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Realismo e Naturalismo

Simulado com 20 questões de Linguagens Com Gabarito para a Fatec, Fuvest, Unesp, Unicamp, Unifesp e Univesp com questões de Vestibulares.






01. (UNICAMP) No conto "O espelho", de Machado de Assis, o esboço de uma nova teoria sobre a dupla natureza da alma humana é apresentado por Jacobina. A personagem narra a situação em que se viu sozinha na casa da tia Marcolina.

"As horas batiam de século a século no velho relógio da sala, cuja pêndula, tic-tac, tic-tac, feria-me a alma interior como um piparote contínuo da eternidade."

Considerando os indicadores da passagem do tempo na citação, é correto afirmar que

  1. o movimento oscilante do pêndulo do relógio expressa a duplicidade da alma interior.
  2. o som do velho relógio da sala materializa acusticamente a longevidade da alma interior.
  3. a sonoridade repetitiva do pêndulo intensifica as aflições da alma interior.
  4. o contínuo batimento das horas sugere o vigor da alma interior.

Resposta: C

Resolução: O som repetitivo e monótono do tic-tac do relógio ("piparote contínuo da eternidade") acentua a sensação de angústia e solidão do narrador, intensificando suas aflições interiores. A passagem do tempo é percebida como algo que "fere" a alma, evidenciando o sofrimento psicológico da personagem.

02. (UNICAMP) esse amanhecer mais noite que a noite.

(Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.12.)

Silencioso cubo de treva:

um salto, e seria a morte.

Mas é apenas, sob o vento,

a integração na noite.

Nenhum pensamento de infância,

nem saudade nem vão propósito.

Somente a contemplação

de um mundo enorme e parado.

A soma da vida é nula.

Mas a vida tem tal poder:

na escuridão absoluta,

como líquido, circula.

Suicídio, riqueza, ciência...

A alma severa se interroga

e logo se cala. E não sabe

se é noite, mar ou distância.

Triste farol da Ilha Rasa.

(Idem, p. 71.)

A visão de mundo do eu lírico em Drummond é marcada pela ironia e pela dúvida constante, cujo saldo final é negativo e melancólico ("Triste farol da Ilha Rasa"). Tal perspectiva assemelha-se à do

  1. personagem Leonardo, do romance Memórias de um sargento de milícias.
  2. personagem Carlos, da obra Viagens na minha terra.
  3. narrador do romance O cortiço.
  4. narrador do romance Memórias póstumas de Brás Cubas.

Resposta: D

Resolução: O narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas, assim como o eu lírico de Drummond, apresenta uma visão de mundo cética, irônica e pessimista. Brás Cubas faz uma análise crítica da sociedade e da condição humana com tom desiludido, questionando valores e convenções sociais, o que se assemelha à perspectiva melancólica e interrogativa presente nos poemas de Drummond.

03. (UNICAMP) Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa (...).

À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito.

(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)

Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do romance, é correto afirmar que

  1. o grosseiro rumor, a sexualidade desregrada e a exalação forte que provinham do cortiço decorriam, segundo Miranda, do abandono daquela população pelo governo.
  2. os termos "grosseiro rumor", "animais", "bestas no coito", que fazem referência aos moradores do cortiço, funcionam como metáforas da vida pulsante dos seus habitantes.
  3. o nivelamento sociológico na obra O Cortiço se dá não somente entre os moradores da habitação coletiva e o seu senhorio, mas também entre eles e o vizinho Miranda.
  4. a presença portuguesa, exemplificada nas personagens João Romão e Miranda, não é relevante para o desenvolvimento da narrativa nem para a compreensão do sentido da obra.

Resposta: B

Resolução: No Naturalismo de Aluísio Azevedo, os moradores do cortiço são frequentemente animalizados, representados como seres guiados por instintos primários. As expressões "grosseiro rumor", "animais" e "bestas no coito" funcionam como metáforas que enfatizam a vitalidade bruta, orgânica e quase selvagem da vida no cortiço, característica da estética naturalista que via o homem como produto do meio e da hereditariedade.

