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Brasil Colônia

Lista de 09 exercícios de História com gabarito sobre o tema Brasil Colônia com questões da UEMA.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Brasil Colônia.




01. (UEMA 2021) Sabeis quem traz as pragas à terra? Cativeiros injustos. Quem trouxe ao Maranhão a praga dos Holandeses? Quem trouxe a praga das bexigas? Quem trouxe a fome e a esterilidade? Estes cativeiros. [...] Todo o homem que deve serviço ou liberdade alheia, e podendo-a restituir, não restitui, é certo que se condena: todos, ou quase todos os homens do Maranhão devem serviços e liberdades alheias, e podendo restituir, não restituem; logo, todos os quase todos se condenam.

Cleonice Berardinellí. Pretos, Índios e Judeus nos Sermões de Vieira. In. João Adolfo Hansen, Adma Muhana, Hélder Garm (Orgs). Estudos sobre Vieira - São Paulo: Ateliê Editorial. 2011.

Este Sermão do Pe. Antônio Vieira (1608-1697) faz uma crítica à escravização dos indígenas e expõe a grande demanda por essa mão de obra no Estado Colonial do Maranhão até meados do século XVIII. A assertiva que explica o cativeiro dos indígenas no Maranhão colonial é a seguinte:

  1. As guerras contra os indígenas eram a única forma de abastecimento de mão de obra escrava para as atividades produtivas.
  2. A escravização dos indígenas só poderia ocorrer em áreas onde houvesse uma profunda pobreza dos moradores.
  3. A escravidão indígena foi uma prática sistemática dos colonos e gerou uma disputa entre esses e os missionários pelo controle dessa mão de obra.
  4. A mão de obra indígena era utilizada nos serviços domésticos e substituiu os africanos escravizados que trabalhavam na lavoura.
  5. A escravidão indígena foi estimulada pela Coroa Portuguesa para evitar o extermínio dos nativos pelos colonos.

02. (UEMA 2020) Leia sobre a revolta ocorrida em São Luís no século XVII.

A Revolta de Bequimão, ocorrida em 1684, foi um ato de rebeldia dos habitantes da cidade de São Luís, chefiados por Manuel Bequimão, o qual também foi o que sofreu a mais dura pena entre os envolvidos no levante, sendo condenado à forca. Referindo-se à assinatura da sentença do fazendeiro Bequimão, pelo governador do Maranhão, o escritor João Lisboa, citando um testemunho da época, assim se expressa: “tão cheio de mágoa e de piedade, e com o braço tão trêmulo que a firma assinada depois pareceu de mão alheia”.

A Revolta de Bequimão ocorreu devido

  1. ao descontentamento com a Coroa Portuguesa e ao desejo de separação do estado colonial do Maranhão do império português para a criação de uma república.
  2. aos abusos e às irregularidades da Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará e à jurisdição temporal e espiritual dos padres da Companhia de Jesus sobre os índios.
  3. à oposição das camadas populares, especialmente os índios livres, ao fim do monopólio dos missionários jesuítas sobre as aldeias indígenas, e à revolta dos colonos com a substituição dos escravizados africanos por indígenas.
  4. às regalias concedidas aos fazendeiros da Companhia de Comércio das Índias Ocidentais e à exploração da mão de obra indígena na produção cafeeira.
  5. à insatisfação dos padres da Companhia de Jesus com as leis que permitiam a escravização dos africanos e o comércio irregular da produção algodoeira para as fábricas inglesas.

03. (UEMA 2018) O fragmento da escritura pública transcrita a seguir estabelece a legalidade da venda de si próprio em escravidão, em meio à controvérsia sobre a legalidade desse ato.

Escritura Pública de Venda, Belém do Pará, 1780.

“Logo em presença das testemunhas adiante nomeadas, escritas e assinadas, pela dita Joana Baptista foi dito, que ela de seu nascimento sempre foi livre, e isenta de cativeiro; e como ao presente se achava sem pai, nem mãe, que dela pudessem tratar e sustentar assim para a passagem da vida, como em suas moléstias, e nem tinha meios para poder viver em sua liberdade (...) ela de sua livre, e espontânea vontade sem constrangimento de pessoa alguma se tinha ajustado, e contratado com o dito Pedro da Costa, vender-se a si mesma por sua escrava, como se tivera nascido de ventre cativo, e nunca tivesse sido livre, para como tal o servir até sua morte”.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Fundo Cadaval Brasil.

