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Filosofia Antiga

Simulado de 20 questões de Filosofia Com Gabarito para a UEL, UEM, UENP, UFPR e Unioeste com questões de Vestibulares.


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01. (UFPR) De acordo com Tales de Mileto, a água é origem e matriz de todas as coisas.

Essa maneira de reduzir a multiplicidade das coisas a um único elemento foi considerada uma das primeiras expressões da Filosofia, porque:

  1. é um questionamento sobre o fundamento das coisas.
  2. enuncia a verdade sobre a origem das coisas.
  3. é uma proposição que se pode comprovar.
  4. é uma proposição científica.
  5. é um mito de origem.

Resposta: A

Resolução: Essa afirmação é considerada uma das primeiras expressões da filosofia porque introduz uma reflexão sobre a unidade subjacente da diversidade na natureza, incentivando a busca por princípios fundamentais que explicam a realidade.

02. (UEL) Leia o texto a seguir.

Alguns julgam que a grandeza de uma cidade depende do número dos seus habitantes, quando o que importa é prestar atenção à capacidade, mais do que ao número de habitantes, visto que uma cidade tem uma obra a realizar. [. . . ] A cidade melhor é, necessariamente, aquela em que existe uma quantidade de população suficiente para viver bem numa comunidade política. [...] resulta evidente, pois, que o limite populacional perfeito é aquele que não excede a quantidade necessária de indivíduos para realizar uma vida auto-suficiente comum a todos. Fica, assim, determinada a questão relativa à grandeza da cidade.

(ARISTÓTELES, Política 1326b6-25 Edição bilíngue. Tradução e notas de António C. Amaral e Carlos C. Gomes. Lisboa: Vega, 1998. p. 495- 499.)

Com base no texto e considerando o papel da cidade estado (pólis) no pensamento ético-político de Aristóteles, assinale a alternativa correta.

  1. As dimensões da pólis determinam a qualidade de seu governo: quanto mais cidadãos, maior e melhor será a sua participação política.
  2. A pólis não é natural, por isso é importante organizá-la bem em tamanho e quantidade de cidadãos para que a sociedade seja autossuficiente.
  3. O ser humano, por ser autossuficiente, pode prescindir da pólis, pois o bem viver depende mais do indivíduo que da sociedade.
  4. A pólis realiza a própria obra quando possui um número suficiente de cidadãos que possibilite o bem viver.
  5. O ser humano, como animal político, tende a realizarse na pólis, mesmo que esta possua quantidade excessiva de cidadãos.

Resposta: D

Resolução:

O texto apresenta a perspectiva aristotélica sobre a cidade-estado (pólis) e sua relação com o número de habitantes. Vamos analisar as opções:

A. As dimensões da pólis determinam a qualidade de seu governo: quanto mais cidadãos, maior e melhor será a sua participação política.

Esta afirmação não corresponde diretamente ao argumento apresentado por Aristóteles. Ele não defende que a qualidade do governo depende do tamanho da população, mas sim da capacidade da cidade de garantir uma vida auto-suficiente para seus habitantes.

B. A pólis não é natural, por isso é importante organizá-la bem em tamanho e quantidade de cidadãos para que a sociedade seja autossuficiente.

Correto. Aristóteles argumenta que a cidade ideal é aquela que possui um número suficiente de habitantes para garantir uma vida auto-suficiente e uma comunidade política estável. Ele considera que a pólis é uma comunidade natural e que seu tamanho deve ser organizado de acordo com essa necessidade.

C. O ser humano, por ser autossuficiente, pode prescindir da pólis, pois o bem viver depende mais do indivíduo que da sociedade.

Esta afirmação não reflete o pensamento aristotélico. Para Aristóteles, a vida na pólis é fundamental para o desenvolvimento humano e o bem-estar da sociedade.

D. A pólis realiza a própria obra quando possui um número suficiente de cidadãos que possibilite o bem viver.

Esta opção sugere que a cidade realiza sua própria obra quando possui um número suficiente de cidadãos para o bem viver, o que está de acordo com o argumento de Aristóteles.

E. O ser humano, como animal político, tende a realizar-se na pólis, mesmo que esta possua quantidade excessiva de cidadãos.

Aristóteles não defende que a pólis deva ter uma quantidade excessiva de cidadãos. Pelo contrário, ele argumenta que o tamanho ideal da pólis é aquele que garante uma vida auto-suficiente para todos os seus habitantes.

03. (UFPR) Quando soube daquele oráculo, pus-me a refletir assim: “Que quererá dizer o Deus? Que sentido oculto pôs na resposta? Eu cá não tenho consciência de ser nem muito sábio nem pouco; que quererá ele então significar declarando-me o mais sábio? Naturalmente não está mentindo, porque isso lhe é impossível”. Por longo tempo fiquei nessa incerteza sobre o sentido; por fim, muito contra meu gosto, decidi-me por uma investigação, que passo a expor.

(PLATÃO. Defesa de Sócrates. Trad. Jaime Bruna. Coleção Os Pensadores. Vol. II. São Paulo: Victor Civita, 1972, p. 14.)

O texto acima pode ser tomado como um exemplo para ilustrar o modo como se estabelece, entre os gregos, a passagem do mito para a filosofia. Essa passagem é caracterizada:

  1. pela transição de um tipo de conhecimento racional para um conhecimento centrado na fabulação.
  2. pela dedicação dos filósofos em resolver as incertezas por meio da razão.
  3. pela aceitação passiva do que era afirmado pela divindade.
  4. por um acento cada vez maior do valor conferido ao discurso de cunho religioso.
  5. pelo ateísmo radical dos pensadores gregos, sendo Sócrates, inclusive, condenado por isso.

Resposta: B

Resolução:

O texto apresenta um trecho da "Defesa de Sócrates", de Platão, que descreve a reflexão de Sócrates após receber o oráculo de Delfos. Vamos analisar as opções em relação à transição do mito para a filosofia:

A. Pela transição de um tipo de conhecimento racional para um conhecimento centrado na fabulação.

Esta opção não é correta. A transição do mito para a filosofia envolve justamente uma mudança do pensamento baseado na fabulação e na tradição para uma abordagem mais racional e questionadora.

