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A exploração trabalhista na sociedade moderna

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "A exploração trabalhista na sociedade moderna", apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Há muito desconhecimento e incompreensão por parte da sociedade em relação às consequências perversas do trabalho infantil tanto para as vítimas quanto para a concretização do ideal constitucional de sociedade menos desigual e mais justa. E isso vem mantendo o Brasil no mapa dos países que ainda convivem com essa ferida social, reconhecida internacionalmente como uma das piores formas de exploração do trabalho humano.

O problema se agrava quando assistimos à apologia ao trabalho infantil advinda de autoridades públicas que têm o dever de combatê-lo. O mais lamentável: mediante a adoção de discurso simplista que apenas contribui para a desinformação e nos distancia da tão necessária erradicação dessa grave violação de direitos humanos.

É preciso lembrar que a Constituição Federal estabelece ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (art. 227 da CF).

https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2020/09/4878822-trabalho-infantil-realidade-cruel-e-persistente.html

TEXTO II

Com o aumento do número de pessoas que encontram no aplicativo a única opção para obter renda em um país em que 11,6 milhões procuram emprego, a precarização do trabalho irá aumentar, na visão do procurador. As plataformas de mobilidade e de entrega de produtos têm cerca de 5,5 milhões de profissionais cadastrados, segundo o Instituto Locomotiva. “São trabalhos que não consideram as leis trabalhistas, as horas extras. Se o motorista fica doente, ele simplesmente perde dinheiro. Ao se tornarem todos microempresários eles contribuem com uma previdência menor, o que pode tornar cada vez mais insustentável o sistema previdenciário, e a própria aposentadoria deles”, diz.

https://brasil.elpais.com/economia/2020-02-06/decisoes-judiciais-abrem-precedente-para-consolidar-uberizacao-dos-empregos-por-aplicativo-no-brasil.html

TEXTO III

No mesmo dia em que chegaram à oficina, receberam as primeiras instruções para costurar bolsos, punhos e mangas. Generoso, disse uma delas, Carlos permitiu que, naquele dia, parassem de trabalhar meia hora antes do fim da jornada, às 22h.

A rotina era imutável. As irmãs trabalhavam de 7h às 22h, com breves intervalos para comer. Aos sábados, das 7h às 12h. O único pagamento que receberam foi de R$ 380 — outros R$ 120 Carlos entregou na primeira semana das jovens na casa-oficina. Aos domingos, elas limpavam corredor e banheiro e podiam fazer duas refeições. Para acessar à internet, pagavam R$ 50.

Além da jornada de trabalho 14 horas por dia, da alimentação precária oferecida por Carlos e do pagamento irregular, nos quase dois meses em que as bolivianas estiveram na oficina de costura, sair para a rua não era uma opção. Durante a semana, a mulher de Carlos dizia que as jovens eram “muito lerdas” e que sair na hora do almoço ia atrapalhar o rendimento. Os patrões diziam que elas precisavam “costurar mais e melhor porque foram trazidas para isso”, por entre gritos e xingamentos, segundo os depoimentos dados aos auditores, aos quais a Repórter Brasil teve acesso. A porta da casa-oficina ficava trancada aos domingos.

https://reporterbrasil.org.br/2020/06/trabalho-escravo-despejos-e-mascaras-a-r-010-pandemia-agrava-exploracao-de-migrantes-bolivianos-em-sp/