Não Literário
Lista de 05 exercícios de Linguagens com gabarito sobre o tema Não Literário com questões do Enem.
Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Não Literário.
17. (Enem 2024) Memes e fake news: o impacto na educação das crianças
Há quem diga que o Brasil nunca mais foi o mesmo depois dos memes. Na economia da velocidade, alguns apostam no humor, outros no engajamento político, e tem gente investindo alto na mentira também. Diante desse cenário, uma pergunta se torna essencial: será que todo mundo está conseguindo traduzir as mensagens postadas, curtidas e compartilhadas?
Essa dúvida incentivou uma professora de língua portuguesa a desenvolver uma proposta de leitura e análise crítica de memes com estudantes do ensino fundamental, na rede pública do Distrito Federal, na cidade de Samambaia. “Percebi que muitos alunos e pais estavam divulgando conteúdos sem saber o que havia por trás das palavras”, relata a professora.
“O que antes era engraçado para os alunos passou a ser visto com outros olhos”, afirma a professora. Para ela, que utilizou a representação da criança em memes de WhatsApp como material gerador das discussões em sala de aula, aguçar o olhar sobre-essas mensagens impacta diretamente a atitude de postar, curtir e compartilhar conteúdos ao estimular o uso consciente da informação que circula nas plataformas de mídia social.
Letramento político e midiático é um desafio intergeracional. Em tempos de notícias falsas, de imagens manipuladas e de memes sendo usados como triunfo da verdade de cada um, checagem de informação e interpretação de texto acabam se tornando moedas valiosas.
Disponível em: https://lunetas.com.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
Ao abordar a relação dos memes com a educação, a reportagem sustenta uma crítica à
- falta de fiscalização no uso de aplicativos de mensagens por crianças.
- divulgação de informação manipulada em postagens virtuais.
- utilização de ferramentas digitais no trabalho educacional.
- exploração de conteúdos humorísticos nas mídias sociais.
- propagação de mensagens com objetivos políticos.
Resposta: B
Resolução: A questão aborda a crítica à disseminação de informações manipuladas e fake news nas redes sociais. A reportagem destaca como os memes podem impactar a percepção e interpretação das mensagens compartilhadas, o que levou a professora a desenvolver uma proposta de letramento crítico para que os alunos compreendam melhor o conteúdo dos memes.
31. (Enem 2024) Telemedicina é para todos, mas nem todos estão preparados
A telemedicina, nos últimos anos, tem se destacado como uma ferramenta valiosa, proporcionando uma gama de benefícios que vão desde a ampliação do acesso à assistência médica até a otimização dos recursos de todo o ecossistema de saúde.
O governo federal propõe a Estratégia de Saúde Digital, um programa destinado à transformação digital da saúde no Brasil. Seu principal objetivo é facilitar a troca de informações entre os diversos pontos da Rede de Atenção à Saúde, promovendo a interoperabilidade e, assim, possibilitando a transição e a continuidade do cuidado nos setores público e privado. Também está em discussão um projeto de lei que dispõe sobre o prontuário eletrônico unificado do cidadão, o que indica o quanto o tema está em evidência tanto para os gestores públicos quanto para os privados.
Contudo, é importante reconhecer que nem todas as pessoas estão igualmente preparadas para aproveitar plenamente os cuidados ofertados pela telemedicina. Um dos principais benefícios do atendimento de saúde a distância é a capacidade de superar barreiras geográficas, proporcionando acesso a serviços médicos, especialmente para pacientes que residem em áreas remotas e/ou carentes de certas especialidades médicas, os chamados “vazios assistenciais”. A equidade no acesso é uma questão crítica, uma vez que nem todos têm ao seu alcance dispositivos tecnológicos ou uma conexão à internet que seja confiável, entre outros problemas de infraestrutura. É um desafio tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde, que, em muitos casos, não contam com estrutura para o trabalho remoto nem com letramento digital para desenvolver as funções.
OLIVEIRA, D. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).
Ao tratar da telemedicina, esse texto ressalta que um dos benefícios dessa tecnologia para a sociedade é o fato de ela
- disponibilizar prontuário único do cidadão tanto na rede pública quanto na privada.
- oportunizar o acesso a atendimento médico a pacientes de áreas periféricas.
- fornecer dispositivos tecnológicos para a realização de exames.
- promover a interação entre diferentes especialidades médicas.
- garantir infraestrutura para o trabalho remoto de médicos.
Resposta: B
Resolução: O texto destaca a telemedicina como uma ferramenta capaz de superar barreiras geográficas, especialmente para pessoas em áreas com carência de serviços médicos. Dessa forma, o benefício mencionado na alternativa B se alinha com a ideia central de ampliar o acesso à saúde para quem vive em "vazios assistenciais", como áreas periféricas.
33. (Enem 2024) Influenciadores negros têm recorrentemente chamado a atenção para o fato de terem muito menos repercussão em suas postagens e nas entregas do seu conteúdo quando comparados com os influenciadores brancos, mesmo se fotos, contextos e anúncios forem extremamente semelhantes. Segundo o site Negrê, a digital influencer e youtuber criadora do projeto digital Preta Pariu iniciou um experimento em uma plataforma. Após perceber a crescente queda nos índices de alcance digital, a paulista publicou fotografias de modelos brancas em seu perfil e analisou as métricas de engajamento. Surpreendentemente, a ferramenta de estatísticas aferiu um aumento de 6 000% em seu alcance.
Disponível em: https://diplomatique.org.br. Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).
A apresentação do dado estatístico ao final desse texto revela a intenção de
- demonstrar a repercussão de projetos como o Preta Pariu.
- informar o quantitativo de postagens da comunidade negra.
- potencializar o alcance de textos e imagens em sites como o Negrê.
- exaltar a qualidade das publicações sobre negritude em redes sociais.
- comprovar a relação entre o alcance de conteúdos digitais e o viés racial.
Resposta: E
Resolução: O experimento mencionado no texto, que aponta um aumento significativo no alcance de postagens quando estas envolvem modelos brancas, sugere uma evidência de viés racial nas plataformas digitais. A alternativa E é correta, pois identifica essa intenção de mostrar como o engajamento varia de acordo com questões raciais.
37. (Enem 2024) As reações à sétima temporada foram o ápice do último estágio em Game of Thrones. De forma alguma, este que vos fala seria capaz de argumentar que a série é perfeita, mas os defeitos que existem aqui sempre existiram, de uma forma ou de outra, durante os sete anos em que ela esteve no ar. Os dois roteiristas foram brilhantes em traduzir os personagens intrincados e conflituosos da obra de George R. R. Martin, mas nunca souberam exatamente como fazer jus a eles (e especialmente a elas, as mulheres da trama).