B. Pela dedicação dos filósofos em resolver as incertezas por meio da razão.

Esta é a opção mais apropriada. A transição do mito para a filosofia é caracterizada pela busca dos filósofos em resolver as incertezas e compreender o mundo através da razão e da investigação crítica, como Sócrates faz ao questionar o oráculo.

C. Pela aceitação passiva do que era afirmado pela divindade.

Essa opção está em desacordo com a transição do mito para a filosofia. A filosofia grega emergiu, em parte, como uma reação à aceitação passiva das explicações divinas e míticas, buscando compreender o mundo de forma mais racional e crítica.

D. Por um acento cada vez maior do valor conferido ao discurso de cunho religioso.

Esta opção também está em desacordo com a transição do mito para a filosofia. A filosofia grega questionava e buscava ir além do discurso religioso para compreender o mundo de forma mais racional e independente.

E. Pelo ateísmo radical dos pensadores gregos, sendo Sócrates, inclusive, condenado por isso.

Embora Sócrates tenha sido condenado por desrespeitar os deuses tradicionais de Atenas, sua condenação não se deve ao ateísmo radical, mas sim à sua maneira de questionar as crenças tradicionais e desafiar a autoridade política da época. Além disso, a transição do mito para a filosofia não é caracterizada pelo ateísmo radical, mas sim pela busca por explicações racionais e críticas.

04. (Unioeste) Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer:

  1. para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
  2. o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres humanos.
  3. as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
  4. a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
  5. a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do Bem.

Resposta: D

Resolução:

A alegoria da caverna de Platão, como descrita no Livro VII da República, é uma metáfora poderosa que descreve a jornada do conhecimento, desde a ignorância até a compreensão das Formas e, por fim, do Bem. Vamos analisar as opções:

A. Para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.

Essa opção está incorreta. Para Platão, a dialética não é o conhecimento imediato dos objetos particulares (doxa), mas sim o processo pelo qual se chega ao conhecimento das Formas, que são os fundamentos eternos e essenciais das coisas.

B. O Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres humanos.

Esta afirmação está incorreta. Para Platão, o Bem é a Forma das Formas, a fonte essencial de todo ser e de todo conhecer. Ele não é um objeto particular que pode ser conhecido sensivelmente, mas sim uma realidade acessível apenas mediante intuição direta, não sensível.

C. As Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.

Essa afirmação está incorreta. Para Platão, as Formas são realidades objetivas e eternas que existem independentemente da nossa percepção delas. Elas representam os fundamentos e a essência das coisas.

D. A dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).

Esta opção está mais alinhada com a visão platônica. A dialética é, de fato, o processo intelectual pelo qual se chega ao conhecimento das Formas, e Platão enfatiza que esse processo é desafiador e exige esforço.

E. A dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do Bem.

Esta opção está correta. Na filosofia de Platão, a dialética é de fato o último estágio do ser e do conhecer, e é através desse processo que se alcança o conhecimento do Bem, que é a Forma suprema e a fonte de toda verdade e virtude.

05. (UENP) Leia o texto a seguir.

– Depois disto – prossegui eu – imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero dos tapumes que os homens dos “robertos” colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.

(PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, s/d., p.315.)

O texto é a abertura do Livro VII da República de Platão, no qual ele expõe sua famosa “Alegoria da Caverna”. Com base nessa Alegoria e na filosofia de Platão, assinale a alternativa correta.

  1. A teoria do conhecimento de Platão, expressa na Alegoria da Caverna, estabelece que todo conhecimento verdadeiro se origina nas sensações.
  2. Com a Alegoria da Caverna, Platão mostra que o conhecimento da verdade é impossível, uma vez que os homens estão presos nas sombras desde a infância e jamais poderão se libertar.
  3. Platão descreve, nessa Alegoria, a melhor forma de educação, desde a infância, dos homens da polis, os quais devem ficar presos em uma caverna para não sofrerem influências do mundo externo.
  4. Platão narra a situação de homens que foram presos em Atenas, em razão de crimes que teriam cometido.
  5. Platão procura, com a Alegoria da Caverna, narrar a situação dos homens que estão presos no mundo sensível e de como deveriam dele se libertar para conhecer a verdade.

Resposta: E

Resolução:

A Alegoria da Caverna, apresentada por Platão no Livro VII de "A República", é uma metáfora poderosa que descreve a jornada do conhecimento, desde a ignorância até a compreensão das Formas e do Bem. Vamos analisar as opções:

A. A teoria do conhecimento de Platão, expressa na Alegoria da Caverna, estabelece que todo conhecimento verdadeiro se origina nas sensações.

Esta opção está incorreta. Na Alegoria da Caverna, Platão não defende que o conhecimento verdadeiro se origina nas sensações, mas sim que o conhecimento verdadeiro advém da contemplação das Formas, que estão além do mundo sensível.

B. Com a Alegoria da Caverna, Platão mostra que o conhecimento da verdade é impossível, uma vez que os homens estão presos nas sombras desde a infância e jamais poderão se libertar.

Esta opção está parcialmente correta. Platão não está afirmando que o conhecimento da verdade é impossível, mas sim que os homens estão inicialmente presos na ignorância, mas têm a capacidade de se libertar e alcançar o conhecimento verdadeiro.

C. Platão descreve, nessa Alegoria, a melhor forma de educação, desde a infância, dos homens da polis, os quais devem ficar presos em uma caverna para não sofrerem influências do mundo externo.

Essa opção não corresponde à interpretação da Alegoria da Caverna. Platão não sugere que os homens devam permanecer presos na caverna, mas sim que devem buscar a verdade além das sombras do mundo sensível.

D. Platão narra a situação de homens que foram presos em Atenas, em razão de crimes que teriam cometido.

Esta opção não reflete a mensagem da Alegoria da Caverna. Não se trata de uma narrativa sobre homens presos em Atenas, mas de uma metáfora sobre a jornada do conhecimento.

E. Platão procura, com a Alegoria da Caverna, narrar a situação dos homens que estão presos no mundo sensível e de como deveriam dele se libertar para conhecer a verdade.

