Bolsa Nova
Lista de 02 exercícios de História da Arte com gabarito sobre o tema Bolsa Nova com questões de Vestibulares.
Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Bolsa Nova.
01. (Colégio Naval) Esse movimento musical nasceu no Rio de Janeiro, no final da década de 1950, usando temas leves sobre o cotidiano e sem muito compromisso com a temática política.
Foi iniciado formalmente com a gravação da música Chega de Saudade. Os artistas se reuniam geralmente em bares ou em apartamentos da zona sul do Rio de Janeiro.
Em 1962, compositores e intérpretes desse gênero musical, realizaram um concerto em Nova York cujo sucesso serviu para apresentar o novo ritmo para o mundo. Internamente o movimento passou a ser duramente criticado por alguns setores da sociedade. Muitos afirmavam que o novo gênero musical era elitista e alienado dos problemas políticos brasileiros.”
(Adaptado. Nemi, Ana Lúcia Lana. E Reis, Anderson Roberti dos. Para viver juntos: História, 9ºano: ensino fundamental. São Paulo: Edições SM.)
O texto refere-se ao gênero musical denominado:
- Bossa Nova que teve entre seus principais representantes João Gilberto, Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes.
- Rock brasileiro que teve em Raul Seixas seu principal expoente.
- Tropicalismo liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil.
- Jovem Guarda que teve em Roberto Carlos e Erasmo Carlos seus principais representantes.
- Música de Protesto que teve em Chico Buarque de Holanda e Geraldo Vandré seus nomes de maior expressão.
02. (UNESP) Instrução: A questão toma por base duas passagens do livro A linguagem harmônica da Bossa Nova, do docente e pesquisador da Unesp José Estevam Gava.
Momento Bossa Nova
Nos anos 1940, o samba-canção já era uma alternativa para o samba tradicional, batucado, quadrado. Em sua gênese foram empregados recursos correntes na música erudita europeia e na música popular norte-americana. Já era algo mais sofisticado, praticado por compositores e arranjadores com maior preparo musical e sempre de ouvido aberto para as soluções propostas pela música estrangeira. O jazz, por exemplo, mais tarde permitiria fusões interessantes como o “samba-jazz” e o “samba moderno”, com arranjos grandiosos e com base nos instrumentos de sopro. Mas, em termos de poesia e expressividade, o samba-canção tendia a manter seu caráter escuro, sombrio, com muitos elementos que lembravam a atmosfera tensa e pessimista do tango argentino e do bolero, gêneros latinos por excelência.
O samba-canção esteve desde logo ambientado em Copacabana,lugar de vida noturna intensa, boates enfumaçadas, mulheres adultas e fatais envoltas num clima de pecado e traição, enquanto a Bossa Nova ambientou-se mais para o Sul, em Ipanema, além de tornar-se representativa de um público mais jovem, amante do sol e da praia. Nesse ambiente solar, a mulher passou a ser a garota da praia, a namorada. Deu-se um descanso às imagens de “amante proibida e vingativa, com uma navalha na liga. E as letras da Bossa Nova não tinham nada de enfumaçado. Eram uma saga oceânica: a nado, numa prancha ou num barquinho, seus compositores prestaram todas as homenagens possíveis ao mar e ao verão. Esse mar e esse verão eram os de Ipanema” (Castro, 1999, p. 59).
A Bossa Nova levou aos extremos a tendência intimista de cantar sobre temas do cotidiano, sem muita complicação poética. Em vez da negatividade do samba-canção, explorou ao máximo a positividade expressiva e um otimismo sem precedentes. Esse foi o grande traço distintivo entre a Bossa Nova e o samba-canção. O otimismo diante do amor trouxe consigo imagens de paz e estabilidade possibilitadas por relacionamentos amorosos felizes e amores correspondidos, sem as cores patológicas e dramáticas que tanto marcavam os sambas canções. Mesmo a dor, quando ocorria, era encarada como um estágio passageiro, deixando de assumir o antigo caráter terminal.
Em plenos anos 1950, quando nas rádios predominava o derramamento vocal e sentimental, Tom Jobim já buscava um retraimento expressivo pautado por um discurso poético/musical mais sereno, mais em tom de conversa do que de súplica. Se os mais jovens identificavam-se com essas coisas novas, os mais velhos e tradicionalistas viam-nas com estranheza, sendo compreensível que as descrevessem como canções bobas e ingênuas, não obstante a sofisticação harmônica e rítmica.
(José Estevam Gava. A linguagem harmônica da Bossa Nova. São Paulo: Editora Unesp, 2002.)
A leitura do fragmento como um todo permite concluir que, para o autor,
- o samba-canção era um gênero superior ao da Bossa Nova, pelo fato de explorar temas mais sérios e adultos.
- a Bossa Nova buscava agradar ao público jovem com letras simplórias e melodias bastante pobres.
- tanto a Bossa Nova quanto o samba-canção foram gêneros secundários, sem qualquer influência relevante para a música popular brasileira.
- o samba autêntico, tradicional, tinha muito mais qualidade e autenticidade que a Bossa Nova e o samba-canção.
- samba-canção e Bossa Nova representaram desenvolvimentos autênticos do samba tradicional, cada qual com temática própria e estrutura melódica e musical distinta.