A verdade é que, com tudo isso e mais Ramin Djawadi evocando sentimentos e ambientes improváveis com sua trilha sonora magistral, a série não conseguiria ser ruim nem se tentasse, mas continua sendo uma pena que, ao buscar o seu final com tanta sede e tanta celeridade, Benioff e Weiss tenham tirado sua qualidade mais preciosa: o fôlego, a paciência e o detalhismo que faziam suas palavras se levantarem do papel e ganharem vida.
Disponível em: https://observatoriodocinema.uol.com.br. Acesso em: 29 nov. 2017 (adaptado).
Ainda que faça uma avaliação positiva da série, nessa resenha, o autor aponta aspectos negativos da obra ao utilizar
- marcas de impessoalidade que disfarçam a opinião do especialista.
- expressões adversativas para fazer ressalvas às afirmações elogiosas.
- interlocução com o leitor para corroborar opiniões contrárias à adaptação.
- eufemismos que minimizam as críticas feitas à construção das personagens.
- antíteses que opõem a fragilidade do roteiro à beleza da trilha sonora da série.
Resposta: B
Resolução: O autor utiliza expressões adversativas, como "mas" e "ainda que", para fazer ressalvas a pontos específicos da série Game of Thrones, elogiando alguns aspectos, mas também destacando suas falhas. Essa estrutura adversativa permite que o autor elogie a série enquanto critica o apressamento da última temporada e outros detalhes que afetaram negativamente a qualidade da narrativa.
40. (Enem 2024) Pressão, depressão, estresse e crise de ansiedade. Os males da sociedade contemporânea também estão no esporte. A tenista Naomi Osaka, do Japão, jogadora mais bem paga do mundo e que já ocupou o número 2 do ranking, retirou-se do torneio de Roland Garros de 2021 porque não estava conseguindo administrar as crises de ansiedade provocadas pelos grandes eventos, por ser uma estrela aos 23 anos, e pelo peso de parte da imprensa.
O tenista australiano Nick Kyrgios, de 25 anos, revelou sua “situação triste e solitária” enquanto lutava contra a depressão causada pelo ritmo avassalador do Circuito Mundial de Tênis. O jogador de basquete americano Kevin Love também tornou público seu quadro de ansiedade e depressão. O mundo do atleta é solitário e distante da família. O que vemos numa partida não reflete a rotina desgastante. A imprensa denomina atletas como heróis, como se aquele corpo fosse indestrutível, mas a mente é o ponto fraco da história.
Disponível em:www.uol.com.br. Acesso em: 31 out. 2021 (adaptado).
As causas do desequilíbrio na saúde mental apontadas no texto estão relacionadas às
- nacionalidades diversificadas dos praticantes.
- modalidades esportivas distintas.
- faixas etárias aproximadas.
- representações heroicas dos atletas.
- pressões constantes dos eventos e da mídia.
Resposta: E
Resolução: O texto descreve a pressão da mídia e dos grandes eventos esportivos como fatores que contribuem para o desgaste mental dos atletas. A representação da vida dos atletas como "heróica" e o impacto dessa expectativa social levam ao desequilíbrio emocional.
42. (Enem 2024) Evanildo Bechara prepara a sua aposentadoria de pouco em pouco, como se a adiasse ao máximo. Aos 95 anos, o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) alcançou um status de astro pop no mundo da filologia e da gramática. Quando ainda tinha saúde para viagens mais longas, o filólogo lotava plateias em suas palestras na Europa e no Brasil, que não raro terminavam com filas para selfies.
A idade acentuou o lado “cientista” e professoral de Bechara, que adota um tom técnico na conversa até mesmo diante das perguntas mais pessoais. — “Qual o seu tipo preferido de leitura?”, — “A minha leitura está dividida em duas partes, a científica e a literária, estabelecendo uma relação de causa e efeito entre elas.”
— responde.
Ainda adolescente, Bechara descobriu a lexicologia. Um “novo mundo” se abriu para o pernambucano, que se mantém atento às metamorfoses do nosso idioma. Seu colega de ABL, o filólogo Ricardo Cavaliere, se lembra de quando deu carona para o mestre e este encucou com os estrangeirismos do aplicativo de navegação instalado no veículo. — “A vozinha do aplicativo avisou que havia um radar de velocidade ‘reportado’ à frente”, lembra Cavaliere. — “Esse ‘reportado’ é uma importação, né?”, notou Bechara.
Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 3 jan. 2024 (adaptado).
Nesse texto, as falas atribuídas a Evanildo Bechara são representativas da variedade linguística
- situacional, pois o contexto exige o uso da linguagem formal.
- regional, pois ele traz marcas do falar de seu local de nascimento.
- sociocultural, pois sua formação pressupõe o uso de linguagem rebuscada.
- geracional, pois ele emprega termos característicos de sua faixa etária.
- ocupacional, pois ele faz uso de termos específicos de sua área de atuação.
Resposta: E
Resolução: As falas de Evanildo Bechara refletem o uso de termos técnicos e específicos, característicos de sua área de atuação (filologia e gramática). Portanto, a alternativa correta é a E: "ocupacional, pois ele faz uso de termos específicos de sua área de atuação". A linguagem formal e técnica demonstra a influência de sua formação acadêmica na forma de expressão.
43. (Enem 2024) Um estudo norte-americano analisou os efeitos da pandemia da covid-19 sobre a saúde mental e a manutenção da atividade física, revelando que um fator está diretamente ligado ao outro. De acordo com os dados, famílias de baixa renda foram mais impactadas pelo ciclo vicioso de falta de motivação e pelo sedentarismo. Diante da necessidade de distanciamento social e do início da quarentena, as opções de espaços seguros para exercícios físicos diminuíram, o que dificultou que as pessoas mantivessem seus níveis de atividade. Os dados evidenciaram que as pessoas mais ativas tinham melhor estado de saúde mental. As pessoas com menor renda tiveram mais dificuldade para manter os níveis de atividade física durante a pandemia, sendo aproximadamente duas vezes menos propensas a continuarem no mesmo ritmo de exercícios de antes da pandemia. Habitantes de áreas urbanas mostraram maior probabilidade de não conseguirem manter os níveis de atividade física semelhantes aos de pessoas que vivem em zonas rurais, onde há mais oportunidades de sair para espaços abertos.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 6 dez. 2021 (adaptado).
