Idade Moderna V
Simulado com 15 exercícios de História com gabarito sobre o tema Idade Moderna V com questões de Vestibulares.
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01. (UFPA) Norman Hampson, autor de História Social de la Revolución Francesa, aborda as tensões na sociedade francesa do século XVIII:
A França do ancien régime... era uma sociedade extremamente complexa, caracterizada por grandes variações locais em todos os níveis. Por uma série de razões – políticas, econômicas, sociais e religiosas – as tensões foram se tornando cada vez maiores durante a segunda metade do século XVIII (...).
(Apud MARQUES, Adhemar et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2008. p. 18).
Considerando o que diz Hampson, essa realidade da sociedade francesa daquele século se expressa nas tensões decorrentes da
- alta dos tributos implementados durante o reinado de Luís XVI, que atingiu, sobretudo, os servos que viviam em glebas fora dos muros da cidade e que eram arrendadas pelos aristocratas do 2º Estado.
- tomada de consciência da classe trabalhadora que vivia no campo, ao reconhecer que era explorada pela Corte, a qual tinha como única função nomear, convocar ou demitir ministros, impedindo o rei de governar.
- luta de classes que se estabeleceu entre burgueses e camponeses, representantes das então recentes forças produtivas que se estabeleceram na França após a superação do feudalismo e do clericalismo.
- sobrecarga de taxas sobre o campesinato enquanto as ordens privilegiadas (nobreza e clero) ocupavam os lugares honoríficos e lucrativos, ao mesmo tempo em que a burguesia ficava fora do poder.
- dependência em que vivia a burguesia em relação à nobreza, que tudo controlava desde os impostos até a produção de alimentos, como forma de evitar a revolução no campo.
02. (UFRGS) A Guerra Civil entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos, ocorrida entre 1861-1865, teve por consequência profundas mudanças na economia e na sociedade do país.
Assinale a alternativa que apresenta essas mudanças.
- A abolição da escravidão e a afirmação do modelo capitalista de inspiração nortista em todo o país.
- A manutenção da escravidão e a disseminação do modelo de agricultura monocultora sulista para toda a nação.
- A conquista do México e a ampliação da escravidão em direção aos territórios recém-conquistados.
- A vitória do Sul industrial diante do Norte rural e sua separação permanente da União.
- A conciliação entre Norte e Sul e a manutenção da escravidão em ambas as regiões.
03. (UDESC) “Podemos ser algo simplistas e dizer que houve duas revoluções na Inglaterra dos meados do século XVII. Uma, a que venceu, estabeleceu os sagrados direitos de propriedade (abolição dos títulos feudais sobre a terra, o fim da taxação arbitrária), conferiu poder político aos proprietários (soberania do Parlamento e da common law, supressão dos tribunais que funcionavam com base na prerrogativa e removeu tudo que impedia o triunfo da ideologia dos homens com propriedades — ou seja, da ética protestante. Houve, porém, outra revolução, que nunca chegou a se concretizar, embora de tempos em tempos ameaçasse acontecer. Ela poderia haver estabelecido um sistema comunal de propriedade e uma democracia muito mais ampla nas instituições legais e políticas; poderia, também, haver retirado da Igreja Anglicana o seu caráter oficial e repudiado a ética protestante. O objeto deste livro está em examinar essa revolta no interior da Revolução e a fascinante torrente de ideias radicais que ela desencadeou.” (Hill, p. 32). Por radicais, o autor entende grupos que elaboraram projetos de mudança drástica no sistema político, social e religioso da Inglaterra.
Assinale a opção correta acerca de dois grupos de atuação na Revolução Inglesa, cujas projetos estão inseridos nessa “outra revolução” protagonizada por movimentos radicais mencionados pelo historiador Christopher Hill.
- anglicanos e anabatistas
- tory e Whigs
- diggers e quakers
- luteranos e levellers
- socialista utópicos e anarquistas
04. (UFRGS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes à Revolução dos Cravos em Portugal.
( ) Uma das metas do movimento revolucionário foi a defesa da continuidade do regime salazarista, então vigente e no poder desde 1933.