04. (UNIFESP) Então começou a minha vida de milionário. Deixei bem depressa a casa de Madame Marques - que, desde que me sabia rico, me tratava todos os dias a arroz-doce, e ela mesma me servia, com o seu vestido de seda dos domingos. Comprei, habitei o palacete amarelo, ao Loreto: as magnificências da minha instalação são bem conhecidas pelas gravuras indiscretas da Ilustração Francesa. Tornou-se famoso na Europa o meu leito, de um gosto exuberante e bárbaro, com a barra recoberta de lâminas de ouro lavrado e cortinados de um raro brocado negro onde ondeiam, bordados a pérolas, versos eróticos de Catulo; uma lâmpada, suspensa no interior, derrama ali a claridade láctea e amorosa de um luar de Verão. [...]

Entretanto Lisboa rojava-se aos meus pés. O pátio do palacete estava constantemente invadido por uma turba: olhando-a enfastiado das janelas da galeria, eu via lá branquejar os peitilhos da Aristocracia, negrejar a sotaina do Clero, e luzir o suor da Plebe: todos vinham suplicar, de lábio abjeto, a honra do meu sorriso e uma participação no meu ouro. Às vezes consentia em receber algum velho de título histórico: - ele adiantava-se pela sala, quase roçando o tapete com os cabelos brancos, tartamudeando adulações; e imediatamente, espalmando sobre o peito a mão de fortes veias onde corria um sangue de três séculos, oferecia-me uma filha bem-amada para esposa ou para concubina.

Todos os cidadãos me traziam presentes como a um ídolo sobre o altar - uns odes votivas, outros o meu monograma bordado a cabelo, alguns chinelas ou boquilhas, cada um a sua consciência. Se o meu olhar amortecido fixava, por acaso, na rua, uma mulher - era logo ao outro dia uma carta em que a criatura, esposa ou prostituta, me ofertava a sua nudez, o seu amor, e todas as complacências da lascívia.

Os jornalistas esporeavam a imaginação para achar adjetivos dignos da minha grandeza; fui o sublime Sr. Teodoro, cheguei a ser o celeste Sr. Teodoro; então, desvairada, a Gazeta das Locais chamou-me o extraceleste Sr. Teodoro! Diante de mim nenhuma cabeça ficou jamais coberta - ou usasse a coroa ou o coco. Todos os dias me era oferecida uma presidência de Ministério ou uma direção de confraria. Recusei sempre, com nojo.

(Eça de Queirós. O mandarim, s/d.)

Ao descrever a sua vida de milionário, o narrador

  1. reconhece que as pessoas se aproximam dele com mais respeito e cautela, fato que o deixa desconfortável, por sua natureza humilde.
  2. sente-se lisonjeado pelo tratamento cerimonioso de que é alvo constante, sobretudo porque as pessoas são honestas em seu proceder.
  3. ironiza as relações de interesses decorrentes da sua nova condição social, deixando evidente que as pessoas se humilham perante ele.
  4. ignora a forma como os mais pobres o interpelam, pois não consegue identificar os contatos sem interesses monetários.
  5. despreza a falta de veneração à sua pessoa, principalmente pelos mais bem nascidos, que não o veem como pertencente à aristocracia.

Resposta: C

Resolução: O narrador utiliza ironia para criticar a hipocrisia das relações sociais baseadas no interesse. Ele descreve com tom crítico como todas as classes sociais - aristocracia, clero e plebe - se humilham perante seu dinheiro, evidenciando a corrupção moral que o poder financeiro provoca nas relações humanas. Expressões como "lábio abjeto", "suplicar" e "com nojo" revelam sua visão negativa sobre esse comportamento.

05. (UNIFESP) Nesta obra, eu quis estudar temperamentos e não caracteres. Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de livre-arbítrio, arrastadas a cada ato de suas vidas pelas fatalidades da própria carne. Começa-se a compreender que o meu objetivo foi acima de tudo um objetivo científico.

(Émile Zola apud Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira, 1994. Adaptado.)