O texto evidencia a perspectiva ampliada de saúde ao abordar criticamente a pandemia da covid-1 9 a partir do(a)
- busca por espaços para a prática de exercícios físicos.
- necessidade de se manter ativo para ter equilíbrio emocional.
- distanciamento social e sua vinculação com a prática de atividades físicas.
- relação entre os determinantes socioeconômicos e a prática de exercícios.
- benefício de morar em áreas rurais para preservar a estabilidade psicológica.
Resposta: D
Resolução: O texto evidencia que fatores socioeconômicos influenciaram a prática de atividades físicas e, consequentemente, a saúde mental, especialmente durante a pandemia. A alternativa correta é a D: "relação entre os determinantes socioeconômicos e a prática de exercícios". O autor destaca que a situação econômica impactou a capacidade das pessoas de se manterem ativas, influenciando também a saúde mental.
06. (Enem 2024) O festival folclórico de Parintins, no Amazonas, anunciou que o Boi Caprichoso levou, em 2018, seu 23.o título — contra 31 do adversário Boi Garantido. Desde o fim do evento que não paro de cantar duas músicas que aprendi no Bumbódromo (arena onde ocorre o espetáculo). Revezo entre “meu amor, eu sou feliz, ééé azul o meu país”, obviamente do boi azul, o Caprichoso; e “vermelhou o curral, a ideologia avermelhou”, do boi vermelho, o Garantido. Esse revezamento seria proibido em Parintins, cidade tão dividida entre as torcidas dos bois. Em Parintins, você tem de ter um lado. Há aqueles que tentam fugir e dizem que são “garanchoso”, com os quais me identifiquei, mas esses são vistos com certo desdém.
DYNLEWICZ, L. Disponível em: https://viagem.estadao.com.br. Acesso em: 22 nov. 2018 (adaptado).
A apropriação de elementos como rivalidade, competitividade, torcida e gritos de guerra pelo festival de Parintins evidencia a
- escolha de um local específico para a festa.
- importância atribuída pelos turistas aos bois.
- interação social estabelecida após o evento.
- aproximação da manifestação folclórica com o esporte.
- composição de enredos musicais pelos “garanchosos”
Resposta: D
Resolução: A questão destaca a rivalidade entre as torcidas dos bois no festival de Parintins, semelhante à competitividade presente em eventos esportivos. A opção D, que aponta para a “aproximação da manifestação folclórica com o esporte”, é a mais adequada, pois o texto reflete essa característica ao mencionar torcidas e gritos de guerra, elementos típicos de competições esportivas.
09. (Enem 2024) Expressões e termos utilizados no Amazonas são retratados em livro e em camisetas “Na linguagem, podemos nos ver da forma mais verdadeira: nossas crenças, nossos valores, nosso lugar no mundo”, afirmou o doutor em linguística e professor da Ufam em seu livro Amazonês: expressões e termos usados no Amazonas. Portanto, o amazonense, com todas as suas “cunhantãs” e “curumins”, acaba por encontrar um lugar no mundo e formar uma unidade linguística, informalmente denominada de português “caboco”, que muito se diferencia do português “mineiro”, “gaúcho”, “carioca” e de tantos outros espalhados pelo Brasil. O livro, que conta com cerca de 1100 expressões e termos típicos do falar amazonense, levou dez anos para ser construído. Para o autor, o principal objetivo da obra é registrar a linguagem.
Um designer amazonense também acha o amazonês “xibata”, tanto é que criou uma série de camisetas estampadas com o nome de Caboquês Ilustrado, que mistura o bom humor com as expressões típicas da região. A coleção conta com sete modelos já lançados, entre eles: Leseira Baré, Xibata no Balde e Até o Tucupi, e 43 ainda na fila de espera. Para o criador, as camisas têm como objetivo “resgatar o orgulho do povo manauara, do povo do Norte”.
Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
A reportagem apresenta duas iniciativas: o livro Amazonês e as camisetas do Caboquês Ilustrado. Com temática em comum, essas iniciativas
- recomendam produtos feitos por empreendedores da região Norte.
- ressaltam diferenças entre o falar manauara e outros falares.
- reverenciam o trabalho feito por pesquisadores brasileiros.
- destacam a descontração no jeito de ser do amazonense.
- valorizam o repertório linguístico do povo do Amazonas.
Resposta: E
Resolução: Tanto o livro quanto as camisetas promovem e valorizam as expressões linguísticas do Amazonas, reforçando o repertório cultural da região. Assim, a alternativa correta é a E, que indica a “valorização do repertório linguístico do povo do Amazonas”.
10. (Enem 2024) Conheça histórias de atletas paralímpicas que trocaram de modalidade durante a carreira esportiva
Jane Karla: a goiana de 45 anos teve poliomielite aos três anos, o que prejudicou seus movimentos das pernas. Em 2003, iniciou no tênis de mesa e conseguiu conquistar títulos nacionais e internacionais. Mas conheceu o tiro com arco e, em 2015, optou por se dedicar somente à nova modalidade. Em seu ano de estreia no tiro, já faturou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015.
Elizabeth Gomes: a santista de 55 anos era jogadora de vôlei quando foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993. Ingressou no Movimento Paralímpico pelo basquete em cadeira de rodas até experimentar o atletismo. Chegou a praticar as duas modalidades simultaneamente até optar pelas provas de campo em 2010. No Campeonato Mundial de Atletismo, realizado em Dubai, em 2019, Beth se sagrou campeã do lançamento de disco e estabeleceu um novo recorde mundial da classe F52.
Silvana Fernandes: a paraibana de 21 anos é natural de São Bento e nasceu com malformação no braço direito. Aos 15 anos, começou a praticar atletismo no lançamento de dardo. Em 2018, enquanto competia na regional Norte-Nordeste, foi convidada para conhecer o paratae kwon do. No ano seguinte, migrou para a modalidade e já faturou o ouro na categoria até 58 kg nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
Disponível em: https://cpb.org.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
Esse conjunto de minibiografias tem como propósito
- descrever as rotinas de treinamento das atletas.
- comparar os desempenhos de atletas de alto rendimento.
- destacar a trajetória profissional de atletas paralímpicas brasileiras.
- indicar as categorias mais adequadas a adaptações paralímpicas.
- estimular a participação de mulheres em campeonatos internacionais.
Resposta: C
Resolução: As minibiografias narram a trajetória das atletas paralímpicas brasileiras, enfatizando suas mudanças de modalidade e conquistas, destacando suas carreiras. Portanto, a alternativa correta é C, que indica o propósito de “destacar a trajetória profissional de atletas paralímpicas brasileiras”.
