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Idade Contemporânea

Lista de 20 exercícios de História com gabarito sobre o tema Idade Contemporânea com questões da Unesp.


Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Idade Contemporânea.




01. (Unesp 2021) O reconhecimento do território africano empreendido pelas campanhas de exploração e pelas missões religiosas foi facilitador de uma verdadeira invasão de mercadores europeus nas caravanas e rotas de comércio que ligavam diferentes pontos do continente. Muitos desses mercadores começaram a controlar algumas redes de comércio, criando novos sistemas de autoridade que não passavam mais por líderes africanos. De início, isso não representou nenhum tipo de perigo para as elites africanas, que já estavam acostumadas a negociar com árabes, indianos e com os próprios europeus. No entanto, no decorrer do século, os europeus se tornaram senhores das principais rotas comerciais do litoral africano, inclusive as que ligavam as cidades orientais com o continente asiático.

(Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017.)

Ao avaliar a presença europeia no continente africano ao longo do século XIX, o texto caracteriza

  1. um movimento de intensificação do comércio internacional, realizado a partir da difusão de valores universais como o cristianismo e a democracia.
  2. o respeito europeu à multiplicidade de crenças e manifestações culturais e a insistência africana em manter formas arcaicas de organização política.
  3. um esforço consciente e planejado de integração entre os continentes, por meio da constituição de ligações terrestres e marítimas.
  4. um processo de interferência gradual e profunda nos padrões culturais africanos, de organização social e dinâmica política das sociedades locais.
  5. a disposição europeia de colaborar para o progresso de países subdesenvolvidos, ampliando a capacidade produtiva das economias locais.

02. (Unesp 2021) Entre as tensões anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que contribuíram para o desgaste das relações diplomáticas e para o início do conflito armado, é possível citar:

  1. o acirramento das disputas geoestratégicas entre Estados Unidos e União Soviética.
  2. o expansionismo territorial e político japonês no continente asiático e nas ilhas do Oceano Pacífico.
  3. os esforços dos países capitalistas para conter o avanço do socialismo no Leste europeu.
  4. as disputas, entre as potências europeias, por áreas coloniais no continente africano.
  5. a incapacidade da Sociedade das Nações de coordenar as negociações entre os países membros.

03. (Unesp 2021) Leia o texto para responder à questão.

Entende-se hoje que a civilização medieval, apesar de limitada segundo os padrões atuais, dava ao homem um sentido de vida. Ele se via desempenhando um papel, por menor que fosse, de alcance amplo, importante para o equilíbrio do Universo. Não sofria, portanto, com o sentimento de substituibilidade que atormenta o homem contemporâneo. O medievo se sentia impotente diante da natureza, mas convivia bem com ela. O ocidental de hoje se sente a ponto de dominar a natureza, por isso se exclui dela.

(Hilário Franco Júnior. A Idade Média: nascimento do Ocidente, 1988.)

A afirmação do texto de que, diferentemente do medieval, o homem contemporâneo “se sente a ponto de dominar a natureza, por isso se exclui dela” pode ser justificada pela

  1. incerteza diante do futuro, gerada pela impossibilidade de impedir terremotos e outras catástrofes naturais.
  2. celebração do progresso e do domínio tecnológico, difundida sobretudo a partir da Revolução Industrial.
  3. visão dessacralizada da natureza, proporcionada pelo ateísmo propagado depois da Revolução Russa.
  4. superação dos perigos naturais, proporcionada pela atual capacidade de controlar o clima planetário.
  5. descrença em relação ao futuro, nascida com a visualização da barbárie das duas guerras mundiais.

04. (Unesp 2021) Leia o texto para responder à questão.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se viram numa situação privilegiada, como a mais forte, coesa e próspera economia mundial. O governo americano coordenou um vasto plano de apoio para recuperar as economias capitalistas da Europa Ocidental, já no contexto da Guerra Fria. As agitações revolucionárias na Ásia, África e América Latina forçariam desdobramentos dos investimentos americanos também para essas áreas.

