Impérios ou Reinos Africanos

Lista de 32 exercícios de História com gabarito sobre o tema Impérios ou Reinos Africanos com questões de Vestibulares.

Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema aqui.

01. (UFRGS) Assinale a alternativa correta sobre a história das diferentes sociedades africanas até o século XVI.

02. (FGV-SP) “Em muitos reinos sudaneses, sobretudo entre os reis e as elites, o islamismo foi bem recebido e conseguiu vários adeptos, tendo chegado à região da savana africana, provavelmente, antes do século XI, trazido pela família árabe-berbere dos Kunta. (...) O islamismo possuía alguns preceitos atraentes e aceitáveis pelas concepções religiosas africanas, (...) associava as histórias sagradas às genealogias, acreditava na revelação divina, na existência de um criador e no destino. (...) O escritor árabe Ibn Batuta relatou, no século XIV, que o rei do Mali, numa manhã, comemorou a data islâmica do fim do Ramadã e, à tarde, presenciou um ritual da religião tradicional realizado por trovadores com máscaras de aves.”

(Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro-brasileira. 2011)

03. (Mackenzie) Leia os textos a seguir:

“De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha um deserto árido. No país de Gana, o ouro nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as cenouras. É colhido ao nascer do sol”.

Ibn al-Fakih. Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.32 “[Gana] é a terra do ouro.

(...) Toda a gente do Magreb sabe, e ninguém disto discrepa, que o rei de Gana possui em seu palácio um bloco de ouro pesando 30 arratéis (cerca de 14 kg). Esse bloco de ouro foi criado por Deus, sem ter sido fundido ao fogo ou trabalhado por instrumento. Foi, porém, furado de um lado ao outro, a fim de que nele pudesse ser amarrado o cavalo do rei. É algo curioso que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo e que ninguém possui a não ser o rei, que disso se vangloria diante de todos os soberanos do Sudão”. Al-Idrisi.

Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.37

Os textos foram escritos por viajantes árabes ao observarem aspectos sobre o Reino de Gana, na África, durante a Idade Média europeia. Pela análise dos excertos, é correto afirmar que tal Reino

04. (FGV-SP) Leia o texto. Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas missões diplomáticas a seus homólogos da África ocidental. Assim, entre 1481 e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do Mali.

Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando a importância que o soberano português atribuía a esse país. A primeira partiu pelo Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmina. O mansa que as recebeu, Mahmūd, era filho do mansa Ule (Wule) e neto do mansa Mūsā. (...).

[Madina Ly-Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir (editor), História geral da África, IV: África do século XII ao XVI]

No contexto apresentado, o Império português mudou a sua estratégia política, pois

05. (ENEM 2017) No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu foi centro de um comércio internacional onde tudo era negociado – sal, escravos, marfim etc. Havia também um grande comércio de livros de história, medicina, astronomia e matemática, além de grande concentração de estudantes. A importância cultural de Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio: “O sal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus e os tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu”.

ASSUMPÇÃO, J. E. África: uma história a ser reescrita. In: MACEDO, J. R. (Org.). Desvendando a história da África. Porto Alegre: UFRGS. 2008 (adaptado).

Uma explicação para o dinamismo dessa cidade e sua importância histórica no período mencionado era o(a)

06. (PUC-Rio) O documento acima é uma página do Atlas Catalão, produzido por volta de 1375, com autoria atribuída ao cartógrafo de Maiorca (Espanha) Abraão Cresques. O Atlas traz informações sobre aspectos geográficos, mercadorias e populações do continente africano. No detalhe, o cartógrafo deu destaque ao rei do Mali, conhecido como mansa Mussa (à direita), ao retratá-lo segurando uma pepita de ouro, seguido pelo desenho da importante cidade de Tombuctu.

Tendo como referência a imagem acima e os conhecimentos produzidos pelos estudos históricos, analise as afirmativas seguintes com relação à história do reino africano do Mali e assinale a afirmativa INCORRETA:

07. (UFSM) Na parte ocidental do Sahel africano, o Reino do Mali desenvolveu-se entre os séculos XIII e XVI, período em que impôs sua hegemonia sobre a bacia do rio Níger. Nas margens desse rio, as cidades de Gao, Djenne e Tombuctu tornaram-se importantes centros mercantis e políticos do Reino. Um desses centros, Tombuctu, tornou-se um dos principais polos de cultura do continente africano graças às vastas bibliotecas e ao importante comércio de livros. Por essas características, acidade transformou-se no ponto de encontro de poetas, intelectuais e artistas da e do Oriente Médio. Mesmo após o declínio do Mali, Tombuctu permaneceu um dos principais centros culturais da África Subsaariana.

