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Corpo e Expressão Artística/Cultural

Lista de 44 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Corpo e Expressão Artística/Cultural com questões do Enem.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Corpo e Expressão Artística/Cultural.




01. (Enem 2024) Os Jogos Olímpicos já não são mais os mesmos. E isso não é nem uma crítica, nem um elogio. É uma constatação. Esse movimento começou com o vôlei de praia tornando-se esporte olímpico em 1996, passou pela chegada do BMX Racing como primeiro “radical” a entrar no programa em 2008, e agora atinge seu momento mais insólito com a inclusão do break dance como modalidade dos Jogos de Paris, em 2024. Para os mais tradicionalistas, o cruzamento da linha que delimitava o que é esporte e o que é cultura e arte é uma afronta ao espírito dos Jogos Olímpicos. Skate e surfe, que há anos têm competições na televisão, pareciam estar na divisa entre esses dois mundos, o limite do aceitável pelos puristas. O break dance estaria do lado de “lá” dessa fronteira. Para o Comitê Olímpico Internacional, a decisão faz parte de uma estratégia de se comunicar com jovens urbanos que se exercitam e se entretêm de uma maneira muito diferente da dos seus avós.

Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 19 nov. 2021 (adaptado)

A mudança no programa olímpico mencionada no texto mostra que o esporte está se

  1. aproximando da aventura.
  2. mantendo em sua forma padrão.
  3. tornando uma forma de dança.
  4. afastando de elementos culturais.
  5. adaptando às demandas do seu tempo

02. (Enem 2019) Esporte e cultura: análise acerca da esportivização de práticas corporais nos jogos indígenas

Nos Jogos dos Povos Indígenas, observa-se que as práticas corporais realizadas envolvem elementos tradicionais (como as pinturas e adornos corporais) e modernos (como a regulamentação, a fiscalização e a padronização). O arco e flecha e a lança, por exemplo, são instrumentos tradicionalmente utilizados para a caça e a defesa da comunidade na aldeia. Na ocasião do evento, esses artefatos foram produzidos pela própria etnia, porém sua estruturação como “modalidade esportiva” promoveu uma semelhança entre as técnicas apresentadas, com o sentido único da competição.

ALMEIDA, A. J. M.; SUASSUNA, D. M. F. A. Pensar a prática, n. 1, jan.-abr. 2010 (adaptado).

A relação entre os elementos tradicionais e modernos nos Jogos dos Povos Indígenas desencadeou a

  1. padronização de pinturas e adornos corporais.
  2. sobreposição de elementos tradicionais sobre os modernos.
  3. individuação das técnicas apresentadas em diferentes modalidades.
  4. legitimação das práticas corporais indígenas como modalidade esportiva.
  5. preservação dos significados próprios das práticas corporais em cada cultura

03. (Enem 2024) Uma definição possível para o conceito de arte afro-brasileira pode ser: produção plástica que é feita por negros, mestiços ou brancos a partir de suas experiências sociais com a cultura negra nacional. Exemplos clássicos dessa abordagem são Carybé (1911-1997), Mestre Didi (1917-2013) e Djanira da Motta e Silva (1914-1979), cujas obras emergem e ganham forma em razão do ambiente social no qual habitaram e viveram. Se Didi era um célebre representante da cultura religiosa nagô baiana e brasileira, iniciado desde o ventre no candomblé, Carybé era argentino e, naturalizado brasileiro, envolveu-se de tal modo com essa religião que alguns dos orixás dos quais conhecemos a imagem visual são produções suas.

Disponível em: www.premiopipa.com. Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).

Sob a perspectiva da multiculturalidade e de acordo com o texto, a produção artística afro-brasileira caracteriza-se pelo(a)

  1. estranhamento no modo de apropriação da cultura religiosa de matriz africana.
  2. distanciamento entre as raízes de matriz africana e a estética de outras culturas.
  3. visão uniformizadora das religiões de matriz africana expressada nas diferentes produções.
  4. relação complexa entre as vivências pessoais dos artistas e os referenciais estéticos de matriz africana.
  5. padronização da forma de produção e da temática da matriz africana presente nas obras dos artistas citados.

04. (Enem 2023) O Marabaixo é uma expressão artístico-cultural formada nas tradições e na identificação cultural entre as comunidades negras do Amapá. O nome remonta às mortes de escravizados em navios negreiros que eram jogados na água. Em sua homenagem, hinos de lamento eram cantados mar abaixo, mar acima. Posteriormente, o Marabaixo se integrou à vivência das comunidades negras em um ciclo de danças, cantorias com tambores e festas religiosas, recebendo, em 2018, o título de Patrimônio Cultural do Brasil.

Disponível em: http//portal.iphan.gov.br.

Acesso em: 15 nov. 2021 (adaptado).

A manifestação do Marabaixo se constituiu em expressão de arte e cultura, exercendo função de

  1. ressignificar episódios dramáticos em novas práticas culturais.
  2. adaptar coreografas como imitação dos movimentos do mar.
  3. lembrar dos mortos no passado escravista como forma de lamento.
  4. perpetuar uma narrativa de apagamento dos fatos históricos traumáticos.
  5. ritualizar a passagem de atos fúnebres nas produções coletivas com espírito festivo.

05. (Enem 2019) Em suas produções, nem o olho nem o ouvido são capazes de encontrar um ponto fixo no qual se concentrarem. O espectador das peças de Foreman é bombardeado por uma multiplicidade de eventos visuais e auditivos. No nível visual, há contínuas mudanças da forma geométrica do palco, mesmo dentro de um ato. A iluminação também muda continuamente; suas transformações podem ocorrer com lentidão ou rapidez e podem afetar o palco e a plateia: os espectadores podem de súbito se ver banhados de luz quando os canhões são voltados para eles sem aviso. Quanto ao som, tudo é gravado: buzinas de carros, sirenes, apitos, trechos de jazz, bem como o próprio diálogo. O roteiro é fragmentado, composto de frases curtas, aforísticas, desconectadas.

