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Idade Contemporânea

Lista de 10 exercícios de História com gabarito sobre o tema Idade Contemporânea com questões da Unesp.


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01. (UFRR 2020) “Levaram-no à DGS [Direção Geral de Segurança] e ali o agente perguntou-lhe se conhecia a Frelimo. [...] Esses interrogatórios prolongaram-se por três meses. [...]

Ao fim de três meses, acabou por assinar um auto de culpa em que dizia que era da Frelimo, que juntava e que levava pessoas para a Tanzânia. Nos interrogatórios, a pancada era tão forte que duas vezes desmaiou. Libertado em 18 de maio de 1974”.

(Trecho adaptado de “Depoimentos de presos políticos”. Fonte: Tortura na colônia de Moçambique. 1963-1974. Porto: Afrontamento, 1977, p. 16- 17 apud MARQUES, Adhemar Martins; BERUTTI, Flávio Costa; FARIA, Ricardo Moura de. História do tempo presente. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2007 (Textos e Documentos; 7), p. 49-50).

As lembranças descritas acima são de um moçambicano torturado pelas forças repressivas portuguesas, que combatiam a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), fundada em 1962. Esse relato nos auxilia na compreensão histórica das lutas de libertação colonial africanas, que marcaram o cenário internacional da segunda metade do século XX.

Entre as causas e as consequências desse processo histórico, também conhecido como a “descolonização” da África, pode-se apontar, respectivamente:

  1. o fortalecimento dos nacionalismos africanos e a permanência da dependência econômica externa em vários países da África.
  2. a influência de variadas vertentes das doutrinas socialistas na África e a extinção das desigualdades sociais no continente africano.
  3. o apoio diplomático do governo francês aos princípios da Conferência de Bandung e a militarização dos Estados africanos independentes.
  4. a soberania dos povos defendida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a pacificação definitiva dos conflitos políticos e étnicos nas regiões independentes da África.
  5. o reforço internacional do mito da superioridade europeia e a eliminação do racismo nas regiões africanas libertas do colonialismo.

02. (UFRR 2020) O Estado tem tido um papel ambivalente na constituição da nova “des-ordem” mundial. Para alguns autores, ele está envolvido em um rápido processo de fragilização que irá culminar com a sua extinção, incapaz de gerir a nova organização social e geográfica global-fragmentada. Para outros, trata-se de uma entidade que, mais do que perder poder, está reestruturando-se sobre novas bases, adquirindo distintas funções dentro da nova geopolítica mundial.

COSTA, R. H.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Editora Unesp, 2006, p. 51.

Pode-se destacar como motivos que explicam a transformação do poder dos Estados na atualidade, EXCETO:

  1. o avanço do capitalismo neoliberal, que reduziu o papel do Estado em detrimento do crescente poder das grandes corporações econômicas.
  2. o aparecimento de problemas globais, como a poluição e gestão dos recursos naturais, que ultrapassam as bases territoriais sob as quais funcionam o Estado.
  3. as sucessivas intervenções militares das Nações Unidas na Europa, que reduzem a capacidade de atuação soberana dos Estados do bloco europeu.
  4. a manifestação de outros circuitos de poder, como do crime organizado, seja o narcotráfico, o contrabando ou o terrorismo internacional.
  5. a grande reconfiguração de fronteiras político-administrativas em razão da emergência de novas tecnologias e territorialidades de poder.

03. (UFRR 2020) O cartunista brasileiro Belmonte retratou, no cartum a seguir, um dos episódios mais importantes do período entre as duas guerras mundiais: as consequências das determinações do Tratado de Versalhes. Imposto à derrotada Alemanha, no ano de 1919, o tratado também contribuiu para as profundas mudanças políticas naquele país, dentre elas, a ascensão do regime nazifascista.

