Urbanização II
Lista de 13 exercícios de Geografia com gabarito sobre o tema Urbanização com questões do Enem.
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1. (Enem 2013) Trata-se de um gigantesco movimento de construção de cidades, necessário para o assentamento residencial dessa população, bem como de suas necessidades de trabalho, abastecimento, transportes, saúde, energia, água etc. Ainda que o rumo tomado pelo crescimento urbano não tenha respondido satisfatoriamente a todas essas necessidades, o território foi ocupado e foram construı́das as condições para viver nesse espaço.
MARICATO, E. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes, 2001.
A dinâmica de transformação das cidades tende a apresentar como consequência a expansão das áreas periféricas pelo(a)
- crescimento da população urbana e aumento da especulação imobiliária.
- direcionamento maior do fl uxo de pessoas, devido à existência de um grande número de serviços.
- delimitação de áreas para uma ocupação organizada do espaço fı́sico, melhorando a qualidade de vida.
- implantação de polı́ticas públicas que promovem a moradia e o direito à cidade aos seus moradores.
- reurbanização de moradias nas áreas centrais, mantendo o trabalhador próximo ao seu emprego, diminuindo os deslocamentos para a periferia.
2. (Enem 2013) De todas as transformações impos- tas pelo meio técnico-cientı́fico-informacional à logı́stica de transportes, interessa-nos mais de perto a intermodalidade. E por uma razão muito simples: o potencial que tal “ferramenta logı́stica”ostenta permite que haja, de fato, um sistema de transportes condizente com a escala geográfica do Brasil.
HUERTAS, D. M. O papel dos transportes na expansão recente da fronteira agrı́cola brasileira. Revista Transporte y Territorio, Universidade de Buenos Aires, n. 3, 2010 (adaptado).
A necessidade de modais de transporte interligados, no território brasileiro, justifica-se pela(s)
- variações climáticas no território, associadas à interiorização da produção.
- grandes distâncias e a busca da redução dos custos de transporte.
- formação geológica do paı́s, que impede o uso de um único modal.
- proximidade entre a área de produção agrı́cola intensiva e os portos.
- diminuição dos fluxos materiais em detrimento de fluxos imateriais.
3. (Enem 2013) Embora haja dados comuns que dão unidade ao fenômeno da urbanização na África, na Ásia e na América Latina, os impactos são distintos em cada continente e mesmo dentro de cada paı́s, ainda que as modernizações se deem com o mesmo conjunto de inovações.
ELIAS, D. Fim do século e urbanização no Brasil. Revista Ciência Geográfica, ano IV, n. 11, set./dez. 1988.
O texto aponta para a complexidade da urbanização nos diferentes contextos socioespaciais. Comparando a organização socioeconômica das regiões citadas, a unidade desse fenômeno é perceptı́vel no aspecto
- espacial, em função do sistema integrado que envolve as cidades locais e globais.
- cultural, em função da semelhança histórica e da condição de modernização econômica e polı́tica.
- demográfico, em função da localização das maiores aglomerações urbanas e continuidade do fluxo campo-cidade.
- territorial, em função da estrutura de organização e planejamento das cidades que atravessam as fronteiras nacionais.
- econômico, em função da revolução agrı́cola que transformou o campo e a cidade e contribuiu para fixação do homem ao lugar.
4. (Enem 2012)
Minha vida é andar
Por esse paı́s
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei
GONZAGA, L.; CORDOVIL. H. A vida de viajante, 1953. Disponı́vel em: www.recife.pe.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2012 (fragmento).
A letra dessa canção reflete elementos identitários que representam a
- valorização das caracterı́sticas naturais do Sertão nordestino.
- denúncia da precariedade social provocada pela seca.
- experiência de deslocamento vivenciada pelo migrante.
- profunda desigualdade social entre as regiões brasileiras.
- discriminação dos nordestinos nos grandes centros urbanos.
5. (Enem 2012) A moderna “conquista da Amazônia” inverteu o eixo geográfico da colonização da região. Desde a época colonial até meados do século XIX, as correntes principais de população movimentaram-se no sentido Leste-Oeste, estabelecendo uma ocupação linear articulada. Nas últimas décadas, os fluxos migratórios passaram a se verificar no sentido Sul-Norte, conectando o Centro-Sul à Amazônia.
OLIC, N. B. Ocupação da Amazônia, uma epopeia inacabada. Jornal Mundo, ano 16, n. 4, ago. 2008 (adaptado).
O primeiro eixo geográfico de ocupação das terras amazônicas demonstra um padrão relacionado à criação de
- núcleos urbanos em áreas litorâneas.
- centros agrı́colas modernos no interior.
- vias férreas entre espaços de mineração.
- faixas de povoamento ao longo das estradas.
- povoados interligados próximos a grandes rios.
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6. (Enem 2012) A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no inı́cio do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento).
Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito no texto é:
- Obsolescência dos portos.
- Estatização de empresas.
- Eliminação de incentivos fiscais.
- Ampliação de polı́ticas protecionistas.
- Desenvolvimento dos meios de comunicação.
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7. (Enem 2011) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna.
SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).
