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Brasil Colônia III

Simulado com 20 exercícios de História do Brasil com gabarito sobre o tema Brasil Colônia III com questões de Vestibulares.


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01. (Mackenzie) “ A grande lavoura açucareira na colônia brasileira iniciou-se com o uso extensivo da mão de obra indígena (...) Do ponto de vista dos portugueses, no período de escravidão indígena, o sistema de relações de trabalho era algo que fora pormenorizadamente elaborado. Tal período foi também aquele em que o contato entre os europeus e o gentio começou a criar categorias e definições sociais e raciais que caracterizaram continuamente a experiência colonial.”

(Schwartz, Stuart B. Segredos Internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 2005, p. 57)

Sobre o trabalho escravo durante o período colonial é correto afirmar que

  1. o uso da mão de obra indígena estendeu-se durante todo o período colonial. No primeiro momento, durante a extração do pau-brasil, os portugueses utilizavam o escambo. No segundo momento, a partir da produção canavieira, foi organizada a escravidão dos povos indígenas.
  2. desde o primeiro contato com os portugueses, os indígenas foram submetidos ao trabalho escravo. Seja na extração do pau-brasil seja na grande lavoura canavieira, o sistema escravista baseado na mão de obra nativa predominou diante de outras formas de trabalho.
  3. a partir da necessidade de mão de obra para a produção canavieira, os povos indígenas foram submetidos à escravidão. Porém, a partir da chegada dos primeiros grupos de africanos, a escravidão indígena foi paulatinamente abandonada até chegar ao fim em meados do século XVII.
  4. a escravidão indígena foi implantada durante o chamado Período Pré-colonial e tinha como objetivo usar o máximo de mão de obra para a extração do pau-brasil. Com a implantação da grande lavoura e a chegada dos africanos, a escravidão indígena perdeu força e foi abandonada no século XVIII.
  5. após utilizar o trabalho indígena com o escambo, os portugueses recorrem à sua escravização. Isso se deve à necessidade portuguesa de mão de obra para a grande lavoura e à indisposição indígena para o trabalho aos moldes europeus. No século XVII, é substituída definitivamente pela escravidão africana.

02. (ACAFE) “É verdade que antes da união das monarquias ibéricas, em 1580,ao manter uma boa relação com os portugueses, os flamengos frequentavam os portos brasileiros e a cidade de Lisboa carregando açúcar em suas urcas, levando-o a refinar em Flandres e distribuindo-o por via terrestre e fluvial por toda a Europa central. De sua embarcação tão características, ficou a lembrança na toponímia carioca, através do morro que evoca a sua forma.”

PRIORI, Mary del. Histórias da gente brasileira: volume 1: colônia. São Paulo: Editora LeYa, 2016. Página 69.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período colonial da história do Brasil é correto afirmar, exceto:

  1. Durante a União Ibérica, holandeses e espanhóis formaram a Companhia das Índias Ocidentais e dividiram os lucros da comercialização do açúcar produzido no Brasil e levado para a Europa.
  2. Com a União Ibérica acirraram-se os conflitos entre a Espanha e a Holanda. Com a proibição espanhola da parceria comercial entre holandeses e produtores de açúcar no Brasil, os flamengos invadiram o nordeste.
  3. Maurício de Nassau, administrador holandês em Pernambuco, promoveu reformas urbanas e manteve uma boa relação com os senhores de engenho.
  4. A revolta conhecida como Insurreição Pernambucana acabou determinando a saída dos holandeses do nordeste brasileiro e teve como consequência uma crise na empresa açucareira brasileira.

03. (Mackenzie) As diversas etapas político-administrativas do Período Colonial brasileiro são marcadas

  1. pelo prestígio das Câmaras Municipais, em que se manifestava o poder político dos grandes proprietários de terras locais.
  2. pela seleção dos altos cargos da hierarquia administrativa e eclesiástica entre os naturais da Colônia.
  3. pela progressiva autonomia da Colônia, principalmente após a elevação a Vice-Reinado em 1720.
  4. pelo incentivo à ocupação de terras no interior no país e pela catequese dos povos indígenas pelos jesuítas.
  5. pela superposição do poder dos representantes eclesiásticos sobre o poder dos donatários, evidenciando o forte caráter religioso da nossa colonização.

