Filosofia Antiga
Simulado de 20 questões de Filosofia Com Gabarito para a UEMG, UFJF, UFMG, UFTM, UFU e Unimontes com questões de Vestibulares.
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01. (UNIMONTES) Pode-se considerar atitude filosófica o reconhecimento do não saber para buscar o conhecimento. Nessa perspectiva, é fundamento relevante, que sustenta a verdade oriunda da razão, a seguinte alternativa:
- A sensibilidade, uma vez que o coração “não engana”.
- A tradição do saber popular passado de geração para geração.
- A fé como na mitologia da Grécia Antiga.
- A racionalidade que elimina a aceitação de que tudo é natural a partir da investigação e da compreensão das ideias, dos fatos, dos valores, dos comportamentos políticos, religiosos, científicos e éticos.
Resposta: D
Resolução:
A atitude filosófica preconiza o reconhecimento da própria ignorância como ponto de partida para a busca do conhecimento. Em relação às alternativas apresentadas:
A sensibilidade (alternativa A) e a tradição do saber popular (alternativa B) não são fundamentos que sustentam a verdade oriunda da razão, pois a sensibilidade pode ser enganosa e a tradição nem sempre reflete verdades racionais.
A fé, como na mitologia da Grécia Antiga (alternativa C), embora possa ter influenciado o pensamento de algumas correntes filosóficas, não é o fundamento que sustenta a verdade oriunda da razão, pois a fé está mais associada à crença do que à razão.
02. (UFU) De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre maiores [...].
ARISTÓTELES. Metafísica, v. I. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 11 [982b].
Admiração ou espanto, essa é a atitude que Aristóteles considerava como o princípio do filosofar. Assinale a alternativa que justifica o raciocínio do filósofo grego.
- O espanto é a atitude de êxtase em face da revelação da verdade eterna assinalada por um saber divino que abarca toda a realidade, pois dispensa qualquer uso do pensamento ou da experiência guiada pelo pensamento.
- O espanto causa perplexidade em quem se depara com algo desconhecido e assim se sente impelido a querer saber; essa atitude é própria do filosofar, por isso, agora como na origem, o que motiva os homens é a libertação da ignorância.
- O espanto reforça a ignorância humana, pois tudo que existe possui uma ordem imutável e eterna, e quem se submeter cegamente aos designíos do desconhecido, apesar de abdicar de sua liberdade, terá na ignorância o seu maior bem.
- O espantoso, para Aristóteles, era constatar, na cultura grega, que os homens diante da menor dificuldade eram incapazes de pensar que este mundo é uma ilusão; o mundo verdadeiro está além do sensível e só pode ser contemplado.
Resposta: B
Resolução: Esta alternativa está mais alinhada com a ideia de Aristóteles. Ela sugere que o espanto causa perplexidade diante do desconhecido e impulsiona as pessoas a quererem saber mais. Isso está em sintonia com a visão de Aristóteles sobre a origem da filosofia.
03. (UNIMONTES) Entende Aristóteles que a virtude será uma decorrência do cultivo das aptidões e potencialidades do ser humano. Recomenda a mediania como caminho importante na busca da felicidade. São livros de Aristóteles.
- Ética a Nicomaco, Metafísica e Física.
- Ética a Nicomaco, Metafísica e Teeteto.
- Julgamento de Sócrates, Metafísica e Física.
- Ética a Nicomaco, Confissões e Física.
Resposta: A
Resolução: Aristóteles discute a ética e a busca pela felicidade em sua obra "Ética a Nicômaco", onde ele explora a ideia da virtude como resultado do cultivo das aptidões e potencialidades humanas, além de recomendar a mediania como um caminho importante na busca pela felicidade.
04. (UFU) Somente uns poucos indivíduos, se aproximando das imagens através dos órgãos dos sentidos, com dificuldade nelas entreveem a natureza daquilo que imitam.
PLATÃO. Fedro. In: ______. Diálogos socráticos. v. 3. Tradução de Edson Bini. Bauru/SP: Edipro, 2008, p. 64 [250b].
Assinale a alternativa que explicita a teoria de Platão apresentada no trecho acima.
- A teoria materialista que fixa a imagem como o reflexo de corpos físicos que constituem a única realidade existente.
- A teoria das ideias que estabelece a distinção entre o mundo sensível e o mundo inteligível, sendo que as imagens captadas pelos sentidos humanos despertam a alma para as ideias que habitam o mundo inteligível.