O resultado desse conjunto de medidas foi um crescimento econômico sem precedentes das economias industriais. Entre 1953 e 1975 a taxa de produção industrial cresceu na escala extraordinária de seis por cento ao ano. O crescimento da riqueza foi de cerca de quatro por cento per capita em todo esse período. Mesmo com a crise do petróleo, que atingiu e abateu os mercados entre 1973 e 1980, o crescimento continuou, embora reduzido a cerca de dois e meio por cento ao ano, o que ainda era uma escala notável.

(Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, 2001. Adaptado.)

O apoio à recuperação das economias capitalistas da Europa Ocidental e os investimentos na Ásia, na África e na América Latina, mencionados no texto, correspondem à atuação dos Estados Unidos

  1. na defesa de posições políticas e ideológicas de caráter globalista e multicultural, após a onda nacionalista trazida pela Segunda Guerra.
  2. na disputa pelos mercados internos dos países do centro e oriente da Europa e dos países do Hemisfério Sul.
  3. no cenário geopolítico do pós-Segunda Guerra, em meio às disputas de caráter econômico, militar e ideológico com o bloco socialista.
  4. na constituição de uma hegemonia mundial unilateral, favorecida pelo declínio econômico e militar dos países do centro e do ocidente europeus.
  5. no esforço de reconstrução dos países afetados diretamente pelos bombardeios e pelas invasões territoriais durante a Segunda Guerra.

05. (Unesp 2021) Leia o texto para responder à questão.

Atualmente, muitos estudiosos acreditam que é possível identificar processos de globalização em sociedades pré-modernas, em vista de fenômenos como o encurtamento relativo das distâncias (através de meios de transporte e comunicação mais eficazes), maior conectividade entre regiões previamente isoladas [...].

(Rafael Scopacasa. Revista de História, no 177, 2018.)

A expansão romana pelo mar Mediterrâneo pode ser considerada um exemplo de “globalização em sociedades pré-modernas”, pois envolveu

  1. eliminação da influência helenista e homogeneização dos hábitos alimentares na zona mediterrânica.
  2. imposição do monoteísmo romano e unidade monetária em todas as províncias controladas.
  3. descaracterização cultural dos povos dominados e interrupção da circulação marítima na região.
  4. uniformização linguística no entorno do mar e intercâmbios culturais entre os povos da região.
  5. mobilidade intensa de bens e interdependência entre regiões e povos distantes.

06. (Unesp 2021)

O evento representado na imagem mostra

  1. o poder legislativo, composto por representantes de todas as classes sociais e responsável pela proposição e criação das leis federais.
  2. uma assembleia popular, reunida em caráter permanente e aberta à participação direta de todos os cidadãos.
  3. o poder moderador, composto por representantes de organismos sociais e políticos e responsável pelo controle sobre as decisões do rei.
  4. o poder executivo, composto pelos membros da nobreza e do clero e responsável pelas decisões relativas à política exterior.
  5. uma assembleia consultiva, convocada esporadicamente pelo rei e formada por representantes das três ordens sociais.

07. (Unesp 2021) Leia o texto para responder à questão.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se viram numa situação privilegiada, como a mais forte, coesa e próspera economia mundial. O governo americano coordenou um vasto plano de apoio para recuperar as economias capitalistas da Europa Ocidental, já no contexto da Guerra Fria. As agitações revolucionárias na Ásia, África e América Latina forçariam desdobramentos dos investimentos americanos também para essas áreas.

O resultado desse conjunto de medidas foi um crescimento econômico sem precedentes das economias industriais. Entre 1953 e 1975 a taxa de produção industrial cresceu na escala extraordinária de seis por cento ao ano. O crescimento da riqueza foi de cerca de quatro por cento per capita em todo esse período. Mesmo com a crise do petróleo, que atingiu e abateu os mercados entre 1973 e 1980, o crescimento continuou, embora reduzido a cerca de dois e meio por cento ao ano, o que ainda era uma escala notável.

(Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, 2001. Adaptado.)