Depreendem-se dessas considerações do escritor francês Émile Zola, a respeito de uma de suas obras, preceitos que orientam a corrente literária

  1. romântica.
  2. árcade.
  3. naturalista.
  4. simbolista.
  5. barroca.

Resposta: C

Resolução: As afirmações de Zola expressam claramente os princípios do Naturalismo: estudo de "temperamentos" (influenciados pela biologia), personagens dominadas por instintos ("nervos e sangue"), negação do livre-arbítrio, determinismo fisiológico ("fatalidades da própria carne") e objetivo científico. Zola foi o principal teórico do Naturalismo, defendendo que o romance deveria ser uma aplicação do método experimental às ciências humanas.

06. (FUVEST) Nesse livro, ousadamente, varriam-se de um golpe osentimentalismo superficial, a fictícia unidade da pessoa humana, as frases piegas, o receio de chocar preconceitos, a concepção do predomínio do amor sobre todas as outras paixões; afirmava-se a possibilidade de construir um grande livro sem recorrer à natureza, desdenhava-se a cor local; surgiram afinal homens e mulheres, e não brasileiros (no sentido pitoresco) ou gaúchos, ou nortistas, e, finalmente,mas não menos importante, patenteava-se a influência inglesa em lugar da francesa.

Lúcia Miguel-Pereira, História da Literatura Brasileira -Prosa de ficção - de 1870 a 1920. Adaptado.

O livro a que se refere a autora é

  1. Memórias de um sargento de milícias.
  2. Til.
  3. Memórias póstumas de Brás Cubas.
  4. O cortiço.
  5. A cidade e as serras.

Resposta: C

Resolução: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) representa uma ruptura com a tradição romântica brasileira. A obra machadiana elimina o sentimentalismo, questiona a unidade psicológica do indivíduo, rejeita a "cor local" pitoresca e mostra influência de autores ingleses como Sterne e Swift, em contraste com a predominante influência francesa no Romantismo brasileiro.

07. (UNESP) Desde já a ciência entra, portanto, no nosso domínio de romancistas, nós que somos agora analistas do homem, em sua ação individual e social. Continuamos, pelas nossas observações e experiências, o trabalho do fisiólogo que continuou o do físico e o do químico. Praticamos, de certa forma, a Psicologia científica, para completar a Fisiologia científica; e, para acabar a evolução, temos tão somente que trazer para nossos estudos sobre a natureza e o homem o instrumento decisivo do método experimental. Em uma palavra, devemos trabalhar com os caracteres, as paixões, os fatos humanos e sociais, como o químico e o físico trabalham com os corpos brutos, como o fisiólogo trabalha com os corpos vivos. O determinismo domina tudo. É a investigação científica, é o raciocínio experimental que combate, uma por uma, as hipóteses dos idealistas, e substitui os romances de pura imaginação pelos romances de observação e de experimentação.

(Émile Zola. O romance experimental, 1982. Adaptado.)

Depreendem-se do comentário do escritor francês Émile Zola preceitos que orientam a corrente literária

  1. simbolista.
  2. árcade.
  3. naturalista.
  4. romântica.
  5. barroca.

Resposta: C

Resolução: O texto apresenta os fundamentos do Naturalismo conforme teorizados por Zola: aplicação do método científico à literatura, continuidade entre ciências naturais e estudo do homem, determinismo, observação e experimentação como métodos, e rejeição do idealismo romântico. Zola defendia que o romance deveria ser um "laboratório" onde se estudam os fenômenos humanos com rigor científico.

08. (FUVEST) - Pois, Grilo, agora realmente bem podemos dizer que o sr. D. Jacinto está firme.

O Grilo arredou os óculos para a testa, e levantando para o ar os cinco dedos em curva como pétalas de uma tulipa:

- Sua Excelência brotou!

Profundo sempre o digno preto! Sim! Aquele ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o húmus do torrão herdado, criara seiva, afundara raízes, engrossara de tronco, atirara ramos, rebentara em flores, forte, sereno, ditoso, benéfico, nobre, dando frutos, derramando sombra. E abrigados pela grande árvore, e por ela nutridos, cem casais* em redor o bendiziam.

