandido do céu
Malandro ou otário, quase sanguinário
Franco atirador se for necessário
Revolucionário, insano, ou marginal
Antigo e moderno, imortal
Fronteira do céu com o inferno
Astral imprevisível, como um ataque cardíaco do verso.
RACIONAIS MCs. Sobrevivendo ao inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997 (fragmento).
TEXTO II
Pode-se dizer que as várias experiências narradas nos discos do Racionais tratam no fundo de um só tema: a violência que estrutura a nossa sociedade. O grupo canta a violência que estrutura as relações entre os familiares, os amigos, o homem e a mulher, o traficante e o viciado. Canta a violência do crime. A violência causada por inveja ou por vaidade. Também canta que a relação entre as classes sociais é sempre violenta: o racismo, a miséria, os baixos salários, a concentração de renda, a esmola, a publicidade, o alcoolismo, o jornalismo, o poder policial, a justiça, o sistema penitenciário, o governo existem por meio da violência.
GARCIA, W. Ouvindo Racionais MCs. Teresa: revista de literatura brasileira, n. 5, 2004 (adaptado).
Na letra da canção, a tematização da violência mencionada no Texto lI manifesta-se
- como metáfora da desigualdade, que associa a ideia de justiça a valores históricos negativos.
- na referência a termos bélicos, que sinaliza uma crítica social à opressão da população das periferias.
- como procedimento metalinguístico, que concebe a palavra como uma forma de combate e insubordinação.
- nas definições ambíguas do enunciador, que inverte e relativiza as representações da maldade e da bondade.
- na menção à imortalidade, que sugere a possibilidade de resistência para além da dicotomia entre vida e morte.
15. (Enem 2016) O hip hop tem sua filosofia própria, com valores construídos pela condição das experiências vividas nas periferias de muitas cidades. Colocando-se como um contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência, o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu objetivo é justamente encontrar saídas e fornecer uma alternativa à população excluída.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.
As autoras abordam no texto um movimento cultural que também tem características reconhecidas
- nos traços e formas que representam personagens de olhos desproporcionalmente maiores e expressivos, conhecidos como mangá.
- nas formas de se vestir e de cortar os cabelos com objetivos contestadores à ordem social, próprios do movimento punk
- nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados sobre fachadas de edifícios, que marcam a pichação.
- nos movimentos leves e sincronizados com os pés que deslocam o dançarino, denominado moonwalk.
- nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com alturas aproximadas, características do rap.
16. (Enem 2015) O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o Cultura Hip-Hop de cultura hip hop. O break dancing surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. As linguagens do rap, do break dancing se tornaram os pilares da cultura hip hop.
DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005 (adaptado).
Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos:
- retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados.
- improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana.
- suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos.
- ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto.
- cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais.
17. (Enem 2004) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política. Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade – o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)
De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem como principais características
- a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista.
- a alienação política e a preocupação com o conflito de gerações.
- a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação de linguagens.
- a integração de diferentes classes sociais e a exaltação do progresso.
- a valorização da natureza e o compromisso com os ideais norte-americanos.
18. (Enem PPL 2016) O hip hop tem sua filosofia própria, com valores construídos pela condição das experiências vividas nas periferias de muitas cidades. Colocando-se como um contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência, o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu objetivo é justamente encontrar saídas e fornecer uma alternativa à população excluída.
(SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008)
As autoras abordam no texto um movimento cultural que também tem características reconhecidas:
- nos traços e formas que representam personagens de olhos desproporcionalmente maiores e expressivos, conhecidos como mangá.
- nas formas de se vestir e de cortar os cabelos com objetivos contestadores à ordem social, próprios do movimento punk.
- nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados sobre fachadas de edifícios, que marcam a pichação.
- nos movimentos leves e sincronizados com os pés que deslocam o dançarino, denominado moonwalk.
- nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com alturas aproximadas, características do rap.
19. (Enem 2017) Fim de semana no parque
Olha o meu povo nas favelas e vai perceber
Daqui eu vejo uma caranga do ano
Toda equipada e o tiozinho guiando
Com seus filhos ao lado estão indo ao parque
Eufóricos brinquedos eletrônicos
Automaticamente eu imagino A molecada lá da área como é que tá
Provavelmente correndo pra lá e pra cá
Jogando bola descalços nas ruas de terra
É, brincam do jeito que dá
[…]
Olha só aquele clube, que da hora
Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha
Olha quanta gente
Tem sorveteria, cinema, piscina quente
[…]
Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo
Pra molecada frequentar nenhum incentivo
O investimento no lazer é muito escasso
O Centro comunitário é um fracasso
(RACIONAIS MCs Racionais MCs. São Paulo Zimbabwue, 1994 - fragmento)
A letra da canção apresenta uma realidade social quanto à distribuição distinta dos espaços de lazer que:
- retrata a ausência de opções de lazer para a população de baixa renda, por falta de espaço adequado.