Fonte: BRAICK, P. R.; MOTA, M. B. História: das cavernas ao terceiro milênio. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2010, v.2, p. 28. (adaptado)

Entre os fatores que possibilitaram a pujança desse centro econômico e cultural, pode-se destacar

08. (FGV-SP) Após um longo período de dominação egípcia, os kushitas reorganizaram seus domínios a partir do século IX e estabeleceram Napata como a capital do seu império.

Analise o mapa abaixo com atenção e assinale a alternativa correta:

09. (UECE) O Reino de Kush foi o berço onde se desenvolveram importantes civilizações e culturas. Teve um papel determinante como elo cultural entre diferentes povos do Mediterrâneo e aqueles da África subsaariana. Dentre suas características destaca-se o modo como o rei era eleito e o papel da mulher na política. Assinale a afirmação verdadeira.

10. (UFU) Além do Egito faraônico, outras civilizações desenvolveram-se no continente africano, e constituíram-se algumas delas já no início da era cristã, como grandes centros comerciais e culturais. Dentre os mais importantes impérios e reinos africanos pré-coloniais, destaca-se:

I. O império Cuxe, que se desenvolveu inicialmente na região que ficou conhecida como Núbia. A partir de cerca de 730 a.C., esse império acabou por controlar praticamente todo o território do Egito. Os imperadores cuxitas passaram a residir no Egito, ficando conhecidos como “faraós negros”.

II. O reino de Axum, que se desenvolveu no leste da África. Sua economia baseava-se na agropecuária bem como na atividade comercial, devido à sua proximidade com o Mar Vermelho. Seu poder foi aumentado graças às suas diversas alianças comerciais, inclusive com o Império Romano, e se expandiu até a região sul da Península Arábica.

III. A Civilização Harappiana, que, dentre suas principais atividades econômicas estavam a produção e o comércio de produtos artesanais feitos de cerâmica, de marfim e de tecidos de algodão. Redes de trocas comerciais foram estabelecidas desde o Golfo Pérsico até a Ásia central e a Mesopotâmia.

IV. O Império Benin, que se tornou-se um grande reino por volta do século XV devido, sobretudo, ao comércio com reinos do norte da África. Possuía um gosto incomum pelo uso do cobre, presente em suas principais manifestações artísticas. O império chegou ao fim com a divisão do seu território pelos britânicos.

Assinale a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s).

11. (FMJ) A igreja axumita (e, depois, a igreja etíope) formou-se como uma igreja separada, considerada cismática pelas autoridades religiosas de Roma e de Bizâncio. Ela adotou para si o calendário e o rito litúrgico copta, retirado do modelo praticado pelo clero de Alexandria, mas o adaptou às condições locais e a certos elementos da tradição judaica do Velho Testamento. Alguns costumes, como as danças e os tambores, os sacrifícios de cabras e, nos primeiros tempos, a admissão da poligamia, sugerem a persistência de traços da organização social e das religiões africanas tradicionais. Por outro lado, a distinção entre o consumo de carne pura e impura, a proibição das mulheres entrarem nos templos no dia seguinte ao que tiveram relações sexuais e a observação do sábado e não do domingo como dia consagrado sugerem heranças dos costumes judaicos.

(José R. Macedo. História da África, 2015.)

A versão do cristianismo descrita no texto

12. (FGV-SP) O cristianismo foi difundido nos territórios da Núbia, a partir do século IV, por meio da língua copta, que passou a ser língua-matriz religiosa de um cristianismo africano, que diferia da versão oficial romana, e depois da versão bizantina. Essa versão do cristianismo que se afirmou ao longo dos séculos num processo intricado de amálgamas entre a doutrina monofisita e os costumes das religiões tradicionais da África negra.