Eça de Queirós, A cidade e as serras.

*casal: pequena propriedade rústica; pequeno povoado.

O teor das imagens empregadas no texto para caracterizar a mudança pela qual passara Jacinto indica que a causa principal dessa transformação foi

  1. o retorno a sua terra natal.
  2. a conversão religiosa.
  3. o trabalho manual na lavoura.
  4. a mudança da cidade para o campo.
  5. o banimento das inovações tecnológicas.

Resposta: D

Resolução: As metáforas vegetais ("ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o húmus... criara seiva") representam a regeneração de Jacinto através do abandono da vida artificial e decadente de Paris (a Cidade) e sua redescoberta da vida simples e autêntica nas serras portuguesas (o campo). A obra contrasta a corrupção da vida urbana com a pureza da vida rural.

09. (Fuvest) TEXTO PARA A QUESTÃO

E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon: Et Tartufe? Ai, amiga minha, a resposta é naturalmente a mesma, - também ela comia bem, dormia largo e fofo, - coisas que, aliás, não impedem que uma pessoa ame, quando

[5] quer amar. Se esta última reflexão é o motivo secreto da vossa pergunta, deixai que vos diga que sois muito indiscreta, e que eu não me quero senão com dissimulados.

Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da comissão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia

[10] chamou-lhe "o anjo da consolação". E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, resumindo em Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar as novas amigas, e fazer-lhe perder em um dia o trabalho de longos meses. Assim se explica o artigo que a mesma folha

[15] trouxe no número seguinte, nomeando, particularizando e glorificando as outras comissárias - "estrelas de primeira grandeza".

Machado de Assis, Quincas Borba.

No excerto, o autor recorre à intertextualidade, dialogando com a comédia de Molière, Tartufo (1664), cuja personagem central é um impostor da fé. Tal é a fama da peça que o nome próprio se incorporou ao vocabulário, inclusive em português, como substantivo comum, para designar o "indivíduo hipócrita" ou o "falso devoto".

No contexto maior do romance, sugere-se que a tartufice

  1. se cola à imagem da leitora, indiscreta quanto aos amores alheios.
  2. é ação isolada de Sofia, arrivista social e benemérita fingida.
  3. diz respeito ao filósofo Quincas Borba, o que explica o título do livro.
  4. Se produz na imprensa, apesar de esta se esquivar da eloquência vazia.
  5. se estende à sociedade, na qual o cinismo é o trunfo dos fortes.

Resposta: E

Resolução: A referência a Tartufo aponta para a hipocrisia como traço generalizado na sociedade retratada por Machado. A tartufice não se limita a Sofia, mas permeia as relações sociais: a imprensa que elogia superficialmente, as "comissárias" que buscam status, e toda uma sociedade onde o cinismo e a dissimulação são mecanismos de ascensão social, conforme a filosofia do Humanitismo de Quincas Borba - "ao vencedor, as batatas".

10. (FUVEST) Atente para as seguintes afirmações relativas ao desfecho do romance A Relíquia, de Eça de Queirós:

I. O autor revela, por meio de Teodorico, sua descrença num Jesus divinizado, imagem que é substituída pela ideia de Consciência.

II. Ao ser sincero com Crispim, Teodorico conquista a vida de burguês que sempre almejou.

III. Teodorico dá ouvidos à mensagem de Cristo, arrepende-se de sua hipocrisia beata e abraça a fé católica.

Está correto o que se afirma apenas em

  1. I.
  2. II.
  3. I e II.
  4. II e III.
  5. I e III.

Resposta: C

Resolução: No desfecho de A Relíquia, Teodorico, após a descoberta do embuste da relíquia, decide ser sincero com seu tio Crispim e contar a verdade. Como recompensa por sua honestidade, recebe a herança e conquista a vida burguesa que desejava. A obra sugere uma visão humanista onde a consciência substitui a religião tradicional, mas Teodorico não abraça genuinamente a fé católica - sua "conversão" anterior era hipócrita.

11. (UNICAMP) (...) pediu-me desculpa da alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via, desde muitos anos, uma nota de cinco mil réis.

