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União Ibérica e as invasões holandesa

A União Ibérica (1580 a 1640) é o período caracterizado pela união das coroas da Espanha e Portugal. Onde o império espanhol passou a ter o controle do império portugues, e que teve como consequência a invasão holandesa no nordeste.


União Ibérica

A União Ibérica (1580 a 1640) é o período caracterizado pela união das coroas da Espanha e Portugal. Onde o império espanhol passou a ter o controle do império portugues, e que teve como consequência a invasão holandesa no nordeste.

Quais foram os antecedentes da União Ibérica?

Em 4 de agosto de 1578, ocorreu a Batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos, entre as tropas portuguesas lideradas pelo rei D. Sebastião e o sultão do Marrocos, onde as tropas portuguesas foram derrotadas, sendo que a maior parte da nobreza portuguesa estava envolvida, e os sobreviventes se tornaram cativos dos marroquinos.

Essa batalha também é conhecida como "Batalha dos Três Reis", pois além da morte do rei português (na realidade o seu corpo nunca foi encontrado), outros dois sultões rivais morreram. Ela também contou como vários impactos para a região, como o fim da Cruzada cristã contra os muçulmanos, fortalecimento do sultanato Saadiano, o fim do expansionismo português no norte da África

Como se iniciou a União Ibérica?

Devido à morte do rei, foi necessário buscar parentes próximos, uma vez que D. Sebastião não tinha filhos. Assumindo, assim, o seu tio-avô, D. Henrique, contudo dois meses depois ele veio a óbito, também não deixando herdeiros direito.

Naquele momento houve três possíveis sucessores ao trono: Catarina de Portugal, Antônio, prior de Crato e o Filipe II, rei da Espanha.

Inicialmente, Antônio, prior de Crato, chegou a tomar o trono, contudo com o apoio das nobreza portuguesas, Filipe II invadiu Portugal, tirando do poder através de uma batalha, em agosto de 1580.

Após a coroação, Filipe II passou ser conhecido como Filipe I de Portugal e Filipe II da Espanha, iniciando a União Ibérica


Mapa da Espanha e Portugal

Relação como Portugal

Com o intuito de evitar revoltas, Felipe II buscou manter a administração de Portugal e suas colônias, nas mãos de portugueses. Como a União Ibérica, o Tratado de Tordesilhas deixou de valer, uma vez que os reinos eram um só, entram espanhóis e portugueses e era livre para entrar do outro lado. Isso também contribuiu para o povoamento do lado que anteriormente era espanhol pelos portugueses, sendo o Rio Grande do Sul um exemplo.

Em 1621, o Brasil sofreu uma divisão em duas parte pelos espanhóis:

Estado do Maranhão: Composto por Maranhão, Ceará e Pará, sendo a capital a cidade de São Luís.

Estado do Brasil: Com os demais estados, e Salvador permanecendo como a capital

A invasão holandesa do Nordeste

Antes da União Ibérica, os holandeses financiavam a plantação e exportação de cana-de-açúcar no Brasil, porém com o país passando a ser parte dos domínios espanhóis, os holandeses foram expulsos devido problemas políticos com a Espanha. Uma vez que entre 1568 a 1648, houve a guerra de secessão na qual os Países Baixos buscavam deixar de ser colônia espanhola.

Como era difícil enfrentar os espanhóis diretamente, a tática utilizada foi atacar as suas colônias:

→ Ataque contra a costa da África em 1595

→ Ataques contra Salvador em 1604, 1624 e 1627.

No caso do Brasil, a ideia era tomar o controle da produção e da comercialização do açúcar, o que se concretizou em 1630, quando Olinda e Recife foram atacados pelos holandeses. Os Holandeses mantiveram o domínio da região até 1654, ou seja, por 24 anos.