( ) A Revolução foi um movimento eminentemente civil de oposição ao Estado Novo português, e não contou com apoio algum das Forças Armadas do país.
( ) Uma das suas consequências foi o fim da Guerra Colonial na África e a evacuação das tropas portuguesas de Angola e Moçambique.
( ) A Revolução, com inclinação socialista, buscava depor o Estado Novo português e instaurar um regime democrático no país.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
- F – V – V – F.
- V – V – F – F.
- V – F – V – F.
- F – F – V – V.
- F – V – F – V.
05. (ACAFE) Este ano a imprensa inglesa noticiou que multidões comemoram o 90º aniversário da rainha Elizabeth, que realizou um passeio público. A Monarquia tem uma tradição histórica na Inglaterra e boa parte do povo inglês reverenciou os noventa anos da rainha de Elizabeth.
Nesse contexto, e considerando as raízes históricas do atual sistema de governo da Inglaterra é correto afirmar, exceto:
- Além de garantir a propriedade privada, a Declaração de Direitos (1689), elaborada pelo Parlamento Inglês, estabelecia a superioridade do parlamento sobre o rei.
- A Revolução Gloriosa ocorreu entre 1688 e 1689, determinando o fim do absolutismo monárquico, estabelecendo a monarquia parlamentar constitucional.
- O Primeiro Ministro da Inglaterra não pode atuar em conflitos diplomáticos e na política externa, cabendo à rainha este direito, estabelecido pelo Parlamento Inglês.
- O Parlamento Inglês é formado pela Câmara dos Comuns e pela Câmara dos Lordes. Existe também a Sala da Rainha, que é aberta para o pronunciamento anual da monarca.
06. (UEFS) O movimento em direção à modernidade iniciado pela Renascença foi significativamente acelerado pela Revolução Científica do século XVII. A Revolução Científica destruiu a cosmologia medieval e estabeleceu o método científico – a observação e a experimentação rigorosa e sistemática – como meio essencial de desvendar os segredos da natureza.
(PERRY, 2002. p. 282).
A afirmação do texto relaciona-se
- ao renascimento científico europeu, que introduziu novas concepções relativas, dentre outras, ao heliocentrismo, à anatomia humana, às operações matemáticas decimais e à produção de textos.
- ao modo de produção feudal, resultante do aumento da produtividade agrícola e da expansão do poder dos senhores feudais, ampliando a exploração sobre a classe servil.
- à finalização da concorrência comercial entre as cidades italianas que disputavam a hegemonia no mar Mediterrâneo.
- à eclosão da Reforma Protestante, que condenava o apoio da Igreja Católica às interpretações científicas dos fenômenos religiosos.
- ao fortalecimento das tradições, que afirmavam a identidade entre as raças e a igualdade da capacidade intelectual entre elas.
07. (UEA) A prática econômica dos países europeus da Idade Moderna era o mercantilismo. Um dos princípios básicos do mercantilismo era
- a defesa do trabalho industrial especializado.
- o estímulo ao aumento dos salários dos operários.
- a proibição do empréstimo de dinheiro a juros.
- a adoção do livre câmbio no comércio exterior dos países.
- a intervenção do Estado na esfera econômica.
08. (UEFS) As monarquias nacionais que se formaram ao longo dos séculos XIII, XIV e XV, embora tenham sido uma nova forma de exercício do poder (poder centralizado), oposta às monarquias medievais, mantiveram em sua essência a mesma natureza destas. Apesar, inclusive, de toda a importância e participação da burguesia no processo de consolidação do Estado nacional, o poder continuou sendo exercido pela mesma classe dominante, a nobreza, só que agora concentrado na figura do rei.
(NEVES, 2000. p. 18-19).
A influência da burguesia na estruturação das monarquias europeias deu aos monarcas, entretanto,
- a oportunidade para fortalecer os laços de cooperação com a Igreja Católica, responsável pela confirmação do poder real.
- o cancelamento do direito de acesso às “cartas de franquia” pelas vilas agrícolas medievais.
