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Kant

Lista de 10 exercícios de Filosofia com gabarito sobre o tema Kant com questões de Vestibulares.






01. (UFPR) Em um texto chamado “Resposta à questão: o que é esclarecimento?”, Kant afirma que o “esclarecimento é a saída do homem da menoridade”. Afirma também que a “menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia” e que “o homem é o culpado por esta incapacidade, quando sua causa resulta na falta, não do entendimento, mas de resolução e coragem para fazer uso dele sem a direção de outra pessoa”.

(KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 407.)

((KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 407.)

Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo do poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam [...]”, referindo-se a um corpo (homem) que se torna ao mesmo tempo analisável e manipulável.

((FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. Ligia M. Pondé Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 125.).

Com base nos dois textos e no pensamento desses filósofos, considere as afirmativas abaixo:

1. O Esclarecimento seria uma espécie de menoridade intelectual e corresponderia à afirmação da religião como ponto de partida para o homem tomar suas principais decisões.

2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto os indivíduos são responsáveis por se deixarem dirigir por outros, Foucault trata de mostrar os modos como a sociedade torna o homem manipulável.

3. Tanto Kant quanto Foucault se questionam pelo nível de autonomia do homem, ambos, porém, a partir de abordagens diferentes e chegando a conclusões diferentes.

4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássica favorece o autoconhecimento e a autonomia de pensamento.

Assinale a alternativa correta.

  1. Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
  2. Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
  3. Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
  4. Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
  5. As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

02. (UFT) Conhecemos somente o nosso modo de perceber a natureza dos objetos em si mesmos, modo que nos é peculiar, mas pode muito bem não ser necessariamente o de todos os seres, embora seja o de todos os homens. É deste modo apenas que nos temos de ocupar. O espaço e o tempo são as formas desse modo de perceber; a sensação em geral é a sua matéria.

Fonte: KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste, 2013, p. 79.

O trecho ilustra alguns aspectos da teoria kantiana do conhecimento. Sobre esta mesma teoria, assinale a opção CORRETA.

  1. Os progressos da experiência (e da ciência moderna) nos permitirão ultrapassar os seus limites; desta forma, o nosso conhecimento vencerá a distância que nos separa das coisas.
  2. Entre o sensível e o inteligível há uma diferença apenas de grau, isto é, de antemão nada nos impede de passar de um ao outro pelo aprofundamento dos nossos conhecimentos.
  3. O fenômeno é a coisa como esta nos aparece, cumpre então lembrar que Kant pensa, sobretudo, na estrutura do aparelho sensorial e no seu valor geral para todo sentido humano.
  4. Há, pode-se dizer, um relativismo kantiano, mas diferente, por exemplo, do de Protágoras, pois, em Kant, a nossa intuição do objeto depende da constituição geral da sensibilidade.

03. (UCS) “Liberdade” é um tema abordado por alguns filósofos, sendo inegável sua importância na relação entre bem-estar e qualidade de vida.

Leia as alternativas abaixo e assinale a correta.

  1. Nietzsche coloca a questão da essência como precedente à existência. Nesse sentido, a existência é marcada pela impossibilidade de escolha, que envolve ação ou uma reação diante da ação do outro. Como não há qualquer predeterminação nisso, o estado de liberdade não existe.
  2. Sartre entende que a aceitação do conceito de liberdade também considera a existência de uma natureza humana manifesta de forma transcendente. Ele defende a máxima de que Deus tudo sabe, tudo prevê e tudo pode, não sendo possível, então, o exercício total da liberdade.
  3. Spinoza afirma que a liberdade está na vontade. Dessa forma, o homem encontra sua condição de liberdade na vontade que tem de fazer o que bem entender. A liberdade, então, implicaria o homem afastar-se de Deus e de Suas determinações.
  4. Descartes, em seu discurso sobre o método, afirma que o conhecimento reduz a liberdade humana, pois o entendimento das coisas do mundo seria uma forma de reconciliação, de retorno a Deus. Assim, o livre-arbítrio seria um sinal de aprisionamento do homem, sendo desnecessário para sua afirmação no mundo.
  5. Kant foi o filósofo que procurou solucionar a aparente contradição entre natureza e liberdade. O ser humano, para que se realize como tal, deve ser livre e autônomo.

