A Persistência do “Jeitinho” na Sociedade Brasileira
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "A Persistência do “Jeitinho” na Sociedade Brasileira", apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
O “jeitinho brasileiro” se refere à abordagem improvisada e muitas vezes informal com a qual o brasileiro resolve situações problemáticas.Esse jeitinho brasileiro de ser é visto tanto como negativo quanto positivo, consoante a situação na qual ele é aplicado. Diz-se que a primeira prática do jeitinho brasileiro aconteceu em 1946, quando um cidadão estrangeiro solicitou um visto a um consulado brasileiro.
Na época, o indivíduo teve seu pedido registrado sob a profissão de agrônomo (quando, na verdade, ele era médico), como forma de ter o seu processo facilitado.
Apesar de a origem da prática ter ocorrido em 1946, o registro histórico e oficial da expressão deu-se em 1982.
Disponível em: https://www.significados.com.br/jeitinho-brasileiro/
TEXTO II
DEFINIÇÕES E CONCEPÇÕES
Todos nós temos noção do que é o jeitinho brasileiro e podemos identificá-lo em diversas situações cotidianas. Mas é importante entender também o que os estudiosos têm a dizer sobre ele. Dois exemplos são os antropólogos Lívia Barbosa e Roberto DaMatta, que definem o jeito como algo relativo, que pode ser visto tanto como algo bom quanto ruim
No livro “O jeitinho brasileiro: a arte de ser mais igual que os outros”, Livia Barbosa mostra a ambiguidade do conceito:
“ […] o jeitinho é sempre uma forma “especial” de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida; ou uma solução criativa para alguma emergência, seja sob a forma de conciliação, esperteza ou habilidade. Portanto, para que uma determinada situação seja considerada jeito, necessita-se de um acontecimento imprevisto e adverso aos objetivos do indivíduo. Para resolvê-la, é necessária uma maneira especial, isto é, eficiente e rápida, para tratar do ‘problema’.”
Neste mesmo livro, Barbosa traz outro ponto interessante. O jeitinho brasileiro pode ser visto tanto como um favor, quanto como uma forma de corrupção. Segundo a autora, ele estaria localizado entre esses dois polos, onde o primeiro é positivo e o outro é negativo, podendo pender mais para um lado ou para o outro. O que caracterizaria o jeito como algo positivo ou negativo depende da situação em que ele ocorre e a relação que existe entre as pessoas envolvidas.
Digamos, por exemplo, que você pediu para que uma pessoa fizesse um favor para você. Até aí não vemos nenhum problema. Podemos pensar que essa pessoa é sua amiga, tornando a situação mais comum ainda. Mas vamos supor que esse seu amigo seja um funcionário do DETRAN e você irá perder sua CNH por dirigir em alta velocidade. Ou seja, o que era um simples favor começa a se caracterizar como algo ilegal. Isso demonstra os dois pontos: como o favor começa a pender para o polo negativo, a depender da situação, e como a relação entre os indivíduos envolvidos é um fator que contribui para o jeitinho. Barbosa explica:
“Um outro aspecto que singulariza o jeito do favor é o grau de conhecimento entre as pessoas envolvidas na situação. Enquanto eu posso pedir um jeito a um desconhecido, favor não se pede a qualquer um. […] existe a idéia de que determinados assuntos e situações requerem confiança por parte de quem pede e, portanto, é necessário conhecer com quem se está tratando.”
Em Dando um jeito no jeitinho, Lourenço Stelio Rega traz uma ampla variedade de visões. O autor mostra como são extensas as concepções sobre o conceito, que representam o “jeitinho” desde algo positivo – que retrata a flexibilidade e criatividade do brasileiro em resolver situações – até como uma filosofia de “tentar levar vantagem em tudo”, uma forma de corrupção – nesse caso caracterizando-se como algo negativo.
Disponível em: https://www.politize.com.br/jeitinho-brasileiro/
TEXTO III

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