- ressalta a irrelevância das opções de lazer para diferentes classes sociais, que o acessam à sua maneira.
- expressa o desinteresse das classes sociais menos favorecidas economicamente pelas atividades de lazer.
- implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela falta de infraestrutura e investimentos em equipamentos.
- aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas classes favorecidas economicamente, e do prático, nas menos favorecidas.
20. (Enem PPL 2017) TEXTO I
Frevo: Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do Carnaval pernambucano. Tratase de uma marcha de ritmo frenético, que é a sua característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da dança, fica a ferver. E foi dessa ideia de fervura (o povo pronuncia frevura, frever) que se criou o nome frevo.
(CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2001 - adaptado)
TEXTO II
Frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade
O frevo, ritmo genuinamente pernambucano, agora é do mundo. A música que hipnotiza milhões de foliões e dá o tom do Carnaval no estado foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade. O anúncio foi feito em Paris, nesta quarta-feira, durante cerimônia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
(Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br. Acesso em: 14 jun. 2015)
Apesar de abordarem o mesmo tema, os textos I e II diferenciam-se por pertencerem a gêneros que cumprem, respectivamente, a função social de:
- resumir e avaliar.
- analisar e reportar.
- definir e informar
- comentar e explanar.
- discutir e conscientizar.
21. (Enem 2016, 3ª aplicação) Argumento
Tá legal Eu aceito o argumento Mas não me altere o samba tanto assim Olha que a rapaziada está sentindo a falta De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim
Sem preconceito Ou mania de passado Sem querer ficar do lado De quem não quer navegar Faça como um velho marinheiro Que durante o nevoeiro Leva o barco devagar
(PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso: 6 dez. 2012)
Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba e os movimentos inovadores desse ritmo.
A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho:
- "Mas não me altere o samba tanto assim".
- "Olha que a rapaziada está sentindo a falta."
- Sem preconceito / Ou mania de passado".
- "Sem querer ficar do lado / De quem não quer navegar".
- "Leva o barco devagar."
22. (Enem 2016, 3ª aplicação) É uma partida de futebol
A bandeira no estádio é um estandarte
A flâmula pendurada na parede do quarto
O distintivo na camisa do uniforme
Que coisa linda, é uma partida de futebol
Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta
Não há garganta que não pare de berrar
(REIS, N.; ROSA, S. Samba poconé. São Paulo: Sony, 1996 - fragmento)
No Brasil, além de um esporte de competição, o futebol é um meio de interação social que desperta paixão nas pessoas. No trecho da letra da canção, esse esporte é apresentado como um(a):
- modalidade esportiva técnica.
- forma de controle da violência.
- esporte organizado com regras
- elemento de identidade nacional.
- fator de alienação social do povo.
23. (Enem 2015) O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o nome de cultura hip hop. O break dancing surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. As linguagens do rap, do break dancing e do grafite se tornaram os pilares da cultura hip hop.
(DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude)
Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos:
- retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados.
- improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana.
- suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos.
- ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto.
- cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais.
24. (Enem PPL 2015) O rap constitui-se em uma expressão artística por meio da qual os MCs relatam poeticamente a condição social em que vivem e retratam suas experiências cotidianas.
(SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola)
O “relato poético” é uma característica fundamental desse gênero musical, em que o:
- MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam a complexa realidade em que se encontra.
- rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, que seriam responsáveis por retratar a realidade da periferia.
- rap se caracteriza pela proximidade das notas na melodia, em que a letra é mais recitada do que cantada, como em uma poesia.
- MC canta enquanto outros músicos o acompanham com instrumentos, tais como o contrabaixo elétrico e o teclado.
- MC canta poemas amplamente conhecidos, fundamentando sua atuação na memorização de suas letras.
25. (Enem 2016 - 3ª aplicação) A técnica de jogos teatrais propõe uma aprendizagem não verbal, em que o aluno reúne os seus próprios dados, a partir de uma experimentação direta.
Por meio do processo de solução de problemas, ele conquista o conhecimento da matéria.
(KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1984 - adaptado)
Sob orientação do professor, os jogos teatrais são realizados na escola de forma que o estudante:
- seja um bom repetidor de movimentos e ações, pois a cópia e a memória colaboram com seu processo de desenvolvimento.
- obedeça a regras sem se posicionar criticamente e sem desenvolver material criativo, fortalecendo a disciplina.
- tenha um momento de recreação por meio da convivência com os colegas, melhorando seu rendimento escolar.
- desenvolva qualidades de ordem cognitiva e sensorial, favorecendo sua autonomia e seu autoconhecimento.
- reconheça o professor como principal responsável pelas escolhas a serem feitas em aula durante atividades de teatro.
26. (Enem PPL 2015) Um relacionamento de grupo saudável exige um número de indivíduos trabalhando interdependentemente para completar um projeto, com total participação individual e contribuição pessoal. Se uma pessoa domina, os outros membros têm pouco crescimento ou prazer na atividade, não existe um verdadeiro relacionamento no grupo. O teatro é uma atividade artística que exige o talento e a energia de muitas pessoas — desde a primeira ideia de uma peça ou cena até o último eco de aplauso. Sem esta interação não há lugar para o ator individualmente, pois sem o funcionamento do grupo, para quem iria ele representar, que materiais usaria e que efeitos poderia produzir? O aluno-ator deve aprender que “como atuar”, assim como no jogo, está intrinsecamente ligado a todas as outras pessoas na complexidade da forma da arte. O teatro improvisacional requer relacionamento de grupo muito intenso, pois é a partir do acordo e da atuação em grupo que emerge o material para as cenas e peças.
(SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2008)
Com base no texto, as diferenças e similaridades dos atores são aceitas no teatro de improvisação quando:
- todos experimentam o teatro juntos e sem julgamentos.
- uma parte do grupo comanda a outra, exercendo o poder.
- a opinião de alguns tem valor e demonstra a sua capacidade individual.
- a individualidade se destaca e traz à tona o talento daquele que é o melhor.
- uma pessoa precisa dominar, comandando as ações do grupo, sem acordos.
27. (Enem PPL 2014) O termo Foco equivale ao ponto de concentração do ator. O nível de concentração é determinado pelo envolvimento com o problema a ser solucionado.
Tomemos o exemplo do jogo teatral Cabo de Guerra: o Foco desse jogo reside em dar realidade ao objeto, que nesse caso é a corda imaginária. A dupla de jogadores no palco mobiliza toda sua atenção e energia para dar realidade à corda.
Quando a concentração é plena, a dupla sai do jogo com toda evidência de ter realmente jogado o Cabo de Guerra — sem fôlego, com dor nos músculos do braço etc. A plateia observa em função do Foco.
(KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1990)
De acordo com o texto, a autora argumenta que o uso do foco da cena teatral permite:
- transformar um objeto imaginário em um objeto concreto, produzindo sobre o espectador uma sensação igual à que ele teria em um espetáculo de mágica.
- produzir sobre a plateia, por meio do envolvimento dos atores, imagens e/ou situações capazes de ativar seu imaginário e seu conhecimento de mundo.
- provocar efeito físico no ator, o que lhe confere a certeza de que seu corpo foi trabalhado adequadamente para a produção da cena.
- acionar no ator a atenção a múltiplas ações que ocorrem concomitantemente, tornando-o mais disponível para a atuação em cena.
- determinar uma única leitura da ação proposta, explicitando qual entendimento o espectador deve ter da cena.
28. (Enem 2014, 3ª aplicação) Os mesmos objetivos que a teatróloga Spolin propõe para o espetáculo são válidos em cada momento durante o processo de aprendizagem, onde o teatro, enquanto manifestação viva e espontânea, deve estar presente em todos os momentos. Da mesma forma como a plateia de espectadores é normalmente pouco estimulada por emoções que pertencem ao passado, o jogador no palco não explora a si mesmo (suas emoções) através de um processo de identificação subjetivo, mas atua em função do momento presente.
(KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2006)
O jogo teatral permite a liberdade de ação e o estabelecimento de contato com o ambiente e a ação espontânea se desenvolve de forma a:
- ocultar a atuação do ator, dispensando a renovação das emoções, que são desestimulantes.
- estimular a lembrança de momentos passados para salientar a importância das novas emoções.
- entender os processos que se desenvolvem no palco com a exploração dos seus próprios sentimentos.
- experienciar emoções novas, que surgem no presente, sem a exploração das velhas emoções do ator.
- vivenciar alguns momentos, que Spolin acredita serem pertencentes ao processo subjetivo do ator.