- A teoria existencialista que delimita o espaço vital do homem e lhe impede de transcender para além do mundo sensível.
- A teoria niilista que admite dois mundos, mas que nega qualquer possibilidade de conhecimento das coisas e das ideias.
Resposta: B
Resolução: O trecho citado refere-se à teoria das ideias de Platão, que estabelece a distinção entre o mundo sensível e o mundo inteligível. De acordo com essa teoria, as imagens captadas pelos sentidos humanos são apenas reflexos imperfeitos das formas perfeitas e eternas que habitam o mundo inteligível.
05. (UNIMONTES) Admiração é a categoria que nos possibilita tomar consciência da nossa própria ignorância, que, por sua vez, é entendida aqui como ausência de conhecimento. É essa categoria que estimula a abertura para o saber e o conhecer. Aristóteles, no início da Metafísica, lembra-nos de que: “Na verdade, foi pela admiração que os homens começaram a filosofar, tanto no princípio, como agora”. Assinale a alternativa CORRETA.
- A admiração constitui possibilidade ímpar para o ato de filosofar.
- A admiração conduz ao devaneio e à distância da filosofia.
- A admiração liga-se aos sentidos e é falsa em sua origem.
- A admiração é enganadora e confusa na constituição do conhecimento.
Resposta: A
Resolução: A citação apresentada ressalta a importância da admiração como ponto de partida para o filosofar, segundo Aristóteles. Portanto, a alternativa correta é aquela que reconhece a admiração como fundamental para a atividade filosófica.
06. (UFU) “Pois pensar e ser é o mesmo”
Parmênides, Poema, fragmento 3, extraído de: Os filósofos pré-socráticos. Tradução de Gerd Bornheim. São Paulo: Cultrix, 1993.
A proposição acima é parte do poema de Parmênides, o fragmento 3. Considerando-se o que se sabe sobre esse filósofo, que viveu por volta do século VI a.C., assinale a afirmativa correta.
- Para compreender a realidade, é preciso confiar inteiramente no que os nossos sentidos percebem.
- O movimento é uma característica aparente das coisas, a verdadeira realidade está além dele.
- O verdadeiro sentido da realidade só pode ser revelado pelos deuses para aqueles que eles escolhem.
- Tudo o que pensamos deve existir em algum lugar do universo.
Resposta: B
Resolução: Parmênides é conhecido por suas ideias sobre o ser e o devir, destacando a imutabilidade e a unidade do ser como o fundamento da realidade.
07. (UFJF) Leia o texto abaixo e responda:
O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal. A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa ilumina um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas.
Fonte: Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-platao.htm. Acessado em 18/10/2016.
A passagem do texto que melhor se articula com a ideia central do “mito da caverna” é:
- “A televisão
Me deixou burro
Muito burro demais”. - “Que eu nunca li num livro
Que o espirro
Fosse um vírus sem cura”. - “A mãe diz pra eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada”. - “A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada”. - “Oh! Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar
Meu coração captura”.
Resposta: D
Resolução: Essa alternativa faz referência à sensação de desconforto dos prisioneiros da caverna quando confrontados com a luz do sol, que representa a verdade ou a realidade fora da caverna. O fechamento das cortinas simboliza a recusa em encarar essa realidade, preferindo permanecer na escuridão das ilusões.
08. (UFU) Considere o seguinte trecho
“No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates sustentar que a virtude não pode ser ensinada, consistindo-se em algo que trazemos conosco desde o nascimento, defendendo uma concepção, segundo a qual temos em nós um conhecimento inato que se encontra obscurecido desde que a alma encarnou-se no corpo. O papel da filosofia é fazer-nos recordar deste conhecimento”
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. p. 31.
Nesse trecho, o autor descreve o que ficou conhecido como
- a teoria das ideias de Platão.
- a doutrina da reminiscência de Platão.
- a ironia socrática.
- a dialética platônica.
Resposta: B
Resolução: A doutrina da reminiscência de Platão sustenta que o conhecimento não é adquirido, mas sim recordado. Segundo essa doutrina, as almas humanas possuem conhecimento inato que é obscurecido quando encarnam em corpos físicos. O papel da filosofia, então, é fazer-nos lembrar ou recordar esse conhecimento pré-existente.
09. (UFU) “O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes para cada uma dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta “O que é a raiva?”, o dialético dirá que se trata de um desejo de vingança, ou algo deste tipo; o filósofo natural dirá que se trata de um aquecimento do sangue ou de fluidos quentes do coração. Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta precisa da matéria.”
Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.
Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, de Aristóteles (384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia corretamente a doutrina aristotélica em questão.
- Teoria das categorias.
- Teoria do ato-potência.
- Teoria das causas.
- Teoria do eudaimonismo.
Resposta: C
Resolução: Aristóteles discute a diferença entre as abordagens do filósofo natural e do dialético para definir fenômenos como a raiva. Ele destaca que o filósofo natural se concentra nas causas materiais ou físicas, enquanto o dialético se concentra nas causas formais ou conceituais. Essa distinção entre causas materiais e formais é central na teoria aristotélica das causas.
10. (UNIMONTES) Na Grécia Antiga, havia na cidade de Delfos um santuário dedicado ao deus Apolo, considerado, no contexto mitológico, o deus da luz, da razão e do conhecimento, símbolo ou patrono da sabedoria. Na entrada desse santuário, havia sobre o portal uma mensagem do deus da razão ou principal oráculo de Apolo, escrita assim: Conheça-te a ti mesmo. De Atenas, Sócrates vai visitar o santuário do deus da luz a fim de consultar o oráculo, pois eram muitos os atenienses que diziam ser ele um sábio, pois queria saber o que era um sábio e se lhe cabia o adjetivo de sábio para poder honrar tal título. O oráculo perguntou-lhe: “O que você sabe?”. Sócrates respondeu: “Só sei que nada sei”. Foi, então, considerado pelo oráculo (que era uma mulher – a sibila), como um grande sábio, ao dizer que: “Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que nada sabe”. O filósofo ateniense é reconhecido como sendo o pai (patrono) da Filosofia. A partir desse contexto histórico, pode-se considerar CORRETA a alternativa:
- Sócrates, ao afirmar “só sei que nada sei”, confessou a sua ignorância e, por isso, é considerado o patrono da Filosofia.
- Apolo foi também chamado de Morfeu, um espírito, filho do sono e da noite.
- A razão é a própria luz que ilumina toda produção intelectual, científica e tecnológica, partindo da atitude filosófica de reconhecimento do não saber que motiva a busca do conhecimento verdadeiro.
- A razão é dada a alguns homens, negada a toda espécie humana, por isso Sócrates reconhece, diante do oráculo, que nada sabe.
Resposta: C
Resolução:
Sócrates e o Oráculo de Delfos:
Sócrates, considerado o pai da filosofia, foi ao Oráculo de Delfos buscando saber se era sábio. Ao responder "Só sei que nada sei", ele reconhece sua ignorância e demonstra a busca incessante pelo conhecimento. Essa postura se tornou um marco fundamental na filosofia: a aceitação da ignorância como ponto de partida para a busca da sabedoria.
A Razão como Luz:
A frase "a razão é a própria luz que ilumina" evoca a metáfora da luz como símbolo da razão. A razão, nesse contexto, é a capacidade humana de pensar criticamente, questionar e buscar o conhecimento. Ela ilumina o caminho para o saber, guiando a produção intelectual, científica e tecnológica.
A Busca pelo Conhecimento:
Ao reconhecer que nada sabe, Sócrates demonstra a humildade intelectual que motiva a busca incessante pelo conhecimento. Essa busca é a base da filosofia e do progresso humano.
Por que as outras alternativas estão incorretas:
A: Afirmar "só sei que nada sei" não é uma confissão de ignorância, mas sim o reconhecimento da necessidade constante de buscar conhecimento.
B: Apolo era o deus da luz, da razão e do conhecimento, mas não era chamado de Morfeu, que era o deus dos sonhos.
D: A razão é uma capacidade inerente à humanidade, não um privilégio de alguns.
11. (UFU) Considere o seguinte texto do filósofo Heráclito (século VI a.C.).
“Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, forma-se a água e da água, a alma”
Heráclito. Fragmentos, extraído de: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.
Em relação ao excerto acima, podemos afirmar que ele ilustra
- a concepção heraclitiana que valoriza a importância do movimento na descrição da realidade.
- a concepção dialética do pensamento heraclitiano, segundo a qual o movimento é uma ilusão dos sentidos.
- a concepção heraclitiana da realidade, segundo a qual a multiplicidade dos fenômenos subjaz uma realidade única.
- o pensamento religioso de Heráclito, segundo o qual a morte é a libertação da alma.
