UEA-SIS 2025-1:

01. (UEA-SIS-1 2025) Examine o cartum de Rafael Corrêa.

Na construção de seu sentido, o cartum recorre, sobretudo,

  1. ao eufemismo: o emprego de palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável, grosseira.
  2. à intertextualidade: a referência que um texto faz a outro texto já existente, tomando-o como modelo ou ponto de partida.
  3. à hipérbole: a ênfase resultante do exagero na expressão ou comunicação de uma ideia.
  4. ao pleonasmo: a repetição desnecessária de palavras ou expressões na enunciação de uma ideia.
  5. à ambiguidade: a presença, num texto, de palavra ou expressão que pode significar coisas diferentes, admitir mais de uma leitura.

Resposta: B

Resolução: O cartum de Rafael Corrêa faz referência a um outro texto ou situação já conhecida, utilizando-a como ponto de partida para construir sua mensagem. Essa é uma forma de intertextualidade, onde o autor usa o conhecimento prévio do público para gerar humor ou reflexão.

Para responder às questões de 02 a 05, leia o trecho do “Sermão do Mandato”, de Antônio Vieira, pregado em Lisboa, no Hospital Real, no ano de 1643.

Estes são os poderes do tempo sobre o amor. Mas sobre qual amor? Sobre o amor humano, que é fraco; sobre o amor humano, que é inconstante; sobre o amor humano, que não se governa por razão, senão por apetite; sobre o amor humano, que, ainda quando parece mais fino, é grosseiro e imperfeito. O amor, a quem remediou e pôde curar o tempo, bem poderá ser que fosse doença; mas não é amor. O amor perfeito, e que só merece o nome de amor, vive imortal sobre a esfera da mudança, e não chegam lá as jurisdições do tempo. Nem os anos o diminuem, nem os séculos o enfraquecem, nem as eternidades o cansam. Quis-nos declarar Salomão, diz Santo Agostinho, que o amor que é verdadeiro tem obrigação de ser eterno; porque, se em algum tempo deixou de ser, nunca foi amor. Notável dizer! Em todas as outras coisas o deixar de ser é sinal de que já foram; no amor o deixar de ser é sinal de nunca ter sido. Deixou de ser, pois nunca foi. Deixastes de amar, pois nunca amastes. O amor que não é de todo o tempo, e de todos os tempos, não é amor, nem foi; porque, se chegou a ter fim, nunca teve princípio. É como a eternidade, que se por impossível tivera fim, não teria sido eternidade.

(Antônio Vieira. Essencial, 2011. Adaptado.)

02. (UEA-SIS-1 2025) Nesse trecho do sermão, o orador Antônio Vieira caracteriza o amor humano como

  1. enigmático.
  2. sublime.
  3. precário.
  4. grandioso.
  5. benevolente.

Resposta: C

Resolução: No trecho, Antônio Vieira caracteriza o amor humano como algo instável, fraco e governado por emoções, ou seja, precário, em contraste com o amor perfeito, que seria eterno e inabalável.

03. (UEA-SIS-1 2025) Antônio Vieira dirige-se diretamente a seus ouvintes no seguinte trecho:

  1. “Estes são os poderes do tempo sobre o amor”.
  2. “O amor perfeito [...] vive imortal sobre a esfera da mudança”.
  3. “o amor [...] verdadeiro tem obrigação de ser eterno”.
  4. “Deixou de ser, pois nunca foi”.
  5. “Deixastes de amar, pois nunca amastes”

Resposta: E

Resolução: Neste trecho, o orador se dirige diretamente ao ouvinte com o verbo "deixastes", engajando diretamente o público em sua argumentação.

04. (UEA-SIS-1 2025) Antônio Vieira recorre a um enunciado antitético (ou seja, um enunciado em que duas palavras de sentido contrário se opõem) no seguinte trecho:

  1. “Estes são os poderes do tempo sobre o amor”.
  2. “O amor, a quem remediou e pôde curar o tempo”.
  3. “O amor perfeito, e que só merece o nome de amor”.
  4. “não chegam lá as jurisdições do tempo”.
  5. “se chegou a ter fim, nunca teve princípio”.

Resposta: E

Resolução: O enunciado antitético ocorre na oposição entre "fim" e "princípio", demonstrando a contradição presente no conceito de amor que deveria ser eterno. Se algo teve fim, nunca foi amor verdadeiro.

05. (UEA-SIS-1 2025) Nem os anos o diminuem, nem os séculos o enfraquecem, nem as eternidades o cansam.”

Os pronomes sublinhados referem-se a

  1. “apetite”.
  2. “amor humano”.
  3. “tempo”.
  4. “amor perfeito”.
  5. “Santo Agostinho”.

Resposta: D

Resolução: Os pronomes "o" sublinhados fazem referência ao "amor perfeito" mencionado no texto, caracterizado por ser imutável e eterno, não afetado pelo tempo ou circunstâncias.

Para responder às questões de 06 a 08, leia o trecho do romance Úrsula, cuja primeira edição data de 1859, da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis.

Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos às praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão, fomos amarrados em pé e para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como os animais ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa. Davam-nos a água imunda, podre e dada com mesquinhez, a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso lado muitos companheiros à falta de ar, de alimento e de água. É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a seus semelhantes assim e que não lhes doa a consciência de levá-los à sepultura asfixiados e famintos!