Esta é a opção correta. A Alegoria da Caverna descreve os homens que estão presos no mundo sensível das sombras e sugere que devem se libertar para buscar a verdade além das aparências, alcançando o conhecimento das Formas e do Bem.

06. (UENP) Segundo Aristóteles, as ciências dividem-se em teoréticas, práticas e produtivas. O propósito imediato de cada uma delas é o conhecimento, contudo, se diferem em seus propósitos últimos. Sobre Aristóteles e a classificação das ciências, assinale a alternativa correta.

  1. A conduta é o fim do conhecimento das ciências teoréticas e produtivas.
  2. As ciências produtivas visam ao conhecimento como um guia de conduta.
  3. As ciências teoréticas têm em vista o conhecimento por si próprio.
  4. Nas ciências práticas, o conhecimento é empregado para produzir algo útil.
  5. O objetivo do conhecimento das ciências práticas é o cultivo de algo belo.

Resposta: C

Resolução:

A classificação das ciências por Aristóteles é uma distinção fundamental que ele estabeleceu para compreender as diferentes formas de conhecimento e seus propósitos. Vamos analisar as opções:

A. A conduta é o fim do conhecimento das ciências teoréticas e produtivas.

Esta afirmação não reflete a distinção proposta por Aristóteles. Ele argumenta que as ciências teoréticas buscam o conhecimento por si só, enquanto as ciências produtivas têm como objetivo a produção de algo útil.

B. As ciências produtivas visam ao conhecimento como um guia de conduta.

Esta opção está incorreta. As ciências produtivas, de acordo com Aristóteles, visam à produção de algo útil, não necessariamente como um guia de conduta.

C. As ciências teoréticas têm em vista o conhecimento por si próprio.

Esta é a afirmação correta. Aristóteles argumenta que as ciências teoréticas buscam o conhecimento por si só, sem qualquer aplicação prática imediata.

D. Nas ciências práticas, o conhecimento é empregado para produzir algo útil.

Esta opção está correta. Nas ciências práticas, como a ética e a política, o conhecimento é empregado para guiar a ação humana em direção ao bem e à virtude.

E. O objetivo do conhecimento das ciências práticas é o cultivo de algo belo.

Esta afirmação não está alinhada com a visão de Aristóteles sobre as ciências práticas. Ele considera que o objetivo do conhecimento das ciências práticas é orientar a ação humana em direção ao bem e à virtude, não necessariamente ao cultivo de algo belo.

07. (UFPR) Em determinado momento do diálogo de Hípias Menor, de Platão, Sócrates declara que encontrou dificuldade para responder à pergunta “qual o critério para reconheceres o que é belo e o que é feio?”.

De acordo com Platão, a dificuldade está em que:

  1. os juízos de Beleza são subjetivos, sendo relativos a quem os enuncia.
  2. o belo e o feio não se distinguem realmente.
  3. é preciso conhecer o que é Beleza para que se possam identificar as coisas belas.
  4. o critério de Beleza não é acessível aos homens, mas apenas aos deuses.
  5. a Beleza é uma mera aparência.

Resposta: C

Resolução:

A dificuldade apresentada por Sócrates no diálogo de Hípias Menor, de Platão, é uma questão central na filosofia platônica sobre o conceito de beleza. Vamos analisar as opções:

A. Os juízos de Beleza são subjetivos, sendo relativos a quem os enuncia.

Embora existam interpretações subjetivas de beleza, essa não é a principal dificuldade apresentada por Platão. Ele está mais preocupado com o conceito absoluto de beleza, não meramente com as opiniões subjetivas sobre ela.

B. O belo e o feio não se distinguem realmente.

Esta afirmação não está alinhada com a perspectiva de Platão. Ele acreditava na existência de uma forma absoluta de beleza, da qual todas as coisas belas participam.

C. É preciso conhecer o que é Beleza para que se possam identificar as coisas belas.

Essa é uma interpretação mais próxima da perspectiva platônica. Platão acreditava que o conhecimento da Forma da Beleza permitiria às pessoas identificar as coisas belas neste mundo sensível.

D. O critério de Beleza não é acessível aos homens, mas apenas aos deuses.

Essa afirmação não representa a visão de Platão. Ele acreditava que os seres humanos poderiam aspirar ao conhecimento das Formas, incluindo a Forma da Beleza.

E. A Beleza é uma mera aparência.

Platão não considerava a beleza como uma mera aparência, mas sim como algo que transcende as aparências e está relacionado às Formas eternas e perfeitas.

08. (UEL) Leia o texto a seguir.

Ao que parece, duas causas, e ambas naturais, geraram a poesia. O imitar é congênito no homem, e os homens se comprazem no imitado. Sinal disso é o que acontece na experiência: nós contemplamos com prazer as imagens mais exatas daquelas mesmas coisas que olhamos com repugnância, por exemplo, as representações de animais ferozes e de cadáveres. Causa é que o aprender não só muito apraz aos filósofos, mas também, igualmente, aos demais homens, se bem que menos participem dele. Efetivamente, tal é o motivo por que se deleitam perante as imagens: olhando-as aprendem e discorrem sobre o que seja cada uma delas, e dirão, por exemplo, “este é tal”. Porque, se suceder que alguém não tenha visto o original, nenhum prazer lhe advirá da imagem, como imitada, mas tão-somente da execução, da cor ou qualquer outra causa da mesma espécie.

(Adaptado de: ARISTÓTELES, Poética. Trad. Eudoro de Sousa. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p.445. Os Pensadores.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a noção de imitação (mímesis) em Aristóteles, assinale a alternativa correta.

  1. A pintura e a poesia retratam prazerosamente as coisas imitadas como mais belas do que são na realidade.
  2. A pintura e a poesia são prazerosas quando retratam coisas agradáveis, já as imitações desagradáveis nenhum prazer causam nas pessoas.
  3. Ao dizer “este é tal”, percebem-se a cor e as técnicas usadas pelo pintor, o que provoca uma sensação desagradável.
  4. As imitações da poesia e da pintura causam prazer ao se reconhecer o retratado, mesmo que seja uma retratação de algo desagradável.
  5. Diferentemente da pintura, a poesia surgiu via causas naturais, pois, nesta, a imitação é uma característica adquirida na experiência.