- Pois está em suas mãos ver outras muitas, disse eu.

- Sim? acudiu ele, dando um bote pra mim.

- Trabalhando, concluí eu. Fez um gesto de desdém; calou-se alguns instantes, depois disse-me positivamente que não queria trabalhar.

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.158.)

O trecho citado diz respeito ao encontro entre Brás Cubas e Quincas Borba, no capítulo 49, e, mais precisamente, apanha o momento em que Brás dá uma esmola ao amigo. Considerando o conjunto do romance, é correto afirmar que essa passagem

  1. explicita a desigualdade das classes sociais na primeira metade do século XIX e propõe a categoria de trabalho como fator fundamental para a emancipação do pobre.
  2. indica o ponto de vista da personagem Brás Cubas e propõe a meritocracia como dispositivo pedagógico e moral para a promoção do ser humano no século XIX.
  3. elabora, por meio do narrador, o preconceito da classe social a que pertence Brás Cubas em relação à classe média do século XIX, na qual se insere Quincas Borba.
  4. sugere as posições de classe social das personagens machadianas, mediante um narrador que valoriza o trabalho, embora ele mesmo, sendo rico, não trabalhe.

Resposta: D

Resolução: A cena revela a ironia machadiana: Brás Cubas, que nunca trabalhou por ser herdeiro de família abastada, recomenda o trabalho a Quincas Borba, enquanto este rejeita a ideia. A passagem evidencia as contradições de classe - o rico que prega o trabalho sem praticá-lo, e o pobre que recusa o trabalho como solução. Machado critica sutilmente essa hipocrisia social.

12. (FUVEST) CAPÍTULO LIII

. . . . . . .

Virgília é que já se não lembrava da meia dobra; toda ela estava concentrada em mim, nos meus olhos, na minha vida, no meu pensamento; - era o que dizia, e era verdade.

Há umas plantas que nascem e crescem depressa; outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques. Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse crescimento. Lembra-me, sim, que, em certa noite, abotoou-se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem chamar, um beijo que ela me deu, trêmula, - coitadinha, - trêmula de medo, porque era ao portão da chácara. Uniu-nos esse beijo único, - breve como a ocasião, ardente como o amor, prólogo de uma vida de delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em alegria, - uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio de uma paixão sem freio, - vida de agitações, de cóleras, de desesperos e de ciúmes, que uma hora pagava à farta e de sobra; mas outra hora vinha e engolia aquela, como tudo mais, para deixar à tona as agitações e o resto, e o resto do resto, que é o fastio e a saciedade: tal foi o livro daquele prólogo.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

No último período do texto, o ritmo que o narrador imprime ao relato de seus amores corresponde sobretudo ao que se encontra expresso em

  1. "prólogo de uma vida de delícias" (L. 13-14).
  2. "prazeres que rematavam em dor" (L. 14-15).
  3. "hipocrisia paciente e sistemática" (L. 16).
  4. "paixão sem freio" (L. 17).
  5. "o livro daquele prólogo" (L. 21-22).

Resposta: D

Resolução: O ritmo acelerado e caótico do período, com sua sucessão de contradições ("delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres que rematavam em dor..."), espelha o caráter desenfreado e incontrolável da "paixão sem freio". A sintaxe tortuosa e a acumulação de antíteses reproduzem a intensidade e a desordem emocional do relacionamento adúltero entre Brás Cubas e Virgília.

13. (UNIFESP) O que primeiro chama a atenção do crítico na ficção deste escritor é a despreocupação com as modas dominantes e o aparente arcaísmo da técnica. Num momento em que Gustave Flaubert sistematizara a teoria do "romance que narra a si próprio", apagando o narrador atrás da objetividade da narrativa; num momento em que Émile Zola preconizava o inventário maciço da realidade, observada nos menores detalhes, ele cultivou livremente o elíptico, o incompleto, o fragmentário, intervindo na narrativa com bisbilhotice saborosa.