Resposta: A
Resolução: Movimento como Essência da Realidade: No fragmento apresentado, Heráclito destaca a constante transformação dos elementos (alma, água, terra). Essa transformação incessante demonstra a centralidade do movimento na sua visão da realidade. Para ele, tudo está em constante fluxo, nada é permanente. Ciclo Eterno de Transformação: O fragmento também revela a ideia de um ciclo eterno de transformação. A alma se transforma em água, a água se transforma em terra e da terra surge a alma novamente. Esse ciclo infinito representa a dinâmica fundamental da realidade. Fogo como Símbolo do Movimento: Heráclito frequentemente utilizava o fogo como símbolo do movimento e da transformação. O fogo, em constante mudança, representa a natureza mutável da realidade. Outras Alternativas Incorretas: B: Heráclito não considerava o movimento uma ilusão, mas sim a essência da realidade. C: A multiplicidade dos fenômenos é resultado do movimento constante, não uma realidade única. D: O fragmento não trata da morte como libertação da alma, mas sim da transformação cíclica dos elementos.
12. (UNIMONTES) A consciência mítica predomina em culturas de tradição oral, quando ainda não há escrita. Podemos dizer que o termo mito vem da palavra mythos, que significa:
- Mentira ou lenda.
- Ilusão ou mentira.
- Palavra ou o que se diz.
- Delírio ou ilusão.
Resposta: C
Resolução: O mito, nesse contexto, se refere às narrativas tradicionais que explicam aspectos da realidade, da origem do mundo, dos deuses, dos heróis e de outros fenômenos, transmitidos oralmente em culturas que não possuíam sistemas de escrita desenvolvidos.
13. (UFU) No período clássico, nenhum dos gregos – sejam eles historiadores ou filósofos – registra uma suposta derivação oriental da Filosofia. De fato, a partir do momento em que nasce, ela representa uma nova forma de expressão espiritual, com elementos e inflexão únicos.
Sobre o nascimento da filosofia na Grécia e sua relação com o mito, assinale a alternativa INCORRETA.
- Já em seu início, a filosofia pretende explicar a totalidade das coisas, sem exclusão de partes ou momentos, tal como registrado na investigação de Tales, que buscou o princípio de tudo o que existe.
- A filosofia pretende ser, já em seu início, explicação puramente racional do(s) objeto(s) de sua investigação. Vale aqui o argumento lógico, a motivação razoável, o logos.
- Os deuses das narrativas antropomórficas são representações, em plano religioso, dos princípios da filosofia naturalística, dispostos, segundo metodologia comum, à razão e ao mito.
- A filosofia é busca pela verdade segundo impostação teorética, livre de qualquer submissão de natureza pragmática ou de vantagem prática, exercício de pura contemplação.
Resposta: C
Resolução:
A alternativa incorreta é a C:
Os deuses das narrativas antropomórficas são representações, em plano religioso, dos princípios da filosofia naturalística, dispostos, segundo metodologia comum, à razão e ao mito.
Explicação:
Mito e Filosofia:
Embora o mito e a filosofia tenham se originado no mesmo contexto cultural, eles representam formas distintas de compreender o mundo. O mito se baseia em narrativas simbólicas e tradicionais, enquanto a filosofia busca explicações racionais e sistemáticas.
Diferenças Fundamentais:
A principal diferença entre mito e filosofia reside na metodologia. O mito utiliza imagens, metáforas e personificações, enquanto a filosofia se baseia em argumentos lógicos, evidências e análises críticas.
Exemplos:
Mito: A história de Gaia (a Terra) e Urano (o Céu) como os pais de todos os titãs e deuses representa a origem do universo.
Filosofia: A teoria de Tales de Mileto de que a água é o princípio fundamental de todas as coisas é um exemplo de explicação naturalística.
Conclusão:
A alternativa C é incorreta porque os deuses das narrativas mitológicas não são representações dos princípios da filosofia naturalística. Eles são, sim, figuras que representam forças da natureza e conceitos abstratos de forma simbólica e não científica.
Outras alternativas corretas:
A: A filosofia, desde o seu início, busca explicar a totalidade das coisas, desde a origem do universo até a natureza humana.
B: A busca por explicações racionais é um dos pilares da filosofia.
D: A filosofia busca a verdade por meio da investigação teórica, sem se preocupar com aplicações práticas imediatas.
14. (UNIMONTES) Os sofistas eram homens que tinham feito longas viagens e por isso mesmo tinham conhecido diferentes sistemas de governo. Eles entendiam que os costumes e leis das cidades-estado podiam variar enormemente. Sob esse pano de fundo, inicia-se, em Atenas, uma discussão sobre a importância da educação e da política. Sobre os sofistas, é INCORRETO afirmar:
- Tiveram papel fundamental nas transformações culturais de Atenas.