04. (UECE) Leia atentamente o seguinte excerto: “O papel de herói da Inconfidência Mineira cabe ainda a Tiradentes porque ele foi o inconfidente que recebeu a pena maior: a morte na forca, uma vez que o próprio réu, durante a devassa, assumiu para si toda a culpa. Sabe-se, no entanto, que sua morte se deve também em grande parte à acusação dos demais inconfidentes, bem como a sua condição social: pertencente à camada média da sociedade mineira, sem importantes ligações de família, sem ilustração nem boas maneiras”.

Cândida Vilares Gancho & Vera Vilhena de Toledo. Inconfidência Mineira. São Paulo, Editora Ática, Série Princípios,1991. p.45.

Sobre a Inconfidência Mineira, ocorrida em Vila Rica no período da mineração aurífera, é correto afirmar que

  1. representou o exemplo de revolta popular contra a dominação colonial portuguesa no Brasil, uma vez que, oriunda das camadas mais humildes de Minas Gerais, inclusive escravos, chegou a contagiar indivíduos pertencentes às mais altas posições sociais.
  2. foi uma representação dos interesses de grupos da elite local, intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, em livrarem-se do controle e dos impostos cobrados pela coroa portuguesa na região, mas não havia consenso em relação à libertação dos escravos.
  3. marcou o início do processo de independência do Brasil, baseado na luta armada do povo contra as forças leais a Portugal, e em defesa dos ideais liberais e republicanos, como o fim da escravidão, direito ao voto universal masculino e governo presidencialista.
  4. apesar de bem sucedida, com a proclamação da independência de Minas Gerais, teve pouco impacto na história do Brasil, uma vez que seus objetivos extremamente populares não foram bem aceitos pelas elites econômicas de outras regiões da colônia.

05. (UFT) Durante o século XVI, na América Portuguesa, além da agricultura voltada para os engenhos, produziam-se cereais e criavam-se animais para a manutenção dos colonos. No decorrer desse século, os colonos integraram-se cada vez mais ao processo mercantil interno, produzindo rapadura, plantando algodão, feijão, milho e criando gado, entre outros.

Nesse contexto, é CORRETO afirmar que essa integração se deu:

  1. em decorrência da necessidade do abastecimento do mercado externo, em detrimento das exportações.
  2. a fim de evitar crises alimentares, que poderiam comprometer o projeto colonizador.
  3. em razão da crise que se abateu sobre os engenhos brasileiros quando o preço do açúcar caiu um terço.
  4. em razão das facilidades em conseguir mão de obra assalariada, a base econômica da sociedade açucareira.

06. (UECE) No Ceará, durante os séculos XVII e XVIII, formou-se o que o historiador cearense Capistrano de Abreu denominaria como “Civilização do Couro”. Este aspecto característico da colonização cearense está ligado

  1. ao fato de existir, nas terras cearenses, uma farta manada de gado bufalino natural da região, o que proporcionou, aos nativos locais e aos europeus colonizadores, as condições ideais para explorarem aquela riqueza.
  2. ao desenvolvimento, após a decadência da produção algodoeira, de uma grande atividade de pecuária de corte e leiteira que, ainda hoje, é uma das maiores do Brasil e sustenta a economia cearense.
  3. ao processo colonizatório cearense que ocorreu a partir da ocupação pela pecuária, na capitania, através da frente de ocupação do sertão-de-fora, conduzida por pernambucanos, e da frente de ocupação do sertão-de-dentro, controlada principalmente por baianos.
  4. ao modelo original de ocupação através da pecuária bovina que, saindo do Ceará, ajudou na ocupação do interior nordestino e na colonização dos serrados do centro-oe

07. (ACAFE) A Revolta de Vila Rica no século XVIII mostrou os abusos que as autoridades portuguesas cometiam com os mineradores e a população de Minas Gerais. No contexto dessa revolta é correto afirmar, exceto:

  1. O movimento reivindicava a redução dos preços dos alimentos e o cancelamento da medida que proibia a circulação de ouro em pó.
  2. Foi um dos nomes dados à Inconfidência Mineira, que entre seus participantes teve Joaquim José da Silva Xavier.
  3. Os altos impostos e o rígido controle sobre a exploração do ouro também contribuíram para o levante de Vila Rica.
  4. Um dos líderes da revolta foi enforcado e teve seu corpo esquartejado e exposto em praça pública.