DURAND, R. In: CONNOR, S. Cultura pós-moderna: introdução às teorias do contemporâneo. São Paulo: Loyola, 1992 (adaptado).

A descrição, que referencia o Teatro Ontológico-Histérico do dramaturgo estadunidense Richard Foreman, representa uma forma de fazer teatro marcada pela

  1. subversão aos elementos tradicionais da narrativa teatral.
  2. visão idealizada do mundo na construção de uma narrativa onírica.
  3. representação da vida real, aproximando-se de uma verdade histórica.
  4. adaptação aos novos valores da burguesia frequentadora de espaços teatrais.
  5. valorização espetacular do ideal humano, retomando o princípio do Classicismo grego.

06. (Enem 2018) O grupo O Teatro Mágico apresenta composições autorais que têm referências estéticas do rock, do pop e da música folclórica brasileira. A originalidade dos seus shows tem relação com a ópera europeia do século XIX a partir da

  1. disposição cênica dos artistas no espaço teatral.
  2. integração de diversas linguagens artísticas.
  3. sobreposição entre música e texto literário.
  4. manutenção de um diálogo com o público.
  5. adoção de um enredo como fio condutor.

07. (Enem 2017) E aqui, antes de continuar este espetáculo, é necessário que façamos uma advertência a todos e a cada um. Neste momento, achamos fundamental que cada um tome uma posição definida. Sem que cada um tome uma posição definida, não é possível continuarmos. É fundamental que cada um tome uma posição, seja para a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é preciso que cada um, uma vez tomada sua posição, fique nela! Porque senão, companheiros, as cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve nada.

(FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto Alegre: L&PM, 2009)

A peça Liberdade, liberdade, encenada em 1964, apresenta o impasse vivido pela sociedade brasileira em face do regime vigente. Esse impasse é representado no fragmento pelo(a):

  1. barulho excessivo produzido pelo ranger das cadeiras do teatro.
  2. indicação da neutralidade como a melhor opção ideológica naquele momento.
  3. constatação da censura em função do engajamento social do texto dramático.
  4. correlação entre o alinhamento politico e a posição corporal dos espectadores.
  5. interrupção do espetáculo em virtude do comportamento inadequado do público.

08. (Enem 2017) Segundo quadro

Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. Durante a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário e Odorico. Este último, à janela, discursa.

ODORICO – povo sucupirano! Agoramente já investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a confirmação, a ratificação, a autenticação e por que não dizer a sagração do povo que me elegeu.

Aplausos vêm de fora.

ODORICO – eu prometi que meu primeiro ato como prefeito seria ordenar a construção do cemitério.

Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena.

ODORICO – (continuando o discurso:) Botando de lado os entretantos e partindo pros finalmente, é uma alegria poder anunciar que prafrentemente vocês já poderão morrer descansados, tranquilos e desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de Sucupira. E quem votou em mim, basta dizer isso ao padre na hora da extrema-unção, que tem enterro e cova de graça, conforme o prometido.

(GOMES, D. O bem amado, Rio de Janeiro, Ediouro, 2012)

O gênero peça teatral tem o entretenimento como uma de suas funções. Outra função relevante do gênero, explícita nesse trecho de O bem amado, é:

  1. Criticar satiricamente o comportamento de pessoas públicas.
  2. denunciar a escassez de recursos públicos nas prefeituras do interior.
  3. censurar a falta de domínio da língua padrão em eventos sociais.
  4. despertar a preocupação da plateia com a expectativa de vida dos cidadãos.
  5. questionar o apoio irrestrito de agentes públicos aos gestores governamentais.

09. (Enem 2016) PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.

BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você.

EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele.

BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.

EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não!

BENONA: Isso são coisas passadas.

EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção.

(SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 - fragmento)

Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest’a” contribui para:

  1. marcar a classe social das personagens.
  2. caracterizar usos linguísticos de uma região.
  3. enfatizar a relação familiar entre as personagens.
  4. sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
  5. demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.

10. (Enem 2016) A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retratado na fotografia é uma manifestação do teatro de rua é o fato de:

A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retratado na fotografia é uma manifestação do teatro de rua é o fato de:

Espetáculo Romeu e Julieta, Grupo Galpão.

  1. dispensar o edifício teatral para a sua realização.
  2. utilizar figurinos com adereços cômicos.
  3. empregar elementos circenses na atuação.
  4. excluir o uso de cenário na ambientação.
  5. negar o uso de iluminação artificial.

11. (Enem 2016) Lições de motim

DONA COTINHA – É claro! Só gosta de solidão quem nasceu pra ser solitário. Só o solitário gosta de solidão. Quem vive só e não gosta da solidão não é um solitário, é só um desacompanhado. (A reflexão escorrega lá profundo da alma.) Solidão é vocação, besta de quem pensa que é sina. Por isso, tem de ser valorizada. E não é qualquer um que pode ser solitário, não. Ah, mas não é mesmo! É preciso ter competência pra isso. (De súbito, pedagógica, volta-se para o homem.) É como poesia, sabe, moço? Tem de ser recitada em voz alta, que é pra gente sentir o gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Você gosta de poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A VELHA INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR AS COSTAS, COMO SEMPRE, IMPASSÍVEL. O HOMEM, MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu ia dizendo, pra viver bem com a solidão temos de ser proprietários dela e não inquilinos, me entende? Quem é inquilino da solidão não passa de um abandonado. É isso ai.

Nesse trecho, o que caracteriza Lições de motim como texto teatral?