15. (Enem 2024) TEXTO 1
A fotografia de Regina Valkenborgh apresenta 2953 arcos de luz cruzando o céu e registra o nascer e o pôr do sol ao longo de oito anos. Em 2012, essa estudante da Universidade de Hertfordshire colocou uma folha de papel fotográfico em uma lata com um pequeno orifício, criando assim uma câmera pinhole de baixa tecnologia. Porém, a lata foi esquecida em um telescópio no observatório da universidade. Esse projeto esquecido acabou revelando a foto do pôr do sol de maior exposição já tirada.
SANTOS, A. Disponível em: https://socientifica.com.br. Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).
TEXTO II
Representação de 2953 arcos de luz cruzando o céu, registrando o nascer e o pôr do sol ao longo de oito anos
VALKENBORGH, R. Fotografia. Reino Unido: Universidade Hertfordshire (2012-2020). Disponível em: www.thisiscolossal.com. Acesso em: 1 nov. 2022.
O experimento realizado por Regina Valkenborgh resultou no entendimento de que a
- técnica fotográfica alternativa limita o registro de imagens.
- apreciação da natureza depende de registro fotográfico.
- criatividade artística decorre do conhecimento científico.
- câmera de criação caseira tem valor tecnológico.
- produção artística pode ser resultado do acaso.
Resposta: E
Resolução: A fotografia da estudante resultou de um acaso: uma câmera pinhole foi esquecida e deixou uma exposição prolongada de oito anos, criando uma imagem única do pôr do sol. Esse acaso permitiu que a criação artística ocorresse de forma inesperada, mostrando que obras de arte nem sempre são resultado de um planejamento rígido, mas também podem surgir de situações imprevistas.
16. (Enem 2024) Os Jogos Olímpicos já não são mais os mesmos. E isso não é nem uma crítica, nem um elogio. É uma constatação. Esse movimento começou com o vôlei de praia tornando-se esporte olímpico em 1996, passou pela chegada do BMX Racing como primeiro “radical” a entrar no programa em 2008, e agora atinge seu momento mais insólito com a inclusão do break dance como modalidade dos Jogos de Paris, em 2024. Para os mais tradicionalistas, o cruzamento da linha que delimitava o que é esporte e o que é cultura e arte é uma afronta ao espírito dos Jogos Olímpicos. Skate e surfe, que há anos têm competições na televisão, pareciam estar na divisa entre esses dois mundos, o limite do aceitável pelos puristas. O break dance estaria do lado de “lá” dessa fronteira. Para o Comitê Olímpico Internacional, a decisão faz parte de uma estratégia de se comunicar com jovens urbanos que se exercitam e se entretêm de uma maneira muito diferente da dos seus avós.
Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 19 nov. 2021 (adaptado)
A mudança no programa olímpico mencionada no texto mostra que o esporte está se
- aproximando da aventura.
- mantendo em sua forma padrão.
- tornando uma forma de dança.
- afastando de elementos culturais.
- adaptando às demandas do seu tempo
Resposta: E
Resolução: A inclusão de modalidades como o break dance nos Jogos Olímpicos mostra a adaptação do esporte às novas demandas culturais, especialmente as dos jovens urbanos. Ao incorporar modalidades que ultrapassam os limites tradicionais, o Comitê Olímpico Internacional visa atualizar e diversificar o evento, refletindo as transformações sociais e os interesses contemporâneos.
23. (Enem 2023) TEXTO I
Zapeei os canais, como há dezenas de anos faço, e pá: parei num que exibia um episódio daquela velha família do futuro, Os Jetsons.
Nesse episódio em particular, a Jane Jetson, esposa do George, tratava de dirigir aquele veículo voador deles. Meu queixo foi caindo à medida que as piadinhas machistas sobre mulheres dirigirem foram se acumulando.
Impressionante! Que futuro careta aqueles roteiristas imaginavam! Seriam incapazes de projetar algo melhor, e não apenas em termos de tecnologias, robôs e carros voadores? Será que nossa máxima visão de futuro só atinge as coisas, e jamais as pessoas? Como a Jane, uma mulher de 33 anos no desenho, poderia ser o que foram as minhas bisavós? O futuro, naquele desenho, se esqueceu de ser melhor nas relações entre as pessoas. Aliás… tão parecido com a vida.
Fiquei de cara, como dizemos aqui, ou como dizíamos na minha adolescência, pobre adolescência, aprendendo, sem querer e sem muita defesa, um futuro tão besta quanto o passado.
RIBEIRO, A. E. Disponível em: www.rascunho.com br.
Acesso em: 21 out. 2021 (adaptado)
TEXTO II
Masculino e feminino são campos escorregadios que só se definem por oposição, sempre incompleta, um do outro. São formações imaginárias que buscam produzir uma diferença radical e complementar onde só existem, de fato, mínimas diferenças.
O resto é questão de estilo. Até pelo menos a segunda metade do século 19, o divisor de águas era claro: os homens ocupavam o espaço público. As mulheres tratavam da vida privada. Privada de quê? De visibilidade, diria Hannah Arendt. De visibilidade pública.
Do que as mulheres estiveram privadas até o século 20 foi de presença pública manifesta não em imagem, mas em palavra. A palavra feminina, reservada ao espaço doméstico, não produzia diferença na vida social.
KHEL. M. R. Disponível em: https://alias.estadao.com.br.
Acesso em 19 out. 2021 (adaptado)
A representação da mulher apresentada no Texto I pode ser explicada pelo Texto II no que diz respeito à(às)
- censura a formas de expressão femininas.
- ausência da figura feminina na vida pública.
- construções imaginárias cristalizadas na sociedade.
- limitações inerentes às figuras femininas e masculinas.
- dificuldade na atribuição de papéis masculinos e femininos.
38. (Enem 2023) O mais antigo grupo de rap indígena do pais, Brô MCs, surgiu em 2009, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, Mato Grosso do Sul.
Os integrantes conheceram o rap pelo rádio, ouvindo um programa que apresentava cantores e grupos brasileiros desse gênero musical. O Brô MCs conseguiu influenciar outros a fazerem rap e a lutarem pelas causas indígenas.
Um dos nomes do movimento, Kunumí MC, é um jovem de 16 anos, da aldeia Krukutu, em São Paulo. O adolescente enxerga o rap como uma cultura da defesa e começou a fazer rimas quando percebeu que a poesia, pela qual sempre se interessou, podia virar música.
Nas letras que cria, inspiradas tanto pelo rap quanto pelos ritmos indígenas, tenta incluir sempre assuntos aos quais acha importante dar voz, principalmente, a questão da demarcação de terras.