O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente associado a essa ocupação foi o avanço da
- industrialização voltada para o setor de base.
- economia da borracha no sul da Amazônia.
- fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
- exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
- extrativismo na região pantaneira.
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8. (Enem 2011) O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das condições iniciais do clima pelo processo de urbanização, caracterizado pela modificação do solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui todas as atividades humanas inerentes à sua vida na cidade.
BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo: EdUSP, 2005.
O texto exemplifica uma importante alteração socioambiental, comum aos centros urbanos. A maximização desse fenômeno ocorre
- pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados.
- pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos.
- pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifı́cios.
- pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas centrais das cidades.
- pela construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.
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9. (Enem 2011) O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o trabalho, todos os dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vı́tima diária do trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de poluição particulada - poeira, fumaça, fuligem, partı́culas de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, compostos orgânicos e outras substâncias nocivas.
ESCOBAR, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago. 2008.
A população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições socioambientais das do professor citado no texto apresentará uma tendência de
- ampliação da taxa de fecundidade.
- diminuição da expectativa de vida.
- elevação do crescimento vegetativo.
- aumento na participação relativa de idosos.
- redução na proporção de jovens na sociedade.
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10. (Enem 2011) Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de um terço dos municı́pios do paı́s, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatı́stica (IBGE).
MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade. Disponı́vel em: http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010.
A situação das favelas no paı́s reporta a graves problemas de desordenamento territorial. Nesse sentido, uma caracterı́stica comum a esses espaços tem sido
- o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para atender as necessidades básicas dos moradores.
- a organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público.
- a presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação dos espaços naturais circundantes.
- a ocupação de áreas de risco suscetı́veis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas materiais e humanas.
- o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a resultante multiplicação de polı́ticas que tentam reverter esse quadro.
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11. (Enem 2011) As migrações transnacionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema também mundial. Deslocam-se indivı́duos, famı́lias e coletividades para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizações totalmente diversas.
IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na formação social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios nas últimas décadas e uma polı́tica migratória atual dos paı́ses desenvolvidos são
- a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração.
- a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes.
- o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes.
- a expansão da fronteira agrı́cola e a expulsão dos imigrantes qualificados.
- a fuga decorrente de conflitos polı́ticos e o fortalecimento de polı́ticas sociais.
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12. (Enem 2009) Além dos inúmeros eletrodomésticos e bens eletrônicos, o automóvel produzido pela indústria fordista promoveu, a partir dos anos 50, mudanças significativas no modo de vida dos consumidores e também na habitação e nas cidades. Com a massificação do consumo dos bens modernos, dos eletroeletrônicos e também do automóvel, mudaram radicalmente o modo de vida, os valores, a cultura e o conjunto do ambiente construı́do. Da ocupação do solo urbano até o interior da moradia, a transformação foi profunda.
MARICATO, E. Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras. Disponı́vel em: http://www.scielo.br. Acesso em: 12 ago. 2009 (adaptado).
Uma das consequências das inovações tecnológicas das últimas décadas, que determinaram diferentes formas de uso e ocupação do espaço geográfico, é a instituição das chamadas cidades globais, que se caracterizam por
- possuı́rem o mesmo nı́vel de influência no cenário mundial.
- fortalecerem os laços de cidadania e solidariedade entre os membros das diversas comunidades.
- constituı́rem um passo importante para a diminuição das desigualdades sociais causadas pela polarização social e pela segregação urbana.
- terem sido diretamente impactadas pelo processo de internacionalização da economia, desencadeado a partir do final dos anos 1970.
- terem sua origem diretamente relacionadas ao processo de colonização ocidental do século XIX.
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13. (Enem 2009) No perı́odo 750-338 a. C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas caracterı́sticas culturais, como a lı́ngua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado.
No perı́odo 1200-1600 d. C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestı́gios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.
Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).
Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes pois
- as ruı́nas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.
- as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas.
- as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si.
- os povos do Xingu falavam uma mesma lı́ngua, tal como nas cidades-Estado da Grécia.
- as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.
Enem
14. (Enem 2009) A mais profunda objeção que se faz à ideia da criação de uma cidade, como Brası́lia, é que o seu desenvolvimento não poderá jamais ser natural. É uma objeção muito séria, pois provém de uma concepção de vida fundamental: a de que a atividade social e cultural não pode ser uma construção. Esquecem-se, porém, aqueles que fazem tal crı́tica, que o Brasil, como praticamente toda a América, é criação do homem ocidental.
PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis - Revista do Programa de Pós-graduação em Arte (UnB), Vol. 5, n. 1, 2006 (adaptado).
As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque
- a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáticos que não encontram respaldo na história do Brasil ou da América.
- as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais fraco na vida social, enquanto a América é mostrada como um exemplo a ser evitado.
- a objeção inicial, de que as cidades não podem ser inventadas, é negada logo em seguida pelo exemplo utópico da colonização da América.
- a concepção fundamental da primeira afirmação defende a construção de cidades e a segunda mostra, historicamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.
- a primeira entende que as cidades devem ser organismos vivos, que nascem de forma espontânea, e a segunda mostra que há exemplos históricos que demonstram o contrário.