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Expansão Marítima Europeia

Lista de 10 exercícios de História com gabarito sobre o tema Expansão Marítima Europeia com questões da Fuvest.




01. (Fuvest) No processo de expansão mercantil europeu dos séculos XV e XVI, Portugal teve importante papel, chegando a exercer durante algum tempo a supremacia comercial na Europa. Todavia "em meio da aparente prosperidade, a nação empobrecia. Podiam os empreendimentos da coroa ser de vantagem para alguns particulares (…)" (Azevedo, J. L. de, ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONÔMICO, Livraria Clássica Editora, pág. 180).

Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de Portugal, concluímos que:

  1. a falta de unidade política e territorial em Portugal determinava a fragilidade econômica interna.
  2. a expansão do império acarretava crescentes despesas para o Estado, queda da produtividade agrícola, diminuição da mão de obra, falta de investimentos industriais, afetando a economia nacional.
  3. a luta para expulsar os muçulmanos do reino português, que durou até o final do século XV, empobreceu a economia nacional que ficou carente de capitais.
  4. a liberdade comercial praticada pelo Estado português no século XV levou ao escoamento dos lucros para a Espanha, impedindo seu reinvestimento em Portugal.
  5. o empreendimento marítimo português revelou-se tímido, permanecendo Veneza como o principal centro redistribuidor dos produtos asiáticos, durante todo o século XVI.

02. (Fuvest) "Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e Espanha procuram situar estas costas e ilhas da maneira mais conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais para o Oriente, de forma a parecer que pertencem ao Imperador (Carlos V); os portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o Ocidente, pois deste modo entrariam em sua jurisdição."

Carta de Robert Thorne, comerciante inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.

O texto remete diretamente

  1. à competição entre os países europeus retardatários na corrida pelos descobrimentos.
  2. aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as novas descobertas.
  3. ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e corsária.
  4. às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de Tordesilhas.
  5. à aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima.

03. (Fuvest) Quando a expansão comercial europeia ganhou os oceanos, a partir do século XV, rapidamente o mundo conheceu um fenômeno até então inédito: populações que jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram a se aproximar, em diferentes graus. Uma das dimensões dramáticas desses novos contatos foi o choque entre ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou a “mundialização” de doenças e, consequentemente, altas taxas de mortalidade em sociedades cujos indivíduos não possuíam anticorpos para enfrentar tais doenças. Isso ocorreu, primeiro, entre as populações

  1. orientais do continente europeu.
  2. nativas da Oceania.
  3. africanas do Magreb.
  4. indígenas da América Central.
  5. asiáticas da Indonésia.

04. (Fuvest) Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes – como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas africanas…

Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2º Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado.

Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento

  1. puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana.
  2. ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa.
  3. por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis.
  4. militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional.
  5. que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã.

05. (Fuvest) “Para o conjunto da economia europeia, no século XVI, caracterizada pela produção em crescimento e pelo aumento das transações mercantis, ao lado de um novo crescimento de sua população, o efeito mais importante dos grandes descobrimentos foi a alta geral dos preços...”

O efeito a que o texto se refere foi provocado:

  1. pelo grande afluxo de metais preciosos.
  2. pela ampliação da área de produção agrícola.
  3. pela redução do consumo de produtos manufaturados.
  4. pela descoberta de novas rotas comerciais no Oriente.
  5. pelo deslocamento do eixo comercial para o mediterrâneo.

06. (Fuvest) “Antigamente a Lusitânia e a Andaluzia eram o fim do mundo, mas agora, com a descoberta das Índias, tornaram-se o centro dele”. Essa frase, de Tomás de Mercado, escritor espanhol do século 16, referia-se

  1. ao poderio das monarquias francesa e inglesa, que se tornaram centrais desde então.
  2. à alteração do centro de gravidade econômica da Europa e à importância crescente dos novos mercados.
  3. ao papel que os portos de Lisboa e Sevilha assumiram no comércio com os marajás indianos.
  4. ao fato de a América ter passado a absorver, desde então, todo o comércio europeu.
  5. ao desenvolvimento da navegação a vapor, que encurtava distâncias

07. (Fuvest) Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava:

  1. demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.
  2. estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional.
  3. impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais.
  4. reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.
  5. reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Felipe II, da Espanha.

08. (Fuvest) Os portugueses chegaram ao território, depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até então,

  1. os índios ferozes trucidavam os portugueses que se aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação de núcleos de povoamento.
  2. a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com expedições bélicas.
  3. as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente, onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas.
  4. os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos indígenas ao longo do litoral bem como as feitorias da costa sul-atlântica.
  5. a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o recrutamento de funcionários administrativos.

09. (Fuvest) Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências como membro da expedição espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos depois, assim descreveram: “vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era real”.

Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado.

O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber,

  1. a superioridade cultural dos nativos americanos em relação aos europeus.
  2. o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior convivência entre conquistadores e conquistados.
  3. a surpresa dos conquistadores diante de manifestações culturais dos nativos americanos.
  4. o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos contatos culturais e comerciais com os europeus.
  5. a rápida desaparição das culturas nativas da América Espanhola.

10. (Fuvest) "As aldeias de índios estão forçadas a entregar certa quantidade de seus membros aptos para realizar trabalhos (...), durante um prazo determinado. Esses índios são compensados com certa quantidade de dinheiro e destinados aos mais variados tipos de serviços."

BAGU, Sergio. Economía de la sociedad colonial (ensayo de historia comparada de América Latina. México, Grijalbo, 1992 (Edición ampliada y actualizada).

O trecho, retirado da obra de Sérgio Bagú, "Economia da Sociedade Colonial", apresenta as condições de trabalho compulsório

  1. dos diversos grupos indígenas das áreas colonizadas por espanhóis e portugueses.
  2. dos grupos indígenas das áreas espanholas submetidos à instituição da "mita"
  3. dos grupos indígenas das áreas portuguesas submetidas às regras da "guerra justa".
  4. dos grupos indígenas das áreas agrícolas de colonização espanhola submetidos ao regime de "encomienda"
  5. dos grupos indígenas das áreas portuguesas e espanholas originários das "missões" dos jesuítas.