- Dedicaram-se à questão do homem e de seu lugar na sociedade.
- Foram os primeiros a compreender que o “homem é a medida de todas as coisas”.
- Eram interesseiros e só visavam ao lucro e ao dinheiro na arte de ensinar.
Resposta: D
Resolução: Os sofistas foram figuras importantes na Grécia Antiga, especialmente em Atenas, no século V a.C. Eles eram professores itinerantes que cobravam por seus ensinamentos, mas seu objetivo não era apenas o lucro.
15. (UFU) Em seu poema, Parmênides argumenta em favor do que parecem ser três vias ou caminhos de investigação. Deles, considerou apenas um absolutamente verdadeiro; outro, totalmente falso, e um terceiro, verossímil.
Sobre a filosofia de Parmênides, assinale a alternativa INCORRETA.
- O ser é a única coisa pensável e exprimível. Pensar é ser e o não-ser é absolutamente impensável.
- O ser de Parmênides possui sentido unívoco, isto é, assume, em sua formulação, o princípio da não contradição.
- O ser é ingênito, incorruptível, não tem passado nem futuro, é agora, imutável e imóvel.
- O ser pode ser e não ser ao mesmo tempo em situações específicas, como no caso de manifestar-se fisicamente, em dimensão humana.
Resposta: D
Resolução: Parmênides, filósofo pré-socrático, defendia a ideia de que o ser é uno, eterno, imóvel e imutável. Para ele, o não-ser é inexistente e, portanto, o movimento e a mudança são ilusórios.
16. (UNIMONTES) “Cada indivíduo deve encontrar um aspecto do mito que se relacione com sua própria vida. Os mitos têm basicamente quatro funções. A primeira é a função mística, a segunda é a dimensão cosmológica, a terceira é a função sociológica e a quarta é a função pedagógica.”
(CAMPBELL, J. O poder do mito. São Paulo: Palas Athenas, 1990. p. 32).
O mito é parte integrante da história da humanidade. Dessa forma, é INCORRETO afirmar:
- É função do mito acomodar o homem em um mundo assustador.
- É função do mito explicar, de forma coerente, a origem da vida, dos deuses e do universo.
- Os mitos nascem em um universo sagrado e encantado.
- A narrativa mítica é simbólica e necessita ser interpretada.
Resposta: B
Resolução: Os mitos não são necessariamente destinados a explicar a origem da vida, dos deuses e do universo de maneira coerente. Embora possam conter elementos que tratam dessas questões, os mitos muitas vezes apresentam narrativas simbólicas e metafóricas que abordam aspectos da condição humana, da sociedade e do cosmos de uma forma mais aberta e simbólica.
17. (UFU) Em nós, manifesta-se sempre uma e a mesma coisa, vida e morte, vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro e reciprocamente.
Heráclito, fragmento 88. In: BORNHEIM, G. A. (Org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Editora Cultrix, 1998. p. 41.
Assinale a alternativa que explica o fragmento de Heráclito.
- A oposição é a afirmação da força irracional que sustenta o mundo e explica a constante mudança de tudo que existe.
- A oposição dos contrários nada mais é que o equilíbrio das forças, pois no mundo tudo é uno e constante, tudo mais é apenas ilusão.
- A mudança permite afirmar que a constância do mundo das ideias é a única realidade, na qual as essências determinam tudo.
- A oposição é a confirmação de que a realidade é o eterno fluxo de mudanças, e da tensão dos contrários nasce a harmonia e a unidade do mundo.
Resposta: D
Resolução: Heráclito enfatiza a ideia de que a mudança é constante e que os opostos coexistem e se transformam mutuamente. Ele percebe o mundo como um fluxo constante, onde as oposições como vida e morte, vigília e sono, juventude e velhice, são interdependentes e contribuem para a harmonia e unidade do universo.
18. (UFU) Segundo Giovanni Reale, “a metafísica aristotélica é inteiramente constituída por termos e conceitos pluridimensionais e polivalentes, e isso vale a começar pelo próprio conceito que define ‘metafísica‘ ou ‘filosofia primeira‘, que constantemente, ao longo dos catorze livros, é determinado de quatro modos diferentes”.
REALE, G. Aristóteles: Metafísica. Ensaio Introdutório, Vol 1. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Ed. Loyola, 2001, p. 37.
Sobre os quatro modos diferentes, assinale a alternativa INCORRETA.