(ZORZETFI, H. Lições de motim. Goiânia: Kelps. 10)

  1. O tom melancólico presente na cena.
  2. As perguntas retóricas da personagem.
  3. A interferência do narrador no desfecho da cena.
  4. O uso de rubricas para construir a ação dramática.
  5. As analogias sobre a solidão feitas pela personagem

12. (Enem 2014) FABIANA, arrepelando-se de raiva — Hum! Ora, eis aí está para que se casou meu filho, e trouxe a mulher para minha casa. É isto constantemente. Não sabe o senhor meu filho que quem casa quer casa... Já não posso, não posso, não posso! (Batendo com o pé). Um dia arrebento, e então veremos!

(PENA, M. Quem casa quer casa. www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 dez. 2012)

As rubricas em itálico, como as trazidas no trecho de Martins Pena, em uma atuação teatral, constituem:

  1. necessidade, porque as encenações precisam ser fiéis às diretrizes do autor.
  2. possibilidade, porque o texto pode ser mudado, assim como outros elementos.
  3. preciosismo, porque são irrelevantes para o texto ou para a encenação.
  4. exigência, porque elas determinam as características do texto teatral.
  5. imposição, porque elas anulam a autonomia do diretor.

13. (Enem 2014, 3ª aplicação) Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tomava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.

.(ASSIS, M. et al. Missa do galo: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Summus, 1977)

No fragmento desse conto de Machado de Assis, "ir ao teatro" significa "ir encontrar-se com a amante". O uso do eufemismo como estratégia argumentativa significa:

  1. exagerar quanto ao desejo em "ir ao teatro".
  2. personificar a prontidão em "ir ao teatro".
  3. esclarecer o valor denotativo de "ir ao teatro".
  4. reforçar compromisso com o casamento.
  5. suavizar uma transgressão matrimonial.

14. (Enem PPL 2012) A escolha de uma forma teatral implica a escolha de um tipo de teatralidade, de um estatuto de ficção com relação à realidade. A teatralidade dispõe de meios específicos para transmitir uma cultura-fonte a um público-alvo; é sob esta única condição que temos o direito de falar em interculturalidade teatral.

(PAVIS, P. O teatro no cruzamento de culturas. São Paulo: Perspectiva, 2008)

A partir do texto, o meio especificamente cênico utilizado para transmitir uma cultura estrangeira implica:

  1. eliminar a distância temporal ou espacial entre o espetáculo e a cultura-fonte.
  2. empregar um elenco constituído de atores provenientes da cultura-fonte.
  3. procurar na filosofia a tradução verdadeira daquela cultura.
  4. apresentar o video documentário sobre a cultura fonte durante o espetáculo.
  5. buscar nos gestos, compreender e explicitar conceitos ou comportamentos.

15. (Enem PPL 2012) Todo bom escritor tem o seu instante de graça, possui a sua obra-prima, aquela que congrega numa estrutura perfeita os seus dons mais pessoais. Para Dias Gomes essa hora de inspiração veio-lhe no dia que escreveu O pagador de promessas. Em torno de Zé-do-Burro — herói ideal, por unir o máximo de caráter ao mínimo de inteligência, naquela zona fronteiriça entre o idiota e o santo — o enredo espalha a malícia e a maldade de uma capital como Salvador, mitificada pela música popular e pela literatura, na qual o explorador de mulheres se chama inevitavelmente Bonitão, o poeta popular, Dedé Cospe-Rima, e o mestre de capoeira, Manuelzinho Sua Mãe. O colorido do quadro contrasta fortemente com a simplicidade da ação, que caminha numa linha reta da chegada de Zé-doBurro à sua entrada trágica e triunfal na igreja — não sob a cruz, conforme prometera, mas sobre ela, carregado pelos capoeiras, “como um crucifixado”.

(PRADO, D. A. O teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 2008 - fragmento)

A avaliação crítica de Décio de Almeida Prado destaca as qualidades de O pagador de promessas. Com base nas ideias defendidas por ele, uma boa obra teatral deve:

  1. valorizar a cultura local como base da estrutura estética.
  2. dialogar a tradição local com elementos universais.
  3. reproduzir abordagens trágicas e pessimistas.
  4. romper com a estrutura clássica da encenação.
  5. ressaltar o lugar do oprimido por uma forma religiosa.

16. (Enem PPL 2011) O RETIRANTE ENCONTRA DOIS HOMENS CARREGANDO UM DEFUNTO NUMA REDE, AOS GRITOS DE: “Ó IRMÃOS DAS ALMAS! IRMÃOS DAS ALMAS! NÃO FUI EU QUE MATEI NÃO”

— A quem estais carregando,

Irmãos das almas,

Embrulhado nessa rede?

Dizei que eu saiba.

— A um defunto de nada,

Irmão das almas,

Que há muitas horas viaja

À sua morada.

— E sabeis quem era ele,

Irmãos das almas,

Sabeis como ele se chama

Ou se chamava?

— Severino Lavrador,

Irmão das almas,

Severino Lavrador,

Mas já não lavra.

(MELO NETO, J. C. Morte e vida Severina E outros poemas para vozes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994)

O personagem teatral pode ser construído tanto por meio de uma tradição oral quanto escrita. A interlocução entre oralidade regional e tradição religiosa, que serve de inspiração para autores brasileiros, parte do teatro português. Dessa forma, a partir do texto lido, identificam-se personagens que:

  1. fazem parte de uma cultura local que restringe a dimensão estética.
  2. se comportam como caricaturas religiosas do teatro regional.
  3. incorporam elementos da tradição local em um contexto teatral.
  4. apresentam diferentes características físicas e psicológicas.
  5. estão construídos por meio de ações limitadas a um momento histórico.

17. (Enem PPL 2010) O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais da Commedia dell’art, que, há anos, encontramse presentes em marchinhas e fantasias de carnaval. Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo suas críticas, declarando seu amor por todas as belas jovens e, ao final da apresentação despediam-se do público com músicas e poesias.

A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a:

  1. crença na dignidade do clero e na divisão entre o mundo real e o espiritual.
  2. ideologia humanista com cenas centradas no homem, na mulher e no cotidiano.
  3. crença na espiritualidade e na busca incansável pela justiça social dos feudos.
  4. ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI.
  5. ideologia de luta social que coloca o homem no centro do processo histórico.