Disponível em: www.correiobraziliense.com.br.
Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).
O movimento rap dos povos originários do Brasil revela o(a)
- fusão de manifestações artísticas urbanas contemporâneas com a cultura indígena.
- contraposição das temáticas socioambientais indígenas às questões urbanas.
- rejeição da indústria radiofônica às músicas indígenas.
- distanciamento da realidade social indígena.
- estímulo ao estudo da poesia indígena.
39. (Enem 2023) A petição on-line criada por um cidadão paulista surtiu efeito: casado há três anos com seu companheiro, ele pedia a alteração da definição de “casamento” no tradicional dicionário Michaelis em português.
Na definição anterior, casamento aparecia como “união legítima entre homem e mulher” e “união legal entre homem e mulher, para constituir família”.
O novo verbete não traz em nenhum momento as palavras homem ou mulher — agora a definição de casamento se refere a “pessoas”.
Para o diretor de comunicação do site onde a petição foi publicada, a iniciativa mostra a “eficiência da mobilização”. “Em dois dias, mudou-se uma definição que permanecia a mesma há décadas”, afirma.
E conclui: “A plataforma serve para todos os tipos de causas, para as mudanças que importam para as pessoas.”.
SENRA, R. Disponível em: www.bbc.com.
Acesso em: 29 out. 2015.
A notícia trata da mudança ocorrida em um dicionário da língua portuguesa. Segundo o texto, essa mudança foi impulsionada pela
- inclusão de informações no verbete.
- relevância social da instituição casamento.
- utilização pública da petição pelos cidadãos.
- rapidez na disseminação digital do verbete.
- divulgação de plataformas para a criação de petição.
40. (Enem 2023) A neozelandesa Laurel Hubbard fez história nos Jogos Olímpicos. Apesar de ter ficado de fora da disputa por medalhas, a levantadora de peso deixou sua marca na edição de Tóquio por ser a primeira mulher abertamente transgênero a participar de uma competição olímpica.
No início da carreira, na década de 1990, a neozelandesa participava de disputas na categoria masculina. Em 2001, aos 23 anos, ela se afastou da atividade.
“A pressão de tentar me encaixar em um mundo que talvez não tenha sido feito para pessoas como eu se tornou um fardo muito grande para suportar”. Em 2012, Laurel começou sua transição de gênero por meio de terapias hormonais e, em 2013, declarou abertamente ser uma mulher trans.
Para o Comitê Olímpico Internacional, a participação de mulheres trans nos Jogos é permitida caso o nível de testosterona, hormônio que aumenta a massa muscular, esteja abaixo de 10 nanomols por litro por pelo menos 12 meses.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com.
Acesso em: 18 nov. 2021 (adaptado).
No texto, os limites do potencial inclusivo do esporte são dados pela
- dificuldade de conseguir bons resultados esportivos.
- dependência de características biológicas padronizadas.
- inexistência de uma categoria para pessoas transgênero.
- necessidade de afastamento temporário das competições.
- impossibilidade de uso controlado de substâncias exógenas.
41. (Enem 2023) “Ganhei 25 medalhas em mundiais, sete em Jogos Olímpicos, e sou uma sobrevivente de abuso sexual.” Foi assim que Simone Biles se apresentou ao comitê do Senado norte-americano que investiga as supostas falhas do FBI no caso Larry Nassar.
Biles e outras três atletas, vítimas dos abusos do ex-médico da equipe de ginástica feminina dos EUA, exigiram que os agentes da investigação sejam processados por falta de ação prévia contra Nassar agora preso.
Biles esclareceu que culpa Larry Nassar e “todo o sistema que o permitiu e o perpetrou”, acusando a Federação de Ginástica e o Comitê Olímpico dos Estados Unidos de saberem “muito antes” que ela havia sofrido abusos. A melhor ginasta do mundo é um ícone. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, uma lesão psicológica a impediu de competir como previa.
No entanto, ela chegou ao topo como uma líder no trabalho de acabar com o preconceito com os problemas de saúde mental. “Não quero que nenhum outro atleta olímpico sofra o horror que eu e outras centenas suportamos e continuamos suportando até hoje”, afirmou.
Disponível em: https//brasil.elpais.com.
Acesso em: 31 out. 2021 (adaptado).
O fato relatado na notícia chama a atenção acerca da necessidade de reflexão sobre a relação entre o esporte e
- o desempenho atlético internacional.
- a dimensão emocional dos atletas.
- os comitês olímpicos nacionais.
- as instituições de inteligência.
- as federações esportivas.
42. (Enem 2023) O acesso às Práticas Corporais/Atividades Físicas (PC/AF) é desigual no Brasil, à semelhança de outros indicadores sociais e de saúde. Em geral, PC/AF prazerosas, diversificadas, mais afeitas ao período de lazer estão concentradas nas populações mais abastadas.
As atividades físicas de deslocamento, trajetos a pé ou de bicicleta para estudar ou trabalhar, por exemplo, são mais frequentes na classe social menos favorecida. Aqui, há uma relação inversa e perversa entre variáveis socioeconômicas de acesso às PC/AF.
As maiores prevalências de inatividade física foram em mulheres, pessoas com 60 anos ou mais, negros, pessoas com autoavaliação de saúde ruim ou muito ruim, com renda familiar de até quatro salários mínimos por pessoa, pessoas que desconhecem programas públicos de PC/AF e residentes em áreas sem locais públicos para a prática.
KNUTH, A. G.; ANTUNES. P. C.
Saúde e Sociedade, n. 2, 2021 (adaptado).
O fator central que impacta a realização de práticas cor -porais/atividades físicas no tempo de lazer no Brasil é a
- diferença entre homens e mulheres.
- inexistência de políticas públicas.
- diversidade de faixa etária.
- variação de condição étnica.
- desigualdade entre classes sociais.
43. (Enem 2023) Mestre e companheiro, disse eu que nos íamos despedir. Mas disse mal. A morte não extingue: transforma; não aniquila: renova; não divorcia: aproxima.
Um dia supuseste “morta e separada” a consorte dos teus sonhos e das tuas agonias, que te soubera “pôr um mundo inteiro no recanto” do teu ninho; e, todavia, nunca ela te esteve mais presente, no íntimo de ti mesmo e na expressão do teu canto, no fundo do teu ser e na face de tuas ações.
Esses catorze versos inimitáveis, em que o enlevo dos teus discípulos resume o valor de toda uma literatura, eram a aliança de ouro do teu segundo noivado, um anel de outras núpcias, para a vida nova do teu renascimento e da tua glorificação, com a sócia sem nódoa dos teus anos de mocidade e madureza, da florescência e frutificação de tua alma.