04. (PUC-PR) Nas reflexões de Immanuel Kant sobre o conhecimento racional na sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” lemos:

“A velha filosofia grega dividia-se em três ciências: a Física, a Ética e a Lógica. Esta divisão está perfeitamente conforme com a natureza das coisas, e nada há a corrigir nela a não ser apenas acrescentar o princípio em que se baseia, para deste modo, por um lado, nos assegurarmos da sua perfeição, e, por outro, podermos determinar exactamente as necessárias subdivisões”.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Antônio Pinto de Carvalho. Lisboa: Companhia Editora Nacional. EDIÇÕES 70, 2007.

Sobre a Física, a Ética e a Lógica, é CORRETO afirmar que essas subdivisões

  1. ocupam-se de uma parte empírica em que as leis universais e necessárias do pensar não se assentam em princípios das experiências.
  2. não se contrapõem à filosofia natural, também não se contrapõem à filosofia moral, pois cada uma não possui parte empírica.
  3. baseiam-se em princípios da experiência cujas doutrinas se apoiam em princípios a posteriori da filosofia pura.
  4. não ressaltam a ideia de uma metafísica da Natureza nem de uma Metafísica dos Costumes pelo fato de que não se pode nomeá-las como uma Antropologia prática.
  5. ocupam-se da forma do entendimento e da razão em estabelecer a distinção das leis da natureza, das leis da liberdade e dos objetos materiais.

05. (UNIVESP) Em 1783, Immanuel Kant definiu o conceito de Esclarecimento como o desenvolvimento da autonomia do pensamento e da ação humana. Esse desenvolvimento se opunha à apatia e à comodidade dos indivíduos em viver tutelados por ideias e instituições que pensavam e agiam por eles. Com isso, os indivíduos se tornavam livres para exercer a sua razão na esfera pública, podendo criticar desde as instituições, como a Igreja e o Estado, até a própria liberdade advinda do livre exercício da razão.

O texto se relaciona à corrente filosófica ocidental conhecida como

  1. Altruísmo.
  2. Confucionismo.
  3. Reformismo.
  4. Especismo.
  5. Iluminismo.

06. (UEL) Leia o texto a seguir.

Dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. [...] devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos costumes. Trad. Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 208-209.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria kantiana do dever, assinale a alternativa correta.

  1. A máxima de uma ação moral universalizável pode ter como fundamento os efeitos da ação, sendo considerada moralmente boa uma ação cujos efeitos causam o bem.
  2. A obrigação incondicional que a lei moral impõe advém do reconhecimento da possibilidade de universalização das máximas da ação.
  3. A mentira pode, em certas circunstâncias, ser legitimada moralmente quando dela resulta uma ação benéfica ou impede o prejuízo a outrem.
  4. A máxima incondicional de uma ação moral pode ter como fundamento a experiência, pois os costumes fornecem elementos suficientes para ela.
  5. O imperativo categórico, princípio dos imperativos do dever, escolhe, dentre os estímulos fornecidos à vontade, o que lhe é mais adequado.

07. (UNIMONTES) O século XVIII é caracterizado como o “século da moral”, como tempo marcado profundamente pelo Iluminismo, “um projeto pedagógico-político de construção da autonomia da razão e emancipação de homens e mulheres, fornecendo-lhes meios intelectuais para uma ação consciente”, conforme Gallo. Nesse tempo, desenvolve-se o grande projeto ético de Immanuel Kant, com a sua destacada obra “Fundamentação da metafísica dos costumes” (1785), aprofundado em “Crítica da Razão Prática” (1788).

Na atualidade, não há como pensar em moral e ética sem recorrer às obras de Kant. Em relação a esse filósofo, assinale a alternativa CORRETA.

