Minha Vida de Menina: Minha Vida de Menina
Lista de 05 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Minha Vida de Menina: Minha Vida de Menina com questões de Vestibulares.
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01. (UFVJM) ASSINALE a afirmativa correta sobre a obra Minha Vida de Menina, de Helena Morley:
- A obra em questão pertence ao gênero textual diário e relata a vida de sua protagonista desde a infância até a velhice.
- Por abordar a infância de sua narradora, a obra apresenta ausência de criticidade em relação aos conflitos sociais do Arraial do Tijuco no século XIX.
- Helena Morley é uma personagem ficcional inventada por Alice Dayrell Caldeira Brant para ser protagonista das narrativas que criou sobre o cotidiano do Arraial do Tijuco.
- Com uma linguagem rica em seu caráter despretensioso e coloquial, o texto evidencia aspectos sociais, econômicos, políticos e religiosos do Arraial do Tijuco no século XIX.
Resposta: D
Resolução: "Minha Vida de Menina" é um livro escrito por Helena Morley, que na verdade era o pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant, uma escritora brasileira. A obra apresenta uma linguagem rica em seu caráter despretensioso e coloquial, e ela relata aspectos sociais, econômicos, políticos e religiosos do Arraial do Tijuco no século XIX. Portanto, a obra não é fictícia, e Helena Morley é o nome sob o qual a autora escreveu seu diário.
02. (FUVEST) Hoje fizeram o enterro de Bela. Todos na Chácara se convenceram de que ela estava morta, menos eu. Se eu pudesse não deixaria enterrá‐la ainda. Disse isso mesmo a vovó, mas ela disse que não se pode fazer assim. Bela estava igualzinha à que ela era no dia em que chegou da Formação, só um pouquinho mais magra.
Todos dizem que o sofrimento da morte é a luta da alma para se largar do corpo. Eu perguntei a vovó: “Como é que a alma dela saiu sem o menor sofrimento, sem ela fazer uma caretinha que fosse?”. Vovó disse que tudo isso é mistério, que nunca a gente pode saber essas coisas com certeza. Uns sofrem muito quando a alma se despega do corpo, outros morrem de repente sem sofrer.
Helena Morley, Minha Vida de Menina.
Perguntas
Numa incerta hora fria
perguntei ao fantasma
que força nos prendia,
ele a mim, que presumo
estar livre de tudo
eu a ele, gasoso,
(...)
No voo que desfere
silente e melancólico,
rumo da eternidade,
ele apenas responde
(se acaso é responder
a mistérios, somar‐lhes
um mistério mais alto):
Amar, depois de perder
Carlos Drummond de Andrade, Claro Enigma.
As perguntas da menina e do poeta versam sobre a morte.
É correto afirmar que
- ambos guardam uma dimensão transcendente e católica, de origem mineira.
- ambos ouvem respostas que lhes esclarecem em definitivo as dúvidas existenciais.
- a menina mostra curiosidade acerca da morte como episódio e o poeta especula o sentido filosófico da morte.
- a menina está inquieta por conhecer o destino das almas, enquanto o poeta critica o ceticismo.
- as duas respostas reforçam os mistérios da vida ao acolherem crenças populares.
Resposta: C
Resolução: A alternativa correta é a C. Ambos, a menina no texto de Helena Morley e o poeta no texto de Carlos Drummond de Andrade, abordam a temática da morte, mas de maneira diferente:
A menina está curiosa sobre a morte como um evento, questionando como a alma de Bela saiu do corpo sem sofrimento. Sua abordagem é mais direta e relacionada à experiência da morte.
O poeta, por outro lado, especula sobre o sentido filosófico da morte, com uma abordagem mais abstrata e reflexiva, destacando a ideia de que amar após a perda pode ser uma resposta à complexidade da existência.
03. (FACASPER) Assinale a opção que identifica corretamente o excerto crítico relacionado a Minha vida de menina, de Helena Morley:
- “Depoimento circunscrito ao plano biográfico ou geográfico”.