A sua técnica consiste essencialmente em sugerir as coisas mais tremendas da maneira mais cândida (como os ironistas do século XVIII); ou em estabelecer um contraste entre a normalidade social dos fatos e a sua anormalidade essencial; ou em sugerir, sob aparência do contrário, que o ato excepcional é normal, e anormal seria o ato corriqueiro. Aí está o motivo da sua modernidade, apesar do seu arcaísmo de superfície.

(Antonio Candido. Vários escritos, 2004. Adaptado.)

O comentário do crítico Antonio Candido refere-se ao escritor

  1. Machado de Assis.
  2. José de Alencar.
  3. Manuel Antônio de Almeida.
  4. Aluísio Azevedo.
  5. Euclides da Cunha.

Resposta: A

Resolução: Antonio Candido descreve características típicas da narrativa machadiana: o distanciamento das modas literárias de seu tempo (Realismo/Naturalismo), o uso da ironia, a narrativa fragmentária e elíptica, a intervenção constante do narrador, e a técnica de dizer coisas graves de forma aparentemente simples. Esses traços definem a originalidade de Machado de Assis em relação aos seus contemporâneos.

14. (UNICAMP) O romance Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado um divisor de águas tanto na obra de Machado de Assis quanto na literatura brasileira do século XIX. Indique a alternativa em que todas as características mencionadas podem ser adequadamente atribuídas ao romance em questão.

  1. Rejeição dos valores românticos, narrativa linear e fluente de um defunto autor, visão pessimista em relação aos problemas sociais.
  2. Distanciamento do determinismo científico, cultivo do humor e digressões sobre banalidades, visão reformadora das mazelas sociais.
  3. Abandono das idealizações românticas, uso de técnicas pouco usuais de narrativa, sugestão implícita de contradições sociais.
  4. Crítica do realismo literário, narração iniciada com a morte do narrador-personagem, tematização de conflitos sociais.

Resposta: C

Resolução: Memórias Póstumas de Brás Cubas marca a fase de maturidade de Machado de Assis, caracterizada pela superação do Romantismo, uso de técnicas narrativas inovadoras (narrador defunto, capítulos curtos, digressões, ironia) e crítica social implícita através da análise psicológica das personagens e das instituições sociais. A obra não apresenta uma narrativa linear nem uma visão reformadora explícita.

15. (UNICAMP) Leia o seguinte excerto de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis:

Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.120.)

Na passagem citada, a substituição da máxima pascalina de que o homem é um caniço pensante pelo enunciado "o homem é uma errata pensante" significa

  1. a realização da contabilidade dos erros acumulados na vida porque, em última instância, não há "edição definitiva".
  2. a tomada de consciência do caráter provisório da existência humana, levando à celebração de cada instante vivido.
  3. a tomada de consciência do caráter provisório da existência humana e a percepção de que esta é passível de correção.
  4. a ausência de sentido em "cada estação da vida", já que a morte espera o homem em sua "edição definitiva".

Resposta: C

Resolução: A metáfora da "errata pensante" enfatiza que a vida humana é um processo contínuo de revisão e correção ("cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior"), mas também destina-se a ser superada ("até a edição definitiva"). Machado adapta o pensamento de Pascal para destacar tanto a capacidade humana de reflexão e autocorreção quanto a transitoriedade da existência.

16. (FATEC) O homem de espírito é o menos hábil para escrever a uma mulher.

Quando se arrisca a escrever uma carta, sente dificuldades incríveis. Desprezando o vasconço da galanteria, não sabe como se há de fazer entender. Quer ser reservado e parece frio; quer dizer o que espera e indica receio; confessa que nada tem para agradar, e é apanhado pela palavra. Comete o crime de não ser comum ou vulgar. As suas cartas saem do coração e não da cabeça; têm o estilo simples, claro e límpido, contendo apenas alguns detalhes tocantes. Mas é exatamente o que faz com que elas não sejam lidas, nem compreendidas. São cartas decentes, quando as pedem estúpidas.