18. (Enem PPL 2009) Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, recentemente falecido, que visa à desmecanização física e intelectual de seus praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem teatral não deve ser diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum (oprimido), ele propõe condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer teatral e, assim, amplie suas possibilidades de expressão. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer teatro. Trata-se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir o protagonista e mudar a condução ou mesmo o fim da história, conforme o olhar interpretativo e contextualizado do receptor.

(Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 - adaptado)

Considerando-se as características do Teatro do Oprimido apresentadas, conclui-se que:

  1. esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a linguagem rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum.
  2. a forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre atores e público, na qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo.
  3. sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de proporcionar-lhe autonomia crítica para compreensão e interpretação do mundo em que vive.
  4. o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que a proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores.
  5. a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico, que visa à desautomação física e intelectual de seus praticantes.

19. (Enem PPL 2009) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação.

(COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 - adaptado)

Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que:

  1. a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva.
  2. o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores.
  3. o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.
  4. o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
  5. a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.

20. (Enem 2021) O solo A morte do cisne, criado em 1905 pelo russo Mikhail Fokine a partir da música do compositor francês Camille Saint-Saens, retrata o último voo de um cisne antes de morrer. Na versão original, uma bailarina com figurino a agonia da ave se debatendo até desfalecer.

Em 2012, John Lennon da Silva, de 20 anos, morador do bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, elaborou um novo jeito de dançar a coreografia imortalizada pela bailarina Anna Pavlova. No lugar de um colã e das sapatilhas, vestiu calça jeans, camiseta e tênis. Em vez de balé, trouxe o estilo popping da street dance. Sua apresentação inovadora de A morte do cisne, que foi ao ar no programa Se ela dança, eu danço, virou hit no Youtube

Disponível em: www.correiobrazilliense.com.br. Acesso em: 18 jun. 2019 (adaptado).

A forma original de John Lennon da Silva reinterpretar a coreografia de A morte do cisne demonstra que

  1. a composição da coreografia foi influenciada pela escolha do figurino.
  2. a criação artística é beneficiada pelo encontro de modelos oriundos de diferentes realidades socioculturais.
  3. a variação entre os modos de dançar uma mesma música evidencia a hierarquia que marca manifestações artísticas.
  4. a formação erudita à qual o dançarino não teve acesso, resulta em artistas que só conhecem a estética da arte popular.
  5. a interpretação, por homens, de coreografias originalmente concebidas para mulheres exige uma adaptação complexa.

21. (Enem 2021) TEXTO I

Correu à sala dos retratos, abriu o piano, sentou-se e espalmou as mãos no teclado. Começou a tocar alguma coisa própria, uma inspiração real e pronta, uma polca, uma polca buliçosa, como dizem os anúncios. Nenhuma repulsa da parte do compositor; os dedos iam arrancando as notas, ligando-as, meneando-as; dir-se-ia que a musa compunha e bailava a um tempo. […….] Compunha só, teclando ou escrevendo, sem os vãos esforços da véspera, sem exasperação, sem nada pedir ao céu, sem interrogar os olhos de Mozart. Nenhum tédio. Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma fonte perene.

ASSIS, M. Um homem célebre. Disponivel em: www.biblio.com.br.

Acesso em: 2 jun. 2019.

TEXTO II

Um homem célebre expõe o suplicio do músico popular que busca atingir a sublimidade da obra-prima clássica, e com ela a galeria dos imortais, mas que é traído por uma disposição interior incontrolável que o empurra implacavelmente na direção oposta. Pestana, célebre nos saraus, salões, bailes e ruas do Rio de Janeiro por suas composições irresistivelmente dançantes, esconde-se dos rumores à sua volta num quarto povoado de ícones da grande música europeia, mergulha nas sonatas do classicismo vienense, prepara-se para o supremo salto criativo e, quando dá por si, é o autor de mais uma inelutável e saltitante polca.

WISNIK, J. M. Machado maxixe: o caso Pestana. Teresa: revista de literatura brasileira, 2004 (adaptado).

O conto de Machado de Assis faz uma referência velada a maxixe, gênero musical inicialmente associado à escravidão e à mestiçagem. No Texto II, o conflito do personagem em compor obras do gênero é representativo da

  1. pouca complexidade musical das composições ajustadas ao gosto do grande público.
  2. prevalência de referências musicais africanas no imaginário da população brasileira.
  3. incipiente atribuição de prestígio social a músicas instrumentais feitas para a dança.
  4. tensa relação entre o erudito e o popular na constituição da música brasileira.
  5. importância atribuída à música clássica a sociedade brasileira do século XIX.

22. (Enem PPL 2019) A porca e os sete leitões

É um mito que está desaparecendo, pouca gente o conhece. É provável que a geração infantil atual o desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito no largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem do lugar costumeiro da aparição, a qual só se dá à noite, depois de terem “cumprido a sina”.

Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a gente atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja de Nossa Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo Cruz.