Resposta: D

Resolução:

A noção de imitação (mímesis) em Aristóteles é essencial para entender a estética e a função da arte na cultura grega antiga. Vamos analisar as opções à luz do texto e dos conceitos aristotélicos:

A. A pintura e a poesia retratam prazerosamente as coisas imitadas como mais belas do que são na realidade.

- Esta opção não está de acordo com o texto. Aristóteles menciona que as pessoas contemplam com prazer as imagens mais exatas das coisas, independentemente de serem belas ou feias na realidade.

B. A pintura e a poesia são prazerosas quando retratam coisas agradáveis, já as imitações desagradáveis nenhum prazer causam nas pessoas.

- Esta opção também não corresponde ao texto. Aristóteles afirma que as pessoas se deleitam perante as imagens, mesmo que retratem coisas desagradáveis, pois buscam aprender e discorrer sobre elas.

C. Ao dizer “este é tal”, percebem-se a cor e as técnicas usadas pelo pintor, o que provoca uma sensação desagradável.

- Esta opção não reflete o conteúdo do texto. O texto não sugere que reconhecer a obra de arte provoque sensação desagradável, mas sim que as pessoas se deleitam perante as imagens para aprender e discorrer sobre elas.

D. As imitações da poesia e da pintura causam prazer ao se reconhecer o retratado, mesmo que seja uma retratação de algo desagradável.

- Esta é uma interpretação precisa do texto. Aristóteles argumenta que as pessoas se deleitam perante as imagens, mesmo que retratem coisas desagradáveis, pois buscam aprender e discorrer sobre elas.

E. Diferentemente da pintura, a poesia surgiu via causas naturais, pois, nesta, a imitação é uma característica adquirida na experiência.

- Esta afirmação não está em conformidade com a visão de Aristóteles. Ele considera que tanto a pintura quanto a poesia surgiram de causas naturais e destacam a imitação como um aspecto congênito do ser humano.

09. (UEL) Leia o texto a seguir.

[...] a arte imita a natureza [. . . ] Em geral a arte perfaz certas coisas que a natureza é incapaz de elaborar e a imita. Assim, se as coisas que são conforme a arte são em vistas de algo, evidentemente também o são as coisas conforme à natureza.

ARISTÓTELES, Física I e II. 194 a20; 199 a13-18. Tradução adaptada de Lucas Angioni. Campinas: IFCH/UNICAMP, 1999. p.47; 58.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre mímesis (imitação) em Aristóteles, assinale a alternativa correta.

  1. O artista deve copiar a natureza, retirando suas imperfeições ao imitá-la com base no modelo que nunca muda.
  2. O procedimento do artista resulta em imitar a natureza de maneira realista, típica do naturalismo grego.
  3. A arte, distinta da natureza, produz imitações desta, mas são criações sem finalidade ou utilidade.
  4. A arte completa a natureza por ser a capacidade humana para criar e produzir o que a natureza não produz.
  5. A arte produz o prazer em vista de um fim, e a natureza gera em vista do que é útil.

Resposta: D

Resolução:

Aristóteles discute a relação entre arte e natureza, especialmente no que diz respeito à imitação (mímesis) da natureza pela arte. Vamos analisar as opções à luz do texto e dos conceitos aristotélicos:

A. O artista deve copiar a natureza, retirando suas imperfeições ao imitá-la com base no modelo que nunca muda.

Esta opção não reflete a visão de Aristóteles sobre a relação entre arte e natureza. Ele reconhece que a arte imita a natureza, mas não aborda a questão de retirar suas imperfeições. Além disso, o modelo que nunca muda parece ser uma interpretação excessivamente estática da natureza.

B. O procedimento do artista resulta em imitar a natureza de maneira realista, típica do naturalismo grego.

Esta opção está mais próxima da perspectiva de Aristóteles. Ele reconhece que a arte imita a natureza, e o naturalismo grego é uma das formas pelas quais essa imitação se manifesta.

C. A arte, distinta da natureza, produz imitações desta, mas são criações sem finalidade ou utilidade.

Essa afirmação não reflete a visão aristotélica. Aristóteles não considera que as imitações artísticas sejam desprovidas de finalidade ou utilidade. Pelo contrário, ele reconhece que a arte imita a natureza e pode ter seus próprios fins e utilidades.

D. A arte completa a natureza por ser a capacidade humana para criar e produzir o que a natureza não produz.

Esta opção reflete uma interpretação mais ampla da relação entre arte e natureza. Aristóteles reconhece que a arte pode criar e produzir coisas que a natureza não produz, o que amplia a compreensão da capacidade humana para além da imitação.

E. A arte produz o prazer em vista de um fim, e a natureza gera em vista do que é útil.

Esta opção não captura totalmente a visão aristotélica. Embora a arte possa produzir prazer, a relação entre arte e natureza não se limita apenas a essa questão de prazer versus utilidade.

10. (UEL) Texto IV

Nas origens do estudo sobre o movimento, o filósofo grego Aristóteles (384/383-322 a.C.) dizia que tudo o que havia no mundo pertencia ao seu lugar natural. De acordo com esse modelo, a terra apresenta-se em seu lugar natural abaixo da água, a água abaixo do ar, e o ar, por sua vez, abaixo do fogo, e acima de tudo um local perfeito constituído pelo manto de estrelas, pela Lua, pelo Sol e pelos demais planetas. Dessa forma, o modelo aristotélico explicava o motivo pelo qual a chama da vela tenta escapar do pavio, para cima, a areia cai de nossas mãos ao chão, e o rio corre para o mar, que se encontra acima da terra. A mecânica aristotélica também defendia que um corpo de maior quantidade de massa cai mais rápido que um corpo de menor massa, conhecimento que foi contrariado séculos depois, principalmente pelos estudos realizados por Galileu, Kepler e Newton.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre cosmogonia, é correto afirmar que a concepção aristotélica apresenta um universo

  1. acêntrico.
  2. finito.
  3. infinito.
  4. heliocêntrico.
  5. policêntrico.