O tolo é fortíssimo em correspondência amorosa, e tem consciência disso. Longe de recuar diante da remessa de uma carta, é muitas vezes por aí que ele começa. Tem uma coleção de cartas prontas para todos os graus de paixão. Alega nelas em linguagem brusca o ardor de sua chama; a cada palavra repete: meu anjo, eu vos adoro. As suas fórmulas são enfáticas e chatas; nada que indique uma personalidade. Não faz suspeitar excentricidade ou poesia; é quanto basta; é medíocre e ridículo, tanto melhor. Efetivamente o estranho que ler as suas missivas nada tem a dizer; na mocidade o pai da menina escrevia assim; a própria menina não esperava outra coisa. Todos estão satisfeitos, até os amigos. Que querem mais?

http://tinyurl.com/js7dblq Acesso em: 02.02.2016.

O Professor Alfredo Bosi argumenta que "O que se tem até hoje como consenso é a qualificação da perspectiva de Machado de Assis por meio de epítetos negativos: cética, relativista, irônica, sarcástica, pessimista, demoníaca. Os leitores sensíveis compensam a negatividade da impressão geral com atributos de atenuação que, afinal, sempre remetem ao fundo escuro: estilo diplomático, contido, medido, civilizado, mediador. Um olhar que morde e assopra".

http://tinyurl.com/zvasqko Acesso em: 09.03.2016. Adaptado.

Glossário

epíteto: qualificação

cético: aquele que duvida.

sarcástico: aquele que utiliza ironia cruel.

Assinale a alternativa que relaciona, corretamente, o texto de Machado de Assis e o de Alfredo Bosi.

  1. O texto de Machado de Assis apresenta uma visão demoníaca, pois descreve a infidelidade do homem de espírito.
  2. A verve irônica apontada por Bosi não é notada no texto de Machado, que apresenta um tom exclusivamente romântico.
  3. Bosi é cético em relação a Machado, pois ele duvida da qualidade literária do escritor fluminense.
  4. O texto de Machado faz uso de sarcasmo e ironia para comparar o homem tolo e o de espírito.
  5. O estilo de Bosi é mais diplomático que o de Machado, pois o primeiro tem maior repertório linguístico.

Resposta: D

Resolução: O texto de Machado utiliza ironia e sarcasmo para contrastar o "homem de espírito" (sincero, mas incompreendido) com o "tolo" (estereotipado, mas socialmente bem-sucedido). Essa abordagem corrosiva das convenções sociais exemplifica as características apontadas por Bosi: ceticismo, ironia e visão crítica da natureza humana, onde a mediocridade é recompensada e a autenticidade é punida.

17. (UNICAMP) Sobre A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, é correto afirmar:

  1. A descrição do espaço parisiense no romance retrata exclusivamente o submundo de uma metrópole do final do século XIX e revela as contradições do processo de urbanização.
  2. O romance, cuja primeira edição é de 1901, faz uma apologia da vida urbana e do desenvolvimento técnico que marcaram o final do século XIX nas grandes cidades europeias.
  3. No romance, Zé Fernandes é uma personagem secundária que ganha importância no desenvolvimento da narrativa, ao apresentar a "seu Príncipe", Jacinto, a luxuosa Paris.
  4. No romance, é das rendas provenientes de propriedades agrícolas em Portugal que provém o sustento da cara e refinada vida de Jacinto em Paris.

Resposta: D

Resolução: Jacinto, o protagonista de A Cidade e as Serras, mantém seu estilo de vida luxuoso em Paris com a renda proveniente de suas propriedades rurais em Portugal. Essa contradição - viver na modernidade urbana sustentado pela tradição agrária - é central para o romance, que critica o artificialismo da vida citadina e valoriza a autenticidade da vida rural.

18. (Fuvest) Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente, que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos. Eu não penso assim. Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim. Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a minha esperteza é que a amofina. Eu então respondo: "Se eu fosse preguiçosa não sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmãos, sem uma empregada em casa"

Helena Morley, Minha vida de menina.

São características dos narradores Brás Cubas e Helena, respectivamente,

  1. malícia e ingenuidade.
  2. solidariedade e egoísmo.
  3. apatia e determinação
  4. rebeldia e conformismo.
  5. otimismo e pessimismo.