- o poder de democratizar o acesso de servos, operários e trabalhadores braçais, aos estamentos mais elevados da sociedade.
- a necessidade de dividir o poder de mando com representantes de outros reinos não cristãos do Oriente Médio.
- os recursos necessários à organização de exércitos nacionais comandados por generais da confiança dos reis, excluindo os exércitos particulares da nobreza feudal.
09. (UEG) Leia o texto a seguir.
Socialmente, os sans-culottes representam os citadinos que vivem de seu trabalho, seja como artesãos, seja como profissionais de ofício; alguns, depois de uma vida laboriosa, se tornam pequenos proprietários na cidade, e usufruem as rendas de um imóvel.
PÉRONNET, Michel. Revolução Francesa em 50 Palavras-chaves. São Paulo: Brasiliense, 1988. p. 248.
A análise do texto demonstra que os interesses sociais dos sans-culottes, importantes personagens da Revolução Francesa, se confundiam com os
- da pequena burguesia que, apesar das conquistas econômicas, via-se pressionada pelo aumento no custo de vida.
- dos camponeses, já que ambos lutavam pela abolição dos privilégios feudais no campo e posse de terras coletivas.
- dos membros do baixo clero, uma vez que lutavam por reformas sociais, mas não eram contra a liberdade religiosa.
- da classe dos girondinos, pois apesar das diferenças de classe, ambos os grupos eram politicamente moderados.
10. (UEFS) A retração do mercado de trabalho pode ser explicada pela recessão de 2015, a mais intensa desde 1990, e a perspectiva de uma nova queda da atividade econômica no ano que vem [2016]. Como resultado, grandes setores empregadores, como a construção civil e a indústria de transformação, passaram a demitir num ritmo intenso, e as atividades que ainda mostravam um certo vigor dão sinais de fraqueza.
(TAXA... 2016).
O cenário recessivo descrito no texto, em relação ao mercado de trabalho, opõe-se ao da Revolução Industrial, no século XIX, quando
- os governos nacionais assumiram o controle das indústrias, disciplinando e controlando a oferta de emprego.
- a produção agrícola foi fortalecida, sendo seus trabalhadores valorizados e fixados nas atividades rurais.
- a expansão da indústria de transformação absorveu grande contingente de trabalhadores urbanos, que se submetiam a pesadas jornadas de trabalho em troca de salários ínfimos.
- o grande volume da produção industrial excluía o trabalho de mulheres e crianças nas fábricas.
- a intensa expansão do emprego levou à parceria entre as antigas oficinas artesanais e as novas indústrias.
11. (UEG) Leia o texto a seguir.
O desenvolvimento do racionalismo econômico é parcialmente dependente da técnica e do direito racionais, mas é ao mesmo tempo determinado pela habilidade e disposição do homem em adotar certos tipos de conduta racional prática [...]. As forças mágicas e religiosas e as ideias éticas de dever nelas baseadas têm estado sempre, no passado, entre as mais importantes influências formativas de conduta.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 09.
Uma das mais conhecidas explicações sobre a origem do capitalismo é a do sociólogo alemão Max Weber, que postula a afinidade entre a ética religiosa e as práticas capitalistas. Essa relação se mostra claramente na ética do
- Catolicismo romano, que por meio da cobrança de dízimos e vendas de indulgências estimulou a acumulação de capital.
- Puritanismo calvinista, que concebe o sucesso econômico como indício da predestinação para a salvação.
- Luteranismo alemão, que defendia que cada pessoa devia seguir a sua vocação profissional para conseguir a salvação.
- Anglicanismo britânico, que, ao desestimular as esmolas, permitiu o incremento da poupança nas famílias burguesas.
- Catolicismo Ortodoxo, que, ao abrir mão dos luxos nas construções arquitetônicas, canalizou capital para investimentos econômicos.
12. (UECE) Observe atentamente o seguinte enunciado: “Entre os séculos XV e XVI, Portugal procurou, no continente Africano, diferentes produtos para comercializar: inicialmente o ouro, depois o ser humano, pois entendeu o valor dos escravos como mercadoria de alto valor”.