08. (UECE) Atente ao seguinte fragmento da obra da historiadora Emília Viotti da Costa, a respeito do processo de independência do Brasil:

“A ordem econômica seria preservada, a escravidão mantida. A nação independente continuaria subordinada à economia colonial, passando do domínio português à tutela britânica. A fachada liberal construída pela elite europeizada ocultava a miséria e a escravidão da maioria dos habitantes do país. Conquistar a emancipação definitiva da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais seria tarefa relegada aos pósteros”.

COSTA, Emília Viotti da. Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. 16. ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1987. p.125.

Considerando o processo de independência do Brasil, assinale a afirmação verdadeira.

  1. Não ocorreu nenhuma ocultação dos reais problemas sociais e econômicos do país após a independência, já que a elite local buscou solucioná-los imediatamente.
  2. Apenas ocorreu a independência econômica do Brasil, mas não a política, pois a elite nacional europeizada submeteu-se aos interesses da Inglaterra.
  3. Pelo fato de a monarquia ter sido logo adotada como forma de governo, a independência não representou mudanças sociais significativas, pois estas ficariam a cargo de gerações futuras.
  4. Não houve acordo de independência com os Britânicos, que reagiram o quanto puderam à independência do Brasil, já que ela representaria a real autonomia econômica do país.

09. (UFMS) "Quando os colonizadores europeus chegaram nesta região, nas primeiras décadas do século XVI, encontraram aqui um conjunto de sociedades indígenas, composto por etnias representantes de três dos quatros troncos linguísticos que forma o universo etno-linguístico brasileiro. Eram várias centenas de milhares de índios portadores de sistemas culturais ricamente diferenciados. Esses grupos, às vezes, possuíam divergências entre si mas respondiam bem, cada segmento ao seu modo, às equações colocadas pela paisagem que também era múltipla e variada. Em função disso, desde os primeiros momentos da colonização ibérica no continente, a área de Mato Grosso do Sul, apesar de sua distância dos centros econômicos mercantilistas na América do Sul, foi, de imediato, inserida na estratégia econômica do sistema colonial na condição de importante fonte fornecedora de uma mercadoria vital para o funcionamento desse modelo: a mão-de-obra compulsória.

Durante os cinco séculos da presença europeia em Mato Grosso do Sul, a resistência indígena à ocupação colonial de seu território foi a tônica das relações intercivilizatórias. O Pantanal sulmato-grossense foi o cenário da maior e mais obstinada oposição nativa à presença colonizadora ibérica na história do Brasil."

MARTINS, Gilson Rodolfo. Breve painel etno-histórico de Mato Grosso do Sul. 2. ed. Campo Grande: Ed. UFMS, 2002. p. 11-12.

O texto acima nos apresenta um panorama da ocupação de Mato Grosso do Sul, muito comum em todo o Brasil colonial. Assinale a alternativa correta sobre a história dos povos indígenas e a relação estabelecida com os colonizadores portugueses que aqui chegaram:

  1. os portugueses logo se associaram aos povos nativos que habitavam o território do atual Mato Grosso do Sul, estabelecendo relações de confiança e de lealdade com os milhares de indígenas que viviam nessa região.
  2. o rico painel étnico presente em Mato Groso do Sul durante a chegada dos colonizadores ibéricos na região foi benéfico apenas para os brancos, que se estabeleceram na região e contaram com o apoio dos nativos, enquanto estes foram, aos poucos, sendo expulsos de seus territórios.
  3. a composição étnica de Mato Grosso do Sul, no momento da chegada dos portugueses à esta região, demonstra que os portugueses não encontraram resistências quando chegaram à região, visto que os conflitos entre os nativos ocupavam todas as suas atenções.
  4. inseridos no contexto colonial como mão-de-obra, chamados de negros da terra, a diversidade étnica nativa foi, ao mesmo tempo, um obstáculo aos portugueses (devido à resistência dos indígenas à escravização) como um estímulo (devido à proximidade e acesso com a região do atual estado de São Paulo).
  5. somente após vencer todos os obstáculos impostos pelos nativos, os portugueses se estabeleceram no atual estado de Mato Grosso do Sul, visto que, outrora espaço de grande diversidade étnica, atualmente o estado conta com uma das menores populações indígenas do país.