UM GESTO DRAMATICO

Sobre o período do “entre-guerras”, é CORRETO afirmar que:

  1. O Tratado de Versalhes representou o triunfo das propostas do presidente norte-americano Thomas Woodrow Wilson, garantindo, portanto, grande estabilidade política no continente europeu, a despeito da centralidade dos Estados Unidos da América na diplomacia internacional.
  2. A organização diplomática internacional, conhecida como a “Sociedade das Nações”, proibiu formalmente o recurso à guerra, impedindo seu uso como alternativa no caso de ruptura entre os seus paísesmembros e garantindo, dessa forma, décadas de paz na Europa.
  3. As diversas contradições sociais e econômicas entre as principais potências europeias provocaram, no período que precedeu a Segunda Guerra Mundial, a corrida armamentista nuclear, bem como conflitos militares regionais em áreas coloniais.
  4. a conferência de paz de Paris, a despeito das imposições à Alemanha, guiou-se por um princípio inovador no que concerne à divisão de terras e populações, notadamente quanto ao direito à autodeterminação de diversas nacionalidades.
  5. Logo após a assinatura do Armistício de Compiègne, o chamado “Conselho Supremo”, que reuniu os vitoriosos da “Grande Guerra” (Estados Unidos da América, Inglaterra, França e Rússia), determinou o desmembramento territorial da Alemanha em quatro áreas de influência.

04. (UFRR 2018) É correto afirmar sobre o Bolivarismo e a Doutrina Monroe:

  1. Defenderam, no início do século XX, a ideia de que a América deveria ser liderada pelos Estados Unidos.
  2. Ambas as políticas lutavam contra a influência crescente dos países europeus sobre a Ásia e a África, conhecida como imperialismo.
  3. A Doutrina Monroe surge no século XIX e pregava o lema "América para os americanos", apoiando as independências no continente. Já o Bolivarismo é a política socialista desenvolvida pelo presidente Hugo Chaves e seguida por seu sucessor, Maduro, no início do século XXI.
  4. São políticas que geraram grande oposição durante a guerra fria, sendo que a primeira marcava uma postura socialista e a segunda uma postura capitalista.
  5. São políticas desenvolvidas no século XIX pelos jovens países americanos que pretendiam, respectivamente, promover integração entre os países sul-americanos e defender a autonomia da América, com menor ingerência europeia sobre o continente.

05. (UFRR 2016) Sobre Roraima e a Segunda Guerra Mundial, pode-se dizer:

  1. de 1944 a 1945, o Capitão Ene Garcez dos Reis governou o território do Rio Branco, elaborando um Plano Quinquenal Territorial apesar de a região possuir excelentes condições de educação, infraestrutura e saúde;
  2. o Brasil se aliou ao Eixo, permitindo que o presidente Getúlio Vargas desprezasse o projeto de integração nacional brasileira;
  3. o Departamento de Guerra dos Estados Unidos mapeou áreas ricas em minério e vigiou pessoas de origem alemã, italiana e japonesa na Amazônia. Por isso, os padres beneditinos oriundos da Alemanha e que tinham missão em Boa Vista foram supervisionados pelos estadunidenses;
  4. a posição estratégica de Roraima era menosprezada pelo governo de Washington porque não interessava a ele o acesso ao Caribe para alcançar o Canal do Panamá;
  5. o governo de Caracas já mantinha relações tensas com Washington de modo a pretender invadir Roraima.

06. (UFRR 2015) "Em 20 de agosto de 1917, combateu com coragem admirável e tomou sozinho uma trincheira, obrigando dez inimigos a entregar as armas. Ferido por três estilhaços de obus, recusou-se formalmente a ser evacuado” . (Fonte: Estadão, caderno especial “100 anos Primeira Guerra Mundial”.

Disponível em: http://infograficos.estadao.com.br/public/especiais/100-anos-primeira-guerra-mundial/)

O trecho acima faz parte do acervo da Legião Estrangeira da França e relata a atuação do soldado brasileiro Gustave Gelas que se alistou voluntariamente no exército francês, chegou ao posto de tenente e recebeu a medalha Legião de Honra da França, um mérito raro entre brasileiros. Sobre a atuação brasileira na I Guerra Mundial, assinale a alternativa INCORRETA:

