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Idade Média

Lista de 09 exercícios de História com gabarito sobre o tema Idade Média com questões da Fuvest.




01. (Fuvest 2019) Os comentadores do texto sagrado (…) reconhecem asubmissão da mulher ao homem como um dos momentos da divisão hierárquica que regula as relações entre Deus, Cristo e a humanidade, encontrando ainda a origem e o fundamento divino daquela submissão na cena primária da criação de Adão e Eva e no seu destino antes e depois da queda.

CASAGRANDE, C., A mulher sob custódia, in: História das Mulheres, Lisboa: Afrontamento, 1993, v. 2, p. 122‐123.

O excerto refere‐se à apreensão de determinadas passagens bíblicas pela cristandade medieval, especificamente em relação à condição das mulheres na sociedade feudal. A esse respeito, é correto afirmar:

  1. As mulheres originárias da nobreza podiam ingressar nos conventos e ministrar os sacramentos como os homens de mesma condição social.
  2. A culpabilização das mulheres pela expulsão do Paraíso Terrestre servia de justificativa para sua subordinação social aos homens.
  3. As mulheres medievais eram impedidas do exercício das atividades políticas, ao contrário do que acontecera no mundo greco‐romano.
  4. As mulheres medievais eram iletradas e tinham o acesso à cultura e às artes proibido, devido à sua condição social e natural.
  5. A submissão das mulheres medievais aos homens esteve desvinculada de normatizações acerca da sexualidade.

02. (Fuvest 2017)

Esta imagem integra o manuscrito de uma das mais notáveis obras da cultura medieval. A alternativa que melhor caracteriza o documento é:

  1. Fábula que enuncia o ideal eclesiástico, mescla a aventura cavalheiresca, o amor romântico e as aspirações religiosas que simbolizaram o espírito das cruzadas.
  2. Poema inacabado quenarra a viagemde formaçãode um cavaleiro e a busca do cálice sagrado; sua composição mistura elementos pagãos e cristãos.
  3. Cordel muito popular, elaborado com base nos épicos celtas e lendas bretãs, divulgado para a conversão de fiéis durante a expansão do Cristianismo pelo Oriente.
  4. Peça teatral que serviu para fortalecer o espírito nacionalista da Inglaterra, unindo a figura de um governante invencível a um símbolo cristão.
  5. Romance que condensa vários textos, empregado pela Igreja para encorajar a aristocracia a assumir uma função idealizada na luta contra os inimigos de Deus.

03. (Fuvest 2016) Assim como o camponês, o mercador está a princípio submetido, na sua atividade profissional, ao tempo meteorológico, ao ciclo das estações, à imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais. Como, durante muito tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de submissão à ordem da natureza e de Deus, o mercador só teve como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, quando se organiza uma rede comercial, o tempo se torna objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por terra, ou de um lugar para outro, o problema dos preços que, no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda quando o circuito se complica, sobem ou descem, tudo isso se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também importante: o mercador descobre o preço do tempo no mesmo momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração essencial é aquela de um trajeto.

Jacques Le Goff. Para uma outra Idade Média. Petrópolis: Vozes, 2013. Adaptado.

O texto associa a mudança da percepção do tempo pelos mercadores medievais ao

  1. respeito estrito aos princípios do livre comércio, que determinavam a obediência às regras internacionais de circulação de mercadorias.
  2. crescimento das relações mercantis, que passaram a envolver territórios mais amplos e distâncias mais longas.
  3. aumento da navegação oceânica, que permitiu o estabelecimento de relações comerciais regulares com a América.
  4. avanço das superstições na Europa ocidental, que se difundiram a partir de contatos com povos do leste desse continente e da Ásia.
  5. aparecimento dos relógios, que foram inventados para calcular a duração das viagens ultramarinas.

04. (Fuvest 2015) A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.

Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.

O texto trata de um período em que

  1. os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
  2. o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
  3. o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
  4. a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.
  5. as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela valorização do livre comércio.

05. (Fuvest 2014) Durante muito tempo, sustentou-se equivocadamente que a utilização de especiarias na Europa da Idade Média era determinada pela necessidade de se alterar o sabor de alimentos apodrecidos, ou pela opinião de que tal uso garantiria a conservação das carnes.

A utilização de especiarias no período medieval.

  1. permite identificar a existência de circuitos mercantis entre a Europa, a Ásia e o continente africano.
  2. demonstra o rigor religioso, caracterizado pela condenação da gastronomia e do requinte à mesa.
  3. revela a matriz judaica da gastronomia medieval europeia.
  4. oferece a comprovação da crise econômica vivida na Europa a partir do ano mil.
  5. explicita o importante papel dos camponeses dedicados a sua produção e comercialização.

06. (Fuvest 2012) A palavra “feudalismo” carrega consigo vários sentidos. Dentre eles, podem-se apontar aqueles ligados a

  1. sociedades marcadas por dependências mútuas e assimétricas entre senhores e vassalos.
  2. relações de parentesco determinadas pelo local de nascimento, sobretudo quando urbano.
  3. regimes inteiramente dominados pela fé religiosa, seja ela cristã ou muçulmana.
  4. altas concentrações fundiárias e capitalistas.
  5. formas de economias de subsistência pré-agrícolas.

07. (Fuvest 2011) Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi exatamente o inverso.

Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p. 241, 2007

Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a

  1. difusão do islamismo no interior dos Reinos Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos Magno.
  2. maior organização militar dos muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano do Oriente.
  3. imediata reação terrorista islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.
  4. resistência ininterrupta que os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e Iraque.
  5. forte influência árabe que o Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no vestuário.

08. (Fuvest 2010) “A instituição das corveias variava de acordo com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou de seus mansos [parcelas de terra].”

Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952.

Esta frase sobre o feudalismo trata

  1. da vassalagem.
  2. do colonato.
  3. do comitatus.
  4. da servidão.
  5. da guilda.

09. (Fuvest 2009) “A Idade Média européia é inseparável da civilização islâmica já que consiste precisamente na convivência, ao mesmo tempo positiva e negativa, do cristianismo e do islamismo, sobre uma área comum impregnada pela cultura greco-romana.”

José Ortega y Gasset (1883-1955).

O texto acima permite afirmar que, na Europa ocidental medieval,

  1. formou-se uma civilização complementar à islâmica, pois ambas tiveram um mesmo ponto de partida.
  2. originou-se uma civilização menos complexa que a islâmica devido à predominância da cultura germânica.
  3. desenvolveu-se uma civilização que se beneficiou tanto da herança greco-romana quanto da islâmica.
  4. cristalizou-se uma civilização marcada pela flexibilidade religiosa e tolerância cultural.
  5. criou-se uma civilização sem dinamismo, em virtude de sua dependência de Bizâncio e do Islão.