Resposta: B

Resolução:

A alternativa correta que define a concepção aristotélica do universo, de acordo com o texto e seus conhecimentos sobre cosmogonia, é a letra B:

Finito.

Para entendermos melhor essa resposta, vamos analisar as outras alternativas e verificar por que elas estão incorretas:

A) Acêntrico significa que o universo não possui um centro. A concepção aristotélica, com a Terra no centro, é geocêntrica.

C) Infinito significa que o universo não tem fim. A concepção aristotélica do universo era finita, com uma esfera limite além da qual não existia nada.

D) Heliocêntrico significa que o Sol está no centro do universo. Essa era a concepção de Copérnico, que contrariou a visão geocêntrica de Aristóteles.

E) Policêntrico significa que o universo possui vários centros. A concepção aristotélica, com a Terra no centro, não era policêntrica.

11. (UEL) Leia o texto a seguir.

Quando o artista [demiurgo] trabalha em sua obra, a vista dirigida para o que sempre se conserva igual a si mesmo, e lhe transmite a forma e a virtude desse modelo, é natural que seja belo tudo o que ele realiza. Porém, se ele se fixa no que devém e toma como modelo algo sujeito ao nascimento, nada belo poderá criar. [. . . ] Ora, se este mundo é belo e for bom seu construtor, sem dúvida nenhuma este fixará a vista no modelo eterno.

PLATÃO. Timeu. 28 a7-10; 29 a2-3. Trad. Carlos A. Nunes. Belém: UFPA, 1977. p. 46-47.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, assinale a alternativa correta.

  1. O mundo é belo porque imita os modelos sensíveis, nos quais o demiurgo se inspira ao gerar o mundo.
  2. O sensível, ou o mundo que devém, é o modelo no qual o artista se inspira para criar o que permanece.
  3. O artífice do mundo, por ser bom, cria uma obra plenamente bela, que é a realidade percebida pelos sentidos.
  4. O olhar do demiurgo deve se dirigir ao que permanece, pois este é o modelo a ser inserido na realidade sensível.
  5. O demiurgo deve observar as perfeições no mundo sensível para poder reproduzi-las em sua obra.

Resposta: D

Resolução:

Com base no texto e nos conhecimentos sobre cosmogonia, a concepção aristotélica apresenta um universo:

A. acêntrico.

- Esta opção não descreve diretamente a concepção aristotélica do universo. Aristóteles acreditava em uma hierarquia de elementos e movimentos naturais, mas não especificamente em um universo sem um centro.

B. finito.

- Esta opção não está explicitamente relacionada à concepção aristotélica do universo. Aristóteles não forneceu uma descrição clara sobre a finitude ou infinitude do universo em seus escritos.

C. infinito.

- Esta opção também não descreve a concepção aristotélica do universo. Aristóteles considerava o universo como finito, organizado em uma série de esferas concêntricas e finitas.

D. heliocêntrico.

- Esta opção está incorreta. Aristóteles não adotou uma visão heliocêntrica do universo. Ele acreditava em um modelo geocêntrico, onde a Terra era o centro do universo.

E. policêntrico.

- Esta opção não representa a concepção aristotélica. Aristóteles não propôs um universo policêntrico, mas sim um modelo com a Terra como centro, rodeada por esferas concêntricas de elementos.

Portanto, a opção correta é a opção D: heliocêntrico.

12. (UEL) Leia os textos a seguir.

A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.

(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.)

O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado.

(Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. de Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. (Coleção Os Pensadores.))

Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa correta.

  1. Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os pressupõem
  2. Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
  3. Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.
  4. Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo uma nova dimensão.
  5. Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.

Resposta: A

Resolução:

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, podemos analisar as afirmações:

A. Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os pressupõem.

- Esta opção está alinhada com a visão platônica sobre a mímesis. Platão considerava que as obras de arte eram cópias imperfeitas das Formas ideais e, portanto, eram inferiores à realidade inteligível das Formas.

B. Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.

- Esta opção não reflete a visão de Platão sobre a arte. Platão considerava que as obras de arte eram imitações inferiores das Formas, e não representavam perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível.

C. Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.

- Esta afirmação não reflete completamente a visão de Aristóteles. Embora ele reconhecesse a imitação como parte da arte, ele não a via apenas como reprodução passiva, mas sim como uma representação criativa da realidade.

D. Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo uma nova dimensão.

- Esta opção também não reflete adequadamente a visão de Aristóteles sobre a mímesis. Aristóteles reconhecia que a arte imitava a realidade, mas não a via como uma mera reprodução passiva. Ele valorizava a habilidade do artista em representar a realidade de forma criativa.

E. Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.

- Esta afirmação não representa corretamente a visão de Aristóteles. Ele reconhecia a importância da arte e da mímesis na experiência humana e acreditava que a arte podia ter um efeito benéfico e purificador no espectador.

Portanto, a opção correta é a opção A: Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os pressupõem.

13. (Unioeste) O tema da expulsão dos poetas da ‘cidade ideal’, proposto pelo personagem Sócrates, na República, tem gerado discussão e perplexidade ao longo da história da filosofia. O fundamento conceitual dessa expulsão é a hipótese das Ideias ou Formas. Por um lado, as Ideias são entidadeternases , que se constituem como verdadeiro ser, ser pleno, instaurando o âmbito ontológico do inteligível; por outro lado, tudo que pertence ao âmbito do imediato, circundante – o ‘nosso mundo’, âmbito do Sensível – é ‘menos ser’. A Ideia do Um, por exemplo, tem plenitude de ser, ao passo que todas as unidades dos seres (objetos, seres humanos, etc.) dependem de sua participação na Ideia do Um, para vigorar como unidades. As Ideias são eternas; os entes sensíveis são temporais, efêmeros e somente subsistem enquanto se dá a participolispação. A ideal construída por Sócrates deverá ser governada pelos filósofos, porque esses concentram-se na atenção ao Inteligível, sem se perder nos apelos do Sensível; e, ao imaginar esse governo, uma das exigências para a plenitude de justiça dessa cidade é a expulsão dos poetas, os ‘imitadores’.