A igreja axumita (e, depois, a igreja etíope) adotou para si o calendário e o rito litúrgico copta, retirado do modelo praticado pelo clero de Alexandria. Havia costumes, como as danças e os tambores, os sacrifícios de cabras e, nos primeiros tempos, a admissão da poligamia. Além disso, havia a distinção entre o consumo de carne pura e impura, a proibição das mulheres de entrarem nos templos no dia seguinte ao que tiveram relações sexuais e a observação do sábado e não do domingo como dia consagrado.

(José Rivair Macedo. História da África, 2013. Adaptado)

Nessa versão do cristianismo, há

13. (UNICAMP) A longa presença de povos árabes no norte da África, mesmo antes de Maomé, possibilitou uma interação cultural, um conhecimento das línguas e costumes, o que facilitou posteriormente a expansão do islamismo. Por outro lado, deve-se considerar a superioridade bélica de alguns povos africanos, como os sudaneses, que efetivaram a conversão e a conquista de vários grupos na região da Núbia, promovendo uma expansão do Islã que não se apoia na presença árabe.

(Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica Lopes, História da África: uma introdução. Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30.)

Sobre a presença islâmica na África é correto afirmar que:

14. (UnB) [1] T’Challa é um rei-guerreiro da nação africana fictícia

de Wakanda. O herói de rosto africano é a estrela do filme

Pantera Negra, a primeira grande produção cinematográfica

[4] derivada dos quadrinhos da Marvel a trazer um protagonista e

um elenco principal negros para o centro da tela. Subvertendo

os estereótipos que frequentemente cercam o continente

[7] africano, Wakanda nunca foi colonizada. É extremamente

desenvolvida, dona de uma secreta tecnologia avançada cuja

estética se apoia no afrofuturismo.

Tory Oliveira Pantera Negra e o racismo no universo nerd In Carta Capital, 11/2/2018 Internet (com adaptações)

A respeito dos sentidos e das estruturas linguísticas desse fragmento de texto e dos múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue o item.

A história africana é marcada pela existência de importantes Estados, impérios e civilizações detentoras de grande diversidade de estruturas societárias e culturais, tais como o Egito faraônico e os reinos de Kush, Gana, Mali, Songhai e Kongo.

15. (ACAFE) “O antigo Mali foi criado por diversos povos aparentados que viviam na região situada entre o rio Senegal e o rio Níger. Os mais importantes deles eram conhecidos como mandingas (ou malinquês, ou manden). [...] Sundjata Keita (1230-1255) estendeu a influência do Mali às unidades políticas menores da vizinhança, lançando as bases de um Estado unificado que se manteria hegemônico até a metade do século XV.”

(MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2015. p.55)

Considerando o contexto abordado, no excerto, e os conhecimentos relacionados ao tema, assinale a alternativa CORRETA.

16. (UECE) Escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir sobre o Mali:

( ) Há abundante documentação escrita sobre o Império Mali.

( ) Há poucos vestígios arqueológicos da civilização Mali.

( ) Os relatos do viajante Ibn Battuta registram o Império Mali.

( ) Os griots são fontes orais e ajudam a conhecer melhor a história Mali.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

17. (FGV-SP) Leia o texto.

Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas missões diplomáticas a seus homólogos da África ocidental. Assim, entre 1481 e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do Mali.

Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando a importância que o soberano português atribuía a esse país. A primeira partiu pelo Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmina. O mansa que as recebeu, Mahmūd, era filho do mansa Ule (Wule) e neto do mansa Mūsā. (...).

[Madina Ly-Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir (editor), História geral da África, IV: África do século XII ao XVI]

No contexto apresentado, o Império português mudou a sua estratégia política, pois

18. (Mackenzie) Leia os textos a seguir:

“De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha um deserto árido. No país de Gana, o ouro nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as cenouras. É colhido ao nascer do sol”.

Ibn al-Fakih. Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.32

“[Gana] é a terra do ouro. (...) Toda a gente do Magreb sabe, e ninguém disto discrepa, que o rei de Gana possui em seu palácio um bloco de ouro pesando 30 arratéis (cerca de 14 kg). Esse bloco de ouro foi criado por Deus, sem ter sido fundido ao fogo ou trabalhado por instrumento. Foi, porém, furado de um lado ao outro, a fim de que nele pudesse ser amarrado o cavalo do rei. É algo curioso que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo e que ninguém possui a não ser o rei, que disso se vangloria diante de todos os soberanos do Sudão”.