  1. Kant considera que as facetas do sujeito são dispensáveis para a existência do homem moderno.
  2. A noção de razão prática, como defende Kant, implica impossibilidade da liberdade humana.
  3. O sujeito moral age racional e conscientemente, o que caracteriza uma das facetas do ser humano. Kant considera o conhecimento e a estética como outras facetas do sujeito, o que busca o saber e o que percebe o mundo e produz arte.
  4. Essa perspectiva ético-racional desenvolvida por Kant não sustenta uma autonomia, uma vida emancipada para homens e mulheres.

08. (UERR) O filósofo Immanuel Kant (1724-1804), certa vez, se propôs a definir o que era o Esclarecimento ou Iluminismo: “O Esclarecimento é a libertação do homem de sua imaturidade auto-imposta. Imaturidade é a incapacidade de empregar seu próprio entendimento sem a orientação de outro. Tal tutela é auto-imposta quando sua causa não reside em falta de razão, mas de determinação e coragem para usá-lo sem a direção de outro. Sapere Aude [ousa saber]! Tenha coragem de usar sua própria mente! Este é o lema do Esclarecimento. [...] Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade [...] de fazer um uso público de sua razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de todos os lados: não raciocinai! O oficial diz: não raciocinai, mas exercitai-vos! O financista: não raciocinai, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocinai, mas crede! [...] Uma época não pode se aliar e conjurar para colocar a seguinte em um estado que impossibilite a ampliação de seus conhecimentos [...]. Configurar-se-ia, assim, um crime contra a natureza humana.”

(Immanuel Kant. Resposta à Questão: O que é Esclarecimento? Tradução de Márcio Pugliesi.

Assinale a única alternativa verdadeira sobre o Iluminismo.

  1. As ideias do Século das Luzes não se materializaram em transformações concretas, pois não influenciaram a proibição da tortura em diversos países, as reformas que proibiram a escravidão indígena na América Portuguesa, a abolição dos direitos feudais ou as constituições modernas, como a dos EUA de 1788 ou a francesa de 1791.
  2. Todos os representantes do Iluminismo advogavam a imediata abolição da escravidão, uma vez que ela violava os princípios da liberdade e da igualdade entre os homens.
  3. Também no século XVIII, Adam Smith publicou “A Riqueza das Nações” (1776), dando início à Economia Política como ciência autônoma e defendendo o mercantilismo e a maior intervenção do Estado nas atividades econômicas.
  4. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) defendia a propriedade privada e alertava sobre os perigos da democracia, do racionalismo e do pensamento científico.
  5. Pensadores como Montesquieu combatiam o absolutismo, mas, paradoxalmente, alguns iluministas apoiavam a política dos déspotas esclarecidos.

09. (UFU) Os princípios práticos se dividem em dois grandes grupos, que Kant chama, respectivamente, de ‘máximas’ e ‘imperativos’. [...] Os imperativos são os princípios práticos objetivos, isto é, válidos para todos. Os imperativos são “mandamentos” ou “deveres”, ou seja, regras que expressam uma necessidade objetiva da ação, o que significa que, “se a razão determinasse completamente a vontade, a ação ocorreria segundo tal regra” ao passo que a intervenção de fatores emocionais e empíricos podem desviar esta vontade.

REALE,G., DARIO, A. História da Filosofia, vol. II. São Paulo: Paulus, 1990, p. 903 (adaptado)

Para Kant, é correto afirmar que os imperativos

  1. são subjetivos e, dessa forma, não podem ser princípios universais.
  2. devem determinar a razão, pois são princípios válidos para todos.
  3. determinam a vontade, sem que as emoções interfiram.
  4. sendo “máximas”, não expressam a necessidade objetiva da ação.

10. (UNESP) A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira […]. A mentira pode ser externa […] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa […]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. […] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos.

(Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.)

Em sua sentença dirigida à mentira, Kant

  1. considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto.
  2. assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade.
  3. apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas.
  4. demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas.
  5. assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões.

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