Levando-se em conta essa base conceitual, tal como aqui apresentada, assinale a alternativa que explica CORRETAMENTE a expulsão dos poetas.

  1. Sócrates redigiu a República com base na teoria das Ideias e chegou à conclusão de que poetas são politicamente perigosos e socialmente improdutivos. Assim, somente cientistas e construtores podem permanecer em atividade, na polis ideal, porque são os únicos a lidar com o Inteligível.
  2. A expulsão dos poetas, propugnada por Sócrates, personagem da República, tem origem em sua afirmação de que a poesia está inteiramente fundada no Inteligível.
  3. Platão redigiu a República com base na teoria das Ideias e chegou à conclusão de que poetas são politicamente perigosos e socialmente improdutivos. Assim, somente cientistas e construtores podem permanecer em atividade, na polis ideal, porque são os únicos a lidar com o Inteligível.
  4. As Ideias são entidades eternas, que vigoram no âmbito Inteligível, ou seja, elas são a inteligibilidade ou sentido de tudo que ‘existe’; sem Ideias, as coisas não têm sentido. Os poetas, em lugar de atentar ao sentido inteligível dos entes, imitam, reproduzem, copiam – afastando-se, assim, das Ideias e desviando a polis de suas tarefas prementes. Este é o motivo de sua exclusão.
  5. Sem uma análise do contexto, é impossível entender uma tese tão radical como a da expulsão dos poetas. Sócrates propõe essa medida extrema devido à mistura entre poesia e sofística, que se verificava em todas as grandes cidades da Grécia antiga. Os poetas, mesmo Homero e Hesíodo, já se deixavam influenciar pelas teses dos sofistas, inimigos da filosofia, com o que Sócrates e seus discípulos não podiam concordar. Poetas que louvassem os deuses e a filosofia, porém, poderiam permanecer na cidade ideal.

Resposta: D

Resolução: Essa alternativa destaca a razão fundamental da expulsão dos poetas, conforme a visão de Platão apresentada na 'República'. Os poetas são considerados afastados do reino das Ideias e envolvidos no mundo sensível, o que os distancia das tarefas fundamentais da cidade ideal.

14. (Unioeste) “A proposição de Tales de que a água é o absoluto ou, como diziam os antigos, o princípio, é filosófica: com ela, a filosofia começa porque, através dela, chega à consciência de que o um é a essência, o verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é em nossa percepção sensível; um afastar-se deste ente imediato - um recuar diante dele. Os gregos consideraram o sol, as montanhas, os rios, etc., como forças autônomas, honrando-os como deuses, elevados pela fantasia a seres ativos, móveis, conscientes, dotados de vontade. Isto gera em nós a representação da pura criação pela fantasia — animação infinita e universal, figuração, sem unidade simples. Com essa proposição está aquietada a imaginação selvagem, infinitamente colorida, de Homero; dissociar-se de uma infinidade de princípios, toda esta representação de que um objeto singular é algo que verdadeiramente subsiste para si, que é uma força para si, autônoma e acima das outras, é sobressumida e assim está posto que só há um universal, o universal ser em si e para si, a intuição simples e sem fantasia, o pensamento de que apenas um é. Este universal está, ao mesmo tempo, em relação com o singular, com a aparição, com a existência do mundo.”

Hegel

“Não se trata de contrapor os gregos aos outros povos, como se fossem destituídos de racionalidade. Mas diante do real, os gregos não se limitaram a uma atividade prática ou a um comportamento religioso; ao lado disso, souberam assumir um comportamento propriamente filosófico: a pergunta filosófica exige uma postura mais puramente intelectual.”

Gerd A. Bornheim

Considerando os textos acima, que tratam do surgimento da filosofia e do primeiro filósofo grego, Tales de Mileto, é CORRETO afirmar que

  1. a proposição de Tales é filosófica, mas não constitui uma resposta racional que pretende organizar o mundo para além da ordem mitológica ou do ente imediato.
  2. ao afirmar que a água é o princípio de tudo, Tales institui mais uma perspectiva para o mito, mas agora como uma verdade sobre o que é a realidade.
  3. o advento da filosofia não distingue os gregos de seus contemporâneos ou daqueles que os antecederam, apenas acrescenta uma nova noção, a noção de ser, à história da cultura.
  4. a representação que temos do mundo, formada pela fantasia e pelo mito, guia a razão à essência do real e motiva os primeiros filósofos em suas reflexões.
  5. a filosofia, ao surgir, impulsiona a razão a se perguntar se aquilo que observamos através de nossa percepção sensível constitui a verdadeira essência da realidade.

Resposta: E

Resolução: Essa opção reflete bem a essência do pensamento filosófico de Tales de Mileto, que questionou a natureza fundamental das coisas e propôs a água como o princípio ou substrato básico de tudo. Tales inaugurou uma abordagem racional e crítica em oposição à explicação mitológica do mundo, buscando entender a realidade para além das aparências sensíveis.

15. (Unioeste) O filósofo alemão Martin Heidegger publicou, em 1927, sua obra Ser e tempo, que rapidamente ganhou notoriedade e ocupa posição central nos debates de várias correntes e temas filosóficos. Entre as inovações da obra, está a elevação da tonalidade afetiva ao centro da possibilidade de compreensão do mundo. Compreendemos algo sempre situado em algum contexto: primeiro dá-se algo como sala de aula, ou como sala de visitas, ou como sala de jogos, e somente por abstração imaginaríamos uma ‘pura sala’, a ‘sala em si mesma’. Toda compreensão é, assim, interpretativa (algo aparece sempre como algo, x aparece como sala de aula, etc.). Mas, além disso, toda compreensão é atravessada por tonalidade afetiva. Nunca se está apenas puramente em uma sala de aula; está-se ali de algum modo, tocado por uma tonalidade de afeto: tédio, ansiedade, cansaço, alegria, expectativa... A tonalidade mostra, abre, unifica a sala de aula, que, sem isso, seria um ajuntamento de partes. O ‘como aparece’ antecede o ‘o que aparece’: os entes não são essências determinadas, eles dependem do modo de aparecimento, que inclui interpretação e tonalidade afetiva.