No contexto descrito,

  1. a industrialização no Ocidente expandiu-se 12% no período de 1973 a 1980, o que refletiu a plena independência da indústria ocidental em relação ao petróleo produzido e exportado pelo Oriente Médio.
  2. o crescimento da riqueza foi menor no período de 1973 a 1980, em relação às décadas anteriores, demonstrando o impacto da crise do petróleo na economia norte-americana e na do Ocidente europeu.
  3. a taxa de produção industrial cresceu 132% no período de 1953 a 1975, o que fortaleceu a economia norte-americana e permitiu investimentos nos países do Ocidente europeu.
  4. a produção industrial norte-americana manteve-se estável no período de 1953 a 1975, o que impediu que os Estados Unidos abalassem a liderança econômica mundial da China e da União Soviética.
  5. a riqueza per capita sofreu redução de 2,5% no período de 1973 a 1980, o que fragilizou a posição norte-americana na disputa pelos mercados dos países do Ocidente europeu.

08. (Unesp 2020) [Leonardo da Vinci] viu que “a água corrente detém em si um número infinito de movimentos”.

Um “número infinito”? Para Leonardo, não se trata apenas de uma figura de linguagem. Ao falar da variedade infinita da natureza e sobretudo de fenômenos como as correntes de água, ele estava fazendo uma distinção baseada na preferência por sistemas analógicos sobre os digitais. Em um sistema analógico, há gradações infinitas, o que se aplica à maioria das coisas que fascinavam Leonardo: sombras de sfumato, cores, movimento, ondas, a passagem do tempo, a dinâmica dos fluidos.

Walter Isaacson. Leonardo da Vinci, 2017.)

A partir da explicação do texto sobre Leonardo da Vinci, pode-se afirmar que

  1. o princípio cristão da vida eterna orientou o pensamento renascentista.
  2. o materialismo pré-socrático foi a principal sustentação teórica do Renascimento.
  3. os experimentos da Antiguidade oriental basearam a ciência renascentista.
  4. as concepções artísticas medievais fundamentaram a arte renascentista.
  5. a observação da pluralidade da natureza foi um dos fundamentos do Renascimento.

09. (Unesp 2020) Na Europa, as forças reacionárias que compunham a Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com a aliança da poderosa Inglaterra, representada por George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria por convencer o governo português a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não intervenção europeia na América.

(Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.)

O texto relaciona

  1. a restauração das monarquias absolutistas no continente europeu, a industrialização dos Estados Unidos e a constituição da Federação dos Estados Independentes da América Latina.
  2. a influência da Igreja católica nos assuntos políticos europeus, o controle britânico dos mares depois do Ato de Navegação e o avanço imperialista dos Estados Unidos sobre o Brasil.
  3. a disposição europeia de recolonização da América, o Bloqueio Continental determinado pela França e os acordos de livre-comércio do Brasil com os países hispano-americanos.
  4. a penetração dos industrializados britânicos nos mercados europeus, a tolerância portuguesa em relação ao emancipacionismo brasileiro e a independência política dos Estados Unidos.
  5. a reorganização da Europa continental depois do período de domínio napoleônico, os processos de independência na América e a ampliação do controle comercial mundial pela Inglaterra.

10. (Unesp 2020) Dois fatores que contribuíram para os processos de emancipação política na África e na Ásia no pós-Segunda Guerra Mundial foram:

  1. defesa chinesa de uma política de neutralidade ante os conflitos regionais e o fim da Guerra Fria, que opunha Estados Unidos e União Soviética.
  2. a partilha europeia do continente africano e a crise do petróleo, que obrigou os países ricos a negociar com lideranças políticas da África e do Oriente Médio.
  3. o nacionalismo de organizações civis dentro das colônias e o princípio da autodeterminação dos povos, que era defendido pela ONU.
  4. a crescente autossuficiência econômica dos países africanos e o surgimento do pan-africanismo, que unificou as lutas no continente.
  5. a ascensão econômica dos países do chamado Terceiro Mundo e a ação vietcongue, que expulsou os colonizadores da Indochina francesa.

11. (Unesp 2019) Leia o trecho do livro A dança do universo, do físico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder à questão.

Algumas pessoas tornam-se heróis contra sua própria vontade. Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionárias, muitas vezes não as reconhecem como tais, ou não acreditam no seu próprio potencial. Divididas entre enfrentar sua insegurança expondo suas ideias à opinião dos outros, ou manter-se na defensiva, elas preferem a segunda opção. O mundo está cheio de poemas e teorias escondidos no porão.