10. (UECE) Ocorridos entre os meados do século XVII até as primeiras décadas do século XVIII, os movimentos nativistas apresentam-se como os primeiros sinais de uma crise do sistema colonial. Sobre esses movimentos, é correto afirmar que

  1. tinham como principal objetivo a separação política entre colônia e metrópole, com a autonomia administrativa e a formação de novas nações livres nas regiões onde ocorriam.
  2. em Minas Gerais, com a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Felipe dos Santos, no Maranhão, com a Revolta dos Beckman, e em Pernambuco, com a Insurreição Pernambucana e a Guerra dos Mascates, aparecem as divergências entre os interesses dos colonos e os da metrópole.
  3. ocorreram somente em locais que vivenciavam crises econômicas, como o Rio Grande do Sul (Farroupilha 1835-1845) e Pernambuco (Revolução Pernambucana de 1817).
  4. somente a Confederação do Equador, ocorrida no nordeste brasileiro, pode ser tomada como um legítimo movimento nativista, uma vez que não pretendia a separação política em relação a Portugal, mas, somente, maior autonomia administrativa.

11. (UEL) Leia o trecho do poema a seguir.

— Essa cova em que estás,

com palmos medida,

é a cota menor

que tiraste em vida.

— É de bom tamanho,

nem largo nem fundo,

é a parte que te cabe

neste latifúndio.

— Não é cova grande.

é cova medida,

é a terra que querias

ver dividida.

(MELO NETO, J. C. Morte e Vida Severina. Universidade da Amazônia, NEAD – Núcleo de Educação à Distância. p.21-13. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2017).

O poema trata da relação entre o homem e a terra no Brasil. Com base nos conhecimentos sobre propriedade e usos da terra, assinale a alternativa correta.

  1. No decorrer do segundo Reinado, a Lei de Terras, promulgada em 1850, possibilitou o livre acesso das terras devolutas aos primeiros imigrantes europeus, garantindo-lhes a sobrevivência.
  2. Na Colônia, as terras doadas como sesmarias garantiam privilégios aos senhores de engenho, mas restringiam a prática de certas atividades econômicas.
  3. No Império, formaram-se os primeiros quilombos cuja propriedade dessas terras foi reconhecida legalmente durante a primeira República.
  4. Em 1964, João Goulart realizou desapropriações das pequenas propriedades no entorno das metrópoles para o cultivo de sobrevivência por parte dos trabalhadores.
  5. No governo de Fernando Henrique Cardoso (1995- 2002), retomou-se a política econômica de estatização das propriedades agrícolas resultando em elevadas taxas de crescimento econômico.

12. (UEMG) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o abolicionismo no Brasil.

  1. Joaquim Nabuco foi uma voz contrária à escravidão, em sua principal obra, O Abolicionismo (1883), considerada a melhor peça escrita contra a escravidão no Brasil, assumiu a defesa da abolição incondicional do cativeiro, e sua argumentação se engendrou na luta política vivenciada entre 1882 e 1883, incentivada por discordâncias internas ao Partido Liber al.
  2. Em 1711, foi publicado o livro Cultura e Opulência do Brasil, de André João Antonil. Essa obra é considerada o maior tratado abolicionista do Brasil.
  3. Maria Firmina dos Reis, maranhense negra e filha ilegítima, enfrentou a barreira dos preconceitos e publicou, em 1859, o romance Úrsula, considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil e um dos primeiros escritos produzidos por uma mulher brasileira.
  4. O abolicionista Ignácio Araújo Lima lançou em São Paulo, em 1889, o jornal A Pátria, publicação feita por e para “homens de cor”.

13. (UEMA) O fragmento da escritura pública transcrita a seguir estabelece a legalidade da venda de si próprio em escravidão, em meio à controvérsia sobre a legalidade desse ato.

Escritura Pública de Venda, Belém do Pará, 1780.

“Logo em presença das testemunhas adiante nomeadas, escritas e assinadas, pela dita Joana Baptista foi dito, que ela de seu nascimento sempre foi livre, e isenta de cativeiro; e como ao presente se achava sem pai, nem mãe, que dela pudessem tratar e sustentar assim para a passagem da vida, como em suas moléstias, e nem tinha meios para poder viver em sua liberdade (...) ela de sua livre, e espontânea vontade sem constrangimento de pessoa alguma se tinha ajustado, e contratado com o dito Pedro da Costa, vender-se a si mesma por sua escrava, como se tivera nascido de ventre cativo, e nunca tivesse sido livre, para como tal o servir até sua morte”.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Fundo Cadaval Brasil.