São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Os mitos são importantes para a cultura porque, entre outras funções, auxiliam na composição do imaginário de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui com o patrimônio cultural brasileiro porque

  1. preserva uma história da tradição oral.
  2. confirma a veracidade dos fatos narrados.
  3. identifica a origem de uma história popular.
  4. apresenta as diferentes visões sobre a aparição.
  5. reforça a necessidade de registro das narrativas

23. (Enem 2016, 3ª aplicação) Baião é um ritmo popular da Região Nordeste do Brasil, derivado de um tipo de lundu, denominado "baiano", cujo nome é corruptela. Nasceu sob a influência do cantochão, canto litúrgico da Igreja Católica praticado pelos missionários, e tornou-se expressiva forma modificada pela inconsciente influência de manifestações locais. Um dos grandes sucessos veio com a música homônima, Baião (1946), de luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

(CASCUDO, C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998 - adaptado)

Os elementos regionais que influenciam culturalmente o baião aparecerem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra:

  1. Samba em terreiro, Heitor dos Prazeres
    Os elementos regionais que influenciam culturalmente o baião aparecerem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra:

  2. Amolador de Facas, Adalton Lopes
    Os elementos regionais que influenciam culturalmente o baião aparecerem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra:

  3. Folia de Reis, Rosa Gauditano
    Os elementos regionais que influenciam culturalmente o baião aparecerem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra:

  4. Lampião a cavalo, Mestre Vitalino
    Os elementos regionais que influenciam culturalmente o baião aparecerem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra:

  5. Violeiro, José Ferraz Almeida Jr
    Os elementos regionais que influenciam culturalmente o baião aparecerem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra:

24. (Enem PPL 2010) O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho e significados. Dançar a cultura de outras regiões é conhecê-la, é de alguma forma se apropriar dela, é enriquecer a própria cultura.

(BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007)

As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é obra de um povo que a cria, recria e a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira:

  1. o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história envolvendo crítica social, morte e ressurreição.
  2. a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos a celebrações de origens pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira.
  3. o Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos através de música, cantos e dança.
  4. o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar uma história em forma de espetáculo.
  5. o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar ou recriar uma história nos desfiles.

25. (Enem PPL 2010) Não é raro ouvirmos falar que o Brasil é o país das danças ou um país dançante. Essa nossa “fama” é bem pertinente, se levarmos em consideração a diversidade de manifestações rítmicas e expressivas existentes de Norte a Sul. Sem contar a imensa repercussão de nível internacional de algumas delas.

Danças trazidas pelos africanos escravizados, danças relativas aos mais diversos rituais, danças trazidas pelos imigrantes etc. Algumas preservam suas características e pouco se transformaram com o passar do tempo, como o forró, o maxixe, o xote, o frevo. Outras foram criadas e são recriadas a cada instante: inúmeras influências são incorporadas, e as danças transformam-se, multiplicam-se. Nos centros urbanos, existem danças como o funk, o hip hop, as danças de rua e de salão.

É preciso deixar claro que não há jeito certo ou errado de dançar. Todos podem dançar, independentemente de biótipo, etnia ou habilidade, respeitando-se as diferenciações de ritmos e estilos individuais.

(GASPARI, T. C. Dança e educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008)

Com base no texto, verifica-se que a dança, presente em todas as épocas, espaços geográficos e culturais, é uma:

  1. representação das manifestações, expressões, comunicações e características culturais de um povo.
  2. forma de expressão corporal baseada em gestos padronizados e realizada por quem tem habilidade para dançar.
  3. manifestação rítmica e expressiva voltada para as apresentações artísticas, sem que haja preocupação com a linguagem corporal.
  4. prática que traduz os costumes de determinado povo ou região e está restrita a este.
  5. prática corporal que conserva inalteradas suas formas, independentemente das influências culturais da sociedade.

26. (Enem 2017) TEXTO I

SPETO. Grafite. Museu Afro Brasil, 2009

TEXTO II

Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa

Revista Zupi, n. 19, 2010

O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos

  1. na influência da expressão abstrata.
  2. na representação de lendas nacionais.
  3. na inspiração das composições musicais.
  4. nos traços marcados pela xilogravura nordestina.
  5. nos usos característicos de grafismos dos skates.

27. (Enem 2016)

Nesse grafite, realizado por um grupo que faz intervenções artísticas na cidade de Lima

ACCIÓN POÉTICA LIMA. Disponível em: https://twitter.com. Acesso em: 30 maio 2016.

Nesse grafite, realizado por um grupo que faz intervenções artísticas na cidade de Lima, há um jogo de palavras como verbo “poner”. Na primeira ocorrência, o verbo equivale a “vestir uma roupa”, já na segunda, indica

  1. início de ação.
  2. mudança de estado.
  3. conclusão de ideia.
  4. simultaneidade de fatos.
  5. continuidade de processo.

28. (Enem 2017) Inspiração no lixo

O paulistano Jaime Prades, um dos precursores do grafite e da arte urbana, chegou ao lixo por sua intensa relação com as ruas de São Paulo. “A partir da década de 1980, passei a perceber o desastre que é a ecologia urbana. Quando a gente fala em questão ambiental, sempre se refere à natureza, mas a crise ambiental urbana é forte”, diz Prades. Inspirado pela obra de Frans Krajcberg, há quatro anos Jaime Prades decidiu construir uma árvore gigante no Parque do Ibirapuera ou em outro local público, feita com sobras de madeira garimpadas em caçambas. “Elas são como os intestinos da cidade, são vísceras expostas”, conta Prades. “Percebi que cada pedaço de madeira carregava a memória da árvore de onde ela veio. Percebi que não estava só reciclando, e sim resgatando”. Sua árvore gigante ainda não vingou, mas a ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar uma plataforma na internet para estimular outros artistas a fazer o mesmo. “Teríamos uma floresta virtual planetária, na qual se colocariam essas questões de forma poética, criando uma discussão enriquecedora.”

VIEIRA, A. National Geographic Brasil, n. 65-A, 2015.

O texto tematiza algumas transformações das funções da arte na atualidade. No trabalho citado, do artista Jaime Prades, considera-se

  1. reflexão sobre a responsabilidade ambiental do homem.
  2. valorização da poética em detrimento do conteúdo.
  3. preocupação com o belo encontrado na natureza.
  4. percepção da obra como suporte da memória.
  5. reutilização do lixo como forma de consumo.

29. (Enem 2017) E a sujeira virou arte

Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes, 27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que, na verdade, elas não veem porque não querem”, diz.

SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado).

A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo que a sociedade reveja valores e preconceitos.

O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de

  1. ressaltar o descaso do poder público com a limpeza.
  2. evidenciar a humanidade dos usuários de drogas.
  3. apresentar a estética da paisagem urbana.
  4. destacar a poética dos espaços públicos.
  5. debater o perigo da poluição.

