Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim, também conhecida como a Conferência do Congo ou a Conferência de Berlim para a Regulação da Questão Africano, foi uma conferência internacional realizada em Berlim, na Alemanha, em 1884-1885. Ela foi convocada pelo Império Alemão e teve como objetivo regular as relações comerciais e políticas entre os países europeus e as colônias africanas, bem como estabelecer os limites das colônias na África.
Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim, também conhecida como a Conferência do Congo ou a Conferência de Berlim para a Regulação da Questão Africano, foi uma conferência internacional realizada em Berlim, na Alemanha, em 1884-1885. Ela foi convocada pelo Império Alemão e teve como objetivo regular as relações comerciais e políticas entre os países europeus e as colônias africanas, bem como estabelecer os limites das colônias na África.
A conferência resultou na divisão da África entre as potências coloniais europeias e teve um grande impacto nas relações internacionais e na história da África. Alguns consideram a Conferência de Berlim como um ponto de inflexão na colonização da África, já que ela foi um marco na consolidação das colônias europeias no continente africano.
A conferência de Berlim, conforme ilustrado no "Illustrierte Zeitung"
Causas da Conferência de Berlim
- A questão da delimitação de fronteiras coloniais na África
- A disputa pelo controle de recursos naturais, como minerais e terras férteis
- A luta pelo poder e influência política e econômica entre as potências européias
- A competição pelo comércio e rotas comerciais na África
- A preocupação com a imigração e a estabilidade política nas colônias africanas
- A busca por novas áreas para expansão territorial e colonização
- A competição pela influência cultural e religiosa na África
- A necessidade de estabelecer regras para o tratamento dos povos indígenas das colônias.
O Congresso de Berlim, em gravura da época - Gartenlaube 1884
Lista dos países europeus que receberam colônias na África
Lista dos países europeus que receberam colônias na África durante a Conferência de Berlim, assim como alguns dos territórios que eles receberam:
- Reino Unido: Egito, Sudão, Somália, Quênia, Tanganyika (atual Tanzânia), Zâmbia, Zimbabwe (atual Zimbábue), Botswana, Lesoto, Swazilândia, Namíbia.
- França: Tunísia, Argélia, Marrocos, Senegal, Guiné, Costa do Marfim, Burkina Faso, Níger, Mali, Guiné-Bissau, Benin, Togo, Camarões, Chade, Congo-Brazzaville, Gabão.
- Portugal: Angola, Moçambique.
- Bélgica: Congo-Kinshasa (atual República Democrática do Congo).
- Alemanha: Togo, Camarões, Tanganica (atual Tanzânia), Ruanda, Burundi.
- Itália: Eritréia, Somália.
- Espanha: Marrocos, Guiné Equatorial.
- Estados Unidos: Liberiá (um país fundado por colonos afro-americanos).
Mapa da África colonial por volta de 1913, nas fronteiras atuais. - Eric Gaba – Usuário do Wikimedia Commons: Sting, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
Consequências da Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim teve várias consequências importantes para a África e para o mundo. Algumas das principais consequências da conferência incluem:
- Divisão da África: A conferência resultou na divisão da África entre as potências coloniais europeias, o que significou que os países europeus passaram a ter controle sobre grandes extensões de terra e populações na África. Isso teve um impacto significativo na formação dos estados africanos modernos e na história do continente.
- Aumento do comércio: A Conferência de Berlim também resultou em um aumento significativo do comércio entre a Europa e a África. Os países europeus passaram a exportar produtos industriais para a África em troca de produtos agrícolas, minerais e materiais naturais. Isso contribuiu para o crescimento econômico da Europa, mas também teve um impacto negativo nas economias africanas, já que a dependência das exportações de matérias-primas limitou o desenvolvimento de indústrias locais.
- Exploração da mão de obra africana: A Conferência de Berlim também resultou na exploração da mão de obra africana pelas potências coloniais europeias. Muitos africanos foram obrigados a trabalhar em condições precárias nas colônias africanas, o que contribuiu para a pobreza e a desigualdade na África.
- Desintegração das comunidades africanas: A Conferência de Berlim também teve o efeito de desintegrar as comunidades africanas, já que os países europeus estabeleceram fronteiras administrativas que não levaram em conta as divisões étnicas ou culturais existentes na África. Isso levou a conflitos étnicos e tribais que continuam a afetar a África até os dias de hoje.
Caricatura representando o rei belga Leopoldo II no meio, o imperador alemão Guilherme I à direita e um urso coroado (representando o Império Russo à esquerda), cortando uma abóbora (representando o Congo) na Conferência de Berlim de 1884, com o texto abaixo "Quando a véspera do povo?"
Curiosidades sobre a Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim foi convocada pelo chanceler alemão Otto von Bismarck e contou com a participação de 14 países europeus, incluindo a Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Portugal.
A Conferência de Berlim foi a primeira grande conferência internacional dedicada exclusivamente à questão da colonização da África.
Durante a conferência, os participantes discutiram questões como o comércio, os direitos dos nativos africanos e os limites das colônias.
A Conferência de Berlim resultou na divisão da África entre as potências coloniais europeias. Isso incluiu o estabelecimento de fronteiras que, em alguns casos, cortavam a travessia de tribos e povos africanos.
A Conferência de Berlim foi duramente criticada por muitos líderes africanos e por aqueles que se opunham à colonização da África. Eles argumentaram que a conferência foi um meio pelo qual as potências coloniais europeias dividiram e controlaram a África para seus próprios benefícios econômicos e políticos.
A Conferência de Berlim teve um impacto duradouro na história da África e ainda é lembrada como um marco na colonização do continente. Muitos dos problemas políticos e sociais enfrentados pelos países africanos hoje em dia podem ser traçados de volta às decisões tomadas durante a conferência.