Essa ontologia diverge frontalmente da metafísica da substância, ligada a certa leitura do aristotelismo. Segundo essa metafísica, o conhecimento verdadeiro e ‘primeiro’ dos entes implica visualizar sua substância ou essência, o que se faz e se expressa na definição, que diz o que é x.

Com base nas indicações precedentes, assinale a alternativa CORRETA.

  1. Ao se adotar a perspectiva substancialista, fundada em certas leituras da filosofia aristotélica, as teses de Ser e tempo sobre a tonalidade afetiva complementam perfeitamente a tarefa de uma definição, a qual, segundo Aristóteles, deve ser compreensiva, interpretativa e caracterizada pela tonalidade afetiva análoga.
  2. Compreensão é sempre interpretativa, e, além disso, atravessada e unificada por uma tonalidade afetiva. Essa tese de Ser e tempo oferece um ponto de partida para a comparação com Aristóteles e, com base nela, Heidegger afirma que as definições são todas poéticas.
  3. Segundo Heidegger, o erro aristotélico reside em ignorar os sentimentos e optar somente pela racionalidade. Com isso, a definição se tornaria impossível, pois toda definição depende de uma sensação. Noutras palavras, a tonalidade afetiva ganhou lugar no discurso filosófico definicional, a partir de Ser e tempo.
  4. A tonalidade afetiva, proposta por Heidegger em Ser e tempo, implica a primazia do sentir sobre o pensar. Por isso, a fenomenologia heideggeriana supera o racionalismo aristotélico.
  5. Para Aristóteles, o decisivo é indicar a forma substancial (essência) de um ente, a fim de alcançar a sua definição – assim ocorre o conhecimento metafísico. Em outras palavras, devemos saber e dizer “o que é” uma sala, uma xícara, um ser humano, para assim iniciar um discurso de conhecimento. Em Heidegger, por outro lado, a definição alcança somente o ente abstraído do contexto de compreensão e tonalidade afetiva, em que apareceu. Tal conhecimento abstrativo é, para Heidegger, por isso, precário e derivado: definir uma sala de aula é um procedimento tardio em relação à “experiência” em que a unidade de seu aparecimento articula compreensão, interpretação e tonalidade afetiva.

Resposta: E

Resolução: Essa alternativa ressalta a diferença fundamental entre a abordagem de Aristóteles e a de Heidegger em relação ao conhecimento dos entes e à compreensão da realidade. Enquanto Aristóteles busca definir os entes identificando sua essência, Heidegger destaca a importância do contexto, da interpretação e da tonalidade afetiva na compreensão dos entes.

16. (Unioeste) “A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática”.

Aristóteles

Considerando a citação acima e o pensamento de Aristóteles, assinale a alternativa CORRETA.

  1. Para o autor, a virtude se encontra entre dois extremos. Por isso, também podemos chamá-la de doutrina do justo meio.
  2. Fazer o bem consiste em permitir que as virtudes, compreendidas como inatas no homem, apresentem-se através de suas ações.
  3. A virtú corresponde à astúcia política daqueles que governam, a fim de se obter sucesso através dos favores da fortuna e, com isso, alcançar a glória e manter o poder dos príncipes.
  4. As virtudes não podem ser aprendidas com a prática, pois são habilidades das quais só alguns são dotados, como tocar um instrumento musical, pintar ou falar bem.
  5. É preciso avaliar os sentimentos a partir de uma escala de preferências. A atribuição de valor é feita considerando-se o prazer gerado.

Resposta: A

Resolução: Esta alternativa reflete a ideia aristotélica de que a virtude está na mediania, ou seja, no meio-termo entre dois extremos opostos. Aristóteles defende que a virtude moral é uma disposição de caráter que envolve escolha deliberada e consiste em encontrar o equilíbrio entre os excessos e as deficiências, representando assim o "justo meio".

17. (UEL) Sócrates, Giordano Bruno e Galileu foram pensadores que defenderam a liberdade de pensamento frente às restrições impostas pela tradição. Na Apologia de Sócrates, a acusação contra o filósofo é assim enunciada:

Sócrates [...] é culpado de corromper os moços e não acreditar nos deuses que a cidade admite, além de aceitar divindades novas (24b-c).

Ao final do escrito de Platão, Sócrates diz aos juízes:

Mas, está na hora de nos irmos: eu, para morrer; vós, para viver. A quem tocou a melhor parte, é o que nenhum de nós pode saber, exceto a divindade. (42a).

(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001. p. 122-23; 147.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a disputa entre filosofia e tradição presente na condenação de Sócrates, assinale a alternativa correta.

  1. O desprezo socrático pela vida, implícito na resignação à sua pena, é reforçado pelo reconhecimento da soberania do poder dos juízes.
  2. A aceitação do veredito dos juízes que o condenaram à morte evidencia que Sócrates consentiu com os argumentos dos acusadores.
  3. A acusação a Sócrates pauta-se na identificação da insuficiência dos seus argumentos, e a corrupção que provoca resulta das contradições do seu pensamento.
  4. A crítica de Sócrates à tradição sustenta-se no repúdio às instituições que devem ser abandonadas em benefício da liberdade de pensamento
  5. A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.

Resposta: E

Resolução: Essa alternativa reflete a postura de Sócrates diante da sua condenação à morte. Ele acredita que a morte não é necessariamente um mal, e sua aceitação da sentença está em consonância com sua crença na importância da liberdade de pensamento e na busca pela verdade, mesmo que isso signifique enfrentar as consequências impostas pela sociedade e pela tradição.

18. (UEL) Leia o texto a seguir.

É pois manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o “porquê” reconduz-se pois à noção última, e o primeiro “porquê” é causa e princípio); a segunda causa é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o “fim para que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento).

(Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. de Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os Pensadores.))

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente, a ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras.

  1. Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal.
  2. Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente.
  3. Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final.
  4. Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final.
  5. Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente.

Resposta: C

Resolução:

Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final.