30. (Enem 2004) No Brasil, a origem do funk e do hip–hop remonta aos anos de 1970, quando da proliferação dos chamados "bailes black" nas periferias dos grandes centros urbanos. Embalados pela Black music americana, milhares de jovens encontravam nos bailes de final de semana uma alternativa de lazer existente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam–se equipes de som que promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como "Black Rio". A indústria fonográfica descobriu o filão e lançando discos de "equipe" com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país.

A presença da cultura hip–hop no Brasil caracteriza–se como uma forma de

  1. lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas periferias urbanas.
  2. entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacional.
  3. subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes.
  4. Afirmação de identidade dos jovens que a praticam.
  5. Reprodução da cultura musical norte–americana.

31. (Enem PPL 2015) O rap constitui-se em uma expressão artística por meio da qual os MCs relatam poeticamente a condição social em que vivem e retratam suas experiências cotidianas.

SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.

O "relato poético" é uma característica fundamental desse gênero musical, em que o

  1. MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam a complexa realidade em que se encontra.
  2. rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, que seriam responsáveis por retratar a realidade da periferia.
  3. rap se caracteriza pela proximidade das notas na melodia, em que a letra é mais recitada do que cantada, como em uma poesia.
  4. MC canta enquanto outros músicos o acompanham com instrumentos, tais como o contrabaixo elétrico e o teclado.
  5. MC canta poemas amplamente conhecidos, fundamentando sua atuação na memorização de suas letras.

32. (Enem 2024) TEXTO I

Capítulo 4, versículo 3

Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição

Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além

E tem disposição pro mal e pro bem

Talvez eu seja um sádico ou um anjo, um mágico

Ou juiz, ou réu, o bandido do céu

Malandro ou otário, quase sanguinário

Franco atirador se for necessário

Revolucionário, insano, ou marginal

Antigo e moderno, imortal

Fronteira do céu com o inferno

Astral imprevisível, como um ataque cardíaco do verso.

RACIONAIS MCs. Sobrevivendo ao inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997 (fragmento).

TEXTO II

Pode-se dizer que as várias experiências narradas nos discos do Racionais tratam no fundo de um só tema: a violência que estrutura a nossa sociedade. O grupo canta a violência que estrutura as relações entre os familiares, os amigos, o homem e a mulher, o traficante e o viciado. Canta a violência do crime. A violência causada por inveja ou por vaidade. Também canta que a relação entre as classes sociais é sempre violenta: o racismo, a miséria, os baixos salários, a concentração de renda, a esmola, a publicidade, o alcoolismo, o jornalismo, o poder policial, a justiça, o sistema penitenciário, o governo existem por meio da violência.

GARCIA, W. Ouvindo Racionais MCs. Teresa: revista de literatura brasileira, n. 5, 2004 (adaptado).

Na letra da canção, a tematização da violência mencionada no Texto lI manifesta-se

  1. como metáfora da desigualdade, que associa a ideia de justiça a valores históricos negativos.
  2. na referência a termos bélicos, que sinaliza uma crítica social à opressão da população das periferias.
  3. como procedimento metalinguístico, que concebe a palavra como uma forma de combate e insubordinação.
  4. nas definições ambíguas do enunciador, que inverte e relativiza as representações da maldade e da bondade.
  5. na menção à imortalidade, que sugere a possibilidade de resistência para além da dicotomia entre vida e morte.

33. (Enem 2024) Se você é feito de música, este texto é pra você

Às vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando: que graça teria a vida sem música? Sem ela não há paz, não há beleza. Nos dias de festa e nas madrugadas de pranto, nas trilhas dos filmes e nas corridas no parque, o que seria de nós sem as canções que enfeitam o cotidiano com ritmo e verso? Quem nunca curou uma dor de cotovelo dançando lambada ou terminou de se afundar ouvindo sertanejo sofrência? Quantos já criticaram funk e fecharam a noite descendo até o chão? Tudo bem... Raul nos ensinou que é preferível ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Já somos castigados com o peso das tragédias, o barulho das buzinas, os ruídos dos conflitos. É pau, é pedra, é o fim do caminho. Há uma nuvem de lágrimas sobre os olhos, você está na lanterna dos afogados, o coração despedaçado. Mas, como um sopro, da janela do vizinho, entra o samba que reanima a mente. Floresce do fundo do nosso quintal a batida que ressuscita o ânimo, sintoniza a alegria e equaliza o fôlego. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima.

BITTAR, L. Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).

Defendendo a importância da música para o bem-estar e o equilíbrio emocional das pessoas, a autora usa, como recurso persuasivo, a

  1. contradição, ao associar o coração despedaçado à alegria.
  2. metáfora, ao citar a imagem da metamorfose ambulante.
  3. intertextualidade, ao resgatar versos de letras de canções.
  4. enumeração, ao mencionar diferentes ritmos musicais.
  5. hipérbole, ao falar em “sofrência”, “tragédias” e “afogados”.

34. (Enem 2024) É fundamentalmente no Minho, norte de Portugal, que o cavaquinho aparece como instrumento tipicamente popular, ligado às formas essenciais da música característica dessa província. O cavaquinho minhoto tem escala rasa com o tampo, o que facilita a prática do “rasqueado”. O cavaquinho chega ao Brasil diretamente de Portugal, e o modelo brasileiro é maior do que a sua versão portuguesa, com uma caixa de ressonância mais funda. Semelhante ao cavaquinho minhoto, o machete, ou machetinho madeirense, é um pequeno cordófono de corda dedilhada, que faz parte da grande e diversificada família das violas de mão portuguesas. O ukulele tem a sua origem no século XIX, tendo como ancestrais o braguinha (ou machete) e o rajão, instrumentos levados pelos madeirenses quando eles emigraram para o Havaí.