Pode ser identificado, historicamente, como elemento explicativo da situação retratada na Escritura Pública de Venda

  1. a derrota política dos abolicionistas em função da adesão à plataforma do movimento escravocrata.
  2. a força econômica dos cafeicultores, essencialmente escravocratas, que atuava como grande impeditivo para a abolição.
  3. a condição social das mulheres, de profunda dominação, que favorecia o aumento crescente de mulheres escravizadas.
  4. a ação contínua da Igreja Católica em defesa da necessidade da escravidão feminina para manutenção da ordem social.
  5. a busca pela sobrevivência diante das condições de vida dos pobres livres no Brasil colonial e imperial.

14. (UEFS) A igualdade de interesses agrários e escravocratas que através dos séculos XVI e XVII predominou na colônia, toda ela dedicada com maior ou menor intensidade à cultura do açúcar, não a perturbou tão profundamente, como à primeira vista parece, a descoberta das minas ou a introdução do cafeeiro. Se o ponto de apoio econômico da aristocracia colonial deslocou-se da cana-de-açúcar para o ouro e mais tarde para o café, manteve-se o instrumento de exploração: o braço escravo.

(Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala, 1989.)

O excerto descreve o complexo funcionamento do Brasil durante a colônia e o Império. Uma de suas consequências para a história brasileira foi

  1. a utilização de um mesmo padrão tecnológico nas sucessivas fases da produção de mercadorias de baixo custo.
  2. a existência de uma produção de mercadorias inteiramente voltada para o abastecimento do mercado interno.
  3. a liberdade de decisão política do grupo dominante local enriquecido com a exploração de riquezas naturais.
  4. a ausência de diferenças regionais econômicas e culturais durante o período colonial e imperial.
  5. a manutenção de determinadas relações sociais num quadro de modificações do centro dinâmico da economia.

15. (UEMG) Quanto à vinda da corte portuguesa ao Brasil, assinale a alternativa correta.

  1. Em janeiro de 1808, Portugal estava prestes a ser invadido pelas tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe regente de Portugal, Dom João, resolveu transferir a corte portuguesa para o Brasil, sua mais importante colônia. Para isso, obteve a ajuda de alguns aliados, apenas franceses, contrários a Napoleão.
  2. Nos quatorze navios, além da família real, vieram centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à corte portuguesa. Porém, trouxeram pouco dinheiro, deixando suas obras de arte, livros, bens pessoais, objetos de valor e joias em Portugal, na pressa para vir para o Brasil, fugindo das tropas francesas de Napoleão.
  3. Uma das principais medidas tomadas por Dom João foi abrir o comércio brasileiro aos países amigos de Portugal. A principal beneficiada com a medida foi a Inglaterra, que passou a ter vantagens comerciais e a dominar o comércio com o Brasil. Os produtos ingleses chegavam ao Brasil com impostos de 15%, enquanto os de outros países chegavam com impostos de 24%. Essa prerrogativa fez com que, no Brasil, chegassem muitos produtos ingleses, por vezes, desnecessários. Tal medida acabou atrasando o desenvolvimento da indústria brasileira.
  4. Dom João adotou várias medidas econômicas que favoreceram o desenvolvimento brasileiro. Entre as principais, encontram-se: desestímulo ao estabelecimento de indústrias no Brasil em prol das importações, construção de estradas, reforma de portos, criação do Banco do Brasil e instalação da Junta de Comércio.

16. (UEFS) A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Bahiana (1798) expressaram localmente o conjunto de mudanças ocorridas no Mundo Ocidental a partir de meados do século XVIII. Apesar de suas diferenças, os dois movimentos opunham-se

  1. à submissão colonial implícita na política mercantilista metropolitana.
  2. à importação de ideais iluministas pela cultura brasileira.
  3. à divisão do país entre ricos donatários portugueses.
  4. à influência das independências das Colônias Inglesas da América.
  5. à participação de homens livres pobres na preparação da independência.

17. (UENP) No processo de colonização do Brasil pela coroa portuguesa, houve competições pela ocupação territorial por outras nações europeias.