Para entendermos melhor essa resposta, vamos analisar cada uma das causas e verificar suas características:

1. Causa formal:

É a forma que dá a um objeto sua identidade e o distingue de outros objetos.

É a essência do objeto, o que o faz ser o que é.

Por exemplo, a forma de uma estátua é o que a torna uma estátua e não um bloco de mármore.

2. Causa material:

É a matéria de que um objeto é feito.

É o substrato que recebe a forma e se torna um objeto.

Por exemplo, a matéria de uma estátua é o mármore.

3. Causa eficiente:

É a força ou agente que move a matéria e a transforma em um objeto.

É a causa do movimento e da mudança.

Por exemplo, a causa eficiente de uma estátua é o escultor.

4. Causa final:

É o objetivo ou propósito para o qual um objeto é feito.

É o fim a que se destina a ação.

Por exemplo, a causa final de uma estátua é representar uma pessoa ou um evento.

Com base nessas características, podemos ver que a ordem lógica das causas primeiras é a seguinte:

Causa formal: A forma é o que dá ao objeto sua identidade e o distingue de outros objetos. Sem a forma, a matéria não seria nada.

Causa material: A matéria é o substrato que recebe a forma e se torna um objeto. A forma precisa de um material para se manifestar.

Causa eficiente: A causa eficiente é a força que move a matéria e a transforma em um objeto. A forma e a matéria precisam de um agente para serem atualizadas.

Causa final: A causa final é o objetivo ou propósito para o qual um objeto é feito. A forma, a matéria e a causa eficiente precisam de um fim para direcionar a ação.

19. (UEL) Leia o texto a seguir.

Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo.

(PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os Pensadores) p. 48).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é CORRETO afirmar que

  1. a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um indivíduo belo, no qual percebemos o belo em si.
  2. a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente da beleza em si.
  3. a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando partimos dele para compreender os belos ofícios e ciências.
  4. a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite distinguir quais deles são belos ou feios em si.
  5. a participação do mundo sensível no mundo inteligível possibilita a apreensão da beleza em si.

Resposta: B

Resolução:

A percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente da beleza em si.

Para entendermos melhor essa resposta, vamos analisar as outras alternativas e verificar por que elas estão incorretas:

A) A beleza não se limita à observação de um indivíduo belo. Segundo Platão, a beleza em si transcende o mundo físico e pode ser encontrada em diversos graus em diferentes objetos, atividades e conhecimentos.

C) A compreensão do belo não é subitânea. Ela exige um processo gradual de ascensão, partindo da percepção do belo no mundo sensível até alcançar a beleza em si no mundo inteligível.

D) A beleza não é uma propriedade binária (belo ou feio). Platão reconhece que a beleza se manifesta em diferentes graus e formas.

E) A participação do mundo sensível no mundo inteligível é apenas um dos aspectos da filosofia de Platão sobre a beleza. O mais importante é a busca pela beleza em si, que transcende o mundo físico.

20. (UEL) Leia os textos a seguir.

Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre.

(HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 3.ed. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1995. p.91.)

Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia dois mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que seria dos homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus supremo, o orixá Oduduá veio à Terra trazendo uma cabaça com ingredientesespeciais, entreelesaterraescuraque jogaria sobre o oceano para garantir morada e sustento aos homens.

(A Criação do Mundo. SuperInteressante. jul. 2008. Disponível em: . Acesso em: 1 abr. 2014.)

No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e Yang, as duas forças opostas que compõem o universo. Yin e Yang são escuridão e luz, feminino e masculino, frio e calor, seco e molhado.

(PHILIP, N. O Livro Ilustrado dos Mitos: contos e lendas do mundo. Ilustrado por Nilesh Mistry. Trad. de Felipe Lindoso. São Paulo: Marco Zero, 1996. p.22.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a passagem do mito para o logos na filosofia, considere as afirmativas a seguir.

I. As diversas narrativas míticas da origem do mundo, dos seres e das coisas são genealogias que concebem o nascimento ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que causa e ordena tudo que existe.

II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que afirmam ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, em geral grandes feitos apresentados como fundamento e começo da história de dada comunidade.

III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em certa medida, um modo de expressar determinadas verdades que fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que uma opinião provável ao exprimir o vir-a-ser.

IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é reduzido a um conto fictício desprovido de qualquer correspondência com algum tipo de acontecimento, em que inexiste relação entre o real e o narrado.

Assinale a alternativa correta.

  1. Somente as afirmativas I e II são corretas.
  2. Somente as afirmativas I e IV são corretas.
  3. Somente as afirmativas III e IV são corretas.
  4. Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
  5. Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Resposta: D

Resolução:

Para entendermos melhor essa resposta, vamos analisar cada uma das afirmativas e verificar por que a alternativa D é a única que as contempla de forma completa:

I. Correta. As narrativas míticas, de fato, são genealogias que buscam explicar a origem do mundo, dos seres e das coisas através de um discurso que busca o princípio ordenador de tudo. Elas apresentam uma cosmogonia, ou seja, uma explicação sobre a origem do universo, e uma teogonia, que narra a origem dos deuses.

II. Correta. Os mitos narram eventos fabulosos que se situam em um tempo remoto e impreciso, servindo como fundamento e base para a história e identidade de uma comunidade. Eles transmitem valores, crenças e normas de comportamento, além de fornecerem uma explicação para o mundo natural e social.

III. Correta. Para Platão, os mitos, embora não sejam totalmente verdadeiros, podem conter elementos de verdade que são inacessíveis ao raciocínio lógico. Através de alegorias e símbolos, os mitos podem expressar ideias complexas sobre a natureza da realidade, o bem e o mal, a vida e a morte.

IV. Incorreta. Afirmar que o mito, quando interpretado como alegoria, é um conto fictício sem qualquer relação com a realidade é uma visão reducionista. A interpretação alegórica do mito reconhece que ele possui um significado simbólico e pode revelar verdades sobre a natureza humana e o mundo.

Conclusão:

As afirmativas I, II e III demonstram a importância dos mitos como forma de conhecimento e expressão cultural. A afirmativa IV, por outro lado, apresenta uma visão limitada da função dos mitos, reduzindo-os a meras ficções sem significado real.

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