Al-Idrisi. Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.37

Os textos foram escritos por viajantes árabes ao observarem aspectos sobre o Reino de Gana, na África, durante a Idade Média europeia. Pela análise dos excertos, é correto afirmar que tal Reino

19. (UEA - SIS) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e exploradores seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII.

Essas representações associavam o continente africano à barbárie e à devassidão num movimento de contraposição às sociedades europeias. Nem mesmo o confronto com formações políticas hegemônicas como Reino do Kongo e Etiópia ou o contato com outros padrões urbanísticos, estéticos e cosmológicos, puderam alterar de forma efetiva o imaginário europeu acerca do continente.

(Regina Claro. Olhar a África, 2012. Adaptado.)

As representações a respeito dos africanos, citadas no texto,

20. (URCA) No século XV, na margem meridional do baixo rio Congo, existiu um reino denominado Reino do Congo. A capital do reino, Banza Congo (Mbanza), situava-se na confluência de várias rotas comerciais. Sobre a organização política do Reino do Congo:

I. O mani Congo (rei) comandava o reino com a ajuda dos líderes regionais, das aldeias, os quais prestavam auxílio militar.

II. As aldeias (lubatas) e cidades (banzas) pagavam tributos ao mani Congo - alimentos, tecidos, sal, dentre outros produtos.

III. Os limites do reino eram traçados pelos conjuntos de aldeias, que deviam fidelidade ao rei e ao mesmo tempo recebiam a proteção do poder central.

Marque a alternativa correta:

21. (Universidade de Fortaleza) Principalmente a partir do século XVI, a Coroa portuguesa interveio militarmente em disputas e conflitos entre africanos para manter no governo autoridades africanas convenientes com o tráfico e a escravidão. Tanto no reino Ndongo (Angola), quanto no reino do Congo, os portugueses auxiliaram na imposição de monarcas dóceis ligados aos interesses do tráfico atlântico. Com o tráfico, teve início o processo de roedura.

Fonte: BOULOS JUNIOR, Alfredo. História. Sociedade & Cidadania. 2ª Edição. Vol. 2. São Paulo: FTD, 2016, 81.

Ao levar em consideração as informações acima, qual das opções abaixo se refere a relação entre o tráfico atlântico e o processo de roedura?

22. (UNIFENAS) “Disposto a abraçar a fé de Cristo, o Manicongo enviou, em 1489, uma embaixada para o rei português, que foi presenteado com tecidos de palmeiras e objetos de marfim, formalizando seu desejo de se converter ao cristianismo e pedindo o envio de clérigos, assim como de artesãos, mestres de pedraria e carpintaria, trabalhadores da terra, burros e pastores. Junto com os pedidos, deixou claro, segundo Rui de Pina, cronista que registrou o evento, seu desejo de que doravante os dois reinos se igualassem nos costumes e na maneira de viver, solicitando que alguns jovens, enviados com a embaixada, fossem instruídos na fala, escrita e leitura latinas, além dos mandamentos da fé católica. E, com efeito, durante todo o ano de 1490 os enviados do rei do Congo permaneceram em Portugal, aprendendo o português, os mandamentos da fé católica e os costumes da sociedade portuguesa.”

VAINFAS, Ronaldo e MELLO e SOUZA, Marina de. Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento antoniano, séculos XV-XVIII. Disponível em: https://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg6-7.pdf.

Ao retratar aspectos da organização da sociedade do Congo, o texto destaca a

23. (FCMSCSP) Njinga foi uma guerreira destemida, que liderava pessoalmente seus exércitos, governando gentes distribuídas pelo Dongo e por Matamba. Controlou boa parte das rotas do tráfico que traziam escravos do interior e não deixou que os portugueses penetrassem nos sertões angolanos.

(Marina de Mello e Souza. Além do visível: poder, catolicismo e comércio no Congo e em Angola (séculos XVI e XVII), 2018. Adaptado.)