Sobre a ocupação denominada França Equinocial, é correto afirmar que os franceses

  1. colonizaram Pernambuco e construíram o porto de Recife.
  2. conquistaram o Rio de Janeiro e criaram o mosteiro dos capuchinhos.
  3. colonizaram o Ceará e construíram a catedral de Fortaleza.
  4. ocuparam o Maranhão e construíram o forte de São Luís.
  5. tomaram Natal e criaram a fortaleza do Rio Grande do Norte

18. (UFRR) Durante o período colonial, algumas atividades econômicas foram responsáveis por um processo de interiorização que alargou os domínios portugueses na América para além do Tratado de Tordesilhas. Assinale a alternativa que se refere CORRETAMENTE a essas atividades.

  1. O bandeirismo foi um tipo de atividade econômica exercida com exclusividade por fidalgos portugueses que viram na apreensão dos nativos e na busca por minérios, uma forma de alargar as fronteiras.
  2. Durante o período colonial a pecuária ficou restrita ao litoral, dando suporte à atividade canavieira
  3. A busca pelas drogas do sertão foi incessante durante o século XVI e marcou a expansão territorial portuguesa rumo ao sul, enquanto as bandeiras de resgate marcaram a apreensão de indígenas no centro oeste e levaram à descoberta do ouro.
  4. As bandeiras de contrato, prospecção e resgate, bem como a criação de gado e a busca por produtos exóticos com grande apelo no mercado europeu, foram atividades econômicas diretamente relacionadas ao alargamento das fronteiras do império português na América.
  5. Voltada para o comércio intercontinental e marcada pela produção canavieira, a economia colonial não esteve diretamente relacionada com o alargamento das fronteiras.

19. (ACAFE) “É verdade que antes da união das monarquias ibéricas, em 1580,ao manter uma boa relação com os portugueses, os flamengos frequentavam os portos brasileiros e a cidade de Lisboa carregando açúcar em suas urcas, levando-o a refinar em Flandres e distribuindo-o por via terrestre e fluvial por toda a Europa central. De sua embarcação tão características, ficou a lembrança na toponímia carioca, através do morro que evoca a sua forma. ”

PRIORI, Mary del. Histórias da gente brasileira: volume 1: colônia. São Paulo: Editora LeYa, 2016. Página 69.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período colonial da história do Brasil é correto afirmar, exceto:

  1. Maurício de Nassau, administrador holandês em Pernambuco, promoveu reformas urbanas e manteve uma boa relação com os senhores de engenho.
  2. Com a União Ibérica acirraram-se os conflitos entre a Espanha e a Holanda. Com a proibição espanhola da parceria comercial entre holandeses e produtores de açúcar no Brasil, os flamengos invadiram o Nordeste.
  3. Durante a União Ibérica, holandeses e espanhóis formaram a Companhia das Índias Ocidentais e dividiram os lucros da comercialização do açúcar produzido no Brasil e levado para a Europa.
  4. A revolta conhecida como Insurreição Pernambucana acabou determinando a saída dos holandeses do nordeste brasileiro e teve como consequência uma crise na empresa açucareira brasileira.

20. (UFPR) Leia o texto abaixo:

[...] O quilombo aparecia onde quer que a escravidão surgisse. Não era simples manifestação tópica. Muitas vezes, surpreende pela capacidade de organização, pela resistência que oferece; destruído parcialmente dezenas de vezes e novamente aparecendo, em outros locais, plantando a sua roça, constituindo suas casas, reorganizando a sua vida social e estabelecendo novos sistemas de defesa. O quilombo não foi, portanto, apenas um fenômeno esporádico. Constituía-se em fato normal dentro da sociedade escravista. Era reação organizada de combate a uma forma de trabalho contra a qual se voltava o próprio sujeito que a sustentava.

(MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala. Editora Conquista, Rio de Janeiro, 1972, p. 87.)

A respeito da história dos quilombos no Brasil, considere as seguintes afirmativas:

1. Foi uma forma de organização dos escravos libertos, que não encontraram lugar na sociedade brasileira pósabolição.

2. O quilombo marcou sua presença durante todo o período escravista, existindo praticamente em toda a extensão do território nacional.

3. Sua estrutura social respondia a uma lógica particularmente militar, que visava desestabilizar a estrutura social dos senhores de escravos.

4. A quilombolagem se constituiu na unidade básica de resistência, fruto das contradições estruturais do sistema escravista, e sua dinâmica refletia a negação desse sistema.

Assinale a alternativa correta.

  1. Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
  2. Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
  3. Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
  4. Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
  5. Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

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