Considerando o trecho acima, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:
( ) A tradição de exportar escravos para países árabes era comum em várias partes da África.
( ) Aprisionar pessoas para escravidão foi uma prática inexistente na África até a chegada dos europeus.
( ) Os portugueses acreditavam que ser escravo era uma possibilidade de salvação, porque os negros não eram cristãos.
( ) Para muitos europeus, os negros eram descendentes de Ham, o que os tornava amaldiçoados à escravidão eterna.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
- V, V, F, F.
- V, F, V, V.
- F, V, V, F.
- F, F, F, V.
13. (UFU) A tranquilidade dos súditos só se encontra na obediência. [...] Sempre é menos ruim para o público suportar do que controlar incluso o mau governo dos reis, do qual Deus é único juiz. Aquilo que os reis parecem fazer contra a lei comum funda-se, geralmente, na razão de Estado, que é a primeira das leis, por consentimento de todo mundo, mas que é, no entanto, a mais desconhecida e a mais obscura para todos aqueles que não governam.
LUÍS XIV, Rei da França. Memorias. (Versão espanhola de Aurelio Garzón del Camino). México: Fondo de Cultura Económica, 1989. p. 28-37 (Adaptado).
As palavras do rei Luís XIV exemplificam um complexo e longo processo sociopolítico, identificado com o que comumente chamamos de Idade Moderna e que podia ser caracterizado
- por um crescente deslocamento do poder político da burguesia, que passou a ver a ascensão da nobreza feudal, cada vez mais próxima do poder e ocupando importantes cargos políticos.
- pela centralização administrativa sobre os particularismos locais e pela crescente unificação territorial, ainda que os senhores de terra não perdessem inteiramente seus privilégios.
- pelo fortalecimento do poder político da Igreja Católica, resultado de um processo de crescente mercantilização de suas terras e de sua consequente adequação ao mercado.
- pelo processo de cercamento dos campos, com o consequente fortalecimento da nobreza feudal, a qual, com os altos impostos que pagava, contribuiu decisivamente para o fortalecimento do poder real.
14. (UECE) A partir das últimas décadas do século XVIII, intensificaram-se as relações comerciais entre China e Inglaterra. Contudo, a balança comercial entre os dois países nunca foi totalmente favorável para os ingleses. O principal produto exportado pelos chineses nessa época era
- açúcar.
- tecido.
- chá.
- lã.
15. (UFU) Uma verdadeira paixão pelos Estados Unidos tomara conta dos franceses nos anos que precederam a revolução, como testemunham Chateaubriand e o próprio Franklin, que escrevia de Paris a seus correspondentes americanos: “aqui é comum dizer que nossa causa é a do gênero humano”. Além do mais, essa república fora fundada por colonos com quem a França tecera contra a Inglaterra uma aliança vitoriosa: os que tinham se engajado na aventura eram conhecidos por ter sofrido [...] de “inoculação americana”.
OZOUF, Mona. Varennes: a morte da realeza, 21 de junho de 1791. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 175-176 (Adaptado
A historiografia é consensual em afirmar que o movimento revolucionário francês e os ideais iluministas foram de grande importância para diversas lutas coloniais ocorridas na América. Menos estudada é a influência que os norte-americanos exerceram sobre os revolucionários franceses. Essa influência pode ser explicada, para além dos fatores mencionados na citação de Mona Ozouf,
- pela forte tradição liberal dos colonos norte-americanos que, durante a luta pela independência, foram contrários a toda forma de exploração do trabalho.
- pelo forte apelo simbólico que exercia o exemplo norte-americano de emancipação colonial, visto como caso modelar de luta contra a opressão dos poderes instituídos.
- pelo desprezo que os colonos norte-americanos tinham em relação à religião, vista por eles como braço aliado do poder da metrópole inglesa, contra a qual deveriam lutar.
- pela defesa da doutrina fisiocrata que, no plano político, se traduzia na permanência de privilégios constitucionais para as camadas senhoriais.