  1. ao apoiar a Tríplice Entente, o Brasil teve a incumbência de proteger o Oceano Atlântico de possíveis ataques e para isso a marinha brasileira realizava missões de patrulhamento. Nessas missões, a principal causa de morte de alguns marinheiros foi a infecção por gripe espanhola;
  2. a participação brasileira na Primeira Guerra Mundial foi além da missão preparatória oficial enviada à França e contou com a participação de soldados brasileiros que se alistaram em pátrias estrangeiras;
  3. algumas contribuições do governo brasileiro com a Tríplice Entente durante a Primeira Guerra Mundial foram o envio de suprimentos agrícolas, a disponibilização de equipes de assistência médica e aviadores;
  4. a tímida participação brasileira durante a Primeira Guerra mundial não permitiu que o país tivesse um assento à mesa de negociações no pós-guerra, que ficou conhecida como a Conferência de Paz de Paris de 1919 ou como a Conferência de Versalhes;
  5. nos primeiros anos da Primeira Guerra Mundial, o Brasil adotou uma postura de neutralidade no apoio aos países envolvidos no confronto, porém, essa postura foi descartada devido aos ataques alemães a embarcações brasileiras.

07. (UFRR 2012) O episódio que marcou o início da Primeira Guerra Mundial foi:

  1. a construção da estrada de ferro ligando Berlim-Bagdá, que contrariou os interesses comerciais da França e da Inglaterra;
  2. a formação da Tríplice Entente, aliança firmada entre a Rússia, França e Itália;
  3. a disputa por novas colônias africanas entre os países da Tríplice Aliança e da Tríplice Entente;
  4. o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, em Sarajevo, capital da Bósnia;
  5. o assassinato do kaiser Guilherme II no Marrocos.

08. (UFRR 2013) Após o fim da Guerra Fria, estabeleceu-se uma Nova Ordem Mundial. Nesta Nova Ordem, o conflito bipolar, marcado pelo poderio bélico, foi substituído pelo poderio econômico das grandes potências, iniciando a ordem multipolar.

Uma das formas de divisão dessa Nova Ordem Mundial apresenta o mundo dividido em:

  1. países do Sul (desenvolvidos, ricos) e Países do Norte (subdesenvolvidos, pobres);
  2. países do Leste (capitalistas) e Países do Oeste (socialistas);
  3. países Periféricos (desenvolvidos) e Países Centrais (subdesenvolvidos);
  4. países de Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo;
  5. países do Norte (desenvolvidos, ricos) e Países do Sul (subdesenvolvidos, pobres).

09. (UFRR 2013) De acordo com Hobsbawn, “na perspectiva da ideologia liberal, a nação (isto é, a grande nação viável) representa o estágio de evolução alcançado na metade do século XIX. (...) a nação moderna era parte da ideologia liberal.”

HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1780. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1990. p. 51.

Sobre o liberalismo no Brasil no século XIX, podemos afirmar que:

  1. o liberalismo auxiliou a elite brasileira a libertar o Brasil da metrópole e a garantir o controle político e econômico da nação;
  2. o liberalismo europeu foi descartado da política brasileira, pois o país tornou-se uma monarquia após sua independência;
  3. os liberais brasileiros importaram a teoria liberal europeia e a aplicaram no Brasil sem restrições;
  4. os liberais brasileiros lutaram pela liberdade, igualdade e soberania dos povos para todos os segmentos sociais do império;
  5. o liberalismo europeu influenciou a elite brasileira a aceitar o sistema colonial e a preponderância de Portugal nos negócios do Brasil.

10. (UFRR 2009) No século XVIII, surgiu um conjunto de idéias que questionava a ordem estabelecida em vários aspectos , tais como: econômico, político e social. Os pensadores e intelectuais caracterizados como Iluministas, atacavam as injustiças, a intolerância religiosa e os privilégios da nobreza, bem como o poder absoluto dos reis. Sobre o Iluminismo é INCORRETO afirmar que:

  1. Destacava que os homens são iguais perante a natureza e que as desigualdades eram criadas pela sociedade.
  2. Considerava a razão como a fonte de toda sabedoria e que o racionalismo deveria estar presente em todas as ações humanas.
  3. Defendia o liberalismo econômico, ou seja, se opunha ao Mercantilismo e a toda forma de monopólio.
  4. Pregava a igualdade dos homens perante a lei e a liberdade de idéias, de opiniões e de expressão.
  5. Defendia a Igreja Católica, pois acreditava na necessidade de haver também uma explicação espiritualista do mundo e da realidade.