Para os eleitos do mundo das ideias a miséria está na decadência, e não na morte. A nobreza de uma nos preserva das ruínas da outra. Quando eles atravessavam essa passagem do invisível, que os conduz à região da verdade sem mescla, então é que entramos a sentir o começo do seu reino, o reino dos mortos sobre os vivos.
BARBOSA. R. O adeus da Academia a Machado de Assis.
Rio de Janeiro: Agir, 1962.
Esse é um trecho do discurso de Rui Barbosa na Academia Brasileira de Letras em homenagem a Machado de Assis por ocasião de sua morte. Uma das características desse discurso de homenagem é a presença de
- metáforas relacionadas à trajetória pessoal e criadora do homenageado.
- recursos fonológicos empregados para a valorização do ritmo do texto.
- frases curtas e diretas no relato da vida e da morte do homenageado.
- contraposição de ideias presentes na obra do homenageado.
- seleção vocabular representativa do sentimento de nostalgia.
06. (Enem 2023) A sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou uma mudança histórica e inédita no lema olímpico, criado em 1894 pelo Barão Pierre de Coubertin para expressar os valores e a excelência do esporte. Mais de 120 anos depois, o lema tem sua primeira alteração para ressaltar a solidariedade e incluir a palavra "juntos": mais rápido, mais alto, mais forte – juntos. A mudança foi aprovada por unanimidade pelos membros do COI e celebrada pelo presidente da entidade.
Disponível em: https://ge.globo.com.
Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado).
De acordo com o texto, a alteração do lema olímpico teve como objetivo a
- unificação do lema anterior ao atual.
- aproximação entre o lema olímpico e o COl.
- junção do lema olímpico com os princípios esportivos.
- associação entre o lema olímpico e a cooperatividade.
- vinculação entre o lema olímpico e os eventos atléticos.
10. (Enem 2023) Se a interferência de contas falsas em discussões políticas nas redes sociais já representava um perigo para os sistemas democráticos, sua sofisticação e maior semelhança com pessoas reais têm agravado o problema pelo mundo.
O perigo cresceu porque a tecnologia e os métodos evoluíram dos robôs, os “bots” — softwares com tarefas on-line automatizadas —, para os “ciborgues” ou “trolls”, contas controladas diretamente por humanos com ajuda de um pouco de automação.
Mas pesquisadores começam agora a observar outros padrões de comportamento: quando mensagens não são programadas, sua publicação se concentra só em horários de trabalho, já que é controlada por pessoas cuja profissão é exatamente essa, administrar um perfil falso durante o dia.
Outra pista: a pobreza vocabular das mensagens publicadas por esses perfis. Um funcionário de uma empresa que supostamente produzia e vendia perfis falsos explica que às vezes “faltava criatividade” para criar mensagens distintas controlando tantos perfis falsos ao mesmo tempo.
GRAGNANI, J. Disponível em: www.bbc.com.
Acesso em: 16 dez. 2017.
De acordo com o texto, a análise de características da linguagem empregada por perfis automatizados contribui para o(a)
- controle da atuação dos profissionais de TI.
- desenvolvimento de tecnologias como os “trolls”.
- flexibilização dos turnos de trabalho dos controladores.
- necessidade de regulamentação do funcionamento dos “bots”.
- identificação de padrões de disseminação de informações inverídicas.
15. (Enem 2023) As cinzas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, consumido pelas chamas no mês de setembro de 2018, são mais do que restos de fósseis, cerâmicas e espécimes raros. O museu abrigava, entre mais de 20 milhões de peças, os esqueletos com as respostas para perguntas que ainda não haviam sido respondidas — ou sequer feitas — por pesquisadores brasileiros. E o incêndio pode ter calado para sempre palavras e cantos indígenas ancestrais, de línguas que não existem mais no mundo.
O acervo do local continha gravações de conversas, cantos e rituais de dezenas de sociedades indígenas, muitas feitas durante a década de 1960 com antigos gravadores de rolo e que ainda não haviam sido digitalizadas. Alguns dos registros abordavam línguas já extintas sem falantes originais ainda vivos. “A esperança é que outras instituições tenham registros dessas línguas’, diz a linguista Marília Facó Soares. A pesquisadora, que trabalha com os índios Tikuna, o maior grupo da Amazônia brasileira, crê ter perdido parte de seu material. “Terei que fazer novas viagens de campo para recompor meus arquivos. Mas obviamente não dá para recuperar a fala de nativos já falecidos, geralmente os mais idosos”, lamenta.
Disponível em: https://brasil.elpais.com.
Acesso em: 10 dez. 2018 (adaptado).
A perda dos registros linguísticos no incêndio do Museu Nacional tem impacto potencializado, uma vez que
- exige a retomada das pesquisas por especialistas de diferentes áreas.
- representa danos irreparáveis à memória e à identidade nacionais.
- impossibilita o surgimento de novas pesquisas na área.
- resulta na extinção da cultura de povos originários.
- inviabiliza o estudo da língua do povo Tikuna.
16. (Enem 2023) Mandioca, macaxeira, aipim e castelinha são nomes diferentes da mesma planta. Semáforo, sinaleiro e farol também significam a mesma coisa. O que muda é só o hábito cultural de cada região. A mesma coisa acontece com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora ela seja a comunicação oficial da comunidade surda no Brasil, existem sinais que variam em relação à região, à idade e até ao gênero de quem se comunica. A cor verde, por exemplo, possui sinais diferentes no Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. São os regionalismos na língua de sinais.
Essas variações são um dos temas da disciplina Linguística na língua de sinais, oferecida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao longo do segundo semestre.
“Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é uni versal, o que não é verdade”, explica a professora e chefe do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da Unesp. “Mesmo dentro de um mesmo país, ela sofre variação em relação à localização geográfica, à faixa etária e até ao gênero dos usuários” completa a especialista.
Os surdos podem criar sinais diferentes para identificar lugares, objetos e conceitos. Em São Paulo, o sinal de “cerveja” é feito com um giro do punho como uma meiavolta. Em Minas, a bebida é citada quando os dedos indicador e médio batem no lado do rosto. Também ocorrem mudanças históricas. Um sinal pode sofrer alterações decorrentes dos costumes da geração que o utiliza.
Disponível em: www.educacao.sp.gov.br.
Acesso em 1 nov. 2021 (adaptado)
Nesse texto, a Língua Brasileira de Sinais (Libras)
- passa por fenômenos de variação linguística como qualquer outra língua.