Copérnico é, talvez, o mais famoso desses relutantes heróis da história da ciência. Ele foi o homem que colocou o Sol de volta no centro do Universo, ao mesmo tempo fazendo de tudo para que suas ideias não fossem difundidas, possivelmente com medo de críticas ou perseguição religiosa. Foi quem colocou o Sol de volta no centro do Universo, motivado por razões erradas. Insatisfeito com a falha do modelo de Ptolomeu, que aplicava o dogma platônico do movimento circular uniforme aos corpos celestes, Copérnico propôs que o equante fosse abandonado e que o Sol passasse a ocupar o centro do cosmo. Ao tentar fazer com que o Universo se adaptasse às ideias platônicas, ele retornou aos pitagóricos, ressuscitando a doutrina do fogo central, que levou ao modelo heliocêntrico de Aristarco dezoito séculos antes.

Seu pensamento reflete o desejo de reformular as ideias cosmológicas de seu tempo apenas para voltar ainda mais no passado; Copérnico era, sem dúvida, um revolucionário conservador. Ele jamais poderia ter imaginado que, ao olhar para o passado, estaria criando uma nova visão cósmica, que abriria novas portas para o futuro. Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Copérnico decerto teria odiado a revolução que involuntariamente causou.

Entre 1510 e 1514, compôs um pequeno trabalho resumindo suas ideias, intitulado Commentariolus (Pequeno comentário). Embora na época fosse relativamente fácil publicar um manuscrito, Copérnico decidiu não publicar seu texto, enviando apenas algumas cópias para uma audiência seleta. Ele acreditava piamente no ideal pitagórico de discrição; apenas aqueles que eram iniciados nas complicações da matemática aplicada à astronomia tinham permissão para compartilhar sua sabedoria. Certamente essa posição elitista era muito peculiar, vinda de alguém que fora educado durante anos dentro da tradição humanista italiana. Será que Copérnico estava tentando sentir o clima intelectual da época, para ter uma ideia do quão “perigosas” eram suas ideias? Será que ele não acreditava muito nas suas próprias ideias e, portanto, queria evitar qualquer tipo de crítica? Ou será que ele estava tão imerso nos ideais pitagóricos que realmente não tinha o menor interesse em tornar populares suas ideias? As razões que possam justificar a atitude de Copérnico são, até hoje, um ponto de discussão entre os especialistas.

(A dança do universo, 2006. Adaptado.)

O medo de Copérnico de “críticas ou perseguição religiosa” (2° parágrafo) deve-se ao fato de suas ideias se oporem à teoria

  1. heliocêntrica.
  2. geocêntrica.
  3. humanista.
  4. iluminista.
  5. positivista.

12. (Unesp 2019)

O mapa representa a divisão da África no final do século XIX. Essa divisão

  1. persistiu até a vitória dos movimentos de descolonização da África, ocorridos nas duas primeiras décadas do século XX.
  2. foi rejeitada pelos países participantes da Conferência de Berlim, em 1885, por considerarem que privilegiava os interesses britânicos.
  3. incluiu áreas conquistadas por europeus tanto durante a expansão marítima dos séculos XV-XVI quanto no expansionismo dos séculos XVIII-XIX.
  4. foi determinada após negociação entre povos africanos e países europeus, durante o Congresso Pan-Africano de Londres, em 1890.
  5. restabeleceu a divisão original dos povos africanos, que havia sido desrespeitada durante a colonização europeia dos séculos XV-XVIII.

13. (Unesp 2019) – Então, todos os alemães dessa época são culpados?

– Esta pergunta surgiu depois da guerra e permanece até hoje. Nenhum povo é coletivamente culpado. Os alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, presos em campos de concentração, forçados ao exílio. A Alemanha estava, como muitos outros países da Europa, impregnada de antissemitismo, ainda que os antissemitas ativos, assassinos, fossem apenas uma minoria. Estima-se hoje que cerca de 100000 alemães participaram de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem presos ou os que os levaram para os trens de deportação?

(Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adaptado.)

Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição nazista aos judeus, o texto defende a ideia de que

  1. os alemães comportaram-se de forma diversa perante o genocídio, mas muitos mostraram-se tolerantes diante do que acontecia no país.
  2. esse tema continua presente no debate político alemão, pois inexistem fontes documentais que comprovem a ocorrência do genocídio.
  3. esse tema foi bastante discutido no período do pós-guerra, mas é inadequado abordá-lo hoje, pois acentua as divergências políticas no país.
  4. os alemães foram coletivamente responsáveis pelo genocídio judaico, pois a maioria da população teve participação direta na ação.
  5. os alemães defendem hoje a participação de seus ancestrais no genocídio, pois consideram que tal atitude foi uma estratégia de sobrevivência.

14. (Unesp 2019) Galileu tornou-se o criador da física moderna quando anunciou as leis fundamentais do movimento. Formulando tais princípios, ele estruturou todo o conhecimento científico da natureza e abalou os alicerces que fundamentavam a concepção medieval do mundo. Destruiu a ideia de que o mundo possui uma estrutura finita, hierarquicamente ordenada e substituiu-a pela visão de um universo aberto, infinito. Pôs de lado o finalismo aristotélico e escolástico, segundo o qual tudo aquilo que ocorre na natureza ocorre para cumprir desígnios superiores; e mostrou que a natureza é fundamentalmente um conjunto de fenômenos mecânicos.

(José Américo M. Pessanha. Galileu Galilei, 2000. Adaptado.)

A importância da obra de Galileu para o surgimento da ciência moderna justifica-se porque seu pensamento

  1. resgatou uma concepção medieval de mundo.
  2. baseou-se em uma visão teológica sobre a natureza.
  3. fundamentou-se em conceitos metafísicos.
  4. fundou as bases para o desenvolvimento da alquimia.
  5. atribuiu regularidade matemática aos fenômenos naturais.

15. (Unesp 2018) A Nação terá em qualquer tempo o direito de impor à propriedade privada as modalidades ditadas pelo interesse público [...]. Com esse objetivo serão determinadas as medidas necessárias ao fracionamento dos latifúndios [...]. Os povoados, vilarejos e comunidades que careçam de terras e águas ou não as tenham em quantidades suficientes para as necessidades de sua população terão direito a elas, tomando-as das propriedades vizinhas, porém respeitando, sempre, a pequena propriedade.

(Artigo 27 da Constituição mexicana de 1917.

Apud Héctor H. Bruit. Revoluções na América Latina, 1988.)

O artigo 27 da Constituição elaborada ao final da Revolução Mexicana dispõe sobre a propriedade de terra e

  1. contempla parcialmente as reivindicações dos movimentos camponeses e indígenas, por distribuição de terras.
  2. representa a vitória dos projetos defendidos pelos setores operários e camponeses vinculados a grupos socialistas e anarquistas.
  3. expõe o avanço do projeto liberal burguês e de sua concepção de desenvolvimento de uma agricultura integralmente voltada à exportação.
  4. restabelece a hegemonia sociopolítica dos grandes proprietários rurais e da Igreja católica, que havia sido abalada nos anos de luta.
  5. corresponde aos interesses dos grandes conglomerados norte-americanos, que se instalaram no país durante o período do porfirismo.

16. (Unesp 2018) A participação norte-americana na Guerra do Vietnã, entre 1961 e 1973, pode ser interpretada como

  1. uma ação relacionada à defesa da liberdade, num contexto de expansão do anarquismo nos continentes asiático e africano.
  2. um recuo na política de boa vizinhança que caracterizou a ação diplomática e comercial dos Estados Unidos após a Segunda Guerra
  3. a busca de recursos naturais e fontes de energia que ampliariam a capacidade de produção de armamentos nos Estados Unidos.
  4. o esforço de contenção da influência soviética sobre a China, o Japão e os países do Sul e Sudeste asiático
  5. um movimento dentro da lógica da Guerra Fria, voltado ao fortalecimento da posição geoestratégica dos Estados Unidos.

17. (Unesp 2018) Leia o texto para responder à questão.

As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.