OLIVEIRA, E. V. Cavaquinhos e família. Disponível em: https://casadaguitarra.pt. Acesso em: 18 nov. 2021 (adaptado).

O conjunto dessas práticas musicais demonstra que os instrumentos mencionados no texto

  1. refletem a dependência da utilização de matéria-prima europeia.
  2. adaptam suas características a cada cultura, assumindo nova identidade.
  3. comprovam a hegemonia portuguesa na invenção de cordófonos dedilhados.
  4. ilustram processos de dominação cultural, evidenciando situações de choque cultural.
  5. mantêm nomenclatura própria para garantir a fidelidade às formas originais de confecção.

35. (Enem 2023) O Marabaixo é uma expressão artístico-cultural formada nas tradições e na identificação cultural entre as comunidades negras do Amapá. O nome remonta às mortes de escravizados em navios negreiros que eram jogados na água. Em sua homenagem, hinos de lamento eram cantados mar abaixo, mar acima. Posteriormente, o Marabaixo se integrou à vivência das comunidades negras em um ciclo de danças, cantorias com tambores e festas religiosas, recebendo, em 2018, o título de Patrimônio Cultural do Brasil.

Disponível em: http//portal.iphan.gov.br.

Acesso em: 15 nov. 2021 (adaptado).

A manifestação do Marabaixo se constituiu em expressão de arte e cultura, exercendo função de

  1. ressignificar episódios dramáticos em novas práticas culturais.
  2. adaptar coreografas como imitação dos movimentos do mar.
  3. lembrar dos mortos no passado escravista como forma de lamento.
  4. perpetuar uma narrativa de apagamento dos fatos históricos traumáticos.
  5. ritualizar a passagem de atos fúnebres nas produções coletivas com espírito festivo.

36. (Enem 2023) O mais antigo grupo de rap indígena do pais, Brô MCs, surgiu em 2009, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Os integrantes conheceram o rap pelo rádio, ouvindo um programa que apresentava cantores e grupos brasileiros desse gênero musical. O Brô MCs conseguiu influenciar outros a fazerem rap e a lutarem pelas causas indígenas.

Um dos nomes do movimento, Kunumí MC, é um jovem de 16 anos, da aldeia Krukutu, em São Paulo. O adolescente enxerga o rap como uma cultura da defesa e começou a fazer rimas quando percebeu que a poesia, pela qual sempre se interessou, podia virar música.

Nas letras que cria, inspiradas tanto pelo rap quanto pelos ritmos indígenas, tenta incluir sempre assuntos aos quais acha importante dar voz, principalmente, a questão da demarcação de terras.

Disponível em: www.correiobraziliense.com.br.

Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).

O movimento rap dos povos originários do Brasil revela o(a)

  1. fusão de manifestações artísticas urbanas contemporâneas com a cultura indígena.
  2. contraposição das temáticas socioambientais indígenas às questões urbanas.
  3. rejeição da indústria radiofônica às músicas indígenas.
  4. distanciamento da realidade social indígena.
  5. estímulo ao estudo da poesia indígena.

37. (Enem 2021) Sinhá

Se a dona se banhou

Eu não estava lá

Por Deus Nosso Senhor

Eu não olhei Sinhá

Estava lá na roça

Sou de olhar ninguém

Não tenho mais cobiça

Nem enxergo bem


Para que me pôr no tronco

Para que me aleijar

Eu juro a vosmecê

Que nunca vi Sinhá

[…]

Por que talhar meu corpo

Eu não olhei Sinhá

Para que que vosmincê

Meus olhos vai furar

Eu choro em iorubá

Mas oro por Jesus

Para que que vassuncê

Me tira a luz.

CHICO BUARQUE; JOÃO BOSCO. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2011 (fragmento).

No fragmento da letra da canção, o vocabulário empregado e a situação retratada são relevantes para o patrimônio linguístico e identitário do país, na medida em que

  1. remetem à violência física e simbólica contra os povos escravizados.
  2. valorizam as influências da cultura africana sobre a música nacional.
  3. relativizam o sincretismo constitutivo das práticas religiosas brasileiras.
  4. narram os infortúnios da relação amorosa entre membros de classes sociais diferentes.
  5. problematizam as diferentes visões de mundo na sociedade durante o período colonial.

38. (Enem 2020) Hino à Bandeira

Em teu seio formoso retratas

Este céu de puríssimo azul,

A verdura sem par destas matas,

E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Contemplando o teu vulto sagrado,

Compreendemos o nosso dever,

E o Brasil por seus filhos amado,

Poderoso e feliz há de ser!

Sobre a imensa Nação Brasileira,

Nos momentos de festa ou de dor,

Paira sempre sagrada bandeira

Pavilhão da justiça e do amor!

BILAC, O.: BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br. Acesso em: 10 dez. 2017 (fragmento).

No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado para exaltar o símbolo nacional na medida em que

  1. remete a um momento futuro.
  2. promove a união dos cidadãos.
  3. valoriza os seus elementos.
  4. emprega termos religiosos.
  5. recorre à sua história.

39. (Enem 2020) Sou o coração do folclore nordestino

Eu sou Mateus e Bastião do Boi-bumbá

Sou o boneco de Mestre Vitalino

Dançando uma ciranda em Itamaracá

Eu sou um verso de Carlos Pena Filho

Num frevo de Capiba

Ao som da Orquestra Armorial

Sou Capibaribe

Num livro de João Cabral

Sou mamulengo de São Bento do Una

Vindo no baque solto de maracatu

Eu sou um auto de Ariano Suassuna

No meio da Feira de Caruaru

Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta

Levando a flor da lira

Pra Nova Jerusalém

Sou Luiz Gonzaga

E sou do mangue também

Eu sou mameluco, sou de Casa Forte

Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte

LENINE; PINHEIRO, P.C. Leão do Norte. In: LENINE; SUZANO, M. Olho de peixe. São Paulo: Vetas. 1993 (fragmento).