Cerco de Olinda pelos holandeses mostrando em primeiro plano o Forte de São Francisco (Forte do Mar ou do Picão). Créditos: "Dutch Siege of Olinda" de John Ogilby,1671, em "John Ogilby’s atlas America: Being the Latest, and Most Accurate Description of the New World", London.


Administração Holandesa

A Companhia das Índias Ocidentais foi a responsável pela região, sendo o alemão Maurício de Nassau o seu administrador, e perdurando até 1644. Durante o período, ele ordenou a reconstrução da região, como várias obras públicas, como por exemplo, a construção de diques, pontes, canais, espaços de lazer, observatório astronômico e do museu natural, desenvolvimento de melhor drenagem dos terrenos etc. Ainda houve o incentivo da vinda de artistas e intelectuais para a cidade Recife, assim como a promoção da liberdade religiosa


Marco Zero de Recife, Pernambuco.

Fim da União Ibérica

O fim da União Ibérica acontece em 1640, devido ao movimento de Restauração (recuperação), onde através de uma aliança dos portugueses com a República das Províncias Unidas, eles conseguiram se libertar da Espanha. Sendo o seu primeiro rei D. João IV, pertencente a dinastia dos Bragança


D. João IV, apelidado de o Restaurador por ter sido o primeiro rei de Portugal após o fim da União Ibérica. Pintura a óleo de Avelar Rabelo, 1643. Domínio público, Paço Ducal de Vila Viçosa


Insurreição Pernambucana

Em 30 de setembro de 1643 o governo do Conde Maurício de Nassau chegou ao fim, através de uma Carta de Dispensa dos Estados Gerais, uma vez que a Companhia das Índias Ocidentais estava incomodada com os altos valores investidos pelo governador na região.

Contudo, desde a sua saída, houve um descontentamento muito grande entre os colonos da região, que foi provocado, devido a nova administração, uma vez que contrariava os interesses em seu negócios, como a cobrança dos empréstimos outrora concedidos por Nassau, alto juros aplicados a que não conseguia pagar, assim como controle sobre a liberdade religiosa, uma vez que os católicos passaram a ser perseguidos, e proibiram a entrada de novos padres que substituirá os doentes ou falecidos.

As colheitas ruins causadas pelas alternadas secas e inundações, queda do preço do açúcar em 25%, aumentam o desejo de mudanças. Até que em 1645 se deu início um movimento de revolta contra o domínio holandês na região, ficando mais conhecido como a Insurreição Pernambucana.

Líderes do movimento:

  • O senhores de engenho João Fernandes Vieira
  • O senhores de engenho André Vidal de Negreiros
  • O indígena Filipe Camarão
  • O negro Henrique Dias

Depois de muitos confrontos, como por exemplo, combate do Monte das Tabocas em 1645 e as famosas batalhas dos Guararapes (representado na imagem abaixo), respectivamente 1648 e 1649, tendo como resultado os holandeses foram derrotados.


Ex-voto atribuído a João de Deus Sepúlveda, com a representação da Batalha dos Guararapes. A peça votiva registra pedido relacionado à origem da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres do Monte dos Guararapes, construída em ação de graça pela vitória sobre os holandeses. Domínio público, Museu Histórico Nacional


Tratado da Haia


Tratado da Haia foi um tratado de paz firmado entre Portugal e a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, assinado na Haia em 6 de agosto de 1661. (wikipédia)

Expulso em 1649, os holandeses só aceitaram a perda do território em 1661, quando assinaram o Tratado da Haia . Sendo que em 1669, receberam uma indenização pelas terras perdidas.


Crise do Açúcar

A crise do açúcar, que foi o fim do monopólio português, aconteceu após a expulsão dos holandeses, uma vez que ele começaram a produzir açúcar nas Antilhas, e por ter um preço mais baixo, melhor qualidade, e por já terem o know how, necessário, que segundo a Wikipédia é definido como o conhecimento processual ou saber-fazer, que são termos utilizados para descrever o conhecimento prático sobre como fazer alguma coisa.