Os vínculos entre os portugueses e Njinga eram essenciais para

24. (UFPR) Considere o seguinte trecho de uma carta enviada pelo rei do Congo ao rei de Portugal em 1526:

Os comerciantes estão sequestrando o nosso povo dia após dia – filhos deste país, filhos de nossos nobres e vassalos, mesmo as pessoas de nossa própria família [...]. Essa corrupção e depravação estão tão generalizadas que a nossa terra é inteiramente despovoada. [...] Precisamos neste reino só de sacerdotes e professores, e nenhuma mercadoria, a menos que seja vinho e farinha para o santo sacramento [...]. É nosso desejo que este reino não seja um lugar para o comércio ou transporte de escravos.

(MEREDITH, Martin. O Destino da África: cinco mil anos de riquezas, ganância e desafios. Tradução Marlene Suano. Rio de Janeiro: Zahar, 2017, p. 122.)

Com base no texto acima e nos conhecimentos acerca dos contatos entre sociedades africanas e europeias no início da Idade Moderna, é correto afirmar que:

25. (UECE) A parte da África localizada ao sul do equador foi habitada por povos cuja língua falada pertencia a um tronco linguístico com dezenas de famílias e cerca de 470 línguas, as quais atualmente são faladas por aproximadamente 100 milhões de pessoas em territórios como o Congo, Angola e Moçambique.

Por extensão, os povos que falam essas línguas são chamados de

26. (UEA) Njinga dizia que não queria a paz com os portugueses porque os portugueses haviam aprisionado sua irmã e não queriam libertá-la. O padre Serafim de Cortona escreveu, então, para o governador português de Angola, pedindo- -lhe que libertasse a irmã de Njinga, com o que faria grande serviço a Deus e ao rei, com a introdução “da nossa santa fé naquelas partes”. A favor da devolução, disse ainda que assim acabaria a já longa guerra e se abriria o “comércio ao resgate dos negros”.

(Marina de Mello e Souza. Além do visível: Poder, Catolicismo e Comércio no Congo e em Angola (Séculos XVI e XVII), 2018. Adaptado.)

O episódio é relatado pelo padre Serafim de Cortona em um documento escrito em 1658 sobre Njinga, rainha de territórios do interior da África.

Para o sacerdote,

27. (PUC-Rio) A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou, em 08.07.2017, o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, norte de Angola, como Património Mundial da Humanidade.

A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado quando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.

Dividido em seis províncias que ocupavam parte das atuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências

Mbanza Congo declarada Património Mundial da Humanidade -09.07.2017. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2017.

Tendo como referência a notícia acima e os conhecimentos que você possui, analise as afirmativas seguintes com relação à história do antigo Reino do Congo.

I - O Reino do Congo foi um dos mais conhecidos reinos da região centro-ocidental da África. Fundado no fi nal do século XIII, chegou a abranger parte dos atuais países de Angola, República do Congo, República Democrática do Congo e Gabão.

II - A partir do século XV ocorreram os primeiros contatos dos portugueses com as autoridades políticas do Reino do Congo, transformando essa região em uma das maiores exportadoras de africanos escravizados para as Américas.

III - A capital do Reino do Congo era Mbanza Congo ou São Salvador, como ficou conhecida após a conversão ao catolicismo do manicongo (rei do Congo) e a construção da Catedral de São Salvador do Congo.

IV - A organização política do Reino do Congo somente ocorreu após a chegada dos portugueses na região, quando estes influenciaram a formação de uma “elite burocrática” que ajudava o manicongo (rei do Congo) a governar.

Estão corretas SOMENTE as afirmativas:

28. (UENP) Leia o texto a seguir.

Enquanto a posição da Rainha Njinga com relação ao tráfico [de escravos] era ambivalente, às vezes abrindo e às vezes fechando os mercados, os reinos de Matamba e Cassanje, que controlavam a aquisição e distribuição de escravos e artigos de comércio nos sertões de Luanda, foram estabelecidos devido a seus vínculos com os portugueses.

(MELO E SOUZA, M. Reis Negros no Brasil Escravocrata. Belo Horizonte: UFMG, 2006. p.109.)

Sobre as Guerras Angolanas, ocorridas no século XVII, considere as afirmativas a seguir.

I. As alianças feitas entre a Rainha Njinga e os comerciantes europeus deveriam ser entendidas como uma estratégia para que seu reino, Ndongo, mantivesse uma relação de independência em relação ao reino do Congo.