- apresenta variações regionais, assumindo novo sentido para algumas palavras.
- sofre mudança estrutural motivada pelo uso de sinais diferentes para algumas palavras.
- diferencia-se em todo o Brasil, desenvolvendo cada região a sua própria língua de sinais.
- é ininteligível para parte dos usuários em razão das mudanças de sinais motivadas geograficamente.
19. (Enem 2023)
A estrofe acima é do poeta e educador social Baticum Proletário, que atua na periferia de Fortaleza, no Ceará, preparando jovens — em quase sua totalidade negros — para enfrentar as dificuldades impostas pelo racismo estrutural no país.
É a partir da arte que Baticum consegue envolver a juventude em um projeto de fortalecimento dessa população ao promover batalhas de rimas, slams e saraus com temáticas que discutem os problemas sociais. Não por acaso, o tema mais explorado nas rimas, versos e prosas é a violência. De acordo com o mais recente Atlas da violência, em 2019, os negros representaram 77% das vítimas de homicídios, quase 30 assassinatos por 100 mil habitantes, a maioria deles jovens.
O Atlas revela ainda que um negro tem quase 2,7 vezes mais chance de ser morto do que um branco, o que justifica o movimento de resistência crescente no Brasil.
MENDONÇA. F. Disponível em: www.cartacapital.com.br.
Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).
O uso de citação e de dados estatísticos nesse texto tem o objetivo de
- ressaltar a importância da poesia para denunciar a morte de negros, que cresce a cada dia.
- destacar o crescimento exponencial da temática do preconceito na produção literária no Brasil.
- demonstrar o incremento no quantitativo de expressões artísticas na discussão de problemas sociais.
- evidenciar argumentos que reforçam a ideia de que os negros são vítimas em potencial da violência.
- salientar o aumento da participação de jovens nos movimentos de resistência na área da cultura.
20. (Enem 2023) No princípio era o verbo. A frase que abre o primeiro capítulo do Evangelho de João e remete à criação do mundo, assim como também faz o Gênesis, é a mais famosa da Bíblia. A ideia de que o mundo é criado pela palavra, porém, é tão estruturante que está presente em outras religiões, para muito além das fundadas no cristianismo.
Como humanos, a linguagem é o mundo que habitamos. Basta tentar imaginar um mundo em que não podemos usar palavras para dizer de nós e dos outros para compreender o que isso significa. Ou um mundo em que aquilo que você diz não é entendido pelo outro, e o que o outro diz não é entendido por você.
O que acontece então quando a palavra é destruída e, com ela, a linguagem?
Durante séculos, em diferentes sociedades e línguas, é importante lembrar, a linguagem serviu — e ainda serve — para manter privilégios de grupos de poder e deixar todos os outros de fora. Quem entende linguagem de advogados, juízes e promotores, linguagem de médicos, linguagem de burocratas, linguagem de cientistas? A maior parte da população foi submetida à violência de propositalmente ser impedida de compreender a linguagem daqueles que determinam seus destinos.
Se o princípio é o verbo, o fim pode ser o silencia mento. Mesmo que ele seja cheio de gritos entre aqueles que já não têm linguagem comum para compreender uns aos outros.
BRUM, E. Disponível em: https://brasil.elpais.com.
Acesso em: 5 nov. 2021.
Nesse texto, a estratégia usada para convencer o leitor de que uma grande parcela da população não compreende a linguagem daqueles que detêm o poder foi
- revelar a origem religiosa da linguagem.
- questionar o temor sobre o futuro da linguagem.
- descrever a relação entre sociedade e linguagem
- apresentar as consequências do esfacelamento da linguagem.
- criticar o obstáculo promovido pelos usos especializados da linguagem.
10. (ENEM 2022) “Vida perfeita” em redes sociais pode afetar a saúde mental
Nas várias redes sociais que povoam a internet, os chamados digital influencers estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida. Essas pessoas espalham conteúdo para milhares de seguidores, ditando tendências e mostrando um estilo de vida sonhando por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral, algo bem improvável de ocorrer o tempo todo, aponta Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora do Instituto Feliciência.
A problemática pode surgir com a busca incessante por essa felicidade, que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a “vida perfeita” de outros. Daí vem o conceito de positividade tóxica: a expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo, aliada a uma vida editada para as redes sociais. Para manter a saúde mental e evitar ser atingido pela positividade tóxica, o uso racional das redes sociais é o mais indicado, aconselha a médica psquiatra Renata Nayara Figueiredo, presidante da Associação Psquiatra de Brasília (APBr).
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br.
Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).
Associada ao ideário de uma “vida perfeita”, a positividade tóxica mencionada no texto é um fenômeno social recente, que se constitui com base em
- representações estereotipadas e superficiais de felicidade.
- ressignificações contemporâneas do conceito de alegria.
- estilos de vida inacessíveis para a sociedade brasileira.
- atitudes contraditórias de influenciadores digitais.
- padrões idealizados e nocivos de beleza física.
28. (ENEM 2022) TEXTO I
Projeto Mural Eletrônico desenvolvido no INT, semelhante a um totem, promete tornar o acesso à informação disponível para todos
A inclusão de pessoas com deficiência se constituiu um dos principais desafios e preocupações para a sociedade ao longo das últimas décadas. E o uso da tecnologia tem se revelado um aliado fundamental em muitas iniciativas voltadas para essa área. Exemplo disso é uma das recentes criações do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) — unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Ali, com o objetivo de que as diferenças entre pessoas não sejam sinônimo de obstáculos no acesso à informação ou na comunicação, enge nheiros e tecnólogos vêm trabalhando no desen volvimento do projeto Mural Eletrônico.
O Mural Eletrônico nasceu da necessidade de promover a inclusão nas escolas. Com interface multimídia e interativa, todos têm a possibilidade de acessar o Mural Eletrônico. Por meio do equipamento, podem ser disponibilizados vídeos com Libras, leitura sonora de textos, que também estarão acessíveis em uma plataforma de braille dinâmico, ao lado do teclado.
KIFFER, D. Inclusão ampla e Irrestrita.
Rio Pesquisa, n. 36, set. 2016 (adaptado).
TEXTO II
Projeto Surdonews, desenvolvido na UFRJ, garante acesso de surdos à informação e contribui para sua “inclusão científica”
Para não permitir que a falta de informação seja um fator para o isolamento e a inacessibilidade da comunidade surda, a jornalista e pesquisadora Roberta Savedra Schiaffino criou o projeto “Surdonews: montando os quebra-cabeças das notícias para o surdo”. Trata-se de uma página no Facebook, com notícias constantemente atualizadas e apresentadas por surdos em Libras, e veiculadas por meio de vídeos.