O fragmento faz parte da canção brasileira contemporânea e celebra a cultura popular nordestina. Nele, o artista exalta as diferentes manifestações culturais pela

  1. valorização do teatro, música, artesanato, literatura, dança, personagens históricos e artistas populares, compondo um tecido diversificado e enriquecedor da cultura popular como patrimônio regional e nacional.
  2. identificação dos lugares pernambucanos, manifes - tações culturais, como o bumba meu boi, as cirandas, os bonecos mamulengos e heróis locais, fazendo com que essa canção se apresente como uma referência à cultura popular nordestina.
  3. exaltação das raízes populares, como a poesia, a literatura de cordel e o frevo, misturadas ao erudito, como a Orquestra Armorial, compondo um rico tecido cultural, que transforma o popular em erudito.
  4. caracterização das festas populares como identidade cultural localizada e como representantes de uma cultura que reflete valores históricos e sociais próprios da população local.
  5. apresentação do Pastoril do Faceta, do maracatu, do bumba meu boi e dos autos como representação da musicalidade e do teatro popular religioso, bastante comum ao folclore brasileiro.

40. (Enem PPL 2019) O instrumento feito de lâminas metálicas e cabaça é comum a manifestações musicais na África e no Brasil.

Nos textos, apesar de figurarem em contextos geográficos separados pelo Oceano Atlântico e terem cerca de um século de distanciamento temporal, a semelhança do instrumento demonstra a

  1. vinculação desses instrumentos com a cultura dos negros escravizados.
  2. influência da cultura africana na construção da musicalidade brasileira.
  3. condição de colônia europeia comum ao Brasil e grande parte da África.
  4. escassez de variedade de instrumentos musicais relacionados à cultura africana.
  5. importância de registros artísticos na difusão e manutenção de uma tradição musical.

41. (Enem 2018) Ó Pátria amada,

Idolatrada,

Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo

O lábaro que ostentas estrelado,

E diga o verde-louro dessa flâmula

“Paz no futuro e glória no passado”.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,

Verás que um filho teu não foge à luta ,

Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,

Entre outras mil,

És tu, Brasil,

Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada, Brasil!

(Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque Estrada. Música: Francisco Manuel da Silva - fragmento)

O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do Brasil é justificado por tratar-se de um(a):

  1. reverência de um povo a seu país.
  2. gênero solene de característica protocolar.
  3. canção concebida sem interferência da oralidade.
  4. escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa.
  5. artefato cultural respeitado por todo o povo brasileiro.

42. (Enem 2016) TEXTO I

Mama África

Mama África (a minha mãe) é mãe solteira e tem que fazer mamadeira todo dia além de trabalhar como empacotadeira nas Casas Bahia Mama África tem tanto o que fazer além de cuidar neném além de fazer denguim filhinho tem que entender Mama África vai e vem mas não se afasta de você quando Mama sai de casa seus filhos se olodunzam rola o maior jazz Mama tem calos nos pés Mama precisa de paz Mama não quer brincar mais filhinho dá um tempo é tanto contratempo no ritmo de vida de Mama

(CHICO CÉSAR. Mama África)

TEXTO II

A pesquisa, realizada pelo IBGE, evidencia características das famílias brasileiras, também tematizadas pela canção Mama África. Ambos os textos destacam o(a):

  1. preocupação das mulheres com o mercado de trabalho.
  2. responsabilidade das mulheres no sustento das famílias.
  3. comprometimento das mulheres na reconstituição do casamento
  4. dedicação das mulheres no cuidado com os filhos.
  5. importância das mulheres nas tarefas diárias

43. (Enem 2016) Querido diário

Hoje topei com alguns conhecidos meus

Me dão bom-dia, cheios de carinho

Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus

Eles têm pena de eu viver sozinho

[…]

Hoje o inimigo veio me espreitar

Armou tocaia lá na curva do rio

Trouxe um porrete a mó de me quebrar

Mas eu não quebro porque sou macio, viu

HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2013 (fragmento).

Uma característica do gênero diário que aparece na letra da canção de Chico Buarque é o(a)

  1. diálogo com interlocutores próximos.
  2. recorrência de verbos no infinitivo.
  3. predominância de tom poético.
  4. uso de rimas na composição.
  5. narrativa autorreflexiva.

44. (Enem PPL 2014) Sem flecha, na rima

O grupo de rap Brô Mc’s, criado no final de 2009, é formado pelos pares de irmãos (daí o "bro", de brother) Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram ouvindo hip hop nas rádios da aldeia Jaguapiru Bororo, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

— Desde o começo a gente não queria impor uma cultura estranha que invadisse a cultura indígena —afirma o produtor, chamando a atenção para o grande destaque do Brô Mc’s: as letras em língua indígena. Expressar-se em língua originária e fazer com que os jovens indígenas percebam a vitalidade do idioma nativo é uma das motivações do grupo.

A dificuldade maior vem dos críticos, que não aceitam o fato de que a cultura indígena é dinâmica e sempre incorpora novidades.

— "Mas índio cantando rap?", tem gente que questiona. O rap é de quem canta, é de quem gosta, não é só dos americanos — avalia Dani [o vocal feminino]. (BONFIM, E.)

Considerando-se as opiniões apresentadas no texto, a indagação "Mas índio cantando rap?" traduz um ponto de vista que evidencia:

  1. desqualificação dos indígenas como músicos, desmerecendo sua capacidade musical devido a sua cultura.
  2. desvalorização da cultura rap em contrapartida às tradições musicais indígenas, motivo pelo qual os índios não devem cantar rap.
  3. preconceito por parte de quem não concebe que os índios possam conhecer o rap e, menos ainda, cantar esse gênero musical.
  4. equívoco por desconsiderar as origens culturais do gênero musical, ligadas ao contexto urbano.
  5. entendimento do rap como um gênero ultrapassado em relação à linguagem musical dos indígenas.

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