- Trata-se de ciência do ser enquanto ser e do que compete ao ser enquanto ser, isto é, ciência das causas e dos princípios supremos.
- Trata-se de ciência da percepção sensível e, então, ancorada em constatações empíricas que buscam no o quê as coisas que são a sua razão de ser.
- O ser tem múltiplos significados, então, a metafísica é ciência das causas e dos princípios da substância, fundamento de todos os outros significados.
- A metafísica é ciência teológica ou relativa às coisas divinas, pois se dedica a uma substância primeira, transfísica ou suprafísica.
Resposta: B
Resolução: A metafísica aristotélica não se baseia na percepção sensível ou em constatações empíricas, mas sim na reflexão racional e no estudo dos princípios e causas que regem a realidade. Ela busca compreender o ser enquanto ser, suas causas e princípios supremos, não se limitando ao âmbito da percepção sensorial.
19. (UFU) Sobre a compatibilidade ou incompatibilidade entre fé cristã e filosofia grega, assinale a alternativa INCORRETA.
- A filosofia grega conhece o princípio de unidade do divino, mas numa esfera que acolhia grande multiplicidade de entes, forças e níveis hierárquicos. Portanto, permaneceu sempre aquém de uma concepção propriamente monoteísta.
- A propósito do problema da “origem dos seres”, a mensagem cristã rompe com a filosofia grega na medida em que fala de “criação”. Deus, segundo tal mensagem, não usou nada preexistente, como o Demiurgo de Platão, nem se valeu de “sub-motores”, como a divindade aristotélica.
- Na filosofia grega, o homem está sempre inscrito em um horizonte cosmocêntrico. Ali, o homem não é a realidade mais elevada, mas tão-somente parte de algo que lhe é superior. No âmbito da fé cristã, o homem é visto como criatura privilegiada no processo de criação divina.
- Platão fala de unicidade do Demiurgo (divino ordenador do cosmos) e Aristóteles trata de um primeiro motor imóvel único, pensamento de si mesmo: com a Bíblia, tem-se apenas a ratificação de um monoteísmo já defendido pela Filosofia Antiga.
Resposta: D
Resolução: Esta afirmação não é totalmente precisa. Embora Platão e Aristóteles tenham abordado conceitos que sugerem uma forma de monoteísmo, especialmente com o Demiurgo e o Primeiro Motor Imóvel, a compreensão da divindade na filosofia grega não era estritamente monoteísta da mesma maneira que na fé cristã. A noção de Deus na filosofia grega muitas vezes envolvia uma pluralidade de divindades ou um entendimento mais cosmogônico do divino, enquanto o monoteísmo cristão afirma a crença em um único Deus pessoal e transcendente.
20. (UFU) Sobre a compatibilidade ou incompatibilidade entre fé cristã e filosofia grega, assinale a alternativa INCORRETA.
- A filosofia grega conhece o princípio de unidade do divino, mas numa esfera que acolhia grande multiplicidade de entes, forças e níveis hierárquicos. Portanto, permaneceu sempre aquém de uma concepção propriamente monoteísta.
- A propósito do problema da “origem dos seres”, a mensagem cristã rompe com a filosofia grega na medida em que fala de “criação”. Deus, segundo tal mensagem, não usou nada preexistente, como o Demiurgo de Platão, nem se valeu de “sub-motores”, como a divindade aristotélica.
- Na filosofia grega, o homem está sempre inscrito em um horizonte cosmocêntrico. Ali, o homem não é a realidade mais elevada, mas tão-somente parte de algo que lhe é superior. No âmbito da fé cristã, o homem é visto como criatura privilegiada no processo de criação divina.
- Platão fala de unicidade do Demiurgo (divino ordenador do cosmos) e Aristóteles trata de um primeiro motor imóvel único, pensamento de si mesmo: com a Bíblia, tem-se apenas a ratificação de um monoteísmo já defendido pela Filosofia Antiga.
Resposta: D
Resolução: Embora Platão e Aristóteles tenham abordado conceitos que sugerem uma forma de monoteísmo, especialmente com o Demiurgo e o Primeiro Motor Imóvel, a compreensão da divindade na filosofia grega não era estritamente monoteísta da mesma maneira que na fé cristã. A noção de Deus na filosofia grega muitas vezes envolvia uma pluralidade de divindades ou um entendimento mais cosmogônico do divino, enquanto o monoteísmo cristão afirma a crença em um único Deus pessoal e transcendente.