A ideia de criar o projeto surgiu quando Roberta, ela própria surda profunda, ainda cursava o mestrado. Para isso, ela procurou traçar um diagnóstico do conhecimento informal entre as pessoas com surdez. Ela entrevistou cinquenta alunos surdos do ensino fundamental e viu que eles tinham muita dificuldade de ler, além de não captar a notícia falada. “Isso é muito grave, pois 90% do saber de um indivíduo vem do conhecimento informal, adqui rido em feiras científicas, conversas, cinema, teatro, incluindo a mídia, por todas as suas possibilidades disse minadoras”, explica a pesquisadora. “Prezamos pelo con teúdo científico em nossas pautas. Contudo, independen temente disso, nosso principal trabalho é, além de informar e atualizar, fazer com que os textos não sejam em pobrecidos no processo de ‘tradução’ e, sim, acessíveis”.
KIFFER, D. Comunicação sem barreiras.
Rio Pesquisa, n. 37, dez. 2016 (adaptado).
Considerando-se o tema tecnologias e acessibilidade, os textos I e II aproximam-se porque apresentam projetos que
- garantem a igualdade entre as pessoas.
- foram criados por uma pesquisadora surda.
- tiveram origem em um curso de pós-graduação.
- estão circunscritos ao espaço institucional da escola.
- têm como objetivo a disseminação do conhecimento.
36. (ENEM 2022) Pisoteamento, arrastão, empurra-empurra, agressões, vandalismo e até furto a um torcedor que estava caído no asfalto após ter sido atropelado nas imediações do estádio do Maracanã. As cenas de selvageria tiveram como estopim a invasão de milhares de torcedores sem ingresso, que furaram o bloqueio policial e transformaram o estádio em terra de ninguém. Um reflexo não só do quadro de insegurança que assola o Rio de Janeiro, mas também de como a violência social se embrenha pelo esporte mais popular do país.
Em 2017, foram registrados 104 episódios de violência no futebol brasileiro, que resultaram em 11 mortes de torcedores. Desde 1995, quando 101 torcedores ficaram feridos e um morreu durante uma batalha campal no estádio do Pacaembu, autoridades brasileiras têm focado as ações de enfrentamento à violência no futebol em grupos uniformizados, alguns proibidos de frequentar estádios. Porém, a postura meramente repressiva contra torcidas organizadas é ineficaz em uma sociedade que registra mais de 61000 homicídios por ano. “É impossível dissociar a escalada de violência no futebol do panorama de desordem pública, social, econômica e política vivida pelo país”, de acordo com um doutor em sociologia do esporte.
Disponível em: https://brasil.elpais.com.
Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado).
Nesse texto, a violência no futebol está caracterizada como um(a)
- problema social localizado numa região do país.
- desafio para as torcidas organizadas dos clubes. reflexo da precariedade da organização social no país.
- inadequação de espaço nos estádios para receber o público.
- consequência da insatisfação dos clubes com a organização dos jogos.
37. (ENEM 2022) Seis em cada dez pessoas com 15 anos ou mais não praticam esporte ou atividade física. São mais de 100 milhões de sedentários. Esses são dados do estudo Práticas de esporte e atividade física, da Pnad 2015, realizado pelo IBGE. A falta de tempo e de interesse são os principais motivos apontados para o sedentarismo.
Paralelamente, 73,3% das pessoas de 15 anos ou mais afirmaram que o poder público deveria investir em esporte ou atividades físicas. Observou-se uma relação direta entre escolaridade e renda na realização de esportes ou atividades físicas. Enquanto 17,3% das pessoas que não tinham instrução realizavam diversas práticas corporais, esse percentual chegava a 56,7% das pessoas com superior completo. Entre as pessoas que têm práticas de esporte e atividade física regulares, o percentual de praticantes ia de 31,1%, na classe sem rendimento, a 65,2%, na classe de cinco salários mínimos ou mais.
A falta de tempo foi mais declarada pela população adulta, com destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o principal motivo foi não gostarem ou não quererem. Já o principal motivo para praticar esporte, declarado por 11,2 milhões pessoas, foi relaxar ou se divertir, seguido de melhorar a qualidade de vida ou o bem-estar. A falta de instalação esportiva acessível ou nas proximidades foi um motivo pouco citado, demonstrando que a não prática estaria menosassociada à infraestrutura disponível.
Disponível em: www.esporte.gov.br.
Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado).
Com base na pesquisa e em uma visão ampliada de saúde, para a prática regular de exercícios ter influência significativa na saúde dos brasileiros, é necessário o desenvolvimento de estratégias que
- promovam a melhoria da aptidão da população, dedicando-se mais tempo aos esportes.
- combatam o sedentarismo presente em parcela significativa da população no território nacional.
- facilitem a adoção da prática de exercícios, com ações relacionadas à educação e à distribuição de renda.
- auxiliem na construção de mais instalações esportivas e espaços adequados para a prática de atividades físicas e esportes.
- estimulem o incentivo fiscal para a iniciativa privada destinar verbas aos programas nacionais de promoção da saúde pelo esporte.
39. (ENEM 2022) Ora, sempre que surge uma nova técnica, ela quer demonstrar que revogará as regras e coerções que presidiram o nascimento de todas as outras invenções do passado. Ela se pretende orgulhosa e única.
Como se a nova técnica carreasse com ela, automaticamente, para seus novos usuários, uma propensão natural a fazer economia de qualquer aprendizagem. Como se ela se preparasse para varrer tudo que a precedeu, ao mesmo tempo transformando em analfabetos todos os que ousassem repeli-la.
Fui testemunha dessa mudança ao longo de toda a minha vida. Ao passo que, na realidade, é o contrário que acontece. Cada nova técnica exige uma longa iniciação numa nova linguagem, ainda mais longa na medida em que nosso espírito é formatado pela utilização das linguagens que precederam o nascimento da recém-chegada.
ECO, U.; CARRIÈRE, J.-C. Não contem com o fim do livro. Rio de Janeiro: Record, 2010 (adaptado).
O texto revela que, quando a sociedade promove o desenvolvimento de uma nova técnica, o que mais impacta seus usuários é a
- dificuldade na apropriação da nova linguagem.
- valorização da utilização da nova tecnolgia.
- recorrência das mudanças tecnológicas.
- suplantação imediata dos conhecimentos prévios.
- rapidez no aprendizado do manuseio das novas invenções.