Pode ser identificado, historicamente, como elemento explicativo da situação retratada na Escritura Pública de Venda

  1. a derrota política dos abolicionistas em função da adesão à plataforma do movimento escravocrata.
  2. a força econômica dos cafeicultores, essencialmente escravocratas, que atuava como grande impeditivo para a abolição.
  3. a condição social das mulheres, de profunda dominação, que favorecia o aumento crescente de mulheres escravizadas.
  4. a ação contínua da Igreja Católica em defesa da necessidade da escravidão feminina para manutenção da ordem social.
  5. a busca pela sobrevivência diante das condições de vida dos pobres livres no Brasil colonial e imperial.

04. (UEMA 2016) Estimativa do número de africanos desembarcados em cada região

(em milhares de indivíduos)

O número de africanos desembarcados no Brasil devido ao tráfico negreiro, conforme tabela, foi o maior, ao se compararem os dados da América Britânica e os Estados Unidos. Uma das explicações para essa diferença é que

  1. no Brasil, o tráfico negreiro foi facilitado pela proximidade com o litoral africano; nos Estados Unidos, a distância em relação à costa africana encareceu a mercadoria escrava.
  2. nos Estados Unidos, o tráfico sempre foi ilegal, dificultando, assim, o comércio transatlântico de escravos; no Brasil, o tráfico estendeu-se legalmente até às vésperas da abolição da escravidão.
  3. no Brasil, prevaleceu o projeto de abastecimento da mão de obra escrava por meio do tráfico negreiro; nos Estados Unidos, predominaram as fazendas onde ocorria a reprodução escrava.
  4. nos Estados Unidos, predominou o trabalho livre, realizado em pequenas propriedades, sendo a mão de obra escrava utilizada somente nas lavouras de algodão da região norte; no Brasil, a mão de obra escrava foi predominante nas mais diversas regiões.
  5. no Brasil, o elevado crescimento da economia agro-exportadora possibilitou capital disponível para a compra de escravos; nos Estados Unidos, as constantes crises da lavoura algodoeira inviabilizavam a compra em larga escala da mão de obra escrava.

05. (UEMA 2013) TEXTO I

Valeu, Zumbi

O grito forte dos Palmares

Que correu terra, céus e mares

Influenciando a abolição.

VILA, L. C. da V., G. R. E. S. Unidos de Vila Isabel, 1988.

TEXTO II

Pra Isabel a heroína,

Que assinou a lei divina

Negro dançou, comemorou, o fim da sina.

TRISTEZA, N.; JÓIA, P.; VICENTINHO; JURANDIR. G. R. E. S. Imperatriz Leopoldinense, 1989.

Os versos dos textos I e II são fragmentos de letras de samba, elaborados no contexto de comemoração do centenário da abolição da escravidão, no Brasil. Esses versos abordam a questão de maneira distinta. Ao compará-los, se diferenciam quanto à

  1. escolha dos protagonistas da abolição.
  2. importância dada à Lei Áurea, assinada em 1888.
  3. perspectiva de uma História personificada em grandes heróis.
  4. forma de abordagem do racismo disseminado, após a abolição.
  5. receptividade da abolição, rejeitada por uma parcela da população.

06. (UEMA 2012) Sobre o longo processo de ocupação territorial maranhense, no período colonial, é possível afirmar que

I - ocorreu a preponderância da livre iniciativa privada, sem a participação do estado na forma e intensidade da ocupação, preponderando o consenso, estabelecido a partir de acordo entre estado e colonos.

II - o território extenso era de fácil acesso e não exigiu grandes esforços e investimentos continuados para vencer as barreiras naturais.

III - a ocupação do território maranhense obedeceu a dois vetores iniciais de ocupação: a frente litorânea, capitaneada por São Luís, e a frente da pecuária, oriunda do sul do Estado.