(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)

O texto caracteriza

  1. o mercado atlântico de africanos escravizados em seu período de maior intensidade e o controle do tráfico pelas Companhias de Comércio.
  2. o avanço gradual da presença europeia na África e a conformação de um modelo de exploração da natureza e do trabalho.
  3. as estratégias da colonização europeia e a sua busca por uma exploração sustentável do continente africano.
  4. o caráter laico do Estado português e as suas ações diplomáticas junto aos reinos e às sociedades organizadas da África.
  5. o pioneirismo português na expansão marítima e a concentração de sua atividade exploradora nas áreas centrais do continente africano.

18. (Unesp 2018)

A gravura representa a marcha de mulheres revolucionárias até o palácio real de Versalhes em 5 de outubro de 1789. A participação das mulheres na Revolução Francesa

  1. levou à conquista do direito de voto, porém não do direito de exercer cargos executivos no novo governo francês.
  2. teve ressonância parcial nas decisões políticas, pois apenas as mulheres da alta burguesia envolveram-se nos protestos políticos e civis.
  3. foi notável nas manifestações e clubes políticos, porém seus direitos políticos e sociais não foram ampliados significativamente.
  4. originou a igualdade de direitos civis em relação aos homens após a proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
  5. diminuiu bastante após os conflitos e a violência generalizada que marcaram a tomada da Bastilha.

19. (Unesp 2018) A obsessão do Estado por controlar todos os comportamentos dos cidadãos tem como resultado um enfraquecimento da responsabilidade moral e cívica dos mesmos. A lei deveria ser o último recurso, depois da educação, da ética, da negociação e do compromisso entre os indivíduos. É agora o primeiro recurso. Imagino potenciais crimes que os filhos dos nossos filhos terão receio de cometer:

• Crime de imposição de gênero: os pais deverão abster- se de identificar o gênero dos filhos tomando como referência o sexo biológico dos mesmos.

• Crime de apropriação cultural: serão severamente punidos os cidadãos que, alegando interesse cultural ou razões artísticas, se apropriem de práticas e temáticas de um grupo étnico a que não pertencem.

• Crime de envelhecimento público: com os avanços da medicina, será intolerável que um cidadão recuse tratamentos/ cirurgias para ocultar/reverter o seu processo de envelhecimento, exibindo em público as marcas da decadência física ou neurológica.

• Crime de interesse sentimental não solicitado: será punido qualquer adulto que manifeste interesse sentimental não solicitado por outro adulto — através de sorriso, elogio, convite para jantar etc. O interesse sentimental de um adulto por outro será mediado por um advogado que apresentará ao advogado da parte desejada as intenções do seu cliente.

(João Pereira Coutinho. “Cinco potenciais crimes que gerações futuras terão receio de cometer”. www1.folha.com.br, 21.11.2017. Adaptado.)

O perfil antiutópico sugerido pelo autor para o mundo futuro reúne tendências de

  1. depreciação da autonomia individual em favor do fortalecimento de diversas formas totalitárias de controle.
  2. favorecimento da espontaneidade pessoal em diversos campos do pensamento e do comportamento.
  3. desvalorização do pensamento politicamente correto na esfera da cultura e do comportamento.
  4. desvalorização da esfera jurídica para a definição de critérios de normalidade comportamental.
  5. disseminação de tendências de comportamento fortemente baseadas na autonomia individual.

20. (Unesp 2018) Nem todos os homens se renderam diante das forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a experiência do movimento dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca capacidade dos trabalhadores para desencadear uma luta aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movimento de resistência visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do processo de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão contra a nova direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras atividades de destruição carregaram implicitamente uma profunda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco organizador da produção que essa tecnologia impunha.

(Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.)

De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século XVIII e início do XIX,

  1. expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes de coordenar ações destrutivas em fábricas de diversas partes do país.
  2. representavam uma reação diante da ordem e da disciplinarização do trabalho, facilitadas pelo emprego de máquinas na produção fabril.
  3. indicavam o aprimoramento das condições de trabalho nas fábricas, que contavam com aparato de segurança interna contra atos de vandalismo.
  4. revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que não percebiam que as máquinas auxiliavam e facilitavam seu trabalho.
  5. simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores, envolvidos com partidos e agrupamentos políticos de inspiração marxista.