(Úrsula, 2018.)

06. (UEA-SIS-1 2025) Ao permitir que os personagens escravizados reflitam sobre si mesmos e seu passado, o romance Úrsula instaura uma nova voz na literatura brasileira.

O trecho transcrito é narrado por

  1. Susana.
  2. Úrsula.
  3. Túlio.
  4. Tancredo.
  5. Antero.

Resposta: A

Resolução: O trecho do romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, é narrado por Susana, uma personagem escravizada que relata a terrível experiência da travessia do Atlântico no porão de um navio negreiro. A obra foi inovadora ao permitir que a narrativa da escravidão fosse feita pela perspectiva dos próprios escravizados, conferindo uma nova voz à literatura brasileira da época.

07. (UEA-SIS-1 2025) Está empregada em sentido figurado a seguinte palavra sublinhada no texto:

  1. “infortúnio”.
  2. “sepultura”.
  3. “porão”.
  4. “receio”.
  5. “consciência”.

Resposta: B

Resolução: A palavra "sepultura" é usada de maneira figurada para descrever o porão do navio onde os escravizados foram colocados em condições desumanas. Aqui, o termo expressa a ideia de morte iminente e sofrimento, já que muitos dos escravizados morreram durante a travessia, equiparando o porão a uma sepultura.

08. (UEA-SIS-1 2025) Em “Para caber a mercadoria humana no porão, fomos amarrados em pé”, a oração adverbial sublinhada expressa ideia de

  1. consequência.
  2. condição.
  3. causa.
  4. finalidade.
  5. comparação.

Resposta: D

Resolução: A oração "Para caber a mercadoria humana no porão" expressa a finalidade de amarrar os escravizados em pé, que é justamente acomodá-los no espaço apertado do porão do navio. A ideia de finalidade é introduzida pela preposição "para", que indica o objetivo dessa ação desumana.

Leia o texto para responder às questões de 09 a 11.

Claude Monet was a French artist known for painting in the style called Impressionism. Monet was famous during his lifetime, and his paintings remain popular today. They are on display in art museums around the world.

Claude Monet was born on November 14, 1840, in Paris, France. He drew and painted as a young man. In the 1860s he became friends with other artists, including PierreAuguste Renoir. The group of artists became known as the Impressionists because of Monet’s painting called Impression: Sunrise.

Most of Monet’s subjects were from nature. Like other Impressionists, he was fascinated by the way light and shadows change during the day. He often painted the same scene again and again to show all the variations of light and shadow.

In the 1880s Monet settled in Giverny, outside of Paris. There he painted one of his most famous series of paintings, called Water Lilies. Monet died on December 5, 1926, in Giverny.

(https://kids.britannica.com)

09. (UEA-SIS-1 2025) The main purpose of the text is to

  1. highlight the friendship between Monet and Renoir.
  2. entertain the readers with the history of modern French art.
  3. inform about a French impressionist painter and his works.
  4. explain the role of French art in the world today.
  5. convince people to visit art museums in Giverny

Resposta: C

Resolução: O texto apresenta uma biografia concisa de Claude Monet, destacando sua carreira como artista impressionista, suas obras e sua relevância na arte. O objetivo principal é informar o leitor sobre a vida e o legado de Monet.

10. (UEA-SIS-1 2025) No trecho do primeiro parágrafo “Monet was famous during his lifetime, and his paintings remain popular today”, o termo sublinhado refere-se

  1. ao estilo de vida de Claude Monet.
  2. ao pintor impressionista.
  3. ao Impressionismo.
  4. aos museus de arte.
  5. à fama de Claude Monet.

Resposta: B

Resolução: O pronome "his" se refere a Claude Monet, o sujeito da frase. A frase completa diz: "Monet was famous during **his** lifetime, and **his** paintings remain popular today", onde "his" refere-se a Monet.

11. (UEA-SIS-1 2025) No contexto em que se insere, o trecho sublinhado que introduz ideia de causa é:

  1. “Claude Monet was a French artist known for painting in the style called Impressionism” (1º parágrafo).
  2. “Monet was famous during his lifetime” (1º parágrafo).
  3. “He drew and painted as a young man” (2º parágrafo).
  4. “The group of artists became known as the Impressionists because of Monet’s painting called Impression: Sunrise” (2º parágrafo).
  5. “He often painted the same scene again and again to show all the variations of light and shadow” (3º parágrafo).

Resposta: D

Resolução: A expressão "because of" introduz uma ideia de causa, explicando por que o grupo de artistas ficou conhecido como os Impressionistas: devido à pintura de Monet intitulada *Impression: Sunrise*.

12. (UEA-SIS-1 2025) Leia a tirinha do cartunista Jim Davis.

No contexto da tirinha, o trecho do primeiro quadrinho “I’d love to stay in bed all day” equivale, em português, a:

  1. Eu adorei ficar na cama o dia todo.
  2. Eu adorarei ficar na cama o dia todo.
  3. Eu adoraria ficar na cama o dia todo.
  4. Eu adoro ficar na cama o dia todo.
  5. Eu adorava ficar na cama o dia todo.

Resposta: C

Resolução: A frase em inglês "I'd love to stay in bed all day" usa o condicional "I'd love", que em português se traduz como "Eu adoraria". A frase expressa um desejo, mas em um contexto hipotético, que equivale a "Eu adoraria ficar na cama o dia todo".