IV - A ocupação foi de caráter comercial e predatório dos recursos naturais, baixa monetarização e pouca agregação de valor às exportações.

V - São Luís se tornou o polo centralizador frágil. O conjunto dos novos investimentos ao longo do período colonial não fortaleceu São Luís com outras áreas do Estado.

Estão corretas apenas as alternativas

  1. IV e V.
  2. I, II, e V.
  3. II, IV e V.
  4. III, IV e V.
  5. V.

07. (UEMA 2012) Sobre as relações de poder no Brasil, durante o período colonial, considere as afirmações.

I - As câmaras coloniais eram os locais de exercício do poder, cabendo a elas, dentre outras funções, a de aplicar a lei, efetivar prisões e administrar os espaços urbanos e rurais.

II - As famílias ricas constituíam a elite colonial, por vezes estabelecendo conexões com o clientelismo político, através de casamentos, favorecimentos e barganha com funcionários metropolitanos.

III - Durante o período colonial, não foi rara a disputa entre autoridades coloniais e a Igreja; entre ordens religiosas e colonos por interesses divergentes, como por exemplo, a Revolta de Beckman.

IV - No topo da cadeia do poder político das câmaras coloniais, estavam os presidentes das câmaras, os juízes de fora, seguidos dos juízes de órfãos, das oficinas da Câmara, dos juízes ordinários, dos partidores e avaliadores e dos curadores gerais dos órfãos.

V - As administrações judiciárias estavam em todas as cidades brasileiras, impedindo o aparecimento de executores privados da lei e de lideranças locais que se colocavam acima do poder estabelecido.

Está correto o que se afirma apenas em

  1. I e IV.
  2. I, II, III e IV.
  3. II, III e V.
  4. III, IV e V.
  5. V.

08. (UEMA 2011) O conflito de interesses entre jesuítas e colonos foi bem retratado no filme “A Missão”, do diretor Roland Joffé (1986). No Maranhão colonial, a atividade missionária dos jesuítas também gerou conflitos de interesses. Sobre a questão jesuítica no Maranhão, nesse período, marque a alternativa correta.

  1. Os jesuítas não se apossavam do trabalho dos índios em benefício próprio e condenavam o uso dessa força de trabalho para fins econômicos.
  2. A ordem dos jesuítas se sobressaiu pouco na catequese dos índios porque se dedicou mais à obra educacional dos colonos.
  3. O Pe. Antônio Vieira, membro dos jesuítas, foi criticado por defender arduamente a liberdade dos escravos indígenas e africanos.
  4. A expulsão dos jesuítas por ocasião da Revolta de Beckman (1684) ocorreu devido a conflitos de caráter religioso.
  5. A força da missão jesuíta chocou-se com os interesses econômicos da Coroa e dos colonos, o que resultou na expulsão dessa ordem religiosa.

09. (UEMA 2010) Após a conquista portuguesa, a Coroa teve como preocupação imediata o reconhecimento da terra e a preservação do território. Desse modo, somente a partir de 1530 o governo português decidiu concretizar a posse da terra, dando início ao período colonial. Sobre o processo de colonização do Brasil, é correto afirmar:

  1. O caráter tardio da ocupação e concretização da colonização portuguesa deu-se em função de que a metrópole estava mais preocupada com o seu empreendimento colonial nas Índias, uma vez que este lhe proporcionava maior retorno financeiro.
  2. Foi iniciado antes das primeiras expedições exploradoras, uma vez que, devido às constantes ameaças dos piratas ingleses e franceses, se fez necessário povoar imediatamente o novo território.
  3. Teve como marco inicial a declaração do rei de Portugal, D. José I, quando determinou que a exploração do paubrasil fosse monopólio da Coroa.
  4. A colonização portuguesa na América efetivou-se antes das expedições guarda-costas quando, para deter o contrabando do pau-brasil, sistematizou e concretizou a ocupação do território.
  5. Logo após a conquista portuguesa os primeiros colonizadores passaram a se estabelecer no sertão, uma vez que o litoral destinava-se aos armazéns marítimos e ao aportamento dos navios que vinham comprar e vender produtos na colônia.