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Revolta de Beckman

Antecedentes

O Estado do Maranhão que compreende os atuais territórios do Maranhão, Ceará, Piauí, Pará e Amazonas, era separado do Estado Brasil, e também era subordinado à Coroa Portuguesa.

Devido a expulsão dos Holandeses da Região Nordeste do Brasil em 1650, a economia entrou em decadencia, o que gerou altos custos para importação de escravos africanos, além da proibição da escravização de indigenas, que aconteceu mediante a atuação de jesuítas junto à Coroa, uma vez que a escravidão indígena não trazia lucros para a Metrópole.

Como intuito de resolver o problema, a Coroa criou a Companhia do Comércio do Maranhão (1682), que passou a deter o monopólio por um período de vinte anos, além da obrigação de trazer quinhentos escravos africanos todos os anos. Além disso, era função fornecer toda sorte de produtos, tais como farinha de trigo, bacalhau, tecidos manufaturados.

Em contrapeso, deveria ser enviado anualmente ao menos um navio de produtos locais para Lisboa, que deveria ser vendido com exclusividade à Companhia, por preços tabelados.

Contudo, a Companhia não cumpriu os seus compromissos, e devido a falta de produtos alimentícios e escravos, houve uma inflação dos preços, o que gerou descontentamento. Sem conseguir cumprir adequadamente os compromissos, a operação da Companhia agravou a crise econômica e fez crescer um sentimento de desagrado na região:

O estado do Maranhão, que abrangia do Rio Grande (do Norte) ao Grão-Pará. Em 1774, foi extinto e suas capitanias ficaram subordinadas ao vice-rei do Brasil. Mapa de João Teixeira Albernaz, c. 1629. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

Eclosão

Sob a liderança dos senhores de engenho na região, os irmãos Manuel e Tomás Beckman aproveitaram a ausência do governador Francisco de Sá de Meneses que visitava Belém do Pará, além das festividades de Nosso Senhor dos Passos em 24 de fevereiro de 1684.

Além dos irmãos estavam na liderança, Jorge de Sampaio de Carvalho, assim como donos de terras e comerciantes, formando assim um grupo de sessenta a oitenta homens, que invadiram os armazéns da Companhia. Durante o início do dia, os homens tomaram o Corpo da Guarda em São Luís, composta por um oficial e mais cinco soldados, além de capturar o Capitão-mor Baltasar Fernandes.

No dia 25 de fevereiro após a tomada da Câmara Municipal, foi composta uma Junta Geral de Governo composta pelo clero, latifundiários e comerciantes.

As principais solicitações foram: Extinção da Companhia de Comércio, deposição do Capitão-mor e Governador, além da expulsão dos Jesuítas.

Após o envio de uma junta de emissários a cidade de Belém do Pará, para falar com o governador deposto, porém não houve acordo. Do mesmo modo, a junta enviou Tomás Beckman como emissário à Corte em Lisboa, com o intuito de convencer a metrópole do intuito do movimento, porém ao retornar recebeu voz de prisão.

Repressão ao movimento

Gomes Freire de Andrade foi nomeado governador do Maranhão pela Coroa portuguesa e debelou a Revolta de Beckman, condenado à forca os líderes do movimento. Gravura: ponteado e água-forte de Domingos Sequeira. Domínio público, Biblioteca Nacional de Portugal

A Metrópole tomou medidas, enviando um novo Governador , Gomes Freire de Andrade, que desembarca em São Luís, com militares portugueses, em 5 de maio de 1685, não encontrando resistência alguma.

Manuel Beckman e Jorge de Sampaio, apontados como os líderes do movimento foram enforcados em novembro de 1685, já os demais foram para a prisão perpétua.

Beckmann Refugiado Nos Sertões Do Alto Mearim. Antônio Parreiras, 1936. Óleo Sobre Tela. Museu Antônio Parreiras - Niterói, Rj