Resposta: C

Resolução: Brás Cubas demonstra apatia em seu balanço final da vida, reduzindo sua existência a uma série de "negativas" e mostrando-se resignado com sua esterilidade existencial. Já Helena mostra determinação ao defender seu ponto de vista sobre o trabalho escravo e ao afirmar seu valor como membro ativo da família, recusando a ideia da preguiça.

19. (UNESP) Leia o trecho do conto "Pai contra mãe", de Machado de Assis (1839-1908),

A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiraam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sans o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.

O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado.

Há meio século, os escravos fugiam com frequência.

Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando.

Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia, vinha promessa: "gratificar-se-á generosamente" - ou "receberá uma a gratificação". Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoitasse.

Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem.

(Contos: uma antologia, 1998.)

A perspectiva do narrador diante das situações e dos fatos relacionados à escravidão é marcada, sobretudo,

  1. pelo saudosismo.
  2. pela indiferença
  3. pela indignação.
  4. pelo entusiasmo
  5. pela ironia.

Resposta: E

Resolução: Machado de Assis utiliza a ironia para criticar a instituição escravista e a hipocrisia da sociedade. Expressões como "dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas", "a ordem social e humana nem sempre se alcança sans o grotesco", e "trazia esta outra nobreza implícita" revelam um tom crítico velado pela aparente objetividade, característica da ironia machadiana.

20. (FATEC) Memorial de Aires é o último romance escrito por Machado de Assis, tendo sido publicado em 1908, ano da morte do autor. Obra de caráter autobiográfico, apresenta-se como diversas entradas em uma espécie de diário, em que a relação com a velhice, as dificuldades dos relacionamentos amorosos e a futilidade da elite brasileira no final do século XIX são retratadas por meio de um série de episódios que se intercalam.

O trecho a seguir foi retirado do prefácio Advertência, que introduz a obra.

Quem me leu Esaú e Jacó talvez reconheça estas palavras do prefácio: "Nos lazeres do ofício escrevia o Memorial, que, apesar das páginas mortas ou escuras, apenas daria (e talvez dê) para matar o tempo da barca de Petrópolis". Referia-me ao Conselheiro Aires. Tratando-se agora de imprimir o Memorial, achou-se que a parte relativa a uns dois anos (1888-1889), se for decotada de algumas circunstâncias, anedotas, descrições e reflexões, - pode dar uma narração seguida, que talvez interesse, apesar da forma de diário que tem. Não houve pachorra de a redigir à maneira daquela outra, - nem pachorra, nem habilidade. Vai como estava, mas desbastada e estreita, conservando só o que liga o mesmo assunto. O resto aparecerá um dia, se aparecer algum dia

ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. In:______. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 1096.

Com base na leitura dos textos e nas obras de Machado de Assis, é correto afirmar que

  1. Memorial de Aires e O Alienista são obras de crítica social, mas não trazem a visão irônica da sociedade que é comum à produção machadiana.
  2. Quincas Borba e Memorial de Aires narram a trajetória de protagonistas que, apesar das imposições sociais, conseguem atingir seus objetivos.
  3. Memórias Póstumas de Brás Cubas e Memorial de Aires apresentam um narrador em terceira pessoa que relata os fatos tendo limitado conhecimento da história e dos detalhes da trama.
  4. Iaiá Garcia e Memorial de Aires apresentam características claramente identificadas com o movimento Realista, compondo, com Memórias Póstumas de Brás Cubas, a chamada Trilogia Realista.
  5. Dom Casmurro e Memorial de Aires seguem a tradição do romance psicológico, debruçando-se nos motivos íntimos por trás das escolhas e das ações e reações das personagens.

Resposta: E

Resolução: Dom Casmurro e Memorial de Aires são considerados romances psicológicos que exploram a complexidade das motivações humanas. Enquanto Dom Casmurro investiga os ciúmes e a dúvida de Bentinho, Memorial de Aires analisa as relações afetivas e as reflexões do conselheiro Aires na velhice. Ambas as obras privilegiam a introspecção e a análise dos estados de consciência sobre a ação exterior.

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