II. A posição de Njinga de ora manter aliança com os portugueses ora desfazê-la deve ser entendida pelo seu arrependimento de ter abandonado o islã e ter se convertido ao cristianismo.

III. O reino do Congo manteve-se, ao longo de todo o período das guerras, aliado aos portugueses. Garcia Afonso II, rei do Congo, era considerado irmão de armas do reino de Portugal.

IV. Os holandeses entraram na disputa com os portugueses pela aliança política e comercial com os reinos africanos da região, pois naquele momento precisavam de escravos para abastecer as plantações de cana no Nordeste brasileiro.

Assinale a alternativa correta.

29. (FGV-SP) [Desde o início do século XIV], no reino do Congo (...) moravam povos agricultores que, quando convocados pelo mani Congo, partiam em sua defesa contra inimigos de fora ou para controlar rebeliões de aldeias que queriam se desligar do reino. Aldeias (lubatas) e cidades (banzas) pagavam tributos ao mani Congo, geralmente com o que produziam: alimentos, tecidos de ráfia vindos do nordeste, sal vindo da costa, cobre vindo do sudeste e zimbos (pequenos búzios afunilados colhidos na região de Luanda que serviam de moeda). (...) o mani Congo, cercado de seus conselheiros, controlava o comércio, o trânsito de pessoas, recebia os impostos, exercia a justiça, buscava garantir a harmonia da vida do reino e das pessoas que viviam nele. Os limites do reino eram traçados pelo conjunto de aldeias que pagavam tributos ao poder central, devendo fidelidade a ele e recebendo proteção, tanto para os assuntos deste mundo como para os assuntos do além, pois o mani Congo também era responsável pelas boas relações com os espíritos e os ancestrais.

(...) O mani Congo vivia em construções que se destacavam das outras pelo tamanho, pelos muros que a cercavam, pelo labirinto de passagens que levavam de um edifício a outro e pelos aposentos reais que ficavam no centro desse conjunto e eram decorados de tapetes e tecidos de ráfia. Ali o mani vivia com suas mulheres, filhos, parentes, conselheiros, escravos, e só recebia os que tivessem nobreza suficiente para gozar desse privilégio.

(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2006)

A partir da descrição do reino do Congo, é correto afirmar que, nesse reino,

30. (UNICAMP) A rainha Nzinga (1624-1663), governante seiscentista do Ndongo, um reino da África Central situado na atual Angola, chegou ao poder graças à sua competência militar, à diplomacia bem sucedida, à manipulação da religião e de conflitos entre potências europeias. Ela criou as condições para a primeira sublevação popular mbundu contra a exploração portuguesa ao atrair para sua causa os chefes que estavam sob influência europeia. Depois conquistou o reino vizinho de Matamba e o governou por três décadas junto com o que restou do poderoso reino Ndongo; desafiou treze governadores portugueses que regeram Angola entre 1622 e 1633. Apesar de seus feitos e o longo reinado, comparável ao de Elizabeth I (1503—1603) da Inglaterra, ela foi desacreditada pelos contemporâneos europeus e por autores posteriores.

(Adaptado de Linda Heywood, Nzinga de Angola: a rainha guerreira de África. Lisboa: Casa das Letras, 2017. p. 10-12; 82.)

Com base no excerto e em seus conhecimentos, é correto afirmar que a rainha Nzinga:

31. (FGV-SP) (...) quais mecanismos levaram à escravidão nas sociedades africanas do século VII ao século XV?

(...)

Genericamente, a escravidão esteve presente na África como um todo, fazendo-se necessário observar as especificidades históricas próprias de complexos sociais e políticos e das formas de poder das diversas sociedades africanas. Mas é fundamental acrescentar que a dinâmica e a intensidade da escravidão no continente africano tem a ver com a maior ou menor demanda do tráfico atlântico gerada pelo expansionismo europeu na América. Isso acarreta mudanças sociais na África, como a expansão e a subsequente transformação da poligenia, o desenvolvimento de diferentes tipos de escravidão no continente, além do empobrecimento de uma classe de mercadores africanos

(Leila Leite Hernandez, A África na sala de aula: visita à história contemporânea, 2008, p. 37-8)

A partir do fragmento, é correto afirmar que

32. (UFRGS) Com relação à história das antigas sociedades africanas e do Oriente Médio, assinale a alternativa correta.