- “A meio caminho do documento e da ficção”.
- “Caderno de anotações escrito à margem da literatura”.
- “Prosa coloquial, cheia de chiste e tão próxima (...) da sua fonte popular”.
- “Penetrante nos juízos, exata e espirituosa nas análises”.
Resposta: D
Resolução: O excerto crítico relacionado a "Minha Vida de Menina", de Helena Morley, descreve a obra como sendo "prosa coloquial, cheia de chiste e tão próxima (...) da sua fonte popular". Isso significa que o texto de Helena Morley é escrito de forma simples e próxima da linguagem cotidiana, com um toque de humor e próxima à fonte de inspiração popular.
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo
aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as
classes sociais daquele âmbito, estava colocada num invejável
ponto de observação. (...)
{5} Sem querer forçar um conflito que, a bem dizer, apenas
se esboça, podemos atribuir parte desta grande versatilidade
psicológica da protagonista aos ecos de uma formação
britânica, protestante, liberal, ressoando num ambiente de
corte ibérico e católico, mal saído do regime de trabalho
{10} escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independência da
juventude, reveste-se de acentuado sabor sociológico este caso
da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o
meio de gente morena que é o seu, o único que conhece e ama,
não vacila em o criticar com precisão e finura notáveis, se essa
{15} lucidez não traduzisse a coexistência íntima de dois mundos
culturais divergentes, que se contemplam e se julgam no
interior de um eu tornado harmonioso pelo equilíbriomesmo de
suas contradições.
Alexandre Eulálio, “Livro que nasceu clássico”. In: Helena Morley, Minha vida de menina
04. (Fuvest) De acordo com Alexandre Eulálio, a protagonista do romance Minha vida de menina
- vivencia um conflito – uma ideia fortalecida por “a bem dizer” (L. 5).
- apresenta certo vínculo com o protestantismo – uma ideia sintetizada por “ecos de uma formação britânica” (L. 7-8).
- formou-se num meio alheio ao trabalho escravo – um fato referido por “num ambiente de corte ibérico e católico” (L. 8-9).
- rejeita as influências do meio em que vive – uma característica revelada por “precisão e finura notáveis” (L. 14).
- tem a sua lucidez psicológica abalada pelas ambivalências de sua educação – um traço reiterado por “equilíbrio mesmo de suas contradições” (L. 17-18).
Resposta: B
Resolução:
05. (FUVEST) O trecho do romance Minha vida de menina que ilustra de modo mais preciso o que, para o crítico Alexandre Eulálio, representa “a coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes” é:
- “Se há uma coisa que me faz muita tristeza é gostar muito de uma pessoa, pensando que ela é boa e depois ver que é ruim”.
- “Eu tinha muita inveja de ver meus irmãos montarem no cavalo em pelo, mas agora estou curada e não montarei nunca mais na minha vida”.
- “Já refleti muito desde ontem e vi que o único meio de ter vestido é vendendo o broche. Vou dormir ainda esta noite com isto na cabeça e vou conversar com Nossa Senhora tudo direitinho”.
- “Se eu não ouvir missa no domingo, como quando estou na Boa Vista onde não há igreja e não posso ouvir no Bom Sucesso, fico o dia todo com um prego na consciência me aferroando”.
- “Este ano saiu à rua a procissão de Cinzas que há muitos anos não havia. Dizem que não saía há muito tempo por falta de santos, porque muitos já estavam quebrados”.
Resposta: C
Resolução: O trecho "Já refleti muito desde ontem e vi que o único meio de ter vestido é vendendo o broche. Vou dormir ainda esta noite com isto na cabeça e vou conversar com Nossa Senhora tudo direitinho" ilustra de modo mais preciso a coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes. Neste trecho, a personagem demonstra sua relação com a religião e a crença em Nossa Senhora, o que representa um aspecto cultural e espiritual, ao mesmo tempo em que enfrenta a necessidade de vender o broche como meio de resolver um problema prático e material, evidenciando a